10. Areia Quente e Peixes Defumados

A tenda tremulava com o vento quente que soprava do oeste. O véu achado nas ruínas das casas de uma cidade próxima ao deserto cobria a cabeça loura e a parte inferior do rosto para que o sol fizesse o menor estrago possível. Anemony carregava, pendurada por uma alça de couro em seu ombro direito, uma bolsa feita com estômago de camelo, algo que os povos do deserto usavam para guardar água e mantê-la fresca. Ela ouvia a água balançar dentro do reservatório esquisito a cada passo que dava pela areia fofa e traiçoeira – as dunas mudavam dia após dia, impossibilitando a localização por meio delas. Tinham apenas o sol e as estrelas como relógio, embora esse tipo de localização fosse mais difícil para Anemony. Ela entrou na tenda e tirou o véu negro da cabeça, aliviada por sair do sol e calor seco. Clematis varria com uma vassoura de palha os tapetes que cobriam o chão da tenda; embora fosse um tanto difícil manter os tapetes livres da areia. Ao menos o grosso dela conseguiam tirar. 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo