Capítulo 2

                      Adam Leal

Depois de anos tentando me reerguer e preencher o vazio em meu peito, ela aparece para bagunçar tudo.

Melissa Lancaster!

Vê-la em sua total presença em minha frente despertou sentimentos que acreditava estarem extintos. Porém, o ódio, o rancor falou mais alto. A tratei com o verdadeiro desprezo e indiferença que ela merecia. Só de pensar que me entreguei inteiramente para essa mulher que só me usou e pisou em meus sentimentos como se não fosse nada. Para ela, eu era isso.

Um nada!

Me trocou sem nenhum remorso pelo riquinho babaca do Alex. Ele que se dizia ser meu amigo, um verdadeiro traidor.

Por um instante olho em seus olhos, cor de âmbar e vejo aquela antiga, mel por quem fui perdidamente apaixonado.

Aquela, que tive o prazer de ser o seu primeiro, e ensiná-la as lições mais prazerosas que se possa aprender.

Melissa sempre foi uma garota bonita. Morena, pele levemente bronzeada, lábios proeminentes, deliciosos. Um corpo lindo com curvas na medida certa, embora fosse de estatura baixa. Delicada como uma pétala de uma rosa. Confesso que sempre amei seus seios. Volumosos. Só de pensar o que já fiz com esse par de achados, fico duro como aço.

Mas não posso ir por esse caminho. Não com ela! A mulher que me abandonou sem olhar para trás.

Só não contava em conhecer seu filho com Alex. Foi uma verdadeira surpresa. Admito que gostei dele, não sei como explicar. Ele é um bom garoto, dá para sentir só de olhar em seus olhos verdes.

Não se parece muito com os pais e sinto que ele me lembrava alguém, mas não sei ao certo.

Não importa. Melissa, para mim, é um assunto mais que encerrado.

Começo a arrumar a loja para fechar quando sinto um cheiro familiar. Suspiro profundamente.

— Não devia estar aqui. — Alerto.

— Já te falei que quando eu quiser vê-la, a procuro.

Ela se senta no balcão cruzando as pernas, arqueando uma sobrancelha.

— Você falou isso há um mês. Estava com saudades gato. — Resmunga, mascando chiclete. Odeio quando ela pensa ser minha dona e quer me pressionar.

Observo Antonella descer do balcão e caminhar em minha direção com passos lentos e sensuais.

Nós nos conhecemos desde o colegial. Ficamos muitas vezes. No começo até gostava. Ela sempre foi uma mulher bonita, morena de olhos verdes. Tem um corpo escultural, mas não é como ela.

Nunca será!

Balanço a cabeça negando. Não viaja Adam! Não faça comparações. Isso é um retrocesso.

— Estava ocupado. Sinto muito! — Murmuro ríspido.

Não gosto de ser grosseiro com ninguém, mas às vezes ela me irrita se oferecendo dessa forma.

Suas mãos deslizavam por meu peito, arranhando levemente minha pele.

Seus lábios em meu pescoço deixando leves mordidas.

Quando alcança meu cinto se desfaz dele em questão de segundos. Suas carícias estimulam meu membro ainda mais. É assim que me sinto em relação a qualquer mulher, estimulado. Depois do furacão Melissa em minha vida, excitação, tesão, desejo, são sentimentos raros em minha vida. Melissa me enfeitiçou de tal forma que me senti um morto-vivo durante esses nove anos. E ver ela em minha frente de uma certa forma, me trouxe a vida, fez meu coração bater revigorado.

Cenas que lutei há muito tempo para esquecer, explodem em minha mente.

Seus olhos intensos brilhando quando derramava para mim. Gemidos roucos ao pé do ouvido ecoam em meus pensamentos. Seus lábios suspirando profundamente, repetindo meu nome várias vezes me fazendo estremecer. É como se ainda estivéssemos lá e nada tivesse mudado.

Acordo do meu transe com Antonella devorando meus lábios, sedenta. Decido dar o que ela quer, embora minha mente girasse em torno de outra pessoa.

Me afasto dela colocando uma placa de fechado na porta da loja e a puxo para a porta dos fundos. Uma despensa onde armazeno algumas coisas.

A empurro para uma prateleira onde peço para ficar de costas e se segurar firme nela. Levanto seu vestido e retiro sua calcinha, distribuindo tapas em seu traseiro empinado. Ele geme se esfregando em mim.

Retiro minha calça e boxe até os joelhos e coloco logo uma camisinha deslizando para dentro dela sem nenhum aviso. Ela grita pedindo mais, é o que lhe concedo.

Estoco cada vez mais forte, fundo. Enrolando seus cabelos castanhos em meu punho. Mordo seu ombro direito enquanto continuo a estocar em sua intimidade que começar a me apertar e sei que está perto. Acerto outro, tapa me deliciando, esse é o time perfeito para ela se desmanchar. Após algumas estocadas, consigo chegar ao meu clímax. Por um momento, é como se fosse Melissa aqui se contorcendo só para mim.

Pisco os olhos algumas vezes e consigo enxergar Antonella novamente. Ela começa a se vestir e se despede com um beijo demorado em meus lábios. Se fosse em outro momento a empurraria. Em nossa intimidade, não permito que me beije. É algo demasiado pessoal. Tem que haver conexão, não só carnal. Isso ela não entenderia. Fico por alguns minutos imaginando como será minha vida daqui para frente agora que Melissa está de volta.

Será que veio para ficar?

Essa é uma pergunta que venho me fazendo desde que a vi aqui na minha loja.

— Adam, você já sentiu pertencer a uma pessoa, mesmo antes de conhecê-la direito? — Me pergunta cautelosa, deslizando suas mãos em meu cabelo.

Me viro para encarar seu rosto.

Seus cabelos negros, balançando gentilmente conforme a brisa suave soprava.

Sorrio analisando sua face, e corro um dedo sobre seus lábios admirando a textura deles.

— Sim! — Confesso, fitando seus olhos. — Na verdade… Me sinto assim todos os dias. É sempre assim quando te vejo. Quando sorrir para mim. — Sussurro, e ela sorri lindamente, aquele sorriso que me tira o ar.

— Adam! — Sussurra.

— Me sinto assim quando estou ao seu lado. Quando me beija, quando se entrega para mim sem reservas.

— Eu te amo! — Declara, e meu coração batia descontrolado em meu peito. 

— Eu te amo Mel! — falo, tomando sua boca com a minha.

Nosso beijo como sempre intenso, cheio de sentimentos. Antes não dito, agora, recíprocos.

De repente vejo Melissa se desintegrar em meus braços virando pó. Um grito desesperado rompe minha garganta e acordo totalmente desorientado, suado. Me dando conta que foi um pesadelo. Um, puta pesadelo que brincava com a realidade. Já que esse momento aconteceu. Respiro fundo esfregando as mãos em minha face. Deito novamente olhando o relógio em meu pulso. Já passava das três da madrugada. Com insistência, enfim, consigo dormir sem sonhar outra vez.


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