Capítulo 4 - Caminhões...

P.O.V Ana - 2032 

Bom, mais de uma semana havia se passado desde minha conversa com o Lima na recepção da empresa e as coisas estavam pegando fogo!

Eu normalmente cuidava das gestão dos funcionários e da minha equipe principal que cuidava das gestão de entrega dos produtos, o problema é que havia acontecido uma coisa muito estranha com alguns caminhões de entregas que havíamos enviado pra Chiapas e Santiago no México, pois haviam sido encomendados para testes de vendas lá, mas nunca chegaram nas cidades que deviam.

E claro, tudo aquilo recaia sobre nós, pois era de nossa responsabilidade que houvesse a entrega de tudo para que fosse começado a implantação da empresa lá fora, ou seja, todos os dias desde então nós dedicamos a descobrir o paradeiro dos caminhões, que mesmo com GPS haviam saído do radar total da empresa, traze-los de volta pra cá, para verificarmos se havia ocorrido algo com os produtos e manda-los de novo para o México com redirecionamento.

Eu no momento estou esperando Vitor, que é um dos responsáveis pelas frotas de caminhões, para tentarmos resolver de uma vez por todas essa situação.

-Ele está atrasado! - falei com a Ju que me trouxe uns papéis para assinar.

-Você é que é pontual demais, e são só dois minutos! - falou calma.

-Ah cala a boca! - falei e ela riu, ela parecia de bom humor. - Encontrou o namorado foi? - perguntei com um sorriso pervertido.

-Não começa! Ele é minha "foda casual"! - falou sorrindo e saindo com os papéis já assinados em mãos.

-Sabe quem também era só uma foda casual? DG e Jiwon, e eles terminaram morando juntos e casados! - falei irônica.

-É no conto de fadas deles, eu estou no meu! - falou me dando o dedo.

-Esconda melhor essas marcas, ou vai parecer que você foi atacada por um animal! - falei auto enquanto ela abria a porta para sair, vendo-a paralisar.

-Como?! - perguntou se virando e vi sua cara assustada.

-Amiga, até cego consegue ver, você não está andando direito, você colocou a almofada da poltrona na cadeira pra sentar, tem umas marcas bem evidentes pela sua pele branca, e você está o dia inteiro reclamando de dor no quadril! - Falei e vi sua boca formar um perfeito O. - Se quiser esconder essas coisas de mim, tente uma maneira mais inteligente. - falei sem olha-la.

-Mais alguém percebeu? - perguntou nervosa.

-Não sei, talvez! - falei dando de ombros e vendo o telefone tocar o atendendo em seguida. - Ok, pode deixa-lo entrar, obrigada! - desliguei e vi minha amiga ainda parada na porta. - O que foi? - perguntei sem entender.

-Nada, eu já vou! - falou se apressando em sair e batendo de frente com Vitor.

-Wow! Ju, você está legal? Está meio machucada, e quase caiu! - falou a olhando assustado.

-Eu estou bem, obrigada! Boa reunião para vocês! - falou e saiu com cuidado, sorri de canto pensando em como ela estaria envergonhada.

-Me desculpe o atraso, o trânsito estava terrível! - falou se sentando à minha frente.

-Sem problemas, o importante é que chegou! - falei e sorri fraco.

-Certo, o que precisa falar comigo? - perguntou sério e eu comecei a explicar a situação.

Nós ficamos conversando por pelo menos uma hora, ele parecia estranho toda que vez que falava na possibilidade de terem roubado os caminhões ou algo assim, mas preferir não perguntar o motivo, já que na situação em que estamos nervosismo é o de menos.

Quando achei melhor terminarmos já estava quase na hora de ir embora para casa, mas ainda tinha que falar com o Lima sobre essa reunião e outros assuntos pendentes, então assim que Vitor saiu da minha sala eu subi até a sala de Lima.

-Chefe, posso entrar? - perguntei abrindo um pouco a porta e batendo com meu anel nela, criando um batuque auto. 

-Hã? - falou balançando a cabeça, ultimamente ele tem estado tão absorto em seus pensamentos que quase não percebe as coisas a seu redor. - Ah claro, entre! - falou sem tirar os olhos do computador.

-Eu acabei a reunião com o Vitor agora e vim falar com o senhor. - falei séria.

-Hm! O que ele disse afinal? - perguntou ainda sem me olhar. 

-Que não tinha conhecimento dos caminhões "desaparecidos", mas que iria nos ajudar com o que pudesse! - falei e esperei que ele dissesse algo, mas estava preso demais na tela do aparelho para me olhar, e aquilo me irritou. - Lima, olhe pra mim, diga alguma coisa pelo menos! Se quiser que eu saia pra que veja seus assuntos fale de uma vez, mas não me ignore como se eu estivesse falando com a parede! - falei brava, mas sem levantar a voz.

-Eles voltaram! - falou, finalmente me olhando.

-Quem voltou? - perguntei confusa.

-Os caminhões! Eles voltaram a aparecer no radar do GPS agora pouco, logo depois de eu receber uma mensagens das empresas do México sobre terem recebido a mercadoria! - falou ele um tanto assustado.

-Pera aí! Isso é impossível! Como eles podem ter recebido algo se os caminhões haviam sumido? - perguntei desconfiada.

-Os rapazes responsáveis me ligaram e disseram que haviam tido um problema com os caminhões, todos que foram enviados dessa frota tiveram algum problema no sistema ou na mecânica. - falou ele um tanto irritado. - O que eu não sei é como isso é possível? Eles passam por várias avaliações antes de serem sequer cogitados para sair da garagem, e ainda assim, mesmo com todos os testes eles falham! - falou socando a mesa me assustando um pouco. - Ana, desculpa, não quis te assustar, mas eu revisei tudo, várias e várias vezes, não tem nada nos relatórios que indique falha nos caminhões! - falou se acalmando.

-Não se preocupe, mas você tem razão tem algo errado nessa história toda, porém, acho que devemos nos aliviar um pouco agora, pelo menos os clientes receberam a mercadoria deles, não? - falei tentando o aliviar.

-Tem razão, as coisas ficaram tão difíceis nos últimos dias, acho que devemos pelo menos deixar essa preocupação de lado! - falou massageando as têmporas.

-Escute, nós vamos descobrir o que houve, mas por hora vá para casa e descanse, você passou os últimos dias quase sem sair da empresa! - falei calma pra ele.

-Sabe que não pode m****r em mim, né? - falou me olhando.

-Sabe que se me desafiar eu arrasto você pelas olheiras até a sua casa e te tranco lá, né? - falei sorrindo ladino.

-Pegou pesado! - falou e nós rimos. - Tá bom, mamãe, eu vou pra casa! - falou me mostrando a língua.

-Se eu fosse sua mãe eu bateria em você por não estar se cuidando, mas sendo só sua amiga, eu posso simplesmente fazer isso... - falei e me levantei indo até ele e dando-o um pescotapa. - Vacilão! - falei e o abracei, ele soltou um suspiro e pude sentir que estava sorrindo.

-Obrigada, de verdade! - falou ele calmo.

-Que nada, eu sou sua amiga, e amigos servem pra isso! - falei e ouvimos a porta sendo aberta.

-Se vocês vão se comer, pelo menos façam no banheiro, aqui todo mundo pode vê-los! - falou Marcos sorrindo.

-Cala a boca, rapaz! - falei dando um tapa em seu ombro.

-Fui te procurar você na sua sala e não estava, achei que fosse estar aqui. - falou me passando uns papéis que havia pedido mais cedo. - Desculpa a demora, mas são meio antigos então estavam arquivados já!

-Ah, sem problemas, obrigada! - falei sorrindo.

-Bom, vou deixar vocês sozinhos, tchau! - falou já se virando pra sair.

-Eu vou descer com você espera! - falei e ele parou na porta. - Quanto a você senhor, trate de fazer o que falei! - disse olhando séria para Lima.

-Pode deixar, chefa! - falou batendo continência. 

-Eu mereço! - falei revirando os olhos. - Vamos Marcos. - falei o vendo abrir a porta e me deixando passar. 

Saímos juntos e eu fui para minha sala organizar umas coisas para ir embora, é sexta-feira e eu vou me encontrar com uns primos meus que não vejo a um tempo e estão de passagem na cidade, então sair um pouco mais cedo indo para o restaurante onde íamos nos encontrar.

Chegando lá eu estacionei e apenas tirei o blazer e vesti um casaco mais informal que deixava no carro.

Entrei no restaurante e peguei o celular para avisa-los que já estava lá, recebendo a reposta de que já estavam vindo.

Esperei uns minutos e vi eles sendo guiados pelo garçom até a mesa onde eu estava, sorri acenando para eles.

-Oi gatinha, que saudades!! - falou minha prima vindo me abraçar, me levantei.

-Eu senti saudades também, mocréia! - falei a abraçando forte. 

-Eu não recebo abraço, né? - perguntou Carol, a namorida da minha prima.

-Own! Claro que recebe sua linda! - falei a abraçando também!

Elas duas sentaram e fui abraçar Artur meu primo e sua esposa, Nicole.

-E aí, seus lindos? Como foi o casório? - perguntei me sentando com eles.

-Foi ótimo! - Nick falou sorrindo, ela realmente ama meu primo, fico feliz por isso. - Mas o Artur ficou meio chateado que você não foi! - falou ela sorrindo quando ele a olhou estranho.

-Ah eu já expliquei que não pude ir, mas eu mandei meu presente e espero que tenham gostado! - falei sorrindo.

-Nós adoramos, obrigado prima! - falou ele sorrindo.

-Que bom! Obrigada! - agradeci ao garçom que havia oferecido o cardápio. - Mas, então, seu pai foi? - perguntei e vi minha prima ficar tensa, a relação entre eles não era das melhores.

-Foi, ele esteve lá ao meu lado! - falou sorrindo, mas percebi que não parecia muito feliz. 

-O que foi? - perguntei preocupada.

-Meu pai bebeu mais do que deveria e acabou arrumando confusão com minha mãe, com a Leticia, enfim, nada fora do normal! - falou ele e vi seus olhos marejarem. 

-Ah mas aquele filho duma... Sinceramente, eu acho que vou ter que internar ele, porque não é possível, ele não deixa vocês viverem suas vidas em paz, que saco! - falei irritada indicando o que iria querer ao garçom e devolvendo o cardápio. - Olha, Carol, Nick, sinto muito, de verdade, se eu pudesse fazer qualquer coisa para redimir o que ele e minha família fez eu faria! - falei meio triste.

-Não se preocupe, na realidade sua família em si me recebeu muito bem até, a gente não se fala muito, mas todos ali me respeitam bastante, e mesmo que a Leticia fale que é fachada, pra mim não importa, nós estamos felizes! - falou ela sorrindo para minha prima. - Só sinto pela Nick, afinal, era o grande dia dele, uma confusão assim não era de se esperar pra esse dia!

-Não se preocupem, eu estou bem, foi um dia muito feliz e especial, aquilo que aconteceu não me atingiu como a vocês podem ter certeza! - falou sorrindo calma.

-Bom, vamos mudar de assunto que é melhor, com o Glauber me resolve depois, agora, me digam, como vai a vida?! - falei sorrindo.

Nós começamos a conversar e quando os pedidos chegaram comemos entre risadas. 

Foi um momento muito bom, fazia muito tempo que não via eles, e sentia saudades, eles são quase meus irmãos de outros pais, e são tão importantes quanto, por isso me vejo na obrigação de protege-los!

Quando o jantar acabou nós pagamos a conta e saímos para ver um filme e nos divertimos mais um pouco, cheguei em casa um pouco tarde e fui tomar um banho, indo direto pra cama depois. Antes de pegar no sono vi uma mensagem da minha mãe, não estava muito afim de responder, mas como já havia visualizado respondi a contra gosto!

Ela queria saber se iria visita-los esse mês e apenas respondi que não sabia se conseguiria, desliguei o celular e fui dormir, não demorando muito pra pegar no sono!

                                                            ***

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