Capítulo 03

Chegaram a uma parte da pista de dança, estava tocando Alessia Cara - Here. Ele puxou-a levemente pela cintura para mais perto. 

— Você sabe dançar? — Ele falou em seu ouvido. 

— Você sabe? — Ela falou retribuindo a provocação. 

Andy passou uma das mãos pelo pescoço de Pietro enquanto mexia seu quadril sensualmente ao toque da música, ele sorriu se sentindo tentado então apertou as mãos em sua cintura e começou a mexer seu corpo em sincronia com o dela. A música trazia uma vibração desconhecida! Andy não sabia se os copos de Uísque estavam começando a fazer efeito ou se o cheiro de Pietro estava a embriagando, era inacreditável como aquele homem era ainda mais sexy dançando.

Eles se encararam; Andy desceu a mão passando pelas costas de Pietro e sorriu ao vê-lo se arrepiar com o toque, estava extasiada. Ela dançava como se estivesse em um palco, parecia brilhar e seu sorriso então... “Nossa, que sorriso” Ele pensou, hipnotizado pela mulher dançando à sua frente.

Ele aproximou mais o rosto enterrando-o no pescoço dela e inspirando seu cheiro enlouquecedor, enquanto com uma mão apertava firmemente sua cintura, com a outra ele passou por seu pescoço, e subiu levemente por sua nuca, ele puxou-a levemente fazendo com que a cabeça de Andy levantasse um pouco mais e depositou um beijo em seu queixo. Ela o encarou arqueando uma das sobrancelhas como uma resposta provocativa para aquela atitude. Era inacreditável o quanto ele queria beijá-la, não; beijá-la, não. Ele queria devorá-la, possuí-la, ver aqueles olhos roxos revirando-se de prazer enquanto ele a explorava infinitamente!

Andy encarou os lábios de Pietro com um desejo voraz e irreconhecível, queria morder aqueles lábios, beijá-lo com toda força que pudesse, queria mostrá-lo todo poder que tinha; todo o poder que havia aprendido durante sua vida... Então ela percebeu, poder! O poder machuca as pessoas, ela não podia mostrá-lo o que tinha aprendido porque todos os dias ela tentava esquecer e fingir que tudo não havia passado de um pesadelo. Ela parou; estática, ele a fazia retornar... Ele trazia seu eu monstruoso de volta, homens egocêntricos faziam isso, usavam as mulheres, ele a usaria, estava a manipulando e ela estava deixando! Estava trazendo de volta o que ela tentou apagar a todo custo.

Mas não poderia deixar que ele tivesse tanto controle sobre ela, jurou a si mesma que nunca mais homem poderoso nenhum a controlaria, ele não teria esse poder. Sem pensar duas vezes, ela saiu correndo da pista de dança em direção ao banheiro feminino.

***

“Um homem aparentando ter entre 40 a 50 anos; alto, branco, de cabelos lisos e curtos; sentou-se no bar de um hotel elegante, pediu duas taças e um vinho caro ao garçom para saída. E por enquanto serviu-se de Dry Martini. O belo homem estava observando o salão ao ver uma linda mulher de longos cabelos negros e olhos roxos entrar e sentar ao seu lado, ela vestia um longo e apertado vestido roxo que contrastava tanto seu decote como seus olhos, nos lábios um batom vinho chamava sua atenção. 

— Olá, boa noite. — Ele cumprimentou-a sorrindo. — Imagino que seja a Senhorita Cattleya. 

— Boa noite. Sim; é um prazer conhecê-lo, Senhor Cezar. 

— Você é extraordinariamente linda. Pronta para o nosso passeio? — Ele a encarou. 

— Não foi para isso que fui chamada? — Ela sorriu gentilmente.” 

***

“— Alô? — Ela falou ao telefone desesperada. — Celly eu preciso de sua ajuda. 

— O que houve? — Celine bocejou notando que ainda eram três da manhã e sua amiga costumava estar trabalhando esse horário. 

— Eu acho que matei um homem! — A garota falou com a voz embargada do outro lado da linha. 

— Como? Cattleya, o que está acontecendo? — Celine se sentou na cama apavorada pelo que estava escutando.

— Eu fui estuprada. — Um soluço soltou de sua garganta, sua respiração estava ofegante. — E quando ele achou que eu não tinha mais força para lutar, então eu chutei suas zonas baixas. E, eu peguei sua arma. E então eu atirei. — As palavras saiam rápidas e apavoradas de seus lábios. 

— Onde você está, Catty? — Celine levantou da cama tentando vestir a roupa ligeiramente. 

— Eu não sei, aquele verme me estuprou, Celly! Eu estou numa estrada deserta, não tem casas aqui.Eu saí correndo da casa, mas não tem nada, nem ninguém aqui; eu estou perdida. Por favor, Celine, me ajuda!”

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