CAPÍTULO 2

Gabriel estava vivendo uma confusão de sensações, que se tornaram mais confusas e intensas ainda quando Viviam espalhou beijos molhados por todo o seu peitoral e abdômen. As mãos dela também iam descendo devagar pelo corpo dele e chegaram primeiro à cueca estilo samba canção, com cujo elástico os pequenos dedos dela começaram a brincar.

"Eu sabia que você tinha bons músculos por baixo dessas suas roupas sem graça." Ela disse, deliciada pela visão do corpo dele, e então tocou seu sexo, ainda coberto pela cueca de algodão. "Você é exatamente TUDO que eu imaginei, Gabriel."

Ela tirou a única peça que ainda restava para que ficasse completamente nua e também a cueca dele, deixando-o somente com a camisa, pendurada nos ombros. Porém permaneceu intocada, por enquanto, a camisinha que ela tinha colocado a seu lado sobre a cama, porque a visão do membro ereto dele lhe dera água na boca e ela precisava provar um pouco dele, antes de experimentar a sensação de ter tudo aquilo dentro dela.

"Deus, Viviam." As palavras saíram de sua boca, sem que ele tivesse tido tempo pra pensar, quando ela colocou o pênis dele na boca, surpreendendo-o completamente.

"Shhhh... eu disse silêncio." Ela repreendeu.

Ela provocou-o um pouco mais, mas não era a ideia levá-lo ao orgasmo com sexo oral, e ela podia ver que ele não ia durar muito, então parou. Pensou que talvez fosse interessante deixá-lo assim, completamente na vontade, já que ele não tinha seguido à risca as ordens dadas por ela, então começou a se tocar, e ele, que não tinha como saber o que ela estava fazendo, teve vontade de chamar por ela, mas manteve o controle e esperou.

Observando-o ali na frente dela, tão lindo, tão gostoso, tão pronto, Viviam não pode se conter. Por mais que quisesse mostrar a ele uma lição, esta não era a melhor opção no momento, pois significaria torturar também a si mesma, já que tudo de que ela mais precisava era do próprio alívio, e tudo o que ela mais queria era ter esse alívio montada nele, molhá-lo com seu prazer e senti-lo pulsando dentro dela também.

Então, ela colocou a camisinha em Gabriel e voltou a seu colo, guiando o membro dele para sua entrada e escorregando para cima e para baixo devagar. Foi aumentando o ritmo de subida e descida, ao mesmo tempo em que aumentavam as frequências cardíacas dos dois, em que a respiração ficava mais e mais ofegante, em que os gemidos dela ficavam mais altos e os dele mais difíceis de abafar, em que o quadril dele investia na direção do dela com mais e mais força.

Viviam gozou intensamente, jogando o corpo para trás, apoiando as mãos na perna dele, a fim de não relaxar sobre o peito dele, e para que ele pudesse se movimentar um pouco mais e atingir o orgasmo também. Não precisou ficar assim por muito tempo, no entanto, porque a verdade é que ele vinha se segurando havia algum tempo, e explodiu dentro da camisinha, sentindo o corpo tensionar e relaxar de um jeito que ele não se lembrava de ter sentido antes.

A garota saiu de cima dele imediatamente, recuperando o fôlego deitada a seu lado, em silêncio, e ele também não ousou dizer nada, afinal eles estavam jogando pelas regras dela e era possível que elas valessem para o depois, tanto quanto para o durante. Minutos depois, sentiu quando ela puxou o lenço que lhe servia como venda, e abriu os olhos, decepcionando-se ao ver que ela já estava vestida, com as mesmas roupas de antes.

"Você cometeu dois erros, hoje, Gabriel. Falou, quando eu tinha pedido silêncio... e me chamou de Viviam, sem que eu tenha te dado autorização pra isso." Ela disse, puxando-o para cima e desamarrando também o lenço que prendia seus pulsos. "Eu não vou te castigar, dessa vez, porque você é novo nisso... e também porque eu sequer tinha te avisado que você deve se referir a mim sempre como Srta. Lavigne, mesmo aqui."

"Ok." Foi tudo que ele conseguiu dizer, ainda embriagado por sensações malucas, inexplicáveis, espetaculares!

"Eu vou até o meu quarto, tomar um banho... e depois eu vou a uma reunião fora da empresa. Você pode tomar um banho também, se quiser. Há um banheiro ali e tem toalhas limpas... e tudo de que você vai precisar." Disse, apontando para uma porta na direção oposta da que ela tinha usado quando o deixara sozinho. "Depois é só ir até a sala por onde entramos, e você vai encontrar meu segurança, Brad, esperando por você. Ele vai te levar até a empresa e, caso seja do seu interesse experimentar um pouco mais, hoje à noite, é só dizer a ele a que horas ele deve te buscar lá, pra te trazer pra cá de novo, ok?" Ela enfim olhou para o rapaz e, vendo o sorriso torto que ele lhe deu, não conseguiu se conter e sorriu de volta. "Eu realmente espero que venha, Gabriel."

Tendo dito estas últimas palavras, ela foi embora, deixando um confuso Gabriel sozinho naquele ambiente exalando sexualidade. Ele não sabia ainda muitas coisas sobre o mundo dela e a situação na qual estava se metendo. Não sabia se a obediência e, principalmente, essa coisa de castigo eram algo com que ele poderia lidar a médio e longo prazos.

Porém de uma coisa ele tinha certeza: ele iria voltar naquela noite. Agora que ele tinha tido um pouco de Viviam Lavigne, ele queria muito, muito mais!

"Desculpe, senhor." Pediu Brad Gilmore, logo depois de desligar o celular. "Eu não deveria atender, enquanto estou dirigindo, mas era minha ex-mulher e, quando ela me liga, eu sempre fico preocupado, pensando que pode ter acontecido alguma coisa com as crianças."

"Não me ch-chama de senhor, não, Brad. Você deve ser po-pouca coisa mais novo que eu." Respondeu Gabriel, do banco de trás do carro.

"É uma questão de respeito, senhor."

"Mas você não trabalha pra mim, então não ve-vejo razão."

"Bom... Pensando assim. Tudo bem... Gabriel." Brad sorriu, simpático.

"Melhor a-assim." Oliveira retribuiu o sorriso. "Então... crianças?"

"Sim, sim... Meus filhos." A empolgação do rapaz aumentou consideravelmente. "Jake e Grace... Eu queria Neytiri, mas perdi essa briga." Ele riu e, olhando no espelho retrovisor, percebeu a expressão confusa de seu interlocutor. "Avatar?"

"Huuum? O filme?"

"Isso! Meu filme favorito de todos os tempos! Neytiri é o nome da garota Na'vi que salva o Jake... O carinha que tá usando o avatar." Viu que Gabriel balançou a cabeça, acompanhando o raciocínio. "Mas, enfim... Minha ex não aceitou mesmo." Deu de ombros.

"Você casou e f-foi pai cedo!"

"Nós tivemos o Jake quando ainda estávamos na escola. A gente brigava muito, quase terminou porque ela queria dá-lo pra adoção. Mas depois a gente se entendeu, casou, quando ele tinha três anos, e, pouco mais de um ano depois, veio a Grace. A gente queria um segundo filho, achava que ia ficar junto pra sempre, mas quando a gente começou tudo de novo... fraldas, mamadeiras, choro no meio da noite, as brigas começaram."

"Eu nem posso imaginar." Lamentou Gabriel.

"Agora ela só grita comigo, como você deve ter reparado. Nada do que eu faço tá certo ou é suficiente! Eu hoje me entendo melhor com o novo marido dela do que com ela, acredita? Eu deixo até ele m****r em mim." Riu. "Ele é meu chefe." Acrescentou, vendo que tinha deixado o outro rapaz confuso mais uma vez, e Gabriel ficou aliviado por não se tratar de nenhuma perversão entre o segurança de Viviam e o homem que vivia com sua ex.

Logo depois da breve conversa entre os dois rapazes, o motorista estacionou o carro na garagem subterrânea do prédio de luxo em que Gabriel estivera com Viviam naquela mesma tarde, e a calma que Gabriel estava conseguindo manter até então, se distraindo com a briga de Brad com a ex-mulher e depois com as explicações do jovem, se foi instantaneamente. Ele sentiu o suor frio em suas mãos e as esfregou na calça repetidamente, respirando fundo para tentar controlar o ritmo dos batimentos de seu coração, mas a ansiedade para ver a Srta. Lavigne e, principalmente, para saber que tipo de jogo ela faria com ele dessa vez o faziam tremer por dentro.

Brad e Gabriel entraram no elevador e foram em silêncio até o andar do apartamento de Viviam, onde foram recebidos por uma jovem loira, que informou ao Sr. Oliveira que a Srta. Lavigne o estava aguardando na mesma sala em que haviam conversado naquela tarde. Após ter confirmado as direções que o levariam a Viviam, ele se despediu dos dois jovens loiros e seguiu pelo corredor, respirando bem fundo e ajeitando a postura antes de finalmente adentrar o cômodo, que dessa vez estava bem iluminado.

Por mais que Gabriel soubesse desde aquela tarde que a Srta. Toda-Poderosa-Presidente Viviam Lavigne tinha uma vida secreta, que envolvia a prática de jogos sexuais, ele não havia se preparado o suficiente para a imagem que viu naquele momento. Aquela Viviam seria descrita por muitos homens como uma espécie de deusa contemporânea, e talvez se parecesse com uma prostituta de luxo, mas Gabriel não tinha tanta certeza, pois nunca estivera realmente com uma. Para ele, no entanto, a metáfora perfeita era a de uma criatura selvagem, de uma felina no cio, usando suas melhores armas para atrair o parceiro, marcando território.

A Viviam que ele via, deitada em uma poltrona, com as pernas para o alto e cruzadas, balançando sem parar uma delas, e chamando a atenção para o sapato de salto indecentemente alto que estava calçando, e para as pernas incrivelmente longas para alguém do seu tamanho, era a Viviam em seu habitat natural, a fêmea, a caçadora, enquanto a CEO da empresa, por mais que estivesse também no comando, de certa forma era um animal em cativeiro, preso a convenções sociais, enjaulado naquele mundo ainda tão machista, que ela teve que criar personagens para usar em diferentes situações.

"Boa noite, Gabriel." Ela disse, depois de perceber que ele estava ali há algum tempo e não tomava a atitude de dizer nada, e, com isso, interrompeu as avaliações dele, pelo menos por hora.

"O-oi." Ele disse, tenso.

"Serve um uísque pra você." Ela mandou.

"Eu não tenho o ha-hábito de beber, Srta. Lavigne."

"É só uma bebida, Gabriel. Não vai te matar e eu quero companhia." Disse, sempre observando seu próprio copo e mexendo no gelo dentro dele, sem olhar na direção de Gabriel.

Ele colocou muito gelo e apenas uma dose mínima da bebida no copo e ocupou uma poltrona perto da dela, tomando alguns goles em silêncio. Não sabia o que dizer e nem queria olhar fixamente, descaradamente, mas seus olhos procuravam por ela, insistentemente, impulsivamente, e, quanto mais ele a observava, mais se sentia atraído por ela e mais se surpreendia com o seu poder de mudança, e de ficar sempre tão linda, em qualquer um dos papéis.

Não era qualquer mulher que poderia ir das roupas de corte elegante e em tons pastéis que usava no escritório, ao vestido muito justo, muito curto, muito decotado e muito, muito vermelho que quase não a cobria agora, em um único dia. Não era qualquer mulher que ficaria fantástica com os cabelos presos em um coque discreto ou com cachos caindo por sobre seus ombros quase nus. E certamente, só Viviam, entre todas as mulheres que ele conhecia, tinha despertado o seu desejo quando quase tudo estava escondido, e conseguia deixá-lo ainda mais interessado, ainda mais desesperado e cheio de pensamentos primitivos, animalescos, a medida que ia se mostrando.

Viviam terminou o drinque e caminhou até o bar, deixando o copo no balcão, mas tirou dele uma pedra de gelo e começou a puxar, enquanto seguia na direção de Gabriel, com os olhos grudados nele, claramente provocando-o. Sem saber de onde tirava coragem para isso, Gabriel encarou-a, deixou o próprio copo em uma mesa de canto e ficou de pé, quando ela estava a apenas alguns centímetros de distância.

"Você tá..." Ele engoliu seco.

"Gostosa?" Ela questionou. "Fala, Gabriel. Eu quero ouvir você dizer que estou gostosa."

"Muito." Disse, em um suspiro só. "M-muito gostosa." Ele se aproximou mais e ousou colocar as mãos na cintura dela, que delicadamente o afastou.

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