Meu Vizinho Sedutor
Meu Vizinho Sedutor
Por: aly
Um

Um momento que era pra ser prazeroso, chegou ao ponto que mais parece rotina. Em pensar que quando começamos o namoro, toda aquela tensão que pairava sobre nós me dava tanto tesão, e agora não sinto mais isso. Sinto como se fosse acordar de manhã e escovar os dentes. Apenas obrigação.

Lembro da nossa primeira vez como se fosse ontem. Foi tudo tão perfeito, tão caloroso, tão prazeroso, que eu não consigo entender o porquê, de agora ser tudo tão monótono e rotineiro.

Era um daqueles raros dias quentes em Londres, quando meus pais decidiram sair à procura de novos móveis para a casa da fazenda e por coincidência, os pais de Mateo foram também, já que fomos criados juntos e vivíamos muito grudados.

Mas nós tínhamos um segredo. Desde os treze anos, nós meio que namorávamos. Fomos criados como irmãos, mas eu o via mais do que isso. Sempre tive uma atração diferente e nosso primeiro beijo aconteceu atrás da casa da minha avó. Brincávamos de pique-esconde em um campo, afastado do centro e desde então, nós não nos desgrudamos.

Assim que meus pais saíram, liguei para Mateo e ele veio até minha casa. Nós mal nos cumprimentamos e já estávamos nos beijando e indo em direção ao meu quarto. Eu tinha quinze e Mateo dezessete, quando decidimos perder a virgindade.

Eu confiava nele de olhos fechados e sabia que ele não faria nada de que eu não tivesse vontade.

Estava pronta e queria muito aquilo.

Nossos amassos estavam cada vez mais quentes e o calor do dia fez com que tirássemos as roupas e as jogássemos em qualquer canto do quarto. Não estava preocupada com mais nada, apenas com meu namorado e seu corpo quente em cima de mim.

Ignorei totalmente o mundo ao meu redor e deixei o calor do momento me levar. Mateo me conduzia com leveza enquanto mordiscava meu pescoço e descia um pouco para me provocar. Eu puxava seu cabelo e mordia seus lábios em sinal de que queria mais. Eu sabia que ele adorava quando eu fazia isso, então fazia sempre que queria excitá-lo e provoca-lo mais, para que ele me pegasse com mais força.

Sua pegada era incrível e seu cheiro me excitava. Ele me beijava com desejo, mas conseguia ser delicado ao mesmo tempo. Ele foi descendo seus beijos por meu pescoço, seios, parando por um instante ali e logo descendo pela barriga até chegar na minha intimidade.

Mateo me fez sentir sua respiração quente em minha vagina e o roçar de sua barba rala nas minhas coxas. Me fez arquear as costas e puxar seu cabelo, com força. Eu nunca havia pensado que um simples toque como aquele, pudesse proporcionar tanto prazer a uma pessoa.

O leve encostar de sua língua em meu clitóris me fez ver estrelas e fogos de artifício juntos. Era uma mistura de prazer, emoção e satisfação fora do comum. Sentia como se eu fosse explodir até que ele começou a me estimular com os dedos e me deixava cada vez mais excitada.

Mateo me deixava completamente saciada com seus toques, mas eu pedia por mais, suplicava por mais. Até que sem esperar, ele tocou em meu sexo mais uma vez, me estimulando e me incentivando a lubrificação natural. Quando eu soltei mais um gemido de prazer e ele segurou seu membro já coberto com uma camisinha e colocou apenas a cabecinha, que já me fez arfar e pensar em mil coisas ao mesmo tempo. Tentei relaxar, então olhei em seus olhos castanhos e pensei em tudo que nós já vivemos e em tudo que ainda viveríamos. Aquilo me ajudou a superar a dor inicial.

Os movimentos de Mateo eram calmos e ritmados, como se fosse uma coreografia ensaiada há meses. Mas eram apenas movimentos de entra e sai seguidos por leves reboladas que estavam me deixando maluca e fora de mim mesma. Arranhava levemente suas costas com uma mão e o puxava pelo cabelo para mais perto, afim de que pudesse beija-lo e o sentir mais perto de mim.

Nossos corpos se mexiam quase que automaticamente e eu me sentia em total êxtase, assim como ele também. Sabia disso porque via seus olhos se revirarem e sentia suas mãos em meus quadris e cintura, me apertando forte quando ele já estava quase chegando ao ápice. Mas ele se segurou ao máximo, afim de que eu pudesse chegar lá também. Então quando eu gozei, pela primeira vez na vida, ele se deixou levar pelo momento e gozou também, logo se jogando em cima de mim, exausto e suado.

Mateo ainda resgatou as forças para se inclinar e me beijar na testa e cair ao meu lado enquanto me abraçava. Continuamos abraçados por um tempo mas não aguentamos o calor. Então Mateo se levantou e foi vestir suas roupas, mas no momento em que ele abaixou pra pegar a calça que estava num canto do quarto, a porta se abriu e meu irmão mais novo saiu gritando pela casa.

— Mãaaae, paaaai, o Mateo está pelado no quarto da minha irmãaaaa!

O desespero tomou conta do meu corpo e eu só podia sentir minhas pernas bambearem e minha respiração, que antes estava tranquila, se descompassar.

Não sabia mais o que esperar. Caí sentada na cama quando meus pais entraram pela porta do quarto e pegaram, Mateo sem camisa, suado e com medo e eu tentando esconder meu corpo com um lençol.

Realmente aquilo não poderia ficar pior do que já estava. Eu não sabia onde enfiar minha cara. Queria muito ser um avestruz e poder esconder minha cabeça no chão. Mas meus pais fizeram uma cara de "isso era segredo para quem?" e me tranquilizaram quando sentaram ao meu lado na cama e chamaram Mateo a se sentar também. Então já esperei por um sermão.

— Hope, Mateo... Não precisam ficar com medo, não estamos aqui pra brigar com vocês. — minha mãe disse. — Na verdade, nós já sabíamos. Só estávamos esperando a atitude de vocês vir nos contar. Eu realmente não queria ter pego vocês nessa situação, afinal não é uma situação muito boa para descobrir que seus pais sabem do seu namorinho de infância. Mas enfim, não vamos brigar. Eu gosto do Mateo, assim como seu pai também e espero que vocês saibam o que estão fazendo. E que tenham usado camisinha.

Minha mãe me deixou completamente sem graça falando comigo daquele jeito. Ainda mais na frente do meu pai. Mas por um lado foi bom saber que podia contar com ela daquela maneira. E que ela não ficou, super, mega, chocada, sobre meu relacionamento com Mateo. Até porque, eu sabia que não seria coisa de momento.

Pelo menos foi assim que eu pensei durante quase oito anos estando junto a ele. Foi tudo uma maravilha, um verdadeiro mar de rosas. Mateo é um príncipe e isso causava inveja em qualquer uma que olhasse. Meu pai o adorava, assim como todos os vizinhos e parentes. Diziam que tínhamos que nos casar e que éramos feitos um para o outro. Mas aquilo não era mais suficiente pra mim. Era sempre a mesma coisa.

Hope e Mateo indo ao cinema. Hope e Mateo de mãozinhas dadas. Hope e Mateo assistindo algum filme em casa. Hope e Mateo dormindo de conchinha.

Hope e Mateo.

Hope e Mateo.

Hope e Mateo...

Aquilo foi incrível para mim enquanto eu era uma adolescente, mas agora que me tornei uma mulher, eu tinha desejo por coisas novas, anseio por pessoas novas, ares novos e Mateo não pode me dar isso.

Me vejo presa em um relacionamento que não me satisfaz apenas por comodismo. Estava empurrando com a barriga, como dizem por aí. Me sinto presa pela pressão que todos colocam em cima do nosso relacionamento. Todos têm tanto amor por nós dois juntos, que não sei como seria a reação de todos ao saber que eu já não sinto o mesmo de antes.

Eu tenho medo da solidão, tenho medo de não encontrar alguém que goste de mim tanto quanto Mateo gosta, mas ainda assim, quero me arriscar.

[...]

Quando o dia amanheceu, eu já me sentia exausta por lembrar da rotina que me seguiria por mais um dia. Me levantar, escovar os dentes, preparar o café, acordar Mateo, esperar ele vir de grude para cima de mim, lavar a louça e pensar no que fazer de almoço e talvez ir ao supermercado.

Todos os dias, enquanto me lamento da vida rotineira que estava vivendo, eu vivia lembrando de como era quando começamos a morar juntos.

Estar ao lado de Mateo, era perfeito. Namoramos desde sempre, mas também sempre foi escondido, pelo menos até os meus quinze anos. Mesmo quando deixou de ser proibido, ainda assim não era o suficiente. Então quando começamos a dividir o mesmo teto, poder estar com ele dessa maneira, dormir com ele, cozinhar com ele... Estava tudo, perfeito.

Em uma manhã, eu me levantei e fui preparar aquele café da manhã especial. Eu estava sexy, usando minha camisola de seda e renda branca, com um leve decote, o cabelo solto e levemente bagunçado. Estava de costas para a sala, então fui surpreendida pelo meu moreno apenas de cueca, me abraçando por trás.

Não podíamos fazer nada que nos dava choque, quase que literalmente, tudo nos dava tesão. A casa era a típica casa de recém casados. Bagunçada, mas ainda assim, organizada. Não podia pegar na vassoura que Mateo já vinha me beijando, até que eu cedesse e fosse para o quarto com ele.    

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