Primeiro capítulo

- Gaby, podemos fazer o trabalho hoje à tarde?

- Tenho que ver, eu estava preparada para hoje de noite depois que o papai chegar. Sabe como é complicado se a senhora Lea estiver em casa.

- Eu queria jogar hoje.

- Eu te ligo se estiver sozinha. E podemos jogar depois.

- Está bem! Pensei em sentarmos lá na frente de casa.

- Vernoin!

- Que?

- Nada não! Esqueça depois te ligo!

Entrei em casa rezando para minha madrasta não estar. Na frente do meu pai ela me trata até que bem, assim por dizer, mas passar o dia sozinha com ela é um sacrifício, ainda bem que ela vive viajando. Quando o papai foi transferido para cá sendo diretor da filial de Paris, eu tinha quatros anos, logo depois os pais do Vernoin vieram morar aqui na casa do lado quando ele tinha cinco anos. Meu pai conheceu a Jennie Lea quando a Sofia, irmã do Vernoin nasceu há oito anos, ela é não sei o que de não sei quem, colega de trabalho eu acho. Minha mãe ficou morando no Brasil com a minha outra família, sempre que posso viajo para vê-los. Hoje estou com quatorze anos. Me chamo Gabriela, mas pela “complexidade” do meu nome me chamam de Gaby. Passo a maior parte do dia socada no meu quarto, geralmente eu faço os lanches na casa da tia Melody que conhece a situação dentro da minha casa. Às vezes acho que meu pai também sabe, mas não quer acreditar... Mas sempre que posso realmente nem olho para ela. Entro e saio pela janela do meu quarto para não me deparar com ela.

Certo hoje ela não está, larguei minhas coisas e fui tomar um banho.

- Gaby, posso entrar?

- Entra, Sofia, estou no banheiro do meu quarto.

- A mãe disse para você ir lá em casa tomar café.

- Já estou indo, obrigada.

- Vou esperar você.

Ela deitou na minha cama e começou a jogar no meu celular. Saí do banheiro e terminei de me arrumar no quarto.

- Gaby, você já teve namorado?

- Ah! Eu fiquei com alguém lá da escola, por quê?

- Eu estava pensando, em aceitar um pedido de namoro que um menino me fez!

- Não, você é muito nova ainda, namorar é uma responsabilidade muito grande, você gosta dele?

- Você gostava do menino?

- Olha, é bem delicado falar sobre esse assunto, So. Mas eu gostava dessa pessoa sim, mas ela foi embora.

- E se ele tivesse ficado?

- Acho que estaríamos juntas ainda!

- Juntos, Gaby!

- Não, So, juntas, nós duas estaríamos juntas.

- Ou! Era outra menina?

- Era sim.

- Nossa, Gaby, o mano sabe disso?

- Sabe sim!

- E você gosta de meninos?

- So, acho que isso não é assunto para sua idade ainda. Mas sim eu gosto de meninos.

- Mais de meninos ou mais de meninas?

- Ai Sofia, isso é demais, mas irei te responder. Gosto mais de meninos...

- Sério, legal!

- Já ficou com ele?

- Quem?

- Com o Vernoin, Gaby, não se faz de desentendida!

- Pergunta para ele!

- Já ficaram juntos, né?

- Eu não irei te responder, pergunta para ele! Vamos lá toma café.

- Eu vi você dois no seu quarto semana passada!

- O que você viu? Olhou bem quem era? Chegou a me reconhecer?

- Não era você? Eu não olhei muito, fiquei com vergonha. Desculpa, achei que fosse você, Gaby.

- Não espia atrás das portas, isso é feio. Seu irmão irá ficar doido quando descobrir que você estava espiando ele...

- Ih! Não fala para ele, tá?!

Acenei com a cabeça e fomos tomar café.

- Oi tia, com licença!

- Entra querida, vem o Vernoin foi arrumar as coisas para o trabalho que vocês têm que fazer. Filho desce, a Gaby chegou. Seu pai ligou e pediu pra você dormir aqui hoje, a Jennie foi viajar e ele chegará muito tarde.

- Depois eu vou com você buscar suas coisas, mãe podemos ficar jogando lá, né?

- Podem sim, só venham antes de escurecer. Ou melhor como vocês não tem aula podem ficar jogando no seu quarto.

- Eu posso ficar junto.

- Não! Você fica falando enquanto jogamos, atrapalha. Né, Gaby?

- Não sei, vocês se entendam. Tia quantos dias ela vai ficar fora?

- Não sei querida, quer conversar comigo?

- Não, hoje não!

Tomamos café e fomos sentar na frente da casa para fazermos o trabalho, terminamos e fomos ver minhas roupas, pois eu já tinha tudo lá na casa deles, só estava sem roupas, geralmente eu durmo com os pijamas dele, mas como eu não tinha hora para ir embora, fui pegar uma roupa, pois também usava as dele quando precisava, nem sei o motivo que fomos para falar a verdade, acho que queria ficar sozinha com ele para falar que a irmã dele sabia o que havia acontecido na semana passada, e achava que era nós dois.

- Deixa ela achar!

- Mas se ela fala para alguém não poderemos mais ficar sozinhos... Acabou torneios na madrugada, futebol, basquete e tudo que fazemos juntos...

- Verdade o que ela tem que espiar...

- Vamos ter que pensar na resposta se alguém nos perguntar, se me apertarem eu falo a verdade, eu vou tirar o meu da reta, meu pai quase me matou quando soube que eu fiquei com a Hana. Se ele desconfiar que podemos ter algo ele nos separa, e seu pai também...

- Tá, eu vou consertar isso! Desculpa. Vamos jogar...

Ficamos jogando até a So nos chamar...

- Eu disse antes de escurecer crianças.

- Desculpa, tia!

-Desculpa, mãe!

- Seu pai já descerá para jantarmos, sentem e sirvam-se.

Jantamos e fomos para o quarto. – Onde estão suas coisas?

- Esqueci no sofá!

Ele me deu um pijama dele, nos trocamos, assim sem frescura, viramos de costas um para o outro e trocamos de roupa. Sentamos no chão e ficamos jogando até o outro dia.

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