54 Um amor fora dos padrões - Série Fora dos padrões 01
54 Um amor fora dos padrões - Série Fora dos padrões 01
Por: E s Vanic
Prólogo: Never say Never 

And it feels like I am just too close to love you

There's nothing I can really say

I can't lie no more, I can't hide no more

Got to be true to myself

And it feels like I am just too close to love you

So I'll be on my way

Alex Clare - Too Close

Prólogo: Never say Never 

Connor 

Albany , 22 de Setembro de 2007

Miracle estava dando uma baita festa de volta às aulas na casa do meu pai em

Albany, ela sempre oferecia essa festa nessa época do ano e pela primeira vez em

quase oito anos, eu estaria presente. Não havia avisado meu pai ou minha prima

sobre a minha volta, queria fazer uma grande surpresa para Minnie. 

Estava dirigindo meu amado Lotus Elise, o carro era uma preciosidade, um verdadeiro

clássico. Carros como esse, sempre foram minha paixão. Eu tinha herdado esse gosto

por carros antigos, da minha mãe, ela amava carros velhos. Uma lembrança invade

minha cabeça, era um dia de verão, eu e minha mãe estávamos brincando pelo quintal

da casa de Albany, a mesma casa que estou indo agora. Estávamos tão distraídos

que nem vimos meu pai chegar, ele havia comprado um Mustang Fastback vermelho

para ela. Me lembro do grito de alegria que ela deu, além do olhar de felicidade que

ela dirigia ao meu pai. Eles eram um ótimo casal, até minha mãe partir e meu pai se

fechar para tudo, até parar mim.

Afasto as memórias antigas e me foco no restante do caminho, Minnie sem dúvidas

ficaria feliz de me ver, a festa deveria estar bombando quando eu chegasse e eu iria

aproveitar com alguma das amigas da minha prima. Quando estaciono em uma das

vagas que a casa possui, escuto risadas e uma música abafada. Saio do carro e pego

minha bolsa de viagem na bagagem. Antes de ir para porta, dou uma boa olhada ao

redor, tudo está do mesmo modo de anos atrás, sorrio com isso e caminho até a porta,

resolvo bater ao invés de entrar direto. Espero alguns minutos até que uma mulher

abre a porta sorrindo.

Ela possui um sorriso lindo e genoíno, seu rosto reluzente e seus olhos, que possuem

um tom peculiar de verde, espelham felicidade. A mulher é gorda e possui longos

cabelos vermelhos brilhantes. 

— Hey, você veio para festa? — Ela pergunta me encarando, eu confirmo com um

aceno de cabeça o que a faz sorrir ainda mais.— Bom, temos bebidas na cozinha,

batata frita, pizza e nuggets de frango na sala, entra ai e aproveita! 

— Qual o seu nome? — Acabo perguntando quando ela me dá as costas, mesmo

sendo gorda demais, seu corpo me dá ideias.

— Porra, você não é da faculdade. — Ela fala se virando, ela estuda meu rosto antes

do reconhecimento tomar o seu belo rosto.— Você é o Connor, o filho do Jemi e o

primo da Miracle!, Bem vindo!, Eu sou a Audrey.

— Então você me conhece? — Pergunto sorrindo de canto, já tinha minha vítima da

noite na mira.

— Não, a sua prima que me disse que você estava para chegar.— Ela me olha com

atenção, analisa meu rosto e vejo que os olhos dela descem pelo meu corpo.

— Molly!, Molly!, Corre que o Jared vai se jogar pelado na piscina.— Do nada aparece

uma garota loira.— Você não pode perder isso, vamos!— Audrey ou Molly se vira para

ir, mas eu dou um passo à frente e seguro o braço dela. 

— Então você não é Audrey? 

— Sou sim, Audrey Molly Hepburn, mas o Molly é para os íntimos e adivinha, você não

é um deles.— Ela se solta o braço e segui o caminho dela rumo ao lado de fora e eu

fico parado como um idiota olhando para ela.

 Esse é um mal sinal.

Audrey 

Fico surpresa olhando Miracle enquanto ela sorri me olhando com malícia. 

— O Connor estava perguntando quem era você, eu acho que ele gostou de você.—

Minnie diz animada.— Seria tudo tão perfeito ter vocês juntos, só assim para ele toma

um pouco de juízo.

— Eu não gostei do seu primo, ele pode ser bonito, mas como você vive dizendo, ele é

um idiota.— Digo colocando mais gelo no balde.— Não quero me envolver com outro

babaca.

— Eu estou dizendo, isso em algum momento vai rolar, eu tenho certeza disso.— Olho

minha amiga e busco alguma diversão em seu rosto, mas vejo que ela está sendo

sincera.

— Toma, leva esse gelo lá para fora,  e para de encher o saco com essa história

maluca.— Falo dando o balde para minha amiga, ela apenas ri e sai da cozinha rumo

ao quintal onde nossos amigos estão se divertindo.

Miracle sempre deu as melhores festas, não havia ninguém que poderia falar o

contrário, as melhores festas da faculdade eram dadas por ela, quando não era no

campus, eram realizadas na casa de Jemi. Afasto os pensamentos e abro a geladeira

para pegar uma cerveja, abro e dou um longo gole antes de fechar a geladeira, mas

assim que fecho a porta dou de cara com Connor, ele sorrir para mim e eu fico séria.

— Minha prima falou que você é um pouco anti social com pessoas novas.— O rapaz

para na minha frente e pega a garrafa da minha mão.— Como um cavaleiro, irei ser

simpático por nós dois.

— Não estou pedindo para ser simpático por mim, nem para roubar minha cerveja.—

Digo pegando a bebida de volta.— Na geladeira tem.— Falo sorrindo, meu corpo está

quente e minha mente diz que devo ir embora dali correndo, decidida, começo a

caminhar para porta que dá para o quintal. Estou quase na porta quando sinto uma

mão envolver o meu braço e me parar, logo o corpo de Connor está colado ao meu,

um arrepio toma meu corpo no instante que ele leva seus lábios até o meu ouvido.

— Eu quero a sua cerveja, essa é a única que tem o sabor dos seus lábios.— A voz

grossa e quente de Connor fazem meu corpo derreter, mas logo me recupero e me

afasto do homem.— Você tem namorado ou algo assim?

— Não, só não curto o seu tipinho.— Digo o encarando.— Não estou interessada no

seu joguinho Connor.

— Não está mesmo Audrey? Será mesmo que não está?— Insistente e invasivo, isso

caracteriza Connor Embry.— Me dei a cerveja.

— Não! — Nego.— Pega uma para você e me deixe em paz, tenho uma festa para

curtir.

— Vou pegar sim.— Pego, ele dá um passo à frente e toma a garrafa da minha mão,

Connor bebê todo o líquido antes de colocar a garrafa sobre a pia.— Agora já foi, uma

delícia.

— Canalha...— Sorrio com malícia observando o sem vergonha sorri de canto. —

Espero que tenha aproveitado o sabor dos meus lábios.

Dou as costas e saio em direção ao quintal. Connor era uma tentação, uma tentação

que eu estava tentada a me render. 

Mas isso nunca aconteceu, Connor foi embora no dia seguinte sem dizer e assim,

minha rendição ficou no passado junto com uma grande desilusão.

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