Capitulo 3

Já que, os que o conheciam o chamavam de garanhão devido à quantidade de garotas que eram apaixonadas por ele. Então naquele momento resolveu trocar seu nome sem saber o que o futuro ia reservar para ele.

    — Me chamo Felipe prazer!

    — Felipe, você é daqui?

    — Sim, mas estranho porque nunca te vi por essas bandas! Pensei que fosse turista? — Natasha ficou confusa, tinha que sair daquele labirinto, não podia dizer que morava na cidade de Gramado, tem que ser de uma cidade mais próxima, quem sabe Canela?

   — Eu sou de Canela e você de que cidade?

   — Sou de Porto Alegre capital!

   — Hum! Ainda não fui à capital gostaria de um dia poder conhecer!

    — Quem sabe seu sonho não possa ser realizado. Porto Alegre não é tão longe assim. Duas horas de carro dá para ir tranquilamente! — Os dois estavam se sentindo constrangidos com tantas mentiras, se havia algo que Arthur como Natasha odiava era mentir.

Ou que alguém mentisse. O mal estava feito agora tinham que ir até o fim, e tentar descobrir porque daquela atração irresistível que sentiam um pelo outro. Aproximou-se olhando diretamente nos olhos dela que pouco aparecia por causa da máscara que usava. Tentando desvendar aquele olhar intenso?

E decifrar o que aquela garota escondia de tão especial, porque aquela vontade de beijar a boca carnuda de lábios com batom vermelho, e ela também hipnotizada com olhar dele pra cima dela. Queria sair daí e fugir, mas algo era mais forte do que ela, a vontade de nunca mais sair de perto dele. Queria ser beijada e amada. Até que enfim alguém estava prestando atenção nela.

Mesmo que os rapazes desejavam, mas que nunca fez sentir o que estava sentindo. E aquele jovem desconhecido estava fazendo se sentir amada, desejada e notada pela primeira vez. Era o que ela pensava que muitos queriam, mas nunca despertou interesse. Ele não resistindo e falou.

    — Não sei quem você é! E nem sei de onde vem. Só sei que já tive muitas garotas confesso, mas sentir o que estou sentindo nunca senti! Ela sem saber o que dizer ficou parada desejando ser beijada. Em poucas palavras ele a tomou em seus braços beijando ardentemente não deixando respirar de tão boa a sensação de liberdade e prazer. Os beijos molhados (língua) com língua algo fora do normal.

Ela já havia beijado alguns rapazes que ficaram com ela, mas nunca sentiu essa sensação de prazer e liberdade, queria que o mundo acabasse sem ter que dar satisfação a ninguém. Naquela noite linda de lua cheia que se escondia por detrás das nuvens brancas.

Já passava da meia-noite e ela nem sabia mais que horas estavam ali no jardim do salão, enquanto as pessoas lá dentro dançavam em luz de discotecas embriagadas. Tudo era festa, menos para o casal novo que surgiu. Uma nova paixão que chegou de surpresa sem ser convidada na vida monótona dos dois.

Uma vida cheia de regras e cobranças e nunca eram notados pelo que faziam. Passavam pelo constrangimento de ouvir cochichos de amigos mais próximos de que eles só se preocupavam com estudo e trabalho, nunca namoraram coisas desse tipo. E isso incomodava.

Mas essa noite era diferente e ninguém precisava saber. Era um momento só deles dois, e a lua cheia e as estrelas da noite como testemunhas. Ele então a convidou para sair daquele lugar. Levou ela para um lugar mais seguro e mais sossegado. Enquanto andavam pela rua calma e deserta da cidade sem movimento conversavam e andavam de mãos dadas como dois namorados que se namoravam há muito tempo.

A família de Arthur e de Natasha estavam animados, mas por um instante quando era de madrugada sentiram falta de ambos e procuravam em todos os lugares e não encontraram. E se perguntavam onde os dois podiam estar? Sabiam que os dois estavam sempre juntos e que nunca se desgrudavam pra nada.

O pai de Natasha se chamava Francisco, descendente de Italianos, conservador e linha dura. Era agricultor, marceneiro, e carpinteiro. Trabalhava duro para manter sua família unida. Também lidava no campo, criava animais assim como bois, cavalos, e ovelhas, e bodes, e suínos, galinha, vaca de leite.

E do leite se fazia queijo manteiga e os produtos agrícolas vendia para as pessoas que moravam na cidade. Um homem marcado pelo sofrimento. Sua vida nunca foi fácil. Amava sua família, mas colocava seus princípios éticos e dos bons costumes em primeiro lugar, não gostava muito de coisas modernas.

Nem que sua filha falasse tanto do futuro, assim como viajar para a Europa, nunca foi contra e não deu palpite, mas duvidava de que ela pudesse um dia viajar. E que tudo não passava de um sonho ou quem sabe delírios na cabeça. Um homem cético em relação ao futuro de sua filha como arquiteta ou “design”.

Duvidava da capacidade dela. E só acreditava vendo, mas nunca tivera coragem de falar abertamente, a respeito de sua opinião. Sempre sonhou com um bom casamento, de preferência com um homem mais velho que pudesse dar uma boa estabilidade financeira.

E não passar o que ele passou no início da juventude. Talvez fosse um amor de pai, mas um amor longe de ser compreendido por Natasha que sentia falta de apoio, e afeto paternal. Se não ajudasse pelos menos que não atrapalhasse os planos dela. Francisco não estava gostando nada do sumiço da filha, não queria na boca do povo fofoqueiro. Porque não suportava a ideia de ver sua filha perdida por aí como diziam as pessoas da cidade?

E mandou seus filhos ir atrás dela onde estivesse e não queria sua filha solta por aí sei lá com quem, pensava ele. E assim os rapazes saíram à procura, mas não encontraram para o desespero de Francisco e sua esposa Margarete. Uma mulher calma que preservava muito pela segurança de sua filha, e também estava aflita com o sumiço de Natasha que nunca fez esse tipo de coisa de abandonar todos e sumir assim.

Sempre foi uma jovem comportada que nunca deixou de dar satisfação aonde ia, era obediente cumpria seus deveres da casa. Nunca foi de se meter em confusão, era boa aluna na escola, tirava boas notas para orgulho das professoras, e para orgulho de sua mãe, menos o pai que dizia que estudo não enche a barriga e isso deixava Natasha triste.

Nunca notou que tinha uma filha maravilhosa de bom caráter. Não demonstrava sentimentos. Escondia o que sentia que só chorava quando bebia. Ou quando seus filhos nasciam, mas fazia isso escondido, alguém o ver chorar seria a morte. Eram quatro horas da manhã quando todos foram para casa e preocupados com o sumiço da filha, mas tiveram uma surpresa quando chegaram em casa.

A filha já estava dormindo. Para o alívio de todos, mas Francisco ia dar uma bronca na filha no dia seguinte, ele não tolerava essa desfeita de deixar todos na mão e sair sem dar satisfação.

Eram 11 horas da manhã quando Arthur acordou com ressaca, e dor de cabeça. Talvez fosse o porre da noite anterior da formatura que caiu num sábado. Perdido em seus pensamentos sem saber o que aconteceu na noite anterior. Na medida em que se acordava surgiam imagens que pensavam ter um sonho, um dos melhores da sua vida.

Aquele rosto lindo de máscara que cobria os olhos em plena noite de lua cheia?  E certamente marcaria toda sua vida. Um encontro inesperado de duas almas gêmeas. Estava confuso porque Arthur nunca foi romântico como muitos que conheceu, até debochava de seus amigos por serem. Até que um desses que se chamava Davi falou.

    — Um dia vai encontrar a garota dos seus sonhos e vai se apaixonar e aí vai ver como é bom?

     — Eu nunca vou me apaixonar, isso é coisa pros fracos! Não acredito nessa história de amor?

     — Vai rindo depois não me venha chorar no meu ombro quando isso acontecer! — Arthur se lembrou dessas palavras, e agora estava diante de um mistério porque não sabia de onde apareceu aquela linda garota, que surgiu do nada. Ele que sempre fugiu dessas coisas de amor. Ou de se apaixonar, nunca acreditou por ser bonito e atraente.

Tinha a garota que queria e cansou de tanto assédio. E isso até provocava inveja em seus amigos e até nos seus irmãos que tinham dificuldade em conquistar uma garota. E com Arthur era uma facilidade que até ele mesmo odiava quando isso acontecia, e seus amigos diziam que ele chorava de barriga cheia.

Mas estava diante de um dilema, tentar encontrar a garota que finalmente conquistou seu coração. Nunca havia se apaixonado. E agora, se sentia feliz ao mesmo tempo, sentindo o sabor da paixão, mas estava envergonhado de comentar o fato com alguém. Nem com seus amigos, nem com seus irmãos e muito menos com a sua melhor amiga Natasha. Ia levar essa história até o fim. Difícil esquecer a noite maravilhosa que tivera.

Aquele olhar doce, e à beleza angelical, e a forma como falava com ele. Uma jovem especial, diferente de todas que conheceu. Era domingo e ele não queria levantar. Seus irmãos foram chamar, mas inventou uma desculpa que não estava bem. Para preocupação de sua mãe Janete.

Seu filho preferido que passava a mão na cabeça, despertando ciúme em outros irmãos. Arthur era muito ligado à sua mãe, já não se podia dizer a mesma coisa do seu pai amigo de longa data de seu Francisco pai de Natasha. Ambos eram muito parecidos na forma de pensar, e toda vez que Arthur e Natasha se encontravam se queixavam das mesmas coisas de seus pais.

Sentiam-se rejeitados. E por isso faziam eles dois ficarem mais próximos um do outro. Arthur queria passar o domingo na cama. Não queria conversa com ninguém pensando numa forma de encontrar o paradeiro de Alice.

Difícil esquecer-se dela. Jovem rico e bem sucedido que tinha a garota que quisesse não imaginava que pudesse estar daquele jeito, quase doente de amor por uma desconhecida que apareceu do nada, numa simples festa de formatura, e pensava com ele mesmo!

   — Mas quem a convidou? Será que ela é dessa cidade? É tão diferente de todas que conheci? — Sentia o perfume entranhado na sua camisa. Ela usava uma máscara escura que podia ver só os lábios e olhos verdes da jovem encantadora que tinha uma voz suave, parecia que conhecia aquela voz, mas como a paixão é cega fica difícil decifrar.

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