Dores do Passado

   Quando chegamos na loja, viro a placa com o lado que diz Aberto para fora e volto para trás do balcão.

   — Preciso continuar trabalhando, mas você pode ir para o quarto dos fundos e ficar à vontade. – afirmo. – Guarde suas coisas, veja televisão, faça o que quiser.

   Anthony balança a cabeça.

   — Na verdade eu preferia ficar aqui, se você não se incomodar. Só por ter passado aqueles trinta minutos dentro da casa dos meus pais e longe de você, já voltei a sentir tonturas e calafrios. Por isso quero me manter por perto.

   Reprimo um suspiro.

   — Tudo bem, você é quem sabe. Então não fiquei aí em pé, puxe aquela cadeira do canto e se sente.

   Ele faz o que eu pedi e se acomoda bem na frente de uma estante cheia de livros usados.

   — Algum desses exemplares fala sobre nós? – pergunta, correndo levemente as pontas dos dedos pelas lomba

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