The Teenage Team
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Por: L. L. Miranda
Capítulo 01 Meteoro Misterioso

Rio de Janeiro

Bangu

Quarta-feira 16 :11 hrs

               (Geovane)

   Era só mais um dia normal, eu Geovane, estava de pé sozinho num canto isolado do Colégio Guilherme da Silveira filho. Outra tarde comum de verão no bairro mais quente do rio de janeiro, adolescentes abarrotavam os corredores e a bagunça parecia não ter fim.

   Estava com a cabeça distante só pensava na minha ex, eu não conseguia tirar ela da cabeça, mais quem me julgaria? Afinal a Yasmin era minha primeira namorada, aquele típico amor caliente, precoce e adolescente, se é que vocês me entendem.

   O ciep 386 assim como a maiorias dos colégios estaduais do rio de Janeiro tinha lá os seus problemas mas a equipe do grêmio estudantil fazia de tudo para o Colégio andar a passos largos em direção ao sucesso e respeito dos órgãos estudantis do estado.

   Eu não estava pensando muito nas minhas responsabilidades como um dos membros mais importantes do grêmio estudantil, na verdade eu era o vice-presidente. Naquela quarta-feira não estava com cabeça, na noite anterior depois de uma discussão com minha namorada Yasmin, decidimos terminar e dar um fim ao nosso namoro de quase um ano, bom ela terminou comigo e eu era orgulhoso demais pra admitir para qualquer pessoa próxima, não aceitava a derrota esse era meu jeito.

Mas, meu amigo Danilo estava por dentro dos fatos e não perdeu tempo em tirar sarro de mim.

— Ora, ora Geovane, o pé que você levou ainda dói no seu traseiro ?

   Danilo caçoou com expressão visivelmente divertida, ele estava gostando disso é claro.

— Não dói mais, sua irmã cuidou do meu corpo inteiro a noite toda, estou novo em folha pareço um novo homem, hoje nada me tira do sério.

  Debochei sem pudor e torci para que ele captasse toda a malícia em minhas palavras.

Uma pena não ter notado a tempo sua irritação ao ouvir minhas palavras, teria com toda certeza percebido o soco vindo em direção ao meu rosto,

Uma direita e tanto, os ossos do meu rosto pareciam que iriam virar farinha, aquilo doeu bastante.

Caí rolando no chão como um saco velho de batatas, não era o melhor em brigas pois eu fazia parte do grêmio (não era de brigar muito) mais mesmo assim levantei o mais rápido que pude, com a agilidade de um gato que levanta de um tombo, saltei e agarrei as suas pernas o jogando no chão, com os punhos cerrados acertei bem no queixo com toda minha força.

Fez um som, PLAFFTH...

   Deu pra ouvir o barulho do maxilar dele se fechando e na mesma hora, seus dentes se batendo, no mesmo instante estávamos cercados de outros alunos e professores nos tirando de cima um do outro, isso me rendeu um olho roxo e ao Danilo um corte no lábio inferior.

   Fomos levados a sala do diretor Lemos, ele era uma pessoa áspera, estressada e diria até um tanto grosso, típico tipo de pessoa justa e correta, mais sem nenhuma educação.

—  Vocês estão em apuros, eu já esperava isso de você Danilo, mais de você Geovane, rolando no chão metido numa briga?

   Falou nos fitando em reprovação, aguardou alguns instantes nos encarando esperando que nos defendêssemos ou ao menos explicássemos o motivo do conflito, seu olhar de reprovação se manteve firme sobre nós.

  Nenhum de nós dois ousou se defender ou explicar o motivo da briga.

afinal erámos amigos e é normal amigos brigarem de vez em quando.

— Bom, já que nenhum dos dois vai falar, ponham-se para fora da minha sala e você Geovane além do castigo, depois iremos discutir sobre sua vice liderança do grêmio, agora mexam-se daqui.

   Dava pra ver a irritação nos olhos dele.

   Saímos da sala e fomos para detenção, era minha primeira vez lá, me sentia um criminoso estando ali.

— Você só me arruma cara.

  Ralhei com Danilo enquanto saíamos da sala.

—  Você não aguenta uma encharcada? e a culpa é minha, não pode tocar no nome da sua imaculada Yasmin? Cara ela é só mais uma garota.

  Falou em resposta.

— Não, ela nunca vai ser só mais uma garota, apesar de nós sermos novos, sempre pensei a frente, tinha planos para o futuro com ela.

  Rebati.

— Geovane pode até ser, mas se você der muita atenção a ela mano, ela vai fugir de você as garotas são assim, quanto mais você sufoca, mais elas se afastam, não vou mais fazer chacota com você sobre isso.

  Disse-me Danilo.

—  Melhor, desculpa ter falado da sua irmã também, foi idiota da minha parte meu comentário, a Daniela não tem nada a ver com essa história foi mal mesmo.

   Lhe peço desculpas sinceras.

—  Estamos juntos mano, aliás relaxa vou te ajudar a se acertar com ela, vai na minha que vai dar tudo certo pra vocês.

  Danilo me disse me estendendo a mão oferecendo um aperto.

Apertei em resposta, e tudo estava bem de novo.

   Na sala de detenção estavam eu, Danilo, Marcus, Suzana e Thaisa

Não sabia o motivo dos últimos três estarem ali. Marcus era um cara tranquilo e muito estudioso, eu até tinha um pouco de inveja das suas notas, hacker e especialista em programação, viciado em jogos de computador, um gênio incompreendido, era alto e desengonçado, tinha pernas e braços compridos, usava um óculos desses de cientista maluco, com os cabelos desgrenhados e relaxados do tipo de quem não liga de pentear.

   Suzana era linda, talvez a mais bonita da escola, corpo magro alto e esbelto, cabelo cacheado loiro, com belos olhos castanhos claros, sempre bem arrumada, boa em esportes, era a típica patricinha pobre, tem o sonho de um dia em ser jogadora de vôlei, é meio feminista, mais nem tanto assim.

 Thaisa também era bonita com um corpo não tão esbelto como o da amiga, um pouco mais baixa, olhos grandes e verdes, tem os cabelos curtos na altura dos ombros, pretos com as pontas pintadas de vermelho, gosta de usar blusas de mangas compridas, vive a vida como se estivesse dentro de um anime, uma Otaku feminina, típica garota fã de kpop, e que adora toda a cultura oriental.

  Danilo era meu melhor amigo de infância, estávamos sempre juntos desde antes do tempo do pré-escola, nossas mães eram amigas, Danilo não era mais alto que Marcus, mais também não era menor do que eu, sem malhar nem nada, já tinha um corpo cheio de músculos e definido, cabelo preto curto em corte militar. Amigos sim, mas sempre disputávamos pra ver quem era o melhor em tudo, desde uma partida de vídeo game até os jogos de futebol que tínhamos semanalmente no clube ao qual nós dois fazíamos parte, ele sempre foi muito bom de bola, eu, bem, me esforçava muito.

— Porque vocês três também estão aqui?

   perguntei ao trio.

— É tudo culpa do Marcus.

— É tudo culpa do Marcus.

  As duas falaram ao mesmo tempo, foi engraçado.

— Eu estava certo, só estou aqui porque vocês duas não tem juízo, Geovane essas garotas estouraram o cano do banheiro do segundo andar.        

   Ele parecia desolado ao me contar, por ter se envolvido em toda confusão.

— Como foi isso?

   indaguei.

—  Estávamos brincando com um rojão, mas por causa do Marcus, ele estourou no lugar errado.

  Disse Thaisa com um ar de quem quer causar intriga.

—  Elas queriam colocar ele dentro do vaso sanitário, diz elas que isso é um sinal de protesto contra a comida da cantina, tentei apagar o pavio, elas me seguraram e ele caiu entre o encanamento, tivemos que sair correndo, não pude fazer nada.     

   Marcus reprovava a ação das duas com os lábios, mais no seu olhar tinha um estranho brilho, diria até que no seu mais íntimo, ele estava de acordo com a travessura, mas acho que ele nunca admitiria, então deixei quieto.

— Tá bom, melhor deixar isso pra lá, vamos indo, temos muita coisa pra fazer, nosso castigo foi drástico.

   Ficamos de castigo depois da aula e ainda tínhamos que varrer o pátio, tirar todas as folhas, juntar o lixo, até polir o carro do diretor, por pouco não fui expulso do grêmio.

   Enquanto fazíamos as coisas a hora foi avançando, ao sinal de saída os outros estudantes iam saindo e nós íamos ficando.

   Os professores também foram indo

Ficando no Colégio só nós e o diretor Lemos.

   Já passavam das 19:00 horas. estávamos colocando o último saco de lixo no contêiner, quando o céu escuro ficou claro como se o sol de meio dia tivesse chegado no mesmo segundo, aquilo era uma loucura.

Lindo, mas completamente insano. Não conseguia tirar o olho.

—  Tá vendo isso Geovane ?

  Me perguntou Danilo, assustado com toda aquela luz repentina.

— Claro que estou vendo, como não veria ? Olha o tamanho daquilo, parece um meteoro.

  Respondi no mesmo instante aquela luz amarela com alguns traços roxos e vermelhos pareceu se dividir, toda aquelas cores aquareladas, elas expandiam e se dividiam, parecia até um set de filmagem do Spielberg. Mas do nada tudo apagou, exceto por um risco aceso pequeno, mais ainda estava lá, não extraordinário como antes, mais ainda tinha algo no céu.

  Durou menos de 30 segundos, mas ainda assim algo menor e brilhante ainda vinha a pico em nossa direção, e foi ai que o perigo me veio a mente em alerta.

—  Corram. — Gritei para todos me jogando para o lado puxando as meninas em direção a sala de leitura.

  Estava aberta mesma naquele horário é a única sala que nunca era fechada os alunos do ciep não eram de frequentar muito ali, ficava aberta mais pelo incentivo do que pelas visitas.

 Todos nós entramos a toda para dentro da sala, nós estávamos morrendo de medo, fechamos a porta as pressas.

  Um som cortante rasgava o céu em direção ao Ciep.

  Boomm...

  Um barulho bem alto pode ser ouvido. Algo atingiu o solo, pela distância só podia ter caído perto da quadra que ficava nos fundos do Ciep.

—  ali..ali..alienígenas ?

  Perguntou Thaisa tremendo.

— NÃO.

  Respondeu-lhe Marcus com a expressão séria.

—  Só um meteoro, que perigo gente.    

   arfou Suzana assustada.

—  Vamos lá ver ? 

  incitou Danilo, quase já saindo da sala de leitura.

—  Espere.

  Ordenei o segurando antes que ele atravessasse a porta de vidro enorme da sala de leitura.

—  Não sabemos o que é àquilo não podemos ir lá assim sem nenhum cuidado, é melhor ligarmos pra alguém avisando, estamos sozinhos aqui e pode ser perigoso.

  tentei persuadi-lo  esperando que ele fosse mais razoável.

— E perder o crédito da descoberta científica?

  exclamou Marcus passando apressado por mim e por Danilo.

  Suzana arrastou Thaisa atrás dela enquanto dizia.

 - Bora lá amiga.

—  Se você não quer ir, pode ficar ai sozinho e tire sua mão de mim. 

   rebateu Danilo e saiu em direção ao pátio junto com os outros, como acabei por ficar sem alternativas fui também ver o meteoro, como vice presidente tentei avisar a todos do perigo mais a quem eu queria enganar, também estava louco de vontade de ir na cratera apesar de entender que era perigoso.

  Afinal não se vê uma pedra do espaço todos os dias.

—  Vejam... é pequeno, muito pequeno, mais muito incrível.

  Danilo falava do meteorito que brilhava nas mesmas cores do céu de agora pouco.

Era amarelo com ondas roxas e um acentuado avermelhado.

Na certa era perigo. Podia até ser radiativo.

   Estávamos nós cinco ao redor daquele buraco. Olhando para aquela pedrinha menor que um limão, mas que emanava muita luz como se fosse uma luminária das grandes.

—  Podemos pegar ?

   Perguntou Danilo.

—  Não deve estar muito quente e também não sabemos o que é, deveríamos estar com roupas anti - radiação e luvas grossas.

  Respondeu Marcus com uma certa admiração misturada com medo no olhar.

  Naquele mesmo instante, algo aconteceu, aquele limão de cores. começou a flutuar e ficou levitando bem no centro do nosso circulo em volta da cratera, como um imã atraído pelo metal ele ia e vinha em nossas direções serpenteando acima e em volta de nossas cabeças e corpos.

   Uma onda de energia quente e envolvente me ergueu do chão, senti como se não pesasse os meus respectivos setenta e quatro quilos, logo em seguida vi que o mesmo acontecia com os outros a minha volta um a um começava a levitar e girar no alto a uns dois metros do chão, todos nós envolvidos por cores, como numa discoteca tudo estava brilhando, começava na pedra e se estendia até a gente, formamos uma forma no ar algo parecido com um pentagrama com o meteorito em nosso meio, aquilo era o máximo, primeiro a pedra que brilhava muito começou a se apagar e pouco a pouco nós brilhávamos mais e mais, até que totalmente sua luz se esvaiu, ela caiu no chão, agora não era diferente de uma pedra qualquer, exceto,  pelo fato dela ter voltado para o centro da cratera.

   Logo em seguida todos nos caímos.

— ahhh. Ai ai ai.

  Aquilo doeu. cai sentado, exatamente no mesmo lugar em que estava antes de iniciar aquela bizarra levitação, e os outros quatros também pousaram nos mesmos lugares de inicio.

   Olhei em volta e vi que algo havia mudado. tudo estava muito devagar, o som das coisas havia desaparecido, o silêncio reinava por toda parte, meus amigos estavam com os rostos parados quase sem movimento eu me movia na direção de cada um deles, acenava e os chamava mas eles estavam demorando muito pra se levantar, como se estivessem brincando de estátua, parecia que o mundo estava em câmera lenta, e só eu podia acelerar o filme.

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