Capítulo III

Chesterfield ,Condado de Chesterfield,🇺🇸 Estado da Carolina do Sul, 1996.

No distrito de polícia tudo corria tranquilo após a ocorrência envolvendo Roy Parker. Nick Libâneo estava no escritório do xerife, revisando uns arquivos, quando a sua assistente entrou: 

- Com licença xerife. - disse a moça parada na porta.

- Sim. Pode falar ,Carolyn. 

- Tem um cara que quer falar com você.

- Hum. Não é uma ocorrência?

- Acho que não. Ele foi o seu nome e disse que é seu amigo antigo. - falou a assistente já entrando no cômodo.

- Certo então. Esse sujeito tem falou o nome dele?

- Sim. É um nome diferentão. Acho que é Kazell ou Kazin.

Ao escutar o primeiro nome, o policial ficou perturbado, pálido e com uma expressão seria no rosto.

- Passe a ligação imediatamente fazendo o favor.

- Agora mesmo chefe. Ei o senhor está bem? Ficou pálido de repente.

- Sim... eu estou bem só não comi direito. Mas vou ficar bem. Você pode me trazer uma xícara de café?- indagou Nick mexendo na gola do uniforme.

- Trago sim chefe. - respondeu a mulher saindo do gabinete.

O policial aguardo Carolyn deixar o café encima da escrivaninha para pegar o telefone. Tinha um mau pressentimento sobre quem estava no outro lado da linha. 

- Alô. Aqui é o xerife Nick Libâneo. Pode se identificar por favor.

- Sabe Nick. Eu já falei o meu nome antes. Mas como somos amigos, vou falar mais uma vez,ZAZKAZELL. 

O policial reconheceu aquela voz. Finalmente o killer Z surgiu de novo o que era uma terrível notícia.

- O que você quer de mim? Por que voltou agora? - perguntou Nick muito nervoso.

- Eu o deixei vivo somente por diversão. Estive de férias nesses anos. Sabe eu salvei um homem neste período. Ninguém nunca soube o que aconteceu. Este cidadão era um amante da natureza. Agora estou morando aqui em Christerfield, rapaz que cidadezinha tranquila. Realmente aquela tempestade foi aterrorizante. Meus corvos te acharam no meio dos raios e ventos. Agora eu vou direto ao assunto principal. Quando eu salvar as minhas vítimas nesse município, tu vai se juntar a eles. A melhor parte de tudo isso é que você não pode impedir. Sua arma de fogo não pode me matar. Todas as alternativas não são viáveis nesta situação. Presta atenção, Nick, eu estou observando você desde Detroit. Portanto fique tranquilo, porque desta vez vai ser fascinante,comovente e empolgante. Uma experiência inédita para mim, tudo será feito com muito cuidado e carinho. E vou te dar uma dica, para mostrar o quanto a nossa amizade tem raízes fortes e profundas. Estou pensando em 4 indivíduos moradores dessa cidade incluindo você é claro. Talvez seja metade, enfim eu ainda não tomei a decisão final. Os corvos são os meus sinceros sinais especiais. Qualquer pessoa pode ser escolhida ao mesmo tempo que qualquer uma dessas pessoas pode ser eu. Você não conhece a minha cara e essa voz é só um efeito para criar esse tom vocal fictício.

Assim o assassino em série parou de falar. Libâneo não falou nada por uns instantes. Ficou sem reação com as palavras do cruel homicida. 

- Fale alguma coisa meu amigo. - disse ironicamente o criminoso.

- Eu não permitir que você machuque alguma pessoa da minha cidade e vou te prende...

- Pare de conversa fiada xerife. Nós sabemos que você não pode fazer isso. Eu só liguei para debochar da sua cara mesmo. Nick, você não passa de um policialzinho medíocre. Tu é só um capricho meu. Te deixei vivo só por isso. Mas uma coisa muito importante. Se você contar que eu te liguei, sua ex esposa e a sua filha vão ter a salvação do sofrimento diário deste mundo num piscar de olhos. Você entendeu xerife?

Uma sensação apavorante dominou os pensamentos do agente da lei, contudo respondeu:

- Eu entendi.

- Muito bem xerife. Zara e Azra vão ficar de olho em você. Não tente hostilidade contra elas, porque se fizer isso sua antiga família vai sofrer as consequências. Você está conectado no que eu disse senhor Libâneo?

- Eu compreendi sim.

- Sabe eu estou camuflado na sociedade de Chesterfield. As pessoas gostam de mim sem saber quem realmente sou. Bem, Nick a nossa conversinha acaba por enquanto. Antes de eu desligar me dê o número de telefone da sua casa. 

Sem direito de opção, o policial obedeceu o ordem do bandido. 

- Muito bem xerife. Tenha um ótimo dia de trabalho. Gostei muito de ouvir a sua depois de alguns anos. Você não imagina a minha felicidade de está de volta ao jogo.

- Seu desgraçado. Você não vai ficar impune. Se não for eu, alguém vai te parar e matar o que seria uma benção. - falou Libâneo dando um murro na escrivaninha. 

- Muito obrigado pelos elogios. Sabe o seu ódio por mim, só me deixa feliz e satisfeito. Suas palavras revoltadas são poeira que voa com o vento e desaparece de vista. Nick gosto muito de você, por isso que merece ser libertado de existir neste mundo de injustiça e dor. Não existe esperança aqui, nada é realmente importante em conviver nessa sociedade corrupta. Adeus xerife até muito breve.

A ligação foi interrompida naquele momento. 

Nick Libâneo colocou o fone no gancho. Tudo que ele tinha de certeza era encontraria ZAZKAZELL novamente e quando isso ocorrer será o verdadeiro final. Ele respirou fundo e tomou todo o café de uma vez. A sua impotência na atual conjuntura era a origem da sua frustração. Sua esperança caiu para o nível sub- zero e sua desesperança subiu para níveis gigantes.

Assim que Ashley e Roy se reuniram no hospital e ela viu que ele estava bem, tudo ficou certo no mundo. Mas uma semana se passou depois a realidade tinha se estabelecido. Parker achava-se sentada a mesa de fórmica em sua pequena cozinha, examinando os papéis a frente, fazendo o melhor para entender-lhes o significado. 

A estada no hospital tinha a cobertura do plano de saúde. O carro tive perda total, e a moça só possuía seguro parcial. Seu patrão , Phill, que Deus o abençoasse, lhe deu um tempo antes de voltar ao serviço. Oito dias tinham se passado sem que a jovem tivesse ganhado um centavo. As contas comuns, telefone, eletricidade, água e gás, encontravam-se vencidas. E, para completar, havia os 75 dólares do serviço de reboque. Ela podia pagar as contas comuns com o que restava no banco e ainda sobrar o bastante para comer, se tivesse cuidado. Comeriam um monte de cereal aquele mês, isso era certo. Felizmente, Brenda outra garçonete do San Zainiaz, tinha concordado em ajudar Ashley a ir para o trabalho e regressar. Com isso restava o preço do reboque, e a empresa se ofereceu para trocar a conta pelo que restou do Volvo 460 ano 1993. O resultado? A moça teria que começar a ir de bicicleta para fazer as tarefas na cidade. Uma bicicleta. Que o Senhor tivesse piedade. Bem pelo menos ficaria em forma. " Olha aquelas pernas" , imaginava as pessoas dizendo. " Ora elas são como aço" . Como foi que você conseguiu? " Eu ando de bicicleta".

Enquanto Parker usava a imaginação. Na floresta perto da casa dela, ZAZKAZELL escolheu novos corvos para vigiar as suas próximas vítimas. Ele deu os nomes de " Yara e Ayara" . Todos os habitantes do município podia ser as escolhas do psicopata sobrenatural. Não pode evitar um risinho. Não teria piedade para seus escolhidos.

Na manhã seguinte Roy atravessou o quarto e se arrastou para a cama da mãe.

- Acorde, mamã, acorde - sussurrou. Quando Ashley rolou com um gemido, ele subiu encima dela e usou os dedinhos para tentar levantar suas pálpebras. O garotinho achava aquilo hilariante. - Abra os olhos, mamã - insistiu ele, e, apesar da hora ingrata, ela não deixou de rir também. Para tornar a manhã ainda melhor. Karen Lakkan ligou pouco depois das 9:00h para ver se a visita ainda estava de pé. A senhora viria na tarde seguinte. Hurra! Um pouco mais tarde, após o café da manhã. Parker preparou as bicicletas. Após ajudar Roy a pôr o capacete, eles foram para a cidade sob um céu sem nuvens. O menino ia na frente. Para ele, andar de bicicleta era uma aventura, e ele pedalava com abandono total. Ainda que o trânsito fosse pouco, a mamãe se pegava gritando instruções a cada segundo. 

- Fique perto da mamãe... Pare!

- Venha para cá, querido, tem um carro vindo... Pare!

- Olhe o buraco!... Pare!

" Pare" era o único comando que ele realmente entendia e, sempre que ela dizia isso, o garotinho apertava o freio, punha os pés no chão e se virava com um sorriso enorme, como se dissesse: Isso é muito legal. Por que você está tão chateada? 

Ashley estava com os nervos em frangalhos quando chegaram no município. Andar de bicicleta não ia resolver, por isso decidiu pedir mais dois turnos por semana a Phill. Com isso economizaria cada centavo e talvez comprar outro carro dentro de uns dois meses. Dois meses? Até então ela provavelmente estaria louca. O centro de Chesterfield era pequeno e uma verdadeira gema histórica. As casas datavam do início do século XIX. Carvalhos enormes ladeavam as ruas, proporcionando um abrigo agradável do calor do Sol. Corvos pousavam lá com muita frequência. Apesar de um supermercado, que ficava do outro lado da cidade, Parker decidiu entrar numa loja antiquada que vendia de tudo, desde comida até iscas e acessórios para veículos. Para ajudar na atmosfera, havia quatro cadeiras de balanço e um banco na frente do estacionamento comercial. No interior, Ashley encheu um cesto de plástico com as poucas coisas de que precisava, e o dono empacotou tudo em três sacos de papel pardo. Ela teria preferido plástico, como no supermercado, para passar no guidão - mas sacos de papel? Como iria levar aquilo para casa? Ponderando o problema, viu Roy olhando pela porta de vidro, em direção a rua. 

- O que é, querido?

Ela não entendeu a resposta do menino; pareceu banheiro. Então se curvou para olhar seus lábios, enquanto o mesmo falava novamente:

- Bonero.

Dessa vez ele apontou para a porta, e a moça olhou naquela direção. De repente, soube o que seu filho queria dizer. Não era banheiro. Era bombeiro. Steve Lakkan estava do lado de fora da loja. Roy correu em sua direção quando o rapaz entrou e quase derrubou o garotinho.

- Epa, desculpe... não vi você - disse o bombeiro voluntário. Então o reconhecimento súbito rompeu seu rosto e ele abriu um sorriso enorme, agachando-se para ficar no nível do menino:

- Oi homenzinho. Como vai?

- Olá Steve- disse Roy todo feliz ( Ouá Steio) O menino o envolveu com os braços, como fizera naquele noite no esconderijo de caça. Lakkan devolveu o abraço, parecendo contente e surpreso ao mesmo tempo. Parker olhava num silêncio pasmo. Depois um longo tempo, Roy finalmente soltou o aperto, permitindo que o homem recuasse . Os olhos do garotinho dançavam, como se tivesse reconhecido um amigo de longa data. 

- Bonero- falou de novo, empolgado. - Ele achou você. ( Ei achô ocê) 

Lakkan inclinou a cabeça para o lado.

Ashley finalmente voltou a si e caminhou na direção deles. Mesmo depois de ter passado um ano com a fonoaudióloga, Roy só havia abraçado a mulher quando a mãe o havia empurrado, e ela não tinha exatamente certeza de como se sentia com relação a nova ligação do filho. Ao mesmo tempo, o modo confortável com que Steve tinha reagido ao garotinho - e vice versa - fazia com que a situação parecesse menos ameaçadora.

- Ele está tentando dizer que você o achou - disse ela. Lakkan ergueu os olhos e viu a moça pela primeira vez desde o acidente. Apesar de tê-la visto antes , a aparência parecia mais atraente do que recordava . Certo, naquela noite ela estava um horror, e não se lembrou com detalhes do rosto dela. 

- É. Ele achou você - repetiu, Roy, assentindo para dar ênfase.

- Isso mesmo, eu achei - afirmou Lakkan com a mão amigável ainda no ombro do garotinho. - Mas você foi muito corajoso está de parabéns.

Ashley ficou olhando enquanto o bombeiro falava com seu filho. Steve estava de jeans e botas velhas coberta de lama seca. Sua camisa tinha mangas curtas, revelando músculos fortes nos braços bronzeados. Quando ele se levantou, pareceu mais alto do que se lembrava. 

- Desculpe por ter quase derrubado o menino. Eu não o vi. - O homem parou, como se não soubesse mais o que falar.

- Não foi culpa sua. Roy se atirou contra você. - Ela sorriu. - A propósito, eu sou Ashley Parker. Sei que já nos conhecemos, contudo naquela noite muita coisa ficou confusa. - A moça estendeu a mão e Steve apertou-a. A garçonete sentiu calos na palma dele.

- Steve Lakkan. Recebi o seu bilhete. Obrigado.

- Bonero - disse Roy novamente. Estava apertando e abrindo as mãos quase compulsivamente, coisa que fazia quando ficava empolgado. - Bonero gande.

Steve estendeu a mão, segurando o menininho pelo capacete, de um modo carinhoso, quase como irmão.

- Você acha é?

O garotinho confirmou.

- Grande.

Ashley gargalhou.

- Acho que é um caso de culto ao herói.

- Bom, o sentimento é mútuo, homenzinho. Foi mais você do que eu.

Os olhos de Roy se arregalaram.

- Gande.

- Roy parece bem. Depois de tudo que ocorreu, eu fiquei imaginando como ele estaria. - murmurou o bombeiro.

- Sim ele está muito bem. O médico lhe deu atestado médico de saúde total.

- E você? Levou uma bela pancada.

- Acho que estou legal também. Um pouco dolorida aqui e ali, mas fora isso, tudo bem.

Os hematomas em sua bochecha ainda eram ligeiramente visíveis. O corte tinha sido muito bem fechado com pontos e, ainda que ela fosse ter uma cicatriz para sempre, era perto da linha dos cabelos. 

- Bom, fico satisfeito. Eu estava preocupado com você também.

- Muito obrigada pela consideração.

- Não pude deixar de notar que vocês estão de bicicleta. E estão com sacos de papel pardo. E vai difícil levar com as bicicletas. Posso lhe dar uma ajuda e levar as compras até a sua casa? - Ele fez um gesto para a caminhonete parada na rua.

- Ah não. Está tudo bem.

- Tem certeza. Eu já estou saindo. Só me dê dois minutos, no máximo. Vou comprar uns refrigerantes para os rapazes que trabalham para mim.

- Os rapazes do corpo de bombeiros?

- Não, lá eu só apenas voluntário. EU trabalho com reforma de casas, coisas do tipo. 

Mesmo sabendo que Lakkan estava sendo gentil, produto da criação numa cidade pequena, Ashley não tinha certeza de se deveria aceitar. Será que por estar sozinha há tanto tempo ele não sabia mais como aceitar a gentileza de alguém? Ou era porque ele já fizera tanto por ela? Vá em frente. Ele não está pedindo você em casamento...

Ela engoliu em seco, pensando na procura até conseguir uma bolsa, depois em colocar as compras dentro e levar até em casa. 

- Tem certeza que não está fora do seu caminho?

Lakkan sentiu como tivesse obtido uma pequena vitória.

- Não, de jeito nenhum. Só deixe eu pagar esses refrigerantes e eu ajudo a você levar as coisas até a picape. - Ele pagou e em seguida pegou as sacolas dela.

- Como você sabe onde eu moro? - perguntou Parker olhando o empreiteiro nos olhos.

Ele olhou por cima do ombro.

- É um município pequeno. Eu sei onde todo mundo mora.

Ashley e Roy entraram na Ford Ranger Splash V6 vermelha ano 1995. Steve entrou em seguida e assim eles foram embora. 

No dia seguinte, Ashley passou a manhã trabalhando com Roy. Agora que o verão tinha chegado, ele parecia assimilar melhor se pudessem terminar antes do meio-dia . Depois disso o calor aumentava muIto dentro da residência, dificultando a concentração. Logo após o café da manhã ela havia telefonado para Phill , e ele consentira em lhe dar os turnos extras. A partir do dia posterior, a garçonete trabalharia todas as noites, com exceção de domingo. Vinha pensando em Steve Lakkan desde que o havia encontrado no mercadinho.Das muitas coisas que Ashley aprendeu com a sua mãe, existia uma que sempre lhe vinha a mente ao avaliar os outros. " Você vai encontrar pessoas na vida que dizem todas as palavras certas. Mas , no fim é sempre pelas ações que você deve julgá-las." " Talvez" , pensou, " por esse motivo que eu tenha reagido assim com Steve" . Ele já havia provado que era capaz de feitos heróicos, contudo não foi o resgate dramático de Roy que inspirou seu interesse por ele. Se é que era interesse. Não. Foi o modo como se ofereceu para ajudar sem esperar nada em troca, o modo como pareceu se importar em saber como Roy e ela estavam, o modo como tratou o filho. Especialmente isso.

Mesmo não querendo admitir, nos últimos anos a moça passado a julgar as pessoas pelo modo como tratavam seu filho. Lembrava-se de ter compilado listas mentais, com os amigos que tentavam se relacionar com Roy e os que não tentavam. Ainda que não entendesse tudo que o garotinho tinha dito, Lakkan continuara falando com ele. Olhava a criança ao falar. Tinha se certificado de dizer tchau. Coisas pequenas, contudo para Ashley era incrivelmente importante. Steve tinha tratado Roy como um garoto normal. Parker ainda pensava no empreiteiro quando Karen parou o carro na sombra de uma magnólia. Depois das preliminares tradicionais, As mulheres se sentaram na varanda da frente, para ficar de olho no menino. Ele entretinha-se com seus caminhões perto da cerca, empurrando-os por estradas imaginarias. Antes da senhora chegar, Ashley o havia coberto de protetor solar e repelente de insetos, e as loções agiam como colo quando ele brincava na terra. Seu rosto parecia não ser lavado há uma semana. Na mesinha de madeira existia dois copos de chá gelado e doce que Parker tinha feito de manhã. Karen tomou um gole, os olhos jamais se afastando do menininho.

- Sua mãe também adorava ficar suja - disse a Sr. Lakkan.

- Minha mãe? 

Karen a olhou divertida.

- Sua mãe era um verdadeiro moleque.

- Nós estamos falando da mesma pessoa? Minha mãe não tirava o lixo da manhã sem colocar maquiagem.

- Ahh, isso aconteceu mais ou menos na época em que ela descobriu os garotos. Da noite para o dia ela se transformou praticamente na essência da da sulista. Mas não deixe isso enganar você. Antes sua mãe era o próprio espírito do pântano. Pegava sapos, xingava como um pescador que tivesse perdido a rede, até brigava com os meninos. Era uma menina valentona.

Ashley ficou quieta, esperando que Karen continuasse.

- Lembro que ela passava o verão inteiro sem usar calça sapatos, não ser quando tinha que ir na igreja. Em setembro ela estava com os pés tão sujos que a mãe dela a sua avó só conseguia tirar as manchas usando esponja grossa. Quando as aulas começavam de novo, sua mãe mancava nos dois primeiros dias. EU nunca descobri se era por causa da esponja grossa ou simplesmente porque não estava acostumada a usar sapatos.

Ashley riu, incrédula. As duas se divertiram muito naquela tarde tranquila. Enquanto Yara e Ayara observaram todo o diálogo das duas. 

Um Chevrolet Camaro SS preto ano 1995 estava parado num estacionamento subterrâneo de um hotel ,na zona leste da cidade. Jaker Kerzerker tinha um envelope de papel pardo com fotos de algumas pessoas. Um homem alto usando boné e óculos escuros entrou no muscle car e Kerzerker lhe entrego o envelope:

- Essas fotografias estão muito boas. Muito bom serviço. - disse o indivíduo de óculos entregando dinheiro para Jaker.

- Muito obrigado pelo elogio. Tem alguém aí que te interessa? - perguntou o dono do Camaro, já ligando o motor.

- Com certeza que tem sim. E tudo já está acontecendo muito bem na verdade. Bom eu não quero falar muito mais. Não gosto desse lugar. A gente se fala em breve. - respondeu o homem misterioso saindo do carro e se afastando com pressa.

 Kerzerker engatou a primeira marcha e soltou o freio de mão e saiu do estacionamento subterrâneo calmamente. Chesterfield era uma pequena cidade do interior e ele estava gostando da tranquilidade momentânea da região. O Camaro desapareceu de vista, ao mesmo tempo que o Enigmático homem sumiu ao virar a esquina. E as únicas testemunhas eram os corvos.

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