Capítulo 2

- Bem, sei que não estou em condição de pedir nada, depois do que este idiota fez. Mas desde que vocês coloquem as mãos onde possa ver, a arma irei guardá-la. – Olhei diretamente para a senhora que não largou dos meus olhos. E recuei pela primeira vez notei amor nos olhos de uma pessoa. Ali, tinha a minha resposta. Nunca, mesmo que saísse em um caixão iria disparar contra ela. Iria protege-la para sempre, como a minha pequena Makeila. – Já esta! – Afirmei. Colocando a arma atrás das costas.

- Como sabe que ele fez asneiras das grandes? – Prenunciou-se o homem em minha frente.

- É o que ele faz de melhor. – Respondi sem retirá-lo do meu campo de visão.

- E tu? És uma ladrazinha igual a ele? – Falou em total desrespeito com minha pessoa.

- Não. Sou melhor a proteger aqueles que não fazem e não o sabem fazer, senhor. – Falei o encarando, notei logo a mudança em seu olhar.

- O que isso quer dizer? Não estou com paciência. E pelo que parece tu já não dormes a anos. – Falou tentando provocar-me.

- É verdade senhor, estou a quatro dias com um total de 5 horas de sono. E parece que agora ficaram ainda mais reduzidas. – Falei pela primeira vez admitindo estar cansada.

- O que fazes, menina? Trabalhas? Honestamente? E como vieste aqui parar? E o meu segurança? – Perguntou novamente.

- Para o exército, senhor. A minha mota está alguns metros atrás da sua propriedade do lado de fora e bem, o seu segurança está a descansar, um pouquinho. – Respondi, notando o discreto sorriso no rosto da mulher à minha frente.

- Ah, muito bem. Pelo menos alguém desse lado que se salve. Tu não matas te o meu segurança, pois não? – Perguntou aflito mas com um sorriso discreto mas que notei-o.

- Não, pelo menos não desta vez. Mas da próxima que ele estiver mais preocupado a levar-me para a cama do que na vossa segurança, acho que irei divertir-me um pouquinho mais do que hoje. Não se preocupe, logo ele acorda. – Afirmei deixando-o logo com um sorriso no rosto.

- Incompetente. Não consegue fazer nada direito. – Respondeu.

- Não foi para conversar que vim aqui. Agora o que este idiota fez? – Perguntei pela primeira vez olhando para meu primo.

- Eu. …. – Interrompi-o levantando um dedo.

- Não. Tudo o que o casal à minha frente disser, acreditarei. Irei tentar resolver. E tu e eu iremos dar uma volta depois, isso se não saíres daqui com umas pulseiras novas. – Olhou para mim, como se estivesse a ver um monstro.

-Por favor, Eri. – Implorou olhando para mim, quase chorando.

- Não. E agora cala-te ou deixo te aqui. Tenho sono...e sem já a pouca paciência que ganhei – Respondi firme, sabendo que era mentira. Olhei para o casal… - Por favor, expliquem-se.

- Ele entrou no nosso sistema bancário e liquidou todo o que tinha num dos cartões, sorte que consegui cancelar os outros, senão ele teria roubado todo pelo que sempre batalhamos. – Falou olhando para Zé com raiva. – Eu quero ele preso. – Afirmou.

- Eu não tiro o vosso direito de prestar queixa com as autoridades para esse efeito. – Falei olhando para os dois.

- Não! TU não podes deixar eles fazerem isso comigo. Por favor, Eri. – Implorou chorando.

- Não? Tu não tens direito de fazer exigências, aqui. Pensasses antes de roubares. – Falei retomando a visão para o casal. – Quanto ele roubou de vocês?

- Dois mil euros. Consegui pará-lo a tempo. – Disse a senhora com o mesmo olhar, cheio de amor.

- Ok. Eu pago. – Respondi.

- Mesmo assim. Quero ele preso! – Afirmou o senhor em minha frente.

- Agora sou eu a pedir. – Suspirei. - Não coloque um processo em cima dele, por favor. Ele vai mudar. Irei segurar-me disso desta vez. – Afirmei. Pois já tinha os papéis assinados em casa.

- Não. – O homem em minha frente afirmou, irredutível.

- Por favor. – Virei meu olhar para a sua esposa.

- Deixa a menina cuidar do seu primo imaturo, querido. Por favor! - A senhora pediu, tocando no braço do marido.

- Tens a certeza, Rute? – Ela abanou a cabeça. Ele suspirado deu lhe um beijo na teste.

- Está bem. O que vais fazer jovem? – Perguntou curioso.

- Ele vai trabalhar num dos ramos do governo. Pelo menos vai fazer algo no que é bom e ser útil em vez de uma maldição. Ter um ordenado, alojamento e alimentação. – Falei olhando para Zé, que não gostou nada da ideia.

- Não… Não, vou. Estás muito enganada. Detesto fardas. – Disse rapidamente.

- É isso ou ires para cadeia e pagares os dois mil mais duas vezes e mais duas vezes o valor por juros e danos causados. – Falei calmamente, fazendo o casal mostrar um sorriso discreto. – Isso vai para uns 6 mil. O que achas?

- Só podes estar a brincar. – Articulou impaciente.

- Não. Não estou, o teu contrato está feito e já assinado por ti. Eu sei, arranjei uma assinatura tua, fiz o mesmo jogo que tu fizeste para roubares-me, lembras-te? Por isso se não apareceres daqui a dois dias iras ter que pagar 55 mil de euros ao governo pela restrição de contrato.

- Não. É não. – Afirmou.

- Chega! Tu vais, sim. Estou farta de andar pelo mundo e preocupar-me contigo. Já chega estar preocupada de quando é que eu irei morrer em campo e voltar num caixão e tu aqui a fazeres-te criança e mentiroso. O mundo não gira à tua volta. És bom em informática, usa-a para algo bom. – Falei em um tom duro. Algo que só usava as vezes com os homens em meu comando, raramente utilizando-o mesmo assim com os rapazes.

- Eu não vou gostar de trabalhar lá. – Confirmou.

- Bem, não importa se gostas ou não. Quarta-feira começas a trabalhar lá. – Respondi firmemente.

- É a tua segunda chance jovem. De fazes algo útil. – Disse a senhora.

- Pode ser. – Respondeu friamente.

            Estava tão irritada e cansada que só notei a sombra tarde demais. Quando notei já foi tarde. A bala tinha passado já o meu corpo.

- Vaca! Agora vais PAGAR! – Gritou o descuidado do segurança.

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