Neve e Sangue

A nevasca alcançou o grupo na segunda metade da viagem, tão logo deixaram o vilarejo de Covasna, que infelizmente não tinha como lhes oferecer abrigo, somente uma parca porção de ração aos cavalos, que já davam sinais de cansaço latente. A esperança de que mantivessem suas montarias a salvo, era cruzarem logo a estrada que os levaria a Brasov. E assim foi feito.

O caminho seguia entremeado de uma parca floresta e o grupo, liderado por András, caminhava lentamente sob os flocos de neve que se acumulava ao seu redor e os fazia diminuir a marcha.

Se querem minha opinião, devíamos desmontar e ajudá-los a atravessar, ou perderemos nosso meio de transporte mais rápido do que supomos — determinou Nicolai.

É engraçado ouvir isso do homem que estava empenhado em enfrentar os Alpes — ironizou Robert.

Continuo empenhado em enfrentá-los, ou não sugeriria tal coisa... Diga-me quando seu senso estrategista o empurrou pelas estradas ao sul?

Abandonando aquela discussão, András se afastou do grupo. Seus olhos verdes buscavam o alto das árvores desnudas, buscando o motivo de seu silêncio circunspecto. Era verdade que muitos animais hibernavam no inverno, mas não todos. E aquele silêncio era absoluto.

Puxou as rédeas de Mina e impingiu um galope até uns três metros à frente de onde o grupo parara para ouvir os dois líderes se alfinetarem. O jovem louro, entretanto, estava com a atenção voltada a outro problema e seria capaz de mandá-los calarem-se, se isso pudesse lhe trazer alguma luz aos fatos. Havia alguns sulcos paralelos ao longo da estrada, onde podia ser ver pedaços de grama, ainda que congelados. O que o levava a conclusão de que algo passara por ali.

András desmontou e analisou os sulcos. Mina ao seu lado bufou e ele se ergueu prontamente, olhado ao seu redor. Procurando divisar algo, mas só havia os galhos desnudos das árvores. A égua se inquietou novamente e mesmo afagando-lhe o focinho, ela patinava as patas no chão. Um pio forte se fez presente e égua empinou.

Enquanto o jovem voltava-se ao grupo e gritava:

Abaixem-se! — Uma flecha passava zunindo sob sua cabeça e raspando numa das patas da égua.

András puxou o animal para junto de um tronco enquanto ouvia Nicolai bradar:

Mas que diabos é isso? — E controlava seu animal.

Um ataque grandalhão! — esbravejou Robert no mesmo instante em que uma saraivada de flechas caía sobre eles de todos os lados.

O grupo recuou e o silêncio os envolveu. Não havia nada para ser visto.

Somos um alvo fácil — declarou Robert irritado.

E, apesar da posição de defesa que adotaram, estavam acuados. Cada um do grupo estava com os ombros colados aos dos amigos. Porém, antes que pudessem pensar numa estratégia contra seu inimigo oculto, dos montes de neve ao longo da estrada surgiram vários homens vestidos de verde com capuzes.

Conforme se aproximavam, mais os faziam recuar. Quando um círculo já estava inscrito em outro, o do bando verde, um deles se adiantou dirigindo-se a András. Seus olhos castanhos luziam nos verdes dele.

Para onde vão? — a voz forçosamente rouca o interpelou.

Brasov — respondeu calmamente.

Por instantes, os castanhos analisaram a resposta dada.

Mas acabaram de deixar Covasna...

András também o observou antes de responder, o que levou a ponderação baixa de Nicolai ao seu ouvido, já que estavam ombro a ombro:

Basta uma ordem, sobrinho... Estou precisando de sangue fresco para desenferrujar as juntas.

Covasna não foi capaz de oferecer o que buscamos. Nossos animais ainda estão famintos...

O líder do bando analisou a resposta dada e continuou:

Como podemos acreditar no que dizem? — Os lábios dele sorriram. — Daqui, seus animais parecem muito bem. — Deixou seus castanhos sobre Mina.

Minha montaria está acostumada a longas viagens — determinou András. — Refiro-me a dos meus companheiros.

Entendo... Não são realmente um grupo — definiu rouco.

Isso já está me dando nos nervos! — proclamou Nicolai.

Os verdes de András estavam presos ao arco na mão do chefe, sabia que ele era hábil com a arma, porque tinha certeza de que a primeira flecha viera dele, e não tinha alvo fixo. Servira apenas de alerta. Entretanto, bem colocada, era uma arma fatal para seres como eles.

Somos um grupo tentando chegar a Brasov — sentenciou András.

Muitos grupos querem chegar até lá — ironizou o líder. — E muitos deixam uma trilha de destruição. Essa estrada já serviu de abrigo para mulheres e crianças seguirem seu caminho a salvo, mas...

Entendo o que quer dizer, meu jovem — a voz de Robert cortou o ar, enquanto ele ia ao encontro de András e se colocava ao seu lado. — Não buscamos tesouros ou vidas.

E o que querem em Brasov?

Queremos falar com Argus, o cigano. Conhece-o?

Talvez... — devolveu o líder, fitando-o. — Quem quer encontrá-lo? — determinou em castanhos duros.

E quem pergunta?

Houve um silêncio pesado enquanto num único movimento a mão do líder ia ao encontro de seu capuz e o retirava, fazendo com que uma massa de cabelos pretos ondulassem até sua cintura. Os olhos de todos vidraram, mas foram os verdes de András que encontraram os castanhos dela e tremeram. Jamais vira uma mulher tão bela, seus olhos eram intensos e seus lábios cheios. Seus traços eram delicados e ele se perguntava como não havia percebido logo que era uma mulher.

Chamo-me Alena — ela disse mantendo seus castanhos altivos. — Argus é meu pai. E quem é você, senhor?

Robert a fitou atentamente e sorriu.

Aquela velha raposa safada! — Riu-se o ruivo enquanto a via erguer o arco e ser imitada pelo bando. A empunhadura da arma perfeita e ele fechou o cenho ao continuar: — Guarde sua flecha para quem a mereça, minha jovem. És bela demais para morrer hoje e nenhum de nós lhe quer mal. Nem a ti... — E correu os olhos por todos. — Nem aos teus.

O arco ainda estava retesado quando ela tremeu e com seus castanhos presos aos verdes de András determinou séria:

Ainda não me disseste quem é.

Será que um nome lhe bastará, minha bela? — deliberou Robert.

Garanto que a resposta a essa sua pergunta será tão rápida quanto suas palavras.

Não duvido... — Fitou-a intensamente. — Chamo-me Robert Valuescu e conheço seu pai há muitos anos.

Os castanhos se alargaram e András teve a certeza de que seu pai alcançara seu intento. A jovem sabia quem ele era. Ela baixou o arco, assim como todos os outros e murmurou:

Ele não esperava sua visita — balbuciou, devolvendo o arco ao braço esquerdo.

Eu também não esperava vir.

Alena avaliou todos os rostos e parou no de András, contrapondo:

Todos são amigos de meu pai?

Robert seguiu o olhar dela e encarou-a cínico.

Receio que alguns de nós não tem idade suficiente para dizer-se amigo de Argus... Mas todos estão comigo.

Se vai se responsabilizar por eles... — a morena sugeriu na mesma nota de bravata. — Temos um acordo.

Passou por András e tomou à frente de ambos os grupos, não sem antes deitar-lhe um olhar curioso e ordenar:

Sigam-me!

Puxando suas montarias, o grupo seguiu o dela. Nicolai, que ainda estava ao lado de András, murmurou:

Yuri é uma dessas que deves levar para cama!

O filho nada retorquiu, andando com a mesma expressão dura de sempre, mas um arrepio atacou a espinha de András. Não gostava da ideia de Yuri fazendo a corte à jovem. Por algum motivo desconhecido, tal possibilidade o repudiava.

A mão de seu pai, entretanto, parou sobre seu ombro, calando seus pensamentos. Contudo, sua voz baixa não abonou seus sentimentos:

É uma bela jovem, e sendo filha de Argus teria minha benção.

András refreou seus passos, fitando as costas do pai e a dos outros passarem por ele. Não estava ali para arrumar um casamento, mas sim para encontrar sua prima. Sabia, como Protettori que era, que não podia perder o foco. Seu coração batia mais rápido do que o costume; sentiu a boca seca e o velho e conhecido desejo retorcer de suas entranhas por algo que não poderia saciar no momento.

Os instintos de sua espécie afloraram, e não podia acreditar que era fácil ao seu pai e Nicolai pensarem numa união de famílias, num momento como aquele. Mina relinchou e András acarinhou seu dorso. Tinha uma missão, achar Anna e a seguiria até o fim.

***

A manhã se anunciou sobre eles quando cruzaram o limiar de Barsov. O sinuoso caminho que os levou ao grupo de tendas ao longe, chamou a atenção de Robert, que num mínimo galope colocou-se ao lado da morena.

O que fazemos aqui?

Ela voltou seu belo rosto ao Valuescu, sorrindo-lhe de canto.

Não queria ver Argus, o cigano?

Sim, mas...

Tenha paciência, meu senhor.

Homens e mulheres andavam por entre as tendas carregando comida ou enxadas enquanto crianças corriam brincando.

O que os fez virem para cá? — indagou ao se dirigirem para uma das tendas ao centro.

Eu lhe disse que essas estradas não são mais seguras. — Num gesto seco ela puxou as rédeas das mãos de Robert, freando-lhe o cavalo. — Meu pai lhe contará o que houve.

Seu olhar castanho ainda percorreu o rosto de András antes de abrir passagem para dentro da tenda. Robert a seguiu de perto enquanto os outros desmontavam.

O interior da tenda era espaçoso, mas com poucos móveis. Uma mesa com duas cadeiras, almofadas e camas improvisadas. Ao fundo, um homem de cabelos escuros olhava um espelho enquanto buscava algo em seu rosto. O reflexo de Robert encontrou seus olhos e uma exclamação escapou-lhe dos lábios:

Mas se não é meu bom e velho amigo Robert! — Voltou-se para ele com um sorriso e braços abertos. Uma espessa barba escura cobrindo-lhe parte do rosto. — Sindel! — Partiu na direção do outro cigano e após o abraço caloroso, completou: — Tem certeza de que vieram ao lugar certo? — gracejou.

As roupas, coloridas demais, faziam dele uma grande figura caricata.

Se ainda te chamas Argus... — determinou Robert, recebendo-os nos braços enquanto András e os outros se uniam a ele no interior da tenda. — Senhores, este é Argus!

Senhores... — Fez-lhes uma reverência enquanto buscava o rosto de András e, por breves momentos, notava que sua filha também o fazia, já que estavam lado a lado. — Este jovem... — Aproximou-se do louro, apontando-o e sorrindo. — Ah, é uma cópia de ti! — Bateu nas costas de András. — Não nega ser teu primogênito.

É meu caçula — corrigiu Robert. — Mas, sim, lembra muito a mim.

Ó... Não brincas em serviço! Da última vez esperava uma menina para a primavera.

Ah, e ela veio. — Foi a vez de Robert olhar Alena com atenção. — Você, ao contrário, nunca me disse nada sobre filhos.

Argus tossiu e chamou Alena para perto de si, apresentando-a:

Não sou tão rápido quanto você, meu amigo... Nem um prodígio para varões. — Abraçou-a fortemente. — Porém, tenho orgulho de minha menina!

Uma mulher, você quer dizer. Abra seu olho ou a levo comigo! — O homem ruivo saiu detrás dos demais e bradou: — Desde quando consegue enrolar uma mulher por mais de uma noite, seu anão meia pataca!

Nicolai! — E mais um forte abraço foi trocado. — Não enrolei a mãe dela, foi justamente o contrário. Sentem-se... — Puxou as duas cadeiras próximas e indicou aos restantes às almofadas. — Alena, minha querida, traga algo de beber para nossos amigos. — Houve uma troca de olhares significativa e ela saiu.

Se me trouxer vinho! — alertou Nicolai se ajeitando numa cadeira, onde mal cabia uma de suas pernas.

Dou-lhe meu sangue, se preciso for — retrucou Argus, sorrindo.

E morro envenenado! — Ambos gargalharam.

Quero que me conte exatamente o que houve, Argus — cortou-os sério, Robert.

A expressão de Argus endureceu e ele coçou a barba levemente.

Eu não sei como eles entraram no castelo, nem como descobriram quem Vlad era. Sabe que nunca contamos nada a ninguém... — Os olhos escuros dele entristeceram. — Mas foi uma carnificina. — As crianças foram queimadas, Vlad e Estefânia sangraram até a morte, assistindo a tudo. Não houve o que pudéssemos fazer, sabiam nossos pontos fracos e... — ele parou quando Alena surgiu com os copos. Um mínimo assentimento dela, que começou a servir a todos, e ele prosseguiu: — Vlad determinou que não reagíssemos. Ele não queria lutar... Perdi metade de minha família lá, porque não se contentaram apenas em dizimá-los. Fomos caçados como animais. — Sua voz embargou e a mão da filha pousou gentilmente em seu ombro, confortando-o.

Robert levantou e andou entre os demais.

Nunca incomodamos ninguém, principalmente Vlad... — Fechou os pulsos. — Não consigo deixar de achar que há algo estranho em tudo isso! Algo que não nos demos conta!

Acha que o Conselho pode estar envolvido? — determinou András.

Os olhos verdes fixos em Alena.

É uma possibilidade, ainda que remota.

Eles são da igreja — ponderou a morena, retirando algo de suas vestes. — Isto estava caído ao lado do corpo de seu irmão. Eu o encontrei quando eles foram embora.

Passou a mão de Robert um crucifixo.

Sabemos quem são. — Apertou a prata entre os dedos. — Ainda assim, nunca fizeram algo parecido antes.

Havia um homem, de intensos olhos azuis... — a jovem o confrontou. — Ele o conhecia, meu senhor.

A mim? — Robert estreitou os olhos na direção dela.

Sim, meu senhor... — a voz era áspera ao assentir uma vez mais. — Sabia seu nome.

E sabe o dele? — esbravejou Robert.

Os olhos dela correram os rostos de todos até parar no dele novamente.

Lucius... Lucius Aurélius.

Por instantes, o Valuescu refletiu sobre o nome até que seu olhar ficou vítreo ao balbuciar:

Eu o ameacei... — Passou as mãos pelos cabelos, aturdido. — Eu o humilhei quando soube que um bando havia atacado um vilarejo próximo a Vaslui e estuprado várias mulheres, além de roubá-los. Eu estava cego de ódio!

Parece que foi vingança — concluiu Nicolai. — O que faremos? Não foi coisa do Conselho.

Sei que foram para a Bavária — a morena sentenciou.

Os olhos de todos voltados para ela.

Conhecemos a fortaleza dos Teutônicos — observou András, atraindo a atenção dela. — Só não sei se deveríamos levar adiante essa vingança.

Não eram seus parentes? — a jovem retrucou.

Alguma chance de Anna estar na fortaleza? — perguntou Robert, assumindo a conversa uma vez mais.

Argus olhou para Alena e determinou:

Sim...

Então, não há o que parar — contrapôs o Valuescu. — Iremos resgatar sua prima. — Encarando Argus completou: — Precisaremos de mais homens, algumas provisões e ração para os animais.

Eu providenciarei o que for necessário — disse Argus.

E eu reunirei homens que possam ser úteis — declarou Alena, capturando a atenção de todos. — Tão logo os deixe confortáveis para descansar.

Parto em dois dias — determinou Robert.

Ela assentiu e deixou a tenda.

Nicolai assobiou.

Você tem um grande guerreiro aqui mesmo, Argus. — Puxou as calças para cima. — Ela é um espetáculo! — Estalou os lábios.

Está falando da minha filha — observou o moreno.

Justamente, uma mulher e tanto. Por que não unimos nossas famílias? Tenho certeza de que não arranjará partido tão bom quanto Yuri!

Houve um silêncio desconfortável, no qual András se ergueu da almofada que ocupara e procurou a saída da tenda enquanto ouvia Yuri protestar:

Papai fale apenas por você.

E, sem se importar com as palavras restantes do pai, deixou a tenda poucos segundos depois de András, que junto a Mina, apenas observou-o se afastar cabisbaixo.

De certa forma entendia o que se passava com Yuri, pois apesar das imposições de ter que se casar com uma cigana, ainda possuía o livre arbítrio de escolher sua parceira entre elas. E, mesmo com todo assédio de Katina, jamais se uniria a irmã. Mas não gostaria, como o primo, de estar preso a alguém que não amasse... E não lhe agradava a ideia de que ele fosse merecedor da jovem.

Seu primo parece ser um jovem obstinado em manter o destino em suas mãos — a voz observou suave, porém decidida, em notas de cerejas. Se fechasse os olhos poderia vê-las doces e maduras. Mina refutou ao afrouxo que lhe dera às rédeas enquanto absorvia o aroma ao seu redor e Alena prosseguia, colocando sua mão sobre o focinho da égua num carinho medido. — É um belo animal. — Sorriu para o cavalo. — E muito sentimental também... — Deu-lhe uns tapinhas no dorso, voltando seus olhos castanhos para os András. — Calma menina! Não vou roubá-la de seu dono... — Os verdes brilharam sobre a cigana e ela abaixou a cabeça, murmurando: — Ele deve descansar e precisa de um lugar para isso... — Ergueu seus castanhos e completou: — Venha.

Era difícil pensar com aquele perfume atormentando-o, mas num gesto carinhoso sugeriu ao animal:

Ela está certa, Mina... Preciso descansar e você trate de comer — determinou sorrindo para a égua que relinchou em resposta.

A uma distância segura para sua sanidade, seguiu a jovem. O bailado de seus quadris o deixava sem reação e tinha medo que ela percebesse. Entretanto, antes que pudesse lamentar seus sentidos aflorados, Alena voltou-se para ele em olhos intensos.

Ela tem sorte de ter um dono tão amável... — Diminuiu a distância que ele impusera e colocou-se ao seu lado enquanto avançavam pelo acampamento. — E tem muito ciúmes também, sorriu. Não quer partilhá-lo.

András sorriu.

Também não quero partilhá-la, então creio que temos um acordo. — Ousou fitá-la da mesma forma intensa que ela fizera há minutos atrás. — Quanto ao meu primo, se lhe interessa, ele é filho único. Minha tia morreu quando deu à luz a ele, e apesar de toda opulência e alegria que meu tio insiste em demonstrar é um homem sozinho. E, creio, não sabe dosar seus anseios em relação ao filho, assim como algumas de suas brincadeiras. Como a que fez sobre você e Yuri, eu peço desculpas em seu nome.

Em nenhum momento Alena desviou o olhar, estudava os verdes, que sabiam ser analisados profundamente.

Tenha certeza, meu senhor, que encaro bem as brincadeiras e, tanto quanto seu primo, tenho meu destino em mãos. E só abrirei mão dele para alguém que seja digno de meus sentimentos... — Parou à porta de uma tenda e cedeu-lhe um gesto de apresentação. — Espero que esteja a contento.

Ainda atônito, András experimentou um misto de euforia e surpresa que o fez observar em silêncio a jovem se afastar.

András... — ele disse antes que ela não mais o ouvisse. — Não me chame de senhor.

Ela voltou seus belos olhos castanhos ao longe, sentenciando sob um sorriso:

Nos vemos à noite, então, András... Espero que saiba dançar.

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