Capítulo 3

O anjinho se sentou comigo no colo, ele fechou os olhos bonitos e fez uma cara de concentração, as lindas asas brancas emitiram um brilho, eu pisquei os olhos e elas tinham sumido. Lancei meu corpo a frente para olhar suas costas e vi uma grande tatuagem em forma de asas em suas costas. Parecia um tribal de linhas negras em sua pele escura, a vontade de lamber cada linha. A queimação no meu corpo voltou, olhei para os olhos dele e foi como se o mundo em nossa volta sumisse.

Nossas bocas foi em direção uma da outra, o beijo cheio de necessidade começou, nossas línguas travaram um dança sensual. O cheiro dele se misturou com o aroma do chocolate. Suas mãos subia e descia por minhas costas, nossos corpos estavam grudados e se esfregava. Larguei a boca dele e olhei para os seus olhos, segurei o seu rosto e vi a fumacinha vermelha sair novamente da boca dele. Quando ia aspirar ela sentir uma dor no braço.

Olhei para o lado e vi meu pai me aplicando uma injeção dolorida. Rosnei para ele por me interromper, mas seja lá o que ele me deu fez com que a minha mente parece de querer literalmente comer o garoto embaixo de mim. O calor começou a diminuir e a razão voltar. Olhei para o garoto e me sentir constrangida, tinha acontecido de novo. Respirei fundo e não sentir o cheiro de chocolate. Com a ajuda do meu pai eu me levantei do chão.

— Eu sinto muito. — Sussurrei para ele. Lágrimas vieram aos meus olhos. Queria sabe que porra estava acontecendo para quere chorar toda hora. — O que você me deu? — Virei meu rosto para o meu pai.

— Um composto de adrenalina, noradrenalina, ocitocina, prolactina, estrógeno, testosterona e mais algumas coisinhas ai. — Ele me olhou com a expressão preocupada. — Não sei muito bem como o composto irá agir em você, por isso você vai ter que me contar o que está acontecendo com você.

— Eu estou... — Não sabia o que estava acontecendo comigo, era tudo tão confuso.

— Alguém, pode realmente me explicar o que está acontecendo? — O cara perguntou. A voz dele ainda me dava arrepios prazerosos.

Meu tio Jack foi até ele e o ajudou a levantar. — O efeito vai passar logo, só respira cara. — Ele olhou para os olhos do rapaz. — Como é seu nome? — Do que será que o tio estava falando?

— Luck. Lucian. — Finalmente sabia o nome do cara com quem passei o começo da manhã me agarrando.

— Que tal nos sentarmos na sala e conversar. — Minha mãe mostrou o caminho e todos nós formos até lá. Só naquele momento tinha percebido que a sala estava mais ou menos organizada, dava para notar as relíquias dos meus pais aqui e ali. Um vaso, que em algum momento foi uma urna para guardar cinzas, espadas chinesas penduradas nas paredes. Estávamos quase nos estabelecendo por completo ali.

— O que é ela? — Luck apontou para mim. Abaixei a cabeça envergonhada e me encostei em meu pai. Meus cabelos tampava o meu rosto avermelhado, sentir meu pai dando uma leve tapinha em meu joelho.

— Minha filha tem sangue de súcubo correndo em suas veias. — Minha mãe começou a falar. — A muito tempo atrás, nós topamos com um ninho de súcubos. Geralmente não nos metemos com os negócios das criaturas da noite, exceto quando eles começam a matar ou escravizar humanos.

— O que são vocês? — Luck estava confuso, era normal para quem tinha o primeiro contato conosco.

— Somos humanos que defende humanos de criaturas não humanas. — Tio Alex disse. — Isso inclui você meio anjo.

— Nunca ouvir falar de vocês. — Luck olhou para mim. — Ela não é humana.

— Como eu disse, Lari tem sangue de súcubo. — Minha mãe fez a cara de me interrompa novamente e eu te quebro a cara. — Como eu dizia, esse grupo de súcubos estava sodomizando homens.

— Súcubos são demônios do sexo? — Luck perguntou. — Onde fica um covil com elas.

— Sim, são. Em prostíbulos. — Minha mãe olhou para o tio Jack que estava olhando pensativamente para o lado de fora, parado em uma janela. Aquela história o deixava para baixo. — Na verdade em qualquer lugar que tenha sexo fácil, pois isso é do que elas se alimentam.

— Da energia sexual de homens. — Luck complementou.

— Exato. — Enfiei meu rosto no ombro do meu pai. Ele pegou a minha mão e apertou forte. — Essas súcubos escolhia os cara mais bonitos e os levavam para o subsolo do prostíbulo e os mantinha lá.

— Como escravos sexuais? — Luck perguntou surpreso.

— Exato, garoto. — Meu tio Jack exclamou. — Minha irmã foi salvar o meu rabo e no processo acabou sendo mordida por uma delas, não sabíamos que ela estava grávida de Lari.

— E quando um humano é mordido por um demônio ele tende a ser igual ou morrer. — Luck olhou para mim.

— Não sabíamos o que ia acontecer. — Minha mãe veio sentar no encosto do sofá ao lado do meu pai. — Eu queria me matar, quando aconteceu, mas nenhum dos três bobos me ajudou, e me deixaram presa a gravidez toda para eu não tentar.

— Não iria deixar você só porque iria virar uma súcubo. — Meu pai me abraçou. — E nem a minha garotinha, afinal ela não tem culpa de nada nesta história.

— Não escolhemos com o que nascemos, não é? — Luck olhou diretamente para mim vi algo ali escondido no olhar bonito. — Não escolhi ter que ser um nefilim e estou aqui.

— O que me deixa bastante intrigado. — Meu pai falou. — Nunca tínhamos topado com alguém de sua espécie.

— Não andamos por aí nós mostrando. — Luck deu de ombros. — Eu fui designado para este quadrante. — O meu cara olhou cada um de nós com evidente interesse. — Para fazer o mesmo que vocês fazem, proteger os humanos dos demônios ou que tudo indica.

— Você disse designado? — Minha mãe perguntou.

— Sim. Pertencemos a uma ordem...

— Que ordem? — Tio Alex chegou mais perto de Luck. — Até ontem vocês eram somente uma lenda para nós.

— Já ouviram o nome St’ Angel? — Luck levantou e tirou uma espécie de carteirinha e ofereceu ao meu tio, estiquei o pescoço para vermelho, mas não deu.

— Já vi este símbolo. — Tio Alex devolveu para ele assim que analisou. — Mas nunca consegui muitas informações sobre essa organização.

— Somos novos no ramo, temos só um ano de atividade. — Luck informou. — Pelo menos essa organização, provavelmente tem mais de nós espalhados pelo mundo. Estávamos tentando contato com outros.

— Todos são nefilins? — Tio Alex continuou com os questionamentos, olhei para o Tio Jack e tive vontade de o abraçar, levantei e caminhei até ele e fiz isso. Ele sempre foi o palhaço da turma, ninguém conseguia ficar muito sério perto dele e o ver assim tão para baixo me deixava chateada, pois todo mundo sabia que nesse ramo, merdas acontece.

— Ei demoninha. — ele me abraçou de volta e pousou o seu queixo em minha cabeça. — Como vai?

— Estou um tanto quanto lesada, parece que comi de mais, tudo que quero é deitar e dormir. — Deitei a minha cabeça em seu ombro. — Agora eu quero saber de você.

— Tô bem...

— Não está. — Cortei ele. — Esta lembrando do passado né.

— É por minha culpa que você está assim...

— Você me mordeu? — Dei um beliscão em sua barriga.

— Não...

— Então não pode fazer nada contra isso. — Olhei para ele. — Merdas acontecem tio Jack, o importante é nunca perder sua arma e explodir a porra toda. — Ele gargalhou. Quem tinha me ensinado essa frase era ele, na primeira vez que eu caí da bicicleta quando era pequena.

— Está certa. — Me deu um beijo na testa.

— Lari, Jack. — Tio Alex chamou. — Luck vai nos colocar em contato com St’ Angel para termos uma conferência. — Balançamos a cabeça confirmando. — Eu vou ver se o incidente do colégio está sobre controle.

— Que incidente? — Luck indagou.

— Eu achei que tinha te matado e chamei a cavalaria. — Disse timidamente para ele. — Meu tio acionou o alarme de incêndio para conseguirmos te tirar de lá.

— Eu não entendo o porquê eu apaguei. — Luck passou a mão pela cabeça.

— Você apagou de cansaço. — Meu tio Jack explicou. — Quando você é, digamos o alimento de um súcubo. — Ele olhou para mim. — E como se tivesse a melhor transa da sua vida. O que é normal dos caras é ficar sonolento pela baixa repentina de uns hormônios e aumento de outros. — Sorriu irônico. — Uma doce morte feliz.

— Quer dizer que eu realmente poderia ter matado ele? — Estremeci com esse pensamento, o que era uma total loucura, já que era uma caçadora.

— Não. Para isso teria que usá-lo incansavelmente por algum tempo e morreria de exaustão física, já que libera uma substância que nos deixa... — Meu tio corou, eu acho que era a primeira vez que o vi encabulado. — Duros por tempo indeterminado, e ainda mexe com nossa cabeça criando a necessidade de que temos que as servir.

Me soltei do meu tio e o olhei assustada. — Como eu faço para parar isso? Não quero ter zumbis no meu pé.

— Eu não sei diabinha. — Meu tio olhou com olhar de desculpas para mim e já estava cansando disso, na próxima sessão de treinamento eu iria chutar tanto a bunda dele.

— Por acaso essa substância cheira a chocolate? — Luck perguntou.

— Na verdade ela cheira o que você mais gosta. — Tio Jack olhou para Luck. — Você deve gostar muito de chocolate.

— Na verdade não. — Luck balançou a cabeça em negativa. — Eu quase não gosto de doces.

— Eu amo chocolate, não sei viver sem ele. — Confessei.

— Deveria ser um cheiro atrativo para ele. — Tio Jack falou. — Apesar que eu não senti cheiro de nada quando você estava no modo súcubos.

— E era para ter sentido? — Indaguei.

— Todos os homens da sala deveria ser afetados por você. — Ele me disse.

— Não senti cheiro de nada também. — Disse meu pai. — Sua mãe cheira a chocolate também, mas é o meu doce favorito.

— Arthur, você é uma formiguinha para doce. — Minha mãe revirou os olhos.

— Sou mesmo, torrão de açúcar. — Foi a vez de eu e tio Jack revirar os olhos.

— Então a senhora também é uma súcubos? — Luck desviou os olhos do casal que trocava um beijo.

— Na verdade eu não sei. — Minha mãe disse. — Depois que dei a luz a Lara, fiquei mais rápida e mais veloz, consigo detectar outras criaturas, tipo como um sexto sentido, mas não tenho a necessidade de absorver a energia sexual para me alimentar, apesar que meu desejo aumentou e muito depois disso.

— Esses são os tipos de coisas que filhos não devem saber sobre os pais. — Me queixei, não conseguia imaginar meus pais transando.

 — E nem os pais sobre os filhos. — Meu pai fechou a cara e olhou para Luck.

Valeu pai. Queria chutar a bunda do meu pai naquele momento. — Preciso controlar isso, como vou fazer?

— Querida não sabemos. — Minha mãe disse.

— Então precisamos encontrar alguém que nos fale como controlar isso. — Respirei fundo. — Vamos caçar uma súcubo.

— Nem fodendo. — Meu tio Jack falou.

— Mas tio...

— Você não vai atrás de um demônio do sexo Larissa. — Ele me interrompeu.

Vi o tio Alex entrando na sala com um tablet na mão. — Eu e o tio Alex vamos.

— Vamos aonde? — O homem levantou a cabeça de repente.

— Atrás de um demônio do sexo para me ajudar a controlar meus poderes.

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