Capítulo 5

Alyssa. 


—  Para  onde exatamente quer me levar   ? 

— Para a minha casa. E já adianto que se está pensando em fugir de mim.  —Sorriu torto—Desista, não cometo o mesmo erro duas vezes.  

Eu não sabia o que dizer em resposta, mas tratei de não levar a sério  o que um cara sob efeito de bebida e drogas dizia.   

  Contudo, eu não vou mentir o quanto considero a ideia de ir com ele muito tentadora. Um teto , comida de graça,  e proteção era muito  tentador. Tentador demais para a dizer a verdade.     

  

 Mas como eu disse, no estado em que ele se encontra é  difícil   saber se ele  realmente está falando sério.  

—  Você não me  respondeu. — disse ele num tom aborrecido. 

 Quando ergui os meus olhos para ele , o encontrei carrancudo.  

Colocando humor na minha voz ,brinquei :— Toda vez que me olhar assim, sério  e com  esses olhos de tigre  semicerrados, vou concordar com tudo que você diz.  

Ele fechou ainda mais a cara. Acho que ele gostou muito da brincadeira.  

—Isso quer dizer que ainda têm mim , não é ? Se é  isso ,se o medo de mim que está fazendo você  hesitar em aceitar o  meu pedido, eu falei sério ,Aly ,eu nunca machucaria você. 

O meu coração se  aqueceu com firmeza  do seu tom de voz ao dizer aquelas palavras. 

—Não é isso. Eu não tenho medo de você.   —Sorri pra ele e acrescentei:—Não  mais. 

Eu não tinha mais  medo dele ?

Não. Eu não tenho. 

 Bom , eu tive muito medo dele quando   invadiu a casa aos chutes e depois  ameaçou atirar em mim. E há alguns minutos atrás quando interpretei errado o que ele  disse sobre ter sido um erro ter deixado eu ir o que acabou comigo entrando em pânico por achar que  ele  ia matar. Mas tirando esses três fatos ,muito  marcantes por sinal ,eu não tenho   medo dele, pelo contrário, eu me sinto  segura , confio nele e estou gostando muito de ter ele por perto. 

Santo Deus!  Acho que acabei de descobrir que  não bato bem da cabeça. 

 Cada centímetro desse   homem  ,lindo   , construído por puro músculos , emana força , ameaça e  sede por violência e sangue.       

  Ele já deixou claro que é  do  tipo que não hesita  em tirar a vida se for  necessário. Sujar as mãos de sangue não é  nenhum problema para ele. E eu estou admitindo que  não tenho medo.       

— Ally ? —ele chamou a minha atenção , afastando os meus pensamentos. 

—Sim?

Ele ergueu uma das sobrancelhas. 

— Mais uma pergunta que você  não responde. —disse ele. 

Ele fez uma ?

—Sinto muito ,eu estava distraída. O que você perguntou?

—  descartei os gases sujas  dentro de uma sacola e peguei mais um maço , repetindo o processo de umedecê-las com antisséptico para terminar de limpar o corte e todo sangue seco espalhado pelo  abdômen.  

—Eu perguntei se você  vai vir comigo. 

—  Se é o que quer ,eu vou. 

Ele sorriu e o meu coração respondeu de imediato com aquele sorriso. 

— Bem ,eu terminei , agora com você.  — Mais uma vez descartei  as gazes sujas e  entreguei  o  kit de sutura  para ele.  —Tem certeza que consegue fazer isso ?   —Perguntei.  

Ele franziu rigidamente a testa e curvou os cantos dos lábios. 

—Está duvidando das minhas habilidades ,pequena ? 

—Sinto muito , pergunta errada.

—Rindo  da careta em seu rosto, acrescentei.   —A correta é , está enxergando direito para costurar a si mesmo , motoqueiro  ? 

Ele deu uma risada gutural e profunda que provocou arrepios pela minha pele. Até o som da risada desse homem tinha que ser tão sexy ? Ele parou de rir e fitou o meu rosto. 

—Eu estou enxergando perfeitamente e   se isso não a assustasse tanto ,eu olharia pra você a noite toda, pequena. —  Ele engoliu com dificuldade. — Você é tão linda ,   doce ,gentil e bondosa.    

Como eu imagino que os anjos sejam.

Definitivamente ,acho que ele  não está enxergando direito. De qualquer maneira, a quentura no meu rosto  foi inevitável e a minha respiração quase falhou sobre seu olhar quente e profundo .

 Eu desviei os meus olhos dele para a sacola e fingi que  procurava alguma coisa   até me recompor. Ele se sentou e apoiou as costas na parede. Quando olhei para ele ,vi que já estava com agulha na mão e a  linha  nela.   

  

 Então,   com uma expressão centrada e sem demonstrar estar com dor , começou a suturar o corte com movimentos firmes  e ágeis .    

 Era  óbvio  que ele já  tinha feito aquilo inúmeras vezes  antes. Sangue espirrava e escorria pela as suas mãos e estômago  conforme ele passava a agulha sobre o corte . 

Era meio surreal e muito agoniante de  assistir  

 Peguei um maço de gases , encharquei de asséptico e me aproximei dele. —Vou limpar o sangue enquanto você sutura.—-  Eu disse.

 Ele apenas assentiu. Minutos depois, o corte estava suturado. Fiz um curativo para proteger os pontos e  limpei o sangue das mãos dele com gazes e asséptico.  Feito isso,  descartei as gazes e a agulha usada em uma sacola para jogar no lixo pela manhã e fui lavar as mãos , levando a sacola comigo . Quando retornei , Tristan terminava de  vestir  uma camiseta limpa e a suja de sangue estava embolada no chão  do lado do colchão. 

  — Tome os seus remédios, pequena. E  trate de comer as barras de cereais. Vamos  comprar comida de verdade pela manhã. —disse ele com um  ar sério.  

Assenti e tomei os meus remédios.  Em seguida , peguei algumas barras de cereais da sacola e olhei para ele. —Eu comprei bastante. Quer me acompanhar ? 

Ele sorriu. E aquele sorriso me fez derreter por dentro. 

—Claro. Aposto que é uma delícia. —disse ele, franzindo as sobrancelhas. 

—Eu não duvido. —Sorrindo,entreguei duas barras para  ele e fui me sentar no chão , mas ele segurou-me firme pela mão   ,causando algo parecido com um choque elétrico e térmico  pelo meu  corpo que atingiu até às minhas veias.  

Não só pelo aperto firme dele , mas também pelo profundo e intenso  olhar dele fixos nos meus.   —Sente-se  aqui comigo , pequena.  Com o  meu coração disparado ,eu me sentei ao lado dele. 

  Rasgando a embalagem da barra de cereal, dei  a primeira mordida. 

 Era de baunilha com castanha e…  Deus !  O  meu estômago se alegrou com a novidade deliciosa. Tanto que ele se alegrou que eu a   devorei   em segundos e abri outra ,essa era chocolate com   frutas vermelhas,  tão deliciosa quanto a primeira. Eu a devorei em segundos também. Então veio a terceira ,essa só de  chocolate,  e depois a quarta que era de  laranja com mel. E foi só quando eu estava   engolindo  o  último pedaço  que   me dei conta que Tristan estava em silêncio ,assistindo o ataque  faminto da garota sem teto. 

 Meu Deus, que vergonha. Principalmente porque tenho consciência que não foi uma cena bonita de se assistir. Eu comecei um pedido de desculpas , mas fui interrompida pela respiração pesada e profunda dele. Ele tinha apagado. 

Me levantando ,e com cuidado , puxei-o pelas pernas até que ficasse deitado no colchão,  e em seguida, o cobri.  Guardei o que tinha sobrado das barras de cereais na sacola , escovei os dentes e só então fui tentar dormir um pouco. O colchão era pequeno para nós dois , então,usei o meu segundo cobertor pra forrar o chão do lado do colchão e usei o pouco do cobertor dele para me  cobrir. 

E pela primeira vez desde que vivo nas ruas ,eu me sinto segura para dormir e feliz.    

                              *****

Foram  os  sons de gemidos    que me acordaram do meu  sono mais tranquilo que eu já tinha  tido em dias desde que fiquei   doente.

 A febre junto com   todos os outros  sintomas da minha gripe  tinha me  dado um bom alívio graças aos remédios e a sensação de segurança por ele estar aqui , foi o que me fez dormir   tão rápido . Não mais .

Sobressaltada, me sentei no cobertor  e olhei para Tristan. Ele estava tremendo. O  rosto contraído e suado  dele transmitia sofrimento. Devia ser um pesadelo.    

 Estiquei a mão e toquei o  rosto dele afim de acordá-lo e tirá-lo daquele pesadelo  que parecia algum tipo de  tornura.  O meu coração disparou  e o meu estômago gelou por dentro.  

Ele está  queimando.  Tristan estava com febre. Febre  é o indício de alguma infecção. E a febre  dele está muito alta. Sinto que estou tocando  em pura brasa.

 O que significa que não é uma infecção qualquer. 

 Merda.  Por que ele não ficou quieto como eu pedi enquanto eu não voltava com os remédios ao  invés de encher a cara e fumar maconha  ? 

"Por que ele achou que você não ia voltar. 

O meu peito se aperta quando a minha mente se  lembra disso. Ele achou que eu não voltaria. Que deixaria ele aqui sozinho e ferido.  

  Ele resmunga  alguma coisa  quando eu  ergo  a camisa dele para verificar se o ferimento  está  sangrando. Não está.  As gazes do curativo  estão  apenas sujas de sangue   quase seco.    

Quando fui afastar a minha  mão ,ele agarrou  o meu pulso   ,apertando  com força . Eu gemi com a dor da pressão dos  dedos dele  apertando o meu pulso. O meu gemido fez  com que ele abrisse  os olhos e olhasse com pânico  para mim.  

  

—Está me machucando. —eu o avisei num tom mais calmo que consegui para que ele  não achasse que eu estava com medo dele.  

 Ele soltou   o meu pulso.   —Eu sinto muito , pequena. Merda. Eu realmente sinto muito.  —ele aperta  rigidamente os lábios enquanto os seus olhos, meio atordoados ,  parecem  gritar arrependimento. 

 —Está tudo bem. Você estava tendo um pesadelo ,eu acho. E está com muita febre. Precisa tomar os remédios urgente. —eu disse e  no segundo seguinte  ,fui  até a sacola para pegar  os remédios dele. Já com  dois comprimidos em mãos  ,um antiinflamatório  e o outro analgésico ,abro uma garrafa de água  e volto  para ele. —Aqui , precisa ingerir isso.Sãos os remédios. Vou fazer uma compressa com água fria também pra ver se ajuda. 

Ele pega os  comprimidos da minha mão e os engole com ajuda de um pouco da água que eu entrego a ele em seguida.  

  

—Obrigado , pequena. Eu preciso de um banho gelado. 

 Sinto que estou sobre uma maldita fornalha.  — Ele fechou fortemente os olhos e deu  uma risada baixa e nasalada.  —Eu nem fui para o inferno ainda  e já estou queimando.  O diabo deve estar com muita pressa pra colocar as mãos em mim.  —  Seu  tom brincalhão  soou   meio grogue.

 Era o efeito da febre. Por que ele  também está lutando para manter os olhos abertos.   Ele precisa de um médico. Mas ele não pode ir pro hospital.  O  medo que ele piore a ponto de eu não poder fazer nada para ajudá-lo, cai sobre mim ,causando um desconforto no estômago e um nó na garganta.  

Ele vai se erguer pra se levantar e resmunga um "  inferno ''

E isso me irritou  um pouco.  

—Você não  devia mencionar tanto o diabo e a casa dele  quando você precisa tanto de ajuda divina , sabia ? Ao invés disso ,devia pedir pra  Deus pra não deixar você morrer já não  que pode ir pro hospital.  

 — Deus  já está me  ajudando , pequena. Por mais que eu não mereça ,ele está. —Ele segura a minha mão ,entrelaçando os nossos dedos juntos  de modo firme antes me  encarar nos olhos e acrescentar :  —

 Por que  ele me trouxe até  você , pequena. Você é a minha ajuda divina.  

Se a intenção dele  era me transformar em uma manteiga derretida sobre um forte calor com o que acabou de dizer,ele conseguiu. Estou derretida e  com o coração batucando.    

 —Prometo que vou  tentar não falar tanto naquele que só quer me foder.—brincou.

—Isso já é um  bom começo. Obrigada.   —eu disse. 

  

  — Tem água aqui , pequena ? —ele pergunta. 

—Sim ,e do tipo que você precisa. Bem gelada.  

— Ficando de pé ,eu   ofereci   a minha mão para   ajudá - lo a se levantar do colchão. 

—Não , pequena. É melhor ficar longe de mim. Não quero machucar você. 

 E é provável que eu faça isso porque …. — ele soprou  fundo  : —  A minha cabeça está malditamente girando. Eu posso cair e levar você junto.    

 O fato de que , mesmo ferido e abatido pela  febre alta  e   ainda assim  se  preocupar comigo , fez com que os meus olhos se enchessem de lágrimas e o  meu peito  se apertasse com força .  Nunca ninguém se importou tanto comigo como ele está fazendo . 

"Não é hora para se render a  emotividade , Alyssa. Faça alguma coisa para ajudá -lo.    

 — Não vai me machucar porque eu não  vou deixar você cair. Agora ,pegue logo a minha mão.    

Vejo um pequeno sorriso curvar o canto dos lábios dele. 

 —Você é uma pequena coisinha fofa e mandona  ,sabia ? — Ele segura a minha  mão , mas não coloca quase nenhum peso para que eu possa ostentar enquanto ele ,com dificuldade ,fica de pé. Eu me apressei  levando  um braço ao  redor da cintura dele e segurei  firme , me preparando para o pior  caso  ele caísse  — Tudo bem, pequena. Eu não vou cair.  —disse ele   e após um suspiro  fundo,seguiu para o banheiro ,caminhando com dificuldade  enquanto mantinha   uma  mão no ferimento.   —O meu medo é que você caia e se machuque mais do que já está , é mais forte do que o seu orgulho e teimosia em  aceitar a minha ajuda.   — Jogando um braço  dele  em volta do meu ombro , segurei firme ali enquanto  levava o meu outro  braço para a cintura dele. 

—Pequena ..—Ele grunhiu. 

 — Sem chances. —eu digo com firmeza. Ele não volta a reclamar. 

 Deixei  ele no banheiro  e fui  buscar  uma  vela e voltei  pro banheiro , colocando a vela   sobre a   pia.  

Em seguida, indiquei os minúsculos   frascos de  sabonete líquido sobre o  parapeito da janela do banheiro. Eram amostras grátis que eu sempre pegava de uma loja de cosméticos no centro   quando tinha a oportunidade. Assim como  creme dental, shampoos  e condicionadores. Eles sempre deixavam  essas amostras em uma cesta na entrada da loja.   

Então era fácil pegar e sair de fininho sem ser abordada.      

   

 —Eu preciso me livrar dessas roupas. Se não quiser me ver nu , é melhor você sair.   —ele colocou  um pouco de diversão na última frase e  um sorriso torto.   

Oh ,meu santo. É claro que ele precisa se livrar delas para tomar banho. 

Chutando o embaraço da minha voz ,eu digo o mais naturalmente possível :

—Está bem. Eu vou esperar lá fora.  Você tem uma toalha limpa  nas suas coisas ?  

— Tenho sim. Está na minha mochila. Pode pegar pra mim , por favor ?  E se não for pedir demais ,  uma roupa também ? 

—Claro. Quando terminar,me chame.  — Eu disse e após encostar a porta ,fui pegar as  roupas e a toalha nas coisas dele . Ele era cuidadoso porque as  roupas dele  estavam todas  limpas e  dobradas na mochila. E cheirosas.  

Peguei uma calça de moletom ,uma camiseta , cueca e um  par   de meias. E  por último ,a toalha que estava dobrada no fundo da bolsa.    

Ouvi ele resmungar alguma coisa  seguido por um  gemido abafado  e  depois disso um "caralho ' muito irritado.

 Peguei  as roupas e a toalha   e fui até a porta do banheiro e bati .

—Você está bem, aí ?— Perguntei .

Claro que não , idiota. Como ele poderia estar bem quando 

 mal consegue se mover ,está com dor e quente como fogo  ?

 —Sim, pequena ,eu estou bem. —ele respondeu em voz baixa.   

A minha pulsação acelerou e o meu coração seguiu  o mesmo ritmo quando tomei a decisão de entrar para  ajudá-lo.  Antes que eu pudesse voltar atrás na minha decisão ,empurrei a porta e entrei.  Tristan  está apoiado   na parede tentando se livrar dos coturnos de couro com cadarços  sem ter que se baixar para isso. Um feito meio impossível de se concretizar  sem usar as mãos.  

Quando ele me viu , os olhos  dele ganharam energia.

—O que faz aqui , pequena? 

O nervosismo me ataca. Eu estou prestes a ver o homem nú e só de pensar nele nú , fico uma pilha de nervos e a  minha pulsação vai a mil.   Deixando as roupas e a toalha na pia ,eu olho para ele. 

—  Eu vim te ajudar.   

    Se quiser , é claro. É só   fingimos   que eu sou uma enfermeira e você o doente . Merda. Você é o doente. —A minha voz saiu  atropelada, denunciando o nervosismo.  

—Não precisa se isso a deixa nervosa , pequena.  

— Eu não estou nervosa.    —eu minto  e  me abaixo para tirar as botas e as meias  dele. Não me  surpreendendo quando encontro   uma  faca protegida por um suporte de couro preso  em uma das portas . Tiro o suporte com faca e deixo de lado e depois faço o mesmo com as portas e meias.  Suspiro fundo. Agora é a vez da calça. 

  Ele se adianta e   abre o botão e o zíper. Tudo que eu tenho que fazer   é puxá-la  para baixo. 

 Por mais que eu tente não demonstrar o meu nervosismo ,os meus dedos trêmulos me entregam  quando seguro  nas duas  laterais do Jeans preto e deslizo  devagar pelas pernas musculosas   ,deixando a cueca box também preta  visível. Com a calça nos pés ,ele sai dela sem a minha ajuda. Dobrei a calça e coloquei na pia e voltei para tirar a cueca.

A cueca. 

Sim  ,eu estou mesmo indo fazer isso. Eu vou tirar a cueca dele.   

—  Você não precisa fazer isso , pequena.      —Com o rosto contraído,ele respira   fundo e  fecha   os olhos.  — Eu me viro a  partir   daqui.    — A  voz dele saiu  baixa e  fraca.  

 Controlei  o meu nervosismo e constrangimento tolo  e mostrei o máximo de confiança que consegui.  

— Eu sei que eu  não preciso  ,mas eu quero ajudar você.    Agora ,pare de me interromper.  —eu disse com  humor e ele  sorriu.  

—  Está bem.  Se não se importa de me ver nu ,sou todo seu.  

Com o coração descontrolado      ,eu tirei a cueca dele de uma vez e deixei na pia. 

Quando voltei para ele novamente , ele já tinha tirado a camisa. — É preciso tirar isso ?— ele tocou o esparadrapo impermeável  sobre o ferimento.  — Não. —Evitando olhar para a parte debaixo do corpo   dele , 

, ligo o chuveiro e o ajudei  a  entrar na água ,tomando cuidado para não me molhar enquanto fazia  isso. 

  —Porra ,  isso é o que? Gelo ?  —ele bufa ,jogando a cabeça para trás para que a água caia  em seu rosto bonito.   

— Não reclame , vai ser bom pra baixar a febre.    — rindo ,eu entrego um frasco  de sabonete para ele.    —O que é isso , pequena ? —Ele pergunta ao pegar o frasco. 

 — É  sabonete. 

Ele derrama um pouco na mão e começa a se esfregar. 

 Até agora,eu tinha evitado olhar para o corpo dele e pretendia continuar assim , mas os meus olhos parece  que ganharam controle próprio porque eu não consigo   para-los quando eles  decidem com muita determinação a   viajar pelo corpo  de Tristan. 

   Quando os meus olhos chegaram   no pau dele,foi inevitável não arregalar os olhos. Era grande  e pesado. Senti-me como se tivesse pegando fogo por dentro só de olhar. 

Santo Deus. Se  já  era  enorme     sem estar em ação ,como será que  ficaria quando estivesse ?  

" Que merda ,Ally ? 

  Tirei os olhos do corpo dele e foquei  em seu   rosto antes que ele me pegasse olhando. 

 —Acho que já tive água gelada o bastante.  —com um sorriso torto nos lábios ,ele  desligou a água .

   —Está bem—  Peguei a toalha e entreguei a ele que  começou a se secar. 

 Eu sabia que assim como o ajudei  a se   despir  ,eu teria também que ajudá-lo a se   vestir . Então , quando ele terminou de secar a parte de cima do corpo ,onde ele não precisava se abaixar pra isso ,eu coloquei a mão na massa. Quer dizer ,eu vesti o corpo daquele homem que não era nada menos do que  uma linda e sexy  obra de arte tatuada e musculosa. Sequei suas pernas em primeiro lugar , é claro. 

Quando eu  terminei de subir a calça de moletom e ele vestir a camisa , eu sugeri que ele fosse se deitar.  

Ele me puxou  para ele e me abraçou.    —Obrigado , pequena. 

É só um abraço. Um abraço de agradecimento , mas ali, colada nele enquanto estou envolvida pelos seus braços fortes  ,tão suavemente e protetoramente , eu sinto coisas que nunca senti antes. 

  —Vamos deitar , pequena. E dessa vez,você fica com o colchão. —ele rompe o abraço e me  afasta com cuidado dele. E eu  já sinto falta de estar lá novamente  tão rápido como tinha saído. 

—  Está tudo bem,você pode ficar no colchão .  Eu me viro com o cobertor.   —eu disse ,me  oferecendo como apoio pra ele novamente para voltarmos ao quarto.  

—Isso não tem discussão , pequena. Você dorme no colchão. 

—Eu já disse que está tudo bem.

—Não vou deixar você dormir no chão. —disse ele com uma carranca. 

    —Pare de ser teimoso, homem !  Não vou deixar você dormir no chão com febre e ferido e ponto final. —Eu me afastei dele para que se deitasse. 

— Neste caso, acho que devemos dormir juntos então. Ou é isso ,ou sem acordo. 

—Ele não parecia  que estava brincando. 

Se concordar com aquilo era  o único jeito de ele ficar no colchão  , que assim  seja , então, mesmo que pra isso  eu tivesse que  lutar pra não ser sucumbida pela  sensação potente e quase palpável  de eletricidade que exalava dele e  atingia  cada centímetro do meu corpo .

    

 

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