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Joseph

Era apenas mais uma tarde, na qual eu, em toda minha glória procurava como quem não queria nada, minha próxima vítima. Emílio Antonelli logo estaria em minhas mãos, fazia algumas horas desde que eu havia matado o último homem e me sentia um pouco satisfeito, minha fúria em pegá-lo, o Antonelli, só aumentou quando eu descobri que o dito cujo reside em minha cidade, pela qual prezo pela total segurança e faço questão de afastar todos os mal caráter que passarem abaixo do meu nariz, eu posso sentir de longe o cheiro de um homem mau, conheço-os muito bem, adicionando meus anos de experiência que ajuda muito nisso.

Eu estava de mau humor quando parei nas aproximadas de sua casa para observar a movimentação, eu já havia pesquisado tudo sobre ele e descobri que ele é um dos maiores filhos da puta que já ouvi falar. Um ataque de um mini cão não ajudava em nada, mas foi o que aconteceu, entretanto quando a dona do cachorro se aproximou, eu mantive minha expressão de censura no rosto, porém ela não pareceu notar, estava muito vermelha e visivelmente envergonhada pelo comportamento de seu animal.

Pensei em dizer algo, mas no momento em que fitei aqueles olhos incrivelmente azuis e aquele rosto de beleza tão rara, eu esqueci-me do que iria dizer, e então por um momento a minha visão foi interrompida quando ela abaixou-se novamente para capturar seu bichinho chato. Quando ela finalmente o capturou, eu passei a observá-la sem conseguir desviar os olhos. Seus cabelos castanhos brilhavam com a luz do sol refletida neles, mesmo eles estando presos com uma fita, eram longos e bonitos. Continuei olhando-a sem conseguir parar, e me perguntava o porquê o rosto dela teve tanto impacto sobre mim.

Mesmo enquanto eu maravilhava-me com os belos olhos, o nariz perfeito e a boca rosa bonita, não deixava de indagar-me sobre o porquê de ela não ter reagido a minha presença como todas as mulheres fazem, com sorrisos e flertes. Enquanto ela me perguntava se o cão havia me mordido, eu esperei pela resposta sexual automática que não veio, em vez disso ela desviou os olhos e isso irritou-me de forma profunda e estranha.

Talvez meu encanto tenha caído por terra quando descobri em fim que ela era filha de Emílio, nunca acreditei em destino, apenas em coincidência, e fora umas das grandes que aconteceu, ela é tão bonita que a única coisa que vem na minha cabeça agora é seus cabelos ao vento e seus olhos extremamente azuis, quando virou-se para ir embora, fiquei na expectativa de que ela olhasse para trás, o que não aconteceu.

Eu sou um assassino, sou um doente, e a compulsão que cresceu dentro de mim quando coloquei meus olhos naquela garota, só faz parte da minha mente doentia. Após horas do acontecido, sinto-me agoniado andando de um lado para o outro dentro da minha grande sala vazia, ouvindo vozes na minha cabeça. Porra, estou obcecado! Talvez possa existir outras formas de punir alguém, e minha forma de punir Emílio, talvez seja fazendo com que sua filhinha linda, se apaixone por um assassino.

E eu garanto, irei conseguir. Tenho todas as formas para isso agora. Eu nunca durmo sem conseguir o que eu quero.

Emília

São exatamente oito horas da noite, em ponto. Meu compromisso com meus amigos é às nove horas, portanto deixo tudo em ordem e vou para o meu quarto me arrumar, quando passo pela porta do escritório do meu pai, ouço ele e minha mãe discutindo, eu sabia que havia algo errado, meus pais nunca discutiram desse jeito. Ando para perto da porta e ouço o que dizem lá dentro.

"Não temos mais condições para fazer isso! Chega Emílio!" Minha mãe grita.

"Fiorella, precisamos terminar de pagar as contas das transações feitas. Se não conseguirmos outro bebê, teremos que agir mais extremamente." Meu pai fala tentando manter a calma. Posso sentir que a cada frase dita por eles meu coração bate mais rápido.

"Nós não temos mais nenhum bebê para isso! Vão começar a desconfiar de nós!" Minha mãe exclama com raiva na voz.

"Temos a de dois anos, existem casais que procuram crianças com essa faixa etária." Eu queria tanto ser lenta nessa hora. Bebê? Dois anos? Minha irmãzinha Sophie tem dois anos...

"Tente conseguir dinheiro com o agiota, faça alguma coisa! Escute Emílio, somente em última hipótese, entregaremos ela à venda." Do que eles estão falando meu Deus?

Sinto meu celular vibrar e as vozes se calarem, com o coração acelerado dentro do peito eu atendo e ando para longe dali. É o Rocco mas a ligação cai, então eu entro para o meu quarto e vou em direção ao banheiro, eu não estou bem, sinto uma sensação horrível dentro de mim, uma aflição sem fim. Por favorzinho Deus, não deixa ser o que eu estou pensando que é.

Faço uma oração e tomo um longo banho. Saio do box, pego minha toalha e vou para a frente do guarda roupa escolher o que irei usar hoje. Avisto de primeira um vestido preto que nunca usei e decido que irá ser esse mesmo. Me visto, seco o cabelo, passo um perfume de flores e estou pronta, nada me tira da cabeça as coisas estranhas que ouvi agora a pouco. Sinto-me tão desanimada.

Saio do meu quarto e vou passando nos quartos dos meus irmãos, os gêmeos estão dormindo, Melinda está falando no celular com alguém, Thomas está jogando e falando sozinho feito um maluco, e por fim, passo no último quartinho onde tem uma cama berço, vejo a caçula da família dormindo, Sophie com seus cachos loiros caindo sobre o rosto, ela parece um anjo. Vou até ela, acaricio seu rostinho e lhe dou um beijo demorado na bochecha.

"Dorme bem meu anjinho. Eu vou cuidar de vocês, de todos vocês, não importa o que aconteça..." Sussurro e saio.

Enfim do lado de fora de casa respiro fundo o ar puro. Começo a caminhar em direção a casa de Malvina onde será realizada a tal festa surpresa dos gêmeos. Não é muito longe, por isso em alguns minutos já estou em frente ao portão gigante de ferro escuro. Pego meu celular e envio um SMS para a dona da casa avisando que cheguei. Logo ela aperta algum tipo de botão e o portão se abre, entro e o mesmo se fecha atrás de mim, vejo ao longe minha amiga caminhando com pressa em minha direção.

"Que bom que chegou! Acredita que até pensei que não fosse vir..." Ela fala baixinho.

"Eu preciso muito distrair minha cabeça, hoje foi um dia bem complicadinho..." Falo e então ela cruza nossos braços e entramos na grande casa dela.

Aqui já estão alguns jovens conhecidos, Malvina me apresenta a algumas pessoas, maioria conhecidos do Rocco e da Jéssica, Roman acaba de chegar acompanhado de uma garota bonita e alta, parece uma modelo. Ele caminha até mim deixando sua garota de lado por um momento.

"E aí branquinha!" Ele exclama e sorri dando-me um beijo na bochecha.

"Oi Roman." Falo e sorrio.

"Chega aí Valérie, essa aqui é minha amiga Emília." Ele chama sua companheira e então ela sorri para mim apertando minha mão.

"Muito prazer Emília, você é muito famosa na boca do Roman." Ela fala e revira os olhos.

"Não quero nem saber o tipo de fama, só digo uma coisa, não acredite em nada." Falo e ela gargalha.

"Que alívio!" Ela diz. Não quero nem imaginar que tipo de coisa esse babaca fala.

"Você não para de ser babaca não é?" Pergunto ironicamente para o idiota que já olha em volta para as carnes novas que tem na festa.

"Você sabe que, se você estalar os dedos, eu largo tudo por você, te dou o mundo se quiser." Ele sussurra bem perto do meu ouvido e eu vejo o olhar furioso de Valérie sobre mim.

"Eles estão chegando!!!" Malvina grita e eu suspiro aliviada, sempre serei agradecida a ela pelas milésimas vezes que já me salvou de Roman.

Apagamos todas as luzes e ficamos quietos dentro da sala. Malvina foi os receber alegando que a energia de sua casa havia caído por alguns instantes. Assim que entraram pela porta, alguém que estava mais próximo a porta acendeu as luzes e todos gritamos juntos.

"SURPRESA!!!" Jéssica e Rocco começam a sorrir, pelo menos gostaram, é o que parece.

Enquanto eles estão cumprimentando as pessoas, começa tocar algumas músicas, das quais eu não me indentifico muito, vim somente para distrair-me, não suporto a pressão que está dentro da minha casa, amanhã depois do trabalho irei passar na igreja para pedir a Deus que me ajude a resolver isso, eu irei descobrir mais cedo ou mais tarde, mas temo não gostar nada do que está havendo.

"Olá menina." A voz de Rocco me traz de volta de meus pensamentos desagradáveis.

"Ah, ei. Feliz aniversário!" Sorrio e lhe dou um abraço.

"Obrigado. Como você está?" Ele pergunta. Penso em dizer que não estou bem, mas do que adiantaria?

"Estou bem. E você?" Continuo com um sorriso.

"Melhor agora. Fiquei feliz demais com a festa surpresa, aqui estão amigos que não vejo a muito tempo, Jéssica também adorou, só está meio chateada pelo Roman ter trazido a nova namorada. Você já sabe não é?" Ele fala.

"Claro. Mas vejo que ela não está tão triste assim." Mostro a ele a irmã aos beijos com um cara.

"Ela é rápida!" Ele ri.

"Pessoal! Vamos jogar!" Malvina grita com um copo de bebida na mão.

"Verdade ou consequência, quem topa?" Jéssica pergunta olhando para mim de um jeito estranho. Talvez ela não goste da proximidade que está tendo agora entre mim e o irmão dela.

"Maravilha!" Roman opina.

Todos que estavam na festa que quiseram participar, foram para o lado de fora e fizeram uma roda, após a insistência extrema de Jéssica, eu resolvi ceder, o que eu poderia querer esconder? Não devo nada a ninguém não é mesmo? Em fim, eu aceito e aqui estou eu, se era distração que eu queria, ótimo, nada melhor do que ver pessoas pagando mico ou confessando a verdade sobre seus segredos sombrios.

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