Palavras de Amor
Palavras de Amor
Por: Alicia da Silva
Amor, nosso beijo

Escondidas, elas se descobriram.

Numa noite qualquer, após invadir a piscina da escola, elas nadaram nas águas refrescantes por algumas horas até a pele das mãos ficarem enrugadas. E então, quando se sentaram na beirada da piscina para apreciar o céu noturno, as coisas andaram para outro rumo.

A Lua era a única testemunha delas, furtivamente olhando enquanto se entrelaçavam lenta e timidamente. Seus corpos molhados deixavam gotículas escorrerem, os cabelos aderiam a face ruborizada e mesmo assim elas não cogitavam se separar.

Era um beijo singelo que começou com extrema cautela, mas que agora se transformava numa chama ardente.

Elas insistiam em dizer que eram amigas, porém o sentimento que compartilhavam estava além disso. Miranda foi a primeira a notar que se sentia bem demais perto de Maria, que apenas conversar com ela lhe fazia sentir nas nuvens e agora, podendo beijá-la, a agitação interna que brindava seu coração só parecia ampliar.

Elas se afastaram uma da outra para poder respirar, os olhos sonolentos piscando lentamente para se acostumarem com a pouca luz.

Maria estava com o rosto completamente vermelho, os olhos brilhosos cheios de um sentimento arteiro, uma faísca de empolgação que parecia querer incendiar tudo ao redor delas. Da mesma forma se sentia Miranda, sedenta para experimentar mais um pouco.

— Você quer continuar? — perguntou Miranda e a resposta veio como um aceno de cabeça, pois as palavras eram tímidas demais para sair daqueles lábios amassados.

Assim, elas retomaram o beijo, porém mais intenso dessa vez, mais ousado, mais quente. O tempo pareceu parar só para elas, dando-lhes o controle de cada minuto da calada da noite, não havia mais espaço para a timidez, apenas a coragem residia ali.

Porém, abruptamente, um som interrompeu o beijo delas. Maria foi a primeira a se afastar, antes de Miranda puxá-la para a água gelada. Elas se encararam debaixo d’água e Miranda levou um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio. Enquanto isso o segurança que veio inspecionar a piscina olhou sobre a beirada da água e não viu nada, voltando a fazer a sua patrulha.

Quando ele foi embora, Maria e Miranda saíram da água, rindo como duas idiotas. Elas alcançaram sua mochila no canto da quadra e foram correndo até o vestiário para colocar suas roupas.

A noite era uma criança e as duas saíram da escola dançando e cantarolando enquanto seus cabelos escorriam água. Miranda ainda sentia o gosto de Maria para si e estava mais do que feliz por terem dado aquele passo em seu relacionamento, sabendo que não haveria mais volta a partir dali, mas isso tampouco importava para elas.

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