06.

Vivi começou a se debater para tentar se livrar de Mark, que ficou furioso com a recusa dela e deu um soco em seu rosto. Ela ficou zonza com a força do soco, ficando sem ação. Mark saiu do carro, indo em direção à porta dela e abriu.

- Saia do carro, agora! – ordenou.

Vivi hesitou.

Mark puxou-a pelo braço com força, fazendo a gritar. Tropeçou e caiu no chão.

- Seu desgraçado, como fui uma anta em acreditar que você tinha mudado? – perguntou irritada levantando-se do chão.

- O que você disse? – puxou-a pelo braço e a trouxe para perto de si.

- Isso mesmo que você ouviu – disse furiosa e cuspiu em seu rosto.

- Sua vadia! – gritou limpando seu rosto, e lhe deu um tapa, a empurrando com força, o que a fez cair novamente no chão.

Vivi ficou um tempo ali, no chão, sentada olhando aquele filho da puta arrancando com o carro e a deixando em um lugar deserto e escuro, sem nada por perto, nenhum meio de comunicação que fosse. Ela estava possessa de raiva, certamente daria uma surra em qualquer um que a irritasse. Levantou-se e bateu em seu corpo, tirando a terra que havia ficado. Chegou até a estrada e não tinha uma alma viva para ajudá-la, e começou a caminhar.

Andou aproximadamente uns quinze minutos quando avistou um posto de gasolina, foi diretamente atrás de um telefone, tirou o fone do gancho e automaticamente discou o número de sua casa. Tinha se esquecido que sua mãe estava viajando, visitando uns parentes.

- Droga, droga! – dizia batendo no telefone.

Discou os números do celular de Mackenzie, torcendo para a amiga estar acordada, afinal era de madrugada. Ela estava dormindo, acordou assustada com o celular tocando.

- Ninguém merece, me ligarem essa hora – resmungou, pegando o celular que estava no criado mudo.- Alô? – falou sonolenta.

- Zie, eu preciso de ajuda – Vivi disse desesperada.

- Vivi? O que aconteceu? – perguntou se levantando e acendendo a luz.

- Você pode vir me buscar? – segurava o choro.

- Claro, onde você está? – indagou preocupada.

Mackenzie anotou o nome de onde Vivi estava, só que ela não conhecia o lugar, e estava sozinha em casa. Trocou de roupa, desceu as escadas rapidamente e levou um susto quando viu Jensen no sofá assistindo televisão.

- Graças a Deus você está aqui – disse aliviada.

- O que aconteceu? – perguntou preocupado.

- A Vivi, não sei, aconteceu algo – Mackenzie procurava pelas chaves do carro. – Onde estão as malditas chaves? – estava visivelmente desesperada.

- O que tem a Vivi? - indagou se aproximando da irmã.

- Eu não sei, ela me ligou pedindo ajuda.

- Onde ele está? – tentou manter a calma.

- Ela me deu o endereço, mas não tenho idéia de onde fica – falou entregando o papel anotado para o irmão.

- Eu sei onde é, vamos.

Vivi estava com muita raiva, segurando para não chorar, ela não queria demonstrar fraqueza. No fundo estava morrendo de medo, tudo aquilo que aconteceu, e o lugar onde estava não tinha ninguém lá, estava sozinha. Sentiu algo descendo pela lateral do olho, passou a mão e viu que era sangue, olhou no reflexo do vidro da loja de conveniência e viu que seu olho estava começando a ficar roxo.

Jensen dirigia o mais rápido que podia, pois ele que sabia que lugar onde Vivi estava era perigoso, ainda mais naquela hora. Mackenzie estava desesperada, imaginando mil coisas que poderia ter acontecido com a amiga, estava ficando maluca sem saber realmente o que ocorreu.

Vivi estava sentava em um banco, esperando a ajuda chegar. Viu um carro se aproximando, percebeu que era conhecido. Eram Jensen e Mackenzie. Ela sentiu um alívio enorme, estava a salvo. Os dois desceram do veículo e foram correndo em sua direção. Mackenzie se assustou quando viu o estado da outra.

- Vivi – Mackenzie disse agoniada, enquanto abraçava a amiga.

Jensen chegou mais perto, vendo o rosto dela todo machucado e sua roupa toda suja.

- O que aconteceu? – ele perguntou colocando a mão no rosto de Vivi.

- Mark, aquele desgraçado – não conseguiu mais segurar o choro.

- Filho da puta – Mackenzie falou com raiva.

- Vou matar esse desgraçado – Jensen disse, abraçando Vivi que desabou a chorar.

Os três voltavam para casa. Mais calma, Vivi contou aos dois tudo o que havia acontecido. Jensen estava possesso de ódio, era capaz de matar Mark se o encontrasse. Mackenzie tentava acalmar a amiga.

Já em casa, limparam o rosto de Vivi e Jensen fez um curativo.

- Você precisa ir a um médico, Vivi – Mackenzie disse preocupada.

- Hoje não, por favor – pediu.

- Tudo bem, não precisa ser hoje – Jensen falou amorosamente.

- Eu tenho que ir para casa – disse se levantando.

- De jeito nenhum, você vai ficar aqui hoje – ele falou com firmeza.

Vivi naquele momento não queria ficar sozinha, então não reclamou. Jensen a acompanhou até a casa dela para ela poder se trocar.

Estava em seu quarto tirando a roupa, colocou uma camisa sem mangas, viu que seus braços estavam roxos, engoliu o choro, saiu do quarto com a blusa de frio nas mãos. Jensen estava a esperando na sala, notou quando ela chegou cabisbaixa e se aproximou. Agora ele viu os braços dela.

- Vivi.

- Por que, Jensen? – o questionou começando a chorar.

- Hey, olha aqui, nada disso é sua culpa, Vivi – colocou a mão delicadamente no rosto dela. – Eu estou aqui.

Ela não disse nada, apenas fazendo sinal de positivo com a cabeça. Jensen a abraçou, ficaram um bom tempo abraçados.

Vivi adorava aquele abraço e nesse momento era o que ela mais precisava, sentia-se segura perto dele.

Quando Verônica chegou de viagem, ficou pasma com o que aconteceu com Vivi, sentiu-se extremamente culpada, como não percebeu desde o início como Mark era? Mas a garota disse para a mãe que ninguém tinha culpa se o Mark era tremendo de um cafajeste.

Uma semana se passou desde o acontecido.

Vivi estava na varanda de sua casa tomando chocolate quente e conversando com Mackenzie, quando viu o carro de Mark estacionar. Seu corpo se encheu de fúria, se levantou observando-o se aproximar, que parou no pé da escada, e ficou a observando.

- O que você está fazendo aqui? – Mackenzie perguntou, indo em direção a ele.

- Eu vim falar com a Vivi.

- Não é muita cara de pau sua, vir aqui depois de tudo o que você fez? Seu desgraçado! – gritou o empurrando.

- Mackenzie – falou com raiva.

- Vai bater nela também? – Vivi se aproximou, perguntando ironicamente para ele.

- Vivi, eu vim te pedir desculpa – disse cabisbaixo.

- Desculpa? – gritou, caindo na gargalhada. – Você só pode estar brincando.

- Vivi – segurou o braço dela, que fez um movimento brusco para se livrar.

- Você realmente acha que o que você fez tem desculpa? – perguntou quase gritando, apontando o dedo para ele.

- Não faça isso! – ordenou.

Jensen estava na sala quando ouviu uma gritaria na casa vizinha, reconheceu a voz de sua irmã, de Vivi e ouvia uma voz masculina.

Saiu na varanda, viu Vivi gesticulando e gritando com um homem, Mackenzie estava do lado dela. Ele logo imaginou que fosse Mark, e se aproximou a passos largos.

Vivi empurrou Mark e ele foi para cima dela, mas não chegou a encostar um dedo nela, Jensen chegou antes o empurrando com força.

- Você ficou maluco? – Jensen gritou.

- Quem você pensa que é? – nem teve tempo de avançar sobre Jensen, porque ele lhe deu um soco no meio da cara.

Mark ficou caído no chão. Jensen ia chutá-lo quando sentiu alguém o puxando para trás.

- Não vale a pena – Vivi disse olhando para ele.

- Ele merece, Vivi – estava possesso.

- Por favor, Jensen. Ele é um covarde, você não – quase implorou.

Levantou Mark do chão e o levou até o carro. Abriu a porta, praticamente o empurrou para dentro. Enfiou a mão pela janela puxando–o pelo colarinho da camisa.

- Só vou avisar uma vez, nunca mais procure a Vivi, esqueça onde ela mora, o telefone dela, e esqueça que um dia você a conheceu. Porque se isso voltar a acontecer, você vai se arrepender profundamente de ter nascido, me entendeu? – ameaçou com ódio nos olhos.

Mark não falou nada, fez sinal de positivo com a cabeça, deu partida no carro e foi embora.

Jensen foi em direção a Mackenzie e Vivi, para sua surpresa as duas pareciam estar bem, mas resolveu ter certeza.

- Vocês estão bem? – perguntou verificando se nenhuma estava ferida.

- Melhor do que nunca – incrivelmente Vivi respondeu sorrindo.

- Eu também – Mackenzie respondeu no mesmo tom.

Vivi estava arrumando seu quarto, com o som no último volume. Não ouviu Mackenzie praticamente esmurrar a porta da sala. A amiga sabia que ela estava em casa, pois conseguia ouvir o som, resolveu entrar, ninguém a atendia mesmo. Vivi levou um susto quando a viu dentro do quarto.

- Sua maluca, quer me matar? – disse se recuperando do susto e abaixando o volume do rádio.

- Eu tentei te chamar, mas não me ouviu – resmungou.

- Desculpa – falou sorrindo.

- Sem problemas, eu vim te fazer uma proposta – disse animada.

- Vocês e suas propostas indecentes – zombou da amiga.

- Deixa de ser boba, Vivi. Eu vou semana que vem visitar o Jensen lá em Vancouver, quer ir comigo? – perguntou esperançosa.

- Poxa Zie, você devia ter me avisado há pelo menos uns dois meses, para eu juntar o dinheiro, porque você sabe que ser fotografa não dá tanta grana assim – ironizou.

- E você acha que eu tenho dinheiro para ir? – brincou.

- Ué, como que você me convida se não tem nem dinheiro para você ir? – perguntou confusa.

- Jensen vai pagar tudo – sorriu.

- Sério? Vai pagar a minha ida também?

- Sim, ele que me disse para te convidar.

- Nossa, ele está rico e eu não sabia? - zombou.

- E como! Então, você vai?

- É claro, ainda mais com tudo pago.

As duas riram.

Enquanto isso, em Vancouver.

- Acho que vou congelar – Jared falou assim que entrou no trailer.

- Hoje está mais frio que nos outros dias – Jensen disse, fechando a porta.

- Então, a Mackenzie chega semana que vem? – perguntou empolgado.

- Sim – Jensen respondeu, estranhando o sorriso no rosto do amigo.

- Legal.

- É, a Vivi virá junto com ela – falou sorrindo.

- A Vivi? Aquela Vivi? – indagou curioso.

- Isso, a Vivi – respondeu rindo.

- Agora está explicada a sua felicidade constante.

- Jared, ela é uma grande amiga.

- Mas é assim que começa – brincou com o amigo.

- Conheço a Vivi desde que ela era criança, não a vejo do jeito que você fala.

- Isso que é o bom, você a conhece, sabe dos gostos dela, do que ela não gosta. Fica muito mais fácil – riu.

- Pronto, agora você também – resmungou.

- Eu também? – perguntou confuso.

- É, a Zie vive querendo me juntar com a Vivi – confessou.

- A Zie é das minhas, já notou que tem algo no ar – Jared gargalhou.

Jensen não respondeu. Ficou pensativo. Será? Ele com a Vivi? Era tudo muito estranho para ele, não a via dessa forma. Claro que ele sabia que ela era linda, a viu crescer e virar mulher, não podia negar isso, Vivi era perfeita. Mas será? Essas perguntas e dúvidas o rondavam já tinha um tempo, mas não sabia o que fazer, então deixou a vida decidir o que seria melhor.

De volta à Dallas.

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