Capitulo 4

"Laura Drummer"

Entrei no carro de estranhos, vestida com meu uniforme horrível, onde tem vários homens bonitos, não melhor dizendo, lindos. Me sinto muito feia perto dessa gente, suspiro cansada e abatida.

-Então quando você os viu? -o homem que me garantiu que eu não perderei meu emprego pergunta com uma cara de dúvida. Não quero ter que conversar, mas não tenho como fugir das muitas perguntas.

- Bem, estava limpando o balcão ao lado esquerdo, escutei passos e achei que fosse algum cliente, quando me virei vi eles, é estranho ter homens em uma loja de produtos para mulheres, observei por uns segundos e vi um deles tirando a arma do casaco, não pensei muito bem e corri até o outro balcão e pulei por cima dele empurrando a menina que estava lá, para debaixo dele. -digo como tinha feito e o que aconteceu na minha visão no momento. -Depois ela deu dois tiros e creio eu que um deles acertou já tinha sangue no chão e em alguns cacos de vidro, esperamos por mais movimento, mas nada aconteceu, tudo parou e aquele cara apareceu chamando por ela.

Aponto o cara no volante e a menina do lado dele, eles parecem um casal conversando coisas triviais. Suspiro ao pensar que talvez um dia eu tenha algo assim também, um romance digno de se mostrar nas ações não só em falas.

-Você salvou minha filha e sou grato por isso, vou lhe dar uma recompensa por isso. -falou sério o que me causa um pouco de medo, mas animação e ansiedade também.

-Não precisa senhor, só fiz o que achei que ela faria por mim.

Será que ele acha que eu sou uma pobre coitada que não tenho onde cair morta, o que é verdade, o que estou pensando, toda a ajuda é bem vida. Olho mais detalhadamente para o homem do meu lado, é meio estranho o jeito serio dele conversar, mesmo que pude perceber que é só uma maneira de meter medo nos outros e por dentro ele parece ser um amor de pessoa.

Parece jovem, mas por ter uma filha que aparenta ter minha idade, deduzo que ele tem mais de 40, mas é muito bonito, os cabelos pretos com alguns fios brancos aparentes dão um charme especial nele, os olhos escuros, barba um pouco grande também com uns fios brancos, vestido em um terno preto que aparenta custar meu rim esquerdo, é impressionantemente bonito pra idade que deve ter.

Sou interrompida de meus pensamentos por um toque de telefone, ele muda a postura quando ouve algo, vejo o espanto no rosto do senhor ao meu lado, depois o nervosismo e por fim tristeza.

-O que? Como isso aconteceu? Como meu filho está?- ele para e ouve atentamente, sua expressão é raivosa, a ponto de parecer que vai bater em algo.

Observo por um momento então ele diz algo que não compreendo, talvez por ele ter falado em outro idioma, desliga, fica olhando para frente antes de dizer algo novamente.

-Maick me leve a base. Depois leve Maila e a moça em casa, temos algo muito grave para resolver. -diz finalmente depois de seu silêncio, a voz do senhor sai firme e me causa certos calafrios, parece que o humor dele mudou totalmente do que observei até agora, pude sentir isso na forma em que a frase foi dita.

Seguimos de carro até chegarmos em uma casa pequena e o senhor desceu, logo vários homens o cercaram, pude ver armas para todo canto então a porta do meu lado se abriu e vi a menina sorrindo e se sentando ao meu lado. Olho mais uma vez para a casa e vejo atrás um grande galpão, aquele lugar é estranho por demais.

-Não se assuste, parece estranho mas depois de um tempo acostuma.- diz indiferente a menina ao meu lado com um sorriso.

-Para que tantas armas? -questiono sem ao menos pensar nas consequências, tampo a boca com a mão e olho os dois com os olhos arregalados.

-Para várias coisas, mais especialmente porque gostam de se mostrar. -diz e ri o homem no volante.

-Humm, vocês são algum tipo de gangue ou algo assim? porque se for não tenho nada a ver com o que ocorreu na loja. -digo já sentindo medo, o que menos preciso agora é  me meter em confusão com uma gangue ou sei lá.

-Não se preocupe, nós somos a salvação desse lugar. -diz a menina e vi o cara rir da minha expressão assustada.

-Não assuste a garota. A propósito qual o seu nome mesmo? - o cara diz enquanto abre um sorriso de lado, só agora pude reparar em uma coisa que não havia visto antes, caralho como ele é gostoso, além de bonito, ainda mais rindo desse jeito, puta merda como sou lerda para notar certas coisas.

-Laura Drummer, o de vocês? -respondo já perguntando, pelo menos fiquei na companhia de alguém bonito e gostosão.

-Sou a Maila Wolker, e aquele é meu primo do coração Maick Burcht. -olho para ela e abro um sorriso, sei que ela disse isso para ver se eu tentava algo com ele, mas também notei como os dois se olham e se tratam, com toda certeza se gostam mas não admitem.

Analisei bem os dois e sorri, pela primeira vez depois de um ano fiz amizade com alguém sem ser crianças e idosos, é são pessoas que tem quase da minha idade.

E claro Olívia, minha quase irmã, dela não me largo desde que nos conhecemos algum tempo atrás, a doidinha está de casamento marcado e até foi em uma viajem com o noivo para Roma, depois que sua mãe morreu e ela arranjou o trabalho de modelo nós nos afastamos um pouco, mas somos como irmãs que foram separadas.

Esse pensamento me trouxe boas recordações, sorri e olhei os dois em uma conversa estranha enquanto íamos para algum lugar.

Voltei a prestar atenção nos dois que discutiam feito crianças enquanto riam e apontavam defeitos um no outro. Seguimos até uma lanchonete e depois de comer fomos para as casa de Maila conversando e rindo.

Talvez eu possa me dar bem com eles, fiz algumas amizades, mesmo ainda achando muita coisas estranha e infelizes, Mas pelo menos minha vida esta seguindo em frente 


                                ⭐🌟⭐

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo