Capítulo 2

Amanda não acreditou. Ela estava tendo um pesadelo. Era isso. Em breve iria acordar e rir de tudo aquilo.

- Como assim você mora aqui?

- É a minha casa. - Christian apontou para o quarto ao lado da cozinha. - Meu quarto.

Mike fez uma careta.

- Você está dizendo que "vive" aqui?

Christian enfiou as mãos nos bolsos da frente da bermuda jeans.

- Há dois meses. O chalé era do meu pai, mas ele ficou doente e foi morar comigo em Ventura. Ele tinha que ficar na cidade por causa da quimio. Com a morte dele, eu resolvi vir para cá.

Amanda percebeu o semblante triste de Christian ao falar do pai. Ela se sentia lesada, mas tentou ser razoável.

- Então, você teve a brilhante ideia de alugar.

Christian sorriu.

- Sim. Vocês são os primeiros hóspedes.

- As primeiras vítimas você quer dizer? - Amanda perguntou secamente.

Christian sorriu malicioso.

- É tudo uma questão de ponto de vista. Mike, por que você e eu não pegamos as malas no carro e levamos lá para cima?

Mike se animou.

- É uma boa ideia.

Christian colocou a mão no ombro de Mike e eles foram em direção a porta.

- Vocês devem estar cansados, Amanda. Podem tomar banho e descansar. Eu vou fazer a janta. A louça é sua.

Petrificada, Amanda não saiu do lugar.

Mike colocou a última mala no chão do quarto e secou o suor da testa com a camiseta que ele já tinha tirado. Ele sorriu.

- Eu gostei dele.

Amanda passava álcool gel nos colchões. Estavam empoeirados, mas eram novos. Os travesseiros mais ou menos. Ela deu uma olhada para o filho e continuou batendo o pó. Espirrou.

- Ele é um cretino, um mau caráter. Eu quero você longe dele.

Mike viu a mãe juntar os dois colchões de solteiro lado a lado.

- Nós vamos dormir juntos?

- Sim.

- Mãe...

- Eu já estou muito furiosa, Michael. Não me faça passar mais raiva. Vai tomar banho. Daqui a pouco eu levo a toalha.

Mike achou melhor obedecer. Quando a mãe o chama pelo nome, é por que ela está realmente brava.

Por sorte, Amanda levou a sua própria roupa de cama; edredom, lençóis, toalhas e fronhas. Ajoelhada no chão estendendo a cama improvisada ela agradeceu aos céus pela roupa de cama limpa.

- Obrigada, senhor.

- Pelo quê?

Amanda deu um pulo e caiu sentada no chão. Christian, com o ombro encostado no portal olhava para ela com um sorriso divertido.

Amanda ficou ainda mais estressada. Porém, do nada, a boca secou. O que tem de cretino, tem de bonito.

Christian se aproximou e estendeu a mão.

- Desculpa, eu não quis assusta-la.

Amanda pegou a mão estendida.

- Você tem que fazer um curso intensivo antes de sair por ai alugando...

Amanda não terminou a frase. Foi puxada do chão com força e só parou quando bateu no peito nu e musculoso de Christian.

Ele ainda segurava a sua mão agora em cima do peito dele. Christian colocou a outra mão nas costas dela e Amanda sentiu o braço forte em volta da sua cintura.

Christian fez de propósito. Puxou Amanda com força e a jogou em cima dele. Não que tenha o hábito de fazer tal coisa. Mas Amanda o intrigou. Bela, gostosa, brava e com um filho adolescente a tira colo. Tudo o que ele não precisa.

Ficaram assim por alguns minutos. Sim, minutos. Ela com as duas mãos no peito dele, e ele a segurando pela cintura. Christian admirou a beleza da pele negra, a maciez dos cabelos sedosos, a respiração quente e ofegante, os lábios rosados e carnudos estavam entreabertos, o corpo delicado e quente contra o dele, e por fim o perfume feminino estonteante.

Amanda passou a língua pelos lábios ressecados e olhou para o peito dele. Ela pediu baixinho.

- Me solta.

Christian hesitou por alguns segundos. Devagar e de má vontade, ele abaixou os braços. Amanda se afastou e colocou as mãos na cintura. Ela tremia.

- O que você quer?

Christian limpou a garganta.

- Vocês comem peixe? É só o que tem.

- Eu nunca comeria algo feito por você. Saia e não volte a aparecer no "meu" quarto.

Christian engoliu em seco. Amanda desviou o olhar. Ele olhou para a cama improvisada, deu uma última olhada na sua hóspede atraente e saiu do quarto.

Amanda soltou a respiração. Precisava se apoiar em alguma coisa. Mas em quê? Se no quarto só tinha os colchões e as malas. Ela foi até a janela, se apoiou no parapeito e respirou fundo.

Ainda podia sentir o corpo quente e musculoso colado ao dela, a mão firme na sua cintura, os olhos azuis, os lábios rosados e úmidos...

Amanda ergueu o rosto e deixou a brisa fresca do fim de tarde acariciar a sua pele. Ela estava em chamas. Maldito Christian!

- Mãe! A toalha!

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo