Capitulo 2

A primeira vez que perdera sua filha foi quando fugiu com João! E dez anos depois, graças a um encontro inesperado dela com sua neta que se reconciliou, a segunda vez perdeu sua filha quando foi assassinada misteriosamente!

Na verdade o que ela carregava era uma enorme culpa pela morte de sua filha e sendo orgulhosa jogou a culpa em João! Sônia era uma mulher rica, poderosa, e frustrada solitária que morava numa enorme mansão na zona sul de Porto Alegre! Sendo viúva e para suportar a solidão tinha uma obsessão em querer ter a guarda de seus três netos!

Diego e Diogo Elizabeth para preencher o vazio deixado pela morte de seu marido que se chamava Dionísio, e sua única filha Joyce! Elizabeth sendo a filha mais velha de João se sentia responsável por cuidar de seus dois irmãos e de seu pai! Agia como adulta responsável pelos serviços domésticos da casa!

E Sônia não aceitava! Achava que sua neta estava sendo explorada pelo pai que de vez em quando bebia desde que perdera sua esposa Joyce deixando sua filha preocupada! E quando o dia amanheceu, João foi acordado pela sua filha!

— Pai! Acorde!

João com ressaca esfregando os olhos de sono mal o dia amanheceu, e perguntou:

— O que foi filha? A casa está pegando fogo?

— Bebeu de novo pai? Levanta escove seus dentes porque tem visita!

— Quem é?

— Oficial de justiça!

— Oficial de justiça? Perguntara espantado! O quê um oficial de justiça está fazendo aqui na minha casa há essa hora?

— É melhor o senhor mesmo ir falar com ele!

— Elizabeth, vá e diga a ele que eu já vou! — Deitado, João ficou pensando consigo mesmo!

— O que este sujeito quer comigo? — Ele levantou e colocou sua roupa! E foi ao toalete escovar os dentes e tomar um banho! Não queria mostrar que havia bebido no dia anterior depois de ter sido dispensado da polícia! Voltando à sala oficial de justiça estava à sua espera!

— Pois não! Em que eu posso ajudar?

— Trouxe uma intimação para comparecer na vara familiar! Sua sogra entrou na justiça pedindo a guarda dos seus três filhos, por favor, queira assassinar estes papéis!

Educadamente João assinou o papel para comparecer na audiência na vara familiar com seu advogado a respeito da ação que Sônia sua sogra entrara na justiça pedindo guarda de seus netos, quando oficial de justiça saiu dizendo:

—Tenha um bom dia!

João leu a intimação sendo marcada a data e à hora local seria na semana seguinte. Furioso, João deu com um muro na parede para o espanto de sua filha!

— O que foi papai?

— Nada filha é um problema meu que eu mesmo vou ter que resolver, não se preocupe comigo. Eu vou sair dessa! Elizabeth voltou para a cozinha preparando o café para seus irmãos e o material para o colégio por ser a irmã mais velha se sentia igual uma mãe ao mesmo tempo! João viu o mundo desabar sobre a sua cabeça, perdeu sua esposa há pouco tempo!

E agora foi dispensado da polícia depois de muitos anos sendo um policial honesto, mas falou demais em público desafiando gente poderosa, e perigosa. E mais uma para completar a maré de azar, ter que brigar na justiça pela guarda dos seus filhos! Que era a coisa mais importante da sua vida naquele momento!

E não imaginava viver sem eles, estava perdendo tudo, mas pensando no que Osvaldo dissera: não podia ser egoísta tinha que pensar no bem estar dos seus filhos! Sabendo que a sua guerra com a sua sogra era desigual, até porque ela era milionária tinha dinheiro para contratar os melhores advogados, enquanto ele desempregado não tinha nada a oferecer aos seus filhos pensou bem.

E abaixou a guarda e resolveu entregar a guarda dos seus filhos por vontade própria. Sem expor a um julgamento que seria muito desgastante para seus filhos, e precisava desviar o foco e não dar armas aos assassinos de sua esposa! Mal ou bem sua sogra podia oferecer mais segurança a eles. E falava consigo mesmo:

 — Vou entregar meus filhos de bandeja para aquela cobra venenosa, mas antes disso ela vai ouvir umas verdades! E saiu de casa e foi até a mansão de Sônia para ter aquele acerto de contas. E ao chegar foi dando ponta pé no portão antes de entrar empurrando o mordomo da casa pra lá deixando cair sobre o sofá da sala.

— Seu búfalo o que queres aqui? Dissera o mordomo!

— Vá chamar a sua patroa que eu preciso falar com ela!

O mordomo assustado com seus olhos pequenos arregalados por ser oriental, de origem japonês que trabalhava há anos na mansão de Sônia! Ele levantou e foi saindo lentamente até os aposentos Sônia que estava lendo um livro em seu quarto, não havia tomado café ainda quando ouviu uma batida na porta do seu quarto.

— O que foi Xinxim? — Este era o apelido que ela costumava chamar!

— Seu genro está na sala bufando de raiva esperando pela! Senhora, diga o que faço! Devo chamar a polícia?

— O quê aquele verme veio fazer aqui, há já sei deve ter recebido a intimação da justiça, diga a ele que já vou, mas fique atento caso ele se altere e aí sim chame a polícia! Será mais fácil tirar a guarda dos filhos dele do que tirar doce da boca de uma criança!

— Sem pressa ela se arrumou elegantemente como sempre foi! Queria deixar João mais nervoso, desejava que ele perdesse a cabeça e agredisse. Assim João perderia a guarda dos filhos para sempre! Era o que ela mais sonhava na sua vida! E quando veio na sala viu que João estava de pé esperando por ela e ouviu aquela voz rouca e sexy que deixava ele irritado!

— Hora! Hora! Veja só quem está aqui para me fazer uma visita surpresa se não é meu querido genro, mas fique a vontade o mordomo vai trazer um cafezinho para nós dois! João olhou Sônia toda elegante de fato era, com 45 anos, bem conservada, jovem, bela, alta, cintura fina e lindas pernas.

Embora escondendo muitas frustrações nas quais João não sabia. Ironicamente João olhou da cabeça aos pés observando os passos lento vindo na sua direção caminhando com classe. E como João nunca foi hipócrita, gostava de dizer o que pensava.

— Nossa não precisava se produzir tanto para me receber, não sou tão importante assim?

Sônia olhou pra todos os lados, e ele dissera:

— Não se preocupe, não quebrei nada na sua casa! Só vim ter uma conversa séria, na verdade achou que eu faria isso, que era perder a cabeça e você ia chamar a polícia assim eu perderia a guarda dos meus filhos, mas vamos ao que interessa, quero saber o que pretende fazer com a guarda dos meus filhos?

— Isso vou dizer na frente do juiz!

— Não precisa, vou entregar espontaneamente pra você! Porque não quero expor meus filhos a um tribunal! Eles sofrem demais com a perda da mãe!

— Conversa, está fazendo isso pra não sofrer um massacre em frente ao juiz!

— Se está tentando me provocar com suas insinuações está perdendo seu tempo, a minha decisão de te entregar a guarda dos meus filhos a você é porque não sou egoísta como certas pessoas que acham que o mundo gira em torno dela! Eu estou pensando na felicidade deles!

— O que está insinuando seu verme?

— Não estou insinuando, estou afirmando porque este interesse de querer a guarda dos meus filhos não é por amor a eles, e sim uma vingança pelo fato de sua filha ter te desafiado, e te deixado pra fugir comigo! Porque você é o tipo de mulher que nunca gostou perder, e essa guerrinha é apenas para me atingir sua cobra venenosa!

— Como ousa a vir à minha casa dizendo essas coisas? E como ousa duvidar do amor que eu sinto pelos meus netos! É por causa deles que me reconciliei com a minha filha e quero o melhor pra eles!

— É difícil acreditar que exista amor nesse coração de pedra! De uma mulher fria e egoísta como você!

— Pode acreditar, mas isso pouco importa, estou pouco me lixando se acredita em mim, o que importa que aqui comigo eles esteja bem melhor, eu posso oferecer melhores condições para eles estudaram. E terão os melhores colégios, as melhores roupas, e você não terá condições psicológicas para cuidar deles!

— Isso ninguém duvida que a senhora tenha melhores condições de vida tem dinheiro! A pergunta é? Será que eles vão ser felizes como estão comigo?

— De que jeito eles podem ser felizes com um pai que vive bebendo por aí, e está desempregado, não posso deixar de conviver com um pai irresponsável como você!

— Escute aqui sua víbora! Estou deixando meus filhos porque estou desempregado e por medida de segurança, mas ai de ti fazer eles infelizes, vou procurar um emprego, depois eu volto para buscar e aí sim vamos brigar na justiça, daí é o juiz que vai decidir com quem eles vão ficar!

— Que história é essa por medida de segurança, o que você está querendo dizer com isso? — João respirou um pouco tentando se acalmar e conversar educadamente!

— Eu andei falando o que não devia para imprensa a respeito dos assassinatos até da minha esposa, e acho que andei mexendo com gente muito perigosa! E Osvaldo esqueceu de me alertar antes de eu falar para a imprensa. E um dia depois fui dispensado da polícia só porque falei coisas que não devia, é por isso que estou deixando eles com você, que tem condições de dar mais segurança a elas! Está me entendendo?

— É sério isso o que você está me falando?

— Olha bem pra minha cara e vê se estou brincando com uma coisa séria como essa? Mas é claro que é sério!

— Não sei, talvez estivesse fazendo isso para disfarçar a sua derrota!

— Vou fingir que nem ouvi uma besteira destas! Porque gente como você, que é rica e solitária, fica assim arrogante e prepotente se achando a dona da verdade, no fundo eu tenho pena de pessoas assim que tem muito dinheiro e não tem com quem dividir! Afinal sua filha preferiu fugir de casa, seu marido morreu de desgosto.

E depois está ficando velha e a sua única companhia e os animais que vão lamber suas feridas quando ficar sozinha, porque pessoas assim duram tempo, porque tem que pagar todos os pecados aqui na terra! Aqui se faz é aqui se paga!

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