CAPÍTULO 2

                                                     

                                                          De Quem é a Culpa?

Quando Jones faleceu, deixou seu um testamento onde sua única sobrinha herdara todos os seus bens. O mundo de Luna desmoronou, sendo conduzida pelas babás que a cercava, enquanto os pais viviam de forma egoísta. Não se davam conta, que ela era criança e sofria por falta de amor paterna. Quem iria estar nas reuniões escolares e eventos agora? Nos raros momentos que sua mãe a beijava era escondida do marido. Na presença dele mantinha distância. Confusa, Luna crescia com as dúvidas cruéis do que havia acontecido no passado dos pais. Certa vez ouvira seu pai dizer: — A beija com quais pensamentos Mirian? — E quais pensamentos seriam se não fosse de afeto pela filha? Confusa se questionava — Quando crescer serei livre! — disse ao seu segurança. Depois daquele momento sua mãe evitava afetos diante a presença do marido.

Dr. Victor cobrou de Luna — Já está na hora de pensar no futuro Luna — dizia seu pai — Pensa que herdar uma fortuna, não precisa saber administrar? Vai perder tudo com suas imprudências! — estava louco, o que Luna tinha herdado ficaria por toda sua vida e geração futura por décadas e décadas sem que precisasse fazer nada.

— Não sei ainda o que vou fazer na faculdade, tenho apenas 14 anos — respondia impaciente sempre que o assunto surgia. Pois tinha uma grande fortuna para administrar, inclusive um famoso escritório de advocacia do tio falecido. Na fase adulta se formou em economia e direito, ganhando fama nos casos que pareciam impossíveis para alguns colegas. Buscava os melhores casos para brigar nos tribunais, esperava o momento certo para enfrentar o imbatível Victor Petter. Arrebatava todos com seu dom e habilidade de persuasão. Em pouco tempo de profissão já era conhecida pelos colegas como a “Fera dos tribunais”. Dedicou-se as empresas herdadas, causando alvoroço na economia com seus investimentos altos. Não era diferente diante os juízes, os colegas a temiam, sempre tinha uma boa carta na manga. Porém, seu maior desafio eram os pais, quando assumira sua bissexualidade.

 — Uma advogada não pode se relacionar com mulheres e homens! — criticava Sr. Victor — É uma vergonha para família. Uma filha que se relaciona com homens e mulheres. Como acreditar em uma profissional indecisa?

Ela o olhava sem acreditar no que ouvia: — Gosto de pessoas. Não acredito que você seja tão ignorante. Trabalha para Anne Adams a lésbica mais famosa que conhecemos. Jeniffer Maya a bissexual mais desejada por todos e não tem vergonha de ganhar dinheiro com elas? Meu caráter e ética não está em minha vida sexual. Que prova, quer mais, que sou excelente no que faço? Não sente orgulho de mim? Tenho certeza se tio Jones estivesse vivo, eu seria seu maior orgulho. Ele sim me amava e você o afastou de mim — deu-lhe as costas com um sentimento indecifrável.

Ele a olhou furioso — Ele morreu! Jones não era esse amor. Ou você acaba com isso ou me esqueça como pai! Sua sorte foi herdar tudo que ele deixou. Eu sou seu pai!

Em bom tom ela respondeu:

— Meu o quê? Pai? Vocês têm um nome a zelar não é PA-PAI? Não se preocupe ninguém saberá o real motivo de sair de casa — com um tom ameaçador olhou a mãe percebendo que ela era submissa ao esposo — Estou decepcionada com vocês. Não deixarei de viver minha vida por uma opinião homofóbica de vocês. Espero não o encontrar no tribunal um dia, pois será o último caso de sua miserável vida. Será que é meu pai mesmo? Você deveria ter morrido no lugar dele.

— Saia Luna! Maldição! Saia! — gritava chamando atenção dos empregados que se recolhiam em seus devidos lugares — Suma da minha frente sua insolente, onde estava com juízo quê... Vá embora mesmo!

— Chega Victor! Chega! — Srª Mirian chorava em silêncio por ser covarde de não impedir tanto sofrimento a filha.

— Luna não fale isso. Pense bem! — Srª Mirian a segurou pelo braço — Jones deixou bens valiosos e você...

Lentamente tirou sua mão de seu braço — Cuide dos seus hospitais. A única coisa que sabe fazer de melhor, MA-MÃE! Não recordo a última vez que me deu um beijo ou que me disse que me amava. Não estou lamentando, apenas dizendo o quão é seca. Vocês nasceram um para o outro. Não perturbe minha fúria — se afastou deixando-a com seus pensamentos, indo direto para mansão herdada pelo tio. Como poderia viver trancada no armário se era defensora da liberdade? Não era hipócrita de manter uma dupla personalidade. Eles não a amavam mesmo. Que falta iriam fazer? — Me ame ou me odeie — usava essa frase com frequência. E naquele momento era odiada. Já fora carente de afeto materno ou paterno. Aquela falta já não era mais presente, mesmo por que não conhecera o amor deles. Aprendera ser independente na dor e crescera ouvido seu tio dizer: — “Ame a liberdade, pois ela nos leva a alçar nossos objetivos, não permita que ninguém mude sua personalidade” — e assim Luna vivia, não permitindo que ninguém ditasse sua liberdade.  Era misteriosa e irresistível. Não se escondia da sociedade, era livre para ir onde desejasse com os sentimentos. Ainda poupava os pais, quando era questionada pela decisão de morar só — Meus pais vivem a vida deles e eu a minha. Ser bissexual não é a descoberta da história. Minha vida nunca será programada por ninguém. Isso não afeta minha vida profissional, tenho diversos colegas gays dentro do tribunal e na política — respondia com delicadeza, provocando curiosidade na mídia.

— Para uma pessoa pública você não se priva de nada. Sempre em grandes festas, rodeada de amigos íntimos. Nunca pensa que algo pode impactar em sua carreira e negócios. Ás vezes a liberdade tem um preço? — perguntou um repórter — Pode citar esses amigos?

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