Capítulo 4

Felícia

- Meu Deus, Jú! Já são sete e meia! Rodney chegará às oito horas, precisamos nos apressar, anda logo! - Tentei fazer com que Júlia se apressasse, mas ela demorou mais uns quinze minutos ainda no game em que ela se viciou, estamos no shopping quase o dia inteiro, e a maioria do tempo passamos aqui.

- Olha, se quiser eu posso posar com você amanhã, hoje sinto muito mesmo amiga, mas você sabe que tenho plantão. - Júlia diz assim que estaciona em frente à minha casa.

- É claro que vou querer Jú, eu nem conheço esse cara que Lucas quer que eu atenda, promete que vai vim amanhã depois do seu trabalho? - Júlia é enfermeira.

- Prometo, xau beijos e, amiga, se este tal Rodney for inconveniente, você sabe que não precisa hospedá-lo, não sabe? - Júlia leva seu olhar para além de mim. - Será que aquele carro estacionado ali é o tal Rodney? - Ela diz e eu me viro para olhar também.

- Droga, estou atrasada, se Lucas souber...

- Ai meu Deus, xau Felícia, amanhã eu te ligo. - Júlia se irritou e eu saí do carro apressada pegando minhas sacolas.

Júlia arrancou pneu e foi embora, já eu fiquei parada, não sabia se entrava na casa ou, se chegava até o Honda Civic estacionado logo à frente. Eu sabia o que tinha que fazer, então me encaminhei até o carro decidida.

Me abaixo para ficar da altura da janela.

- Olá, como se chama e o que quer? - Eu não iria perguntar logo de cara se era o Rodney, vai que fosse algum cara mal encarado que mentisse ser o Rodney apenas para entrar em minha casa? Eu sou muito cabreira com essas coisas. Ele é moreno dos olhos castanho claro e está usando calça jeans e uma camisa pólo que lhe cai muito bem.

O homem me olhou indecifrável por alguns segundos, como se me analisasse. Eu coro, pois sei que estou bem bonita. Linda, para ser mais sincera. 

- Eu me chamo Rodney, por acaso você é a Felícia Quinei? - Ele me olha tão intenso que eu me estremeço toda. Então esse é o homem que terei de convidar para se hospedar em minha casa? Farei com o maior prazer. Brincadeira estou apenas brincando, é que ele é muito bonito, e eu não estou acostumada a isso. - Então? Vai me dizer se é a Felícia? - Ele me sorri um sorriso tão lindo que me derrete, eu sou assim tão frágil?

- S-sim, sim eu sou a Felícia Quinei, por favor, entre em minha casa, lá conversaremos melhor. - Sorrio, ele sai do carro e dá a volta ficando ao meu lado.

Ele deve ser uns vinte centímetros mais alto que eu, pois tenho que levantar o rosto para encará-lo. 

- Depois de você. - Muito gentil pelo visto.

Dou sinal para o porteiro, e em seguida ele abre o portão social.

- Por favor, me permite? - Ele estende a mão para que eu lhe entregue as sacolas.

Faz muito tempo que eu não presencio tanta gentileza sendo dirigida a minha pessoa, sendo assim eu sorrio muito feliz e entrego.

Valdir

Assim que estacionei meu carro em frente à casa do Quinei, respirei fundo e me dirigi até o interfone de comunicação do portão, o porteiro me avisou que nem o senhor Quinei e nem a senhora Quinei estavam. Presumi que ela estava aproveitando a viagem do marido para aprontar, mas o acordo era às oito horas eu chegar, e pelo visto ela não tem consideração pelos amigos do marido. Usei meu tempo então para analisar a casa deles, branca muito grande e chamativa, ninguém diria que em uma casa tão grande e bela assim viveria uma família de fachada e cheia de segredos, tanto da parte dele quando dela.

Alguns minutos depois, uns quinze mais ou menos, percebo um carro mais atrás do meu, continuo na minha posição e, se for a senhora Quinei ela irá entrar na casa.

Uma morena alta de cabelo curto desce do carro carregando várias sacolas, enquanto o carro sai quase derrapando. Seria o amante da tal Felícia? Que ela é a Felícia já não tenho dúvidas, pois fica olhando para a casa e para o carro indecisa, e neste momento está vindo até o carro.

- Olá, como se chama e o que quer? - Fiu fiu! Que beleza de mulher, meu trabalho não será tão ruim afinal! Uma pena que uma mulher tão linda seja tão desprezível. Desprezível, porém linda.

- Eu me chamo Rodney, por acaso você é a Felícia Quinei? - Ela me olha de uma forma que parece querer me devorar, não dou uma hora para eu conseguir cumprir a minha tarefa. - Então? Vai me dizer se é a Felícia? - Ou vai querer me beijar aqui mesmo sua safada? Sorrio e ela me sorri novamente, não vou negar que ela tem um sorriso devastador.

- S-sim sim eu sou a Felícia Quinei, por favor, entre em minha casa, lá conversaremos melhor. - Ela me parece sem jeito e desconfortavelmente tímida em me convidar para entrar, pura encenação, vamos jogar então Felícia, Felícia, que nome bonito.

Saio do carro e me encaminho ao lado dela, que por sinal é bem mais alta do que parecia, não mais alto do que eu, mas é um mulherão, até demais para o Quinei, está explicado o porque de ela o trair. Não, ele e nem ninguém merece traição, e irei ajudá-lo a se vingar dessa feiticeira.

- Depois de você. - Sorrio educado e gentil.

Felícia avisa o porteiro para abrir o portão e assim que o portão social é aberto eu me apresso em plantar meu charme:

- Por favor, me permite? - Eu sei que as mulheres amam serem tratadas com gentileza e, eu até gosto de lhes ser gentil, não que a Felícia mereça, mas gosto de ser gentil com ela também.

Felícia se surpreendeu com meu gesto e me entregou suas sacolas com um baita de um sorriso, cara que mulher venenosa! Eu cairia facilmente, me renderia por ela. 

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