Capítulo cinco

                                                      Alisson Parker

O bom de ter o seu próprio negócio é que você, às vezes, pode tirar um tempo apenas para si. Foi o que a Alisson fez nesta sexta feira, depois do almoço ela foi andar pelo calçadão.

Apesar do clima agradável não tinha tantas pessoas na rua, apenas alguns jovens na prainha.

Sentindo o celular vibrar no bolso, logo vê o nome do seu namorado na tela

— Scott.

— Oi, minha flor

— Está tudo bem? — Por mais carinhoso que ele seja, não tem o hábito de ligar.

— Sim, só bateu saudades...

— Ah, também estou com saudades — não continha aquela empolgação verdadeira.

— Está em casa?

— Não, decidi caminhar um pouco.

— O que está fazendo fora de casa? — A pergunta não tinha um tom agradável, ela não respondeu imediatamente. — Quer dizer, não gosto que ande sozinha, sabe que cuido de você, minha flor.

— Sim — de repente o clima já não era o mesmo para ela.

— Tenho que desligar agora, não demore na rua, te amo — ela não teve chances de responder pois o mesmo já tinha desligado.

— Você deveria ganhar um prêmio por ser adorável desse jeito — uma voz conhecida a assusta.

— E você deveria ganhar um, mas por assustar os outros.

— Não sabia que eu era tão feio assim — o comentário arrancou uma risada de ambos.

— Olá... desculpa, esqueci seu nome — realmente ela não lembrava.

— Vincent e a propósito, não é muito legal chamar uma moça bonita de “sem nome”.

— Me chamo Alisson — dessa vez ele estava sem jaquetas, mas com uma blusa preta e jeans que marcavam cada músculo.

— Posso me sentar, Alisson?

Não sabia que motoqueiros eram educados, imaginava um monte de bárbaros com cervejas em um mão e mulheres em outra, sem contar os palavrões.

Ela acena com a cabeça e ele se senta ao seu lado no banco que tem no calçadão.

— Como uma cidade pode ser tão calma? — O comentário do Vincent a faz sorrir, pela segunda vez.

— Guimarães ganhou esse título, acho que, pela grande maioria, ter nascido e criado aqui. Além do clima favorável para caminhadas, essas coisas...

— Entendo, mas... não há nada ilegal?

— Está querendo drogas, senhor Vincent? — Ela pergunta divertida, mas dependendo da resposta com certeza sairia correndo.

— Eu tenho cara de quem usa essas coisas?... Certo, não responda — Ela não aguenta o semblante engraçado que ele faz e cai na gargalhada.

— Vai rindo, querida, esta cidade não me aguentaria.

— Falando nisso, sem ofensas, mas é estranho olhar um monte de motoqueiros numa cidade tão pequena. O que vieram fazer aqui?

Ela nota que a pergunta o deixou agitado, mas com certeza, é o que todos estão querendo saber.

— Negócios, querida.

— Que tipo de...

— Vincent! — Uma voz grossa interrompe a sua fala.

— Oi cara — Vincent responde ao homem, quando ela olha para frente, precisa piscar várias vezes.

Ele é alto e está com uma blusa cinza mostrando seus braços cobertos por tatuagens e um jeans escuro, loiro com uma barba grande moldando o seu rosto, seus olhos incrivelmente azuis estão focados nos dela. Ele parece saber exatamente o que ela pensa, um fato que a fez se sentir desconfortável.

A definição dele com certeza é “quente como um inferno”, ele deveria estar com uma placa sinalizando “perigo”.

— Alisson, este é o Airon.

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