Capítulo 8

Estava distraída e nem percebi a hora passar, já era 17h e eu nem estava pronta ainda… alguém bateu na porta do quarto, eu disse que podia entrar, era Marisol.

- O que quer Marisol? Perguntei.

- Você não vai sair daqui com o meu Chefe, ele é meu sua vadia, você não vai com ele… ela dizia com raiva.

- Eu não escolhi isso, foi ele que disse que vai me levar.

- Mas você chegou aqui agora, não merece isso, eu sim mereço.

- Marisol eu estou atrasada, o chefe disse que vem me buscar às 17h.

- Você não vai com ele… ela disse vindo pra cima de mim e pegando em meu braço.

- Me solta Marisol! Eu gritei puxando meu braço.

Ela agarrou meus cabelos e começamos a brigar, nós arranhando e puxando os cabelos uma dá outra, joguei ela no chão e ficamos rolando de um lado pro outro… Bernardo chegou na hora.

- O que isso aqui? Perguntou ele gritando.

Soltei Marisol e nós duas levantamos.

- Essa louca que veio me bater de novo! Gritei arrumando meus cabelos.

- Foi ela chefe, ela me provocou, ficou jogando na cara de todas que ela vai sair com você.

- Foi seu chefe que disse eu não pedi nada!

- Já chega! Gritou ele… Manuela porque não está pronta?

- Até tentei, mas essa louca veio aqui me atrapalhar.

- Se arrume, já vamos sair, Marisol pro seu quarto, já vou falar com você… disse ele e ela se foi em silêncio.

Ele veio até mim.

- Duas mulheres lindas brigando por mim, que homem de sorte que eu sou.

- Até parece, ela veio brigar por você, eu não iria.

- Mentirosa, você morre de ciúmes da Marisol.

- Eu não, só acho repugnante o que você faz, deita com uma e depois com a outra.

- Porque eu gosto das duas… disse ele… se arrume nós saímos em 20 minutos.

- Só precisa de 20 minutos pra transar com ela? Perguntei com raiva.

Ele pegou em meu rosto e apertou.

- Uma rapidinha não dura mais do que 20 minutos, tenho tempo suficiente! Sussurou ele e saiu do quarto.

Que ódio! Cafajeste, safado, cachorro! Ele não vale nada mesmo e nem nunca vai mudar, não devo criar esperança nenhuma.

Tomei logo banho e me arrumei, depois desci para o salão e fiquei esperando.

Depois de quase meia hora ele desceu.

- Nossa, precisou mais do que 20 minutos foi? Perguntei de braços cruzados.

- Você está muito abusada sabia? Me lembre de te dá um castigo quando chegarmos lá.

Caminhamos até lá fora e pegamos o carro dele, saímos em seguida.

Depois de muito andar chegamos a uma parte da cidade onde só havia casas enormes, casas bem bonitas, de luxo, igual mansões.

- Nossa, essas casas todas são puteiros chiques? Perguntei.

- Claro que não Manuela, são casas normais onde moram pessoas normais.

- O que viemos fazer aqui então?

- Vamos pra minha casa.

- Jura? Você mora por aqui?

- Moro, mas vivo mais nas casas de luxo, principalmente naquela onde você estava.

- Nossa, pensei que morava lá.

Ele estacionou em frente a uma casa toda branca, tinha dois andares, parecia aquelas casas de filmes, toda perfeita, com um jardim impecável.

Descemos do carro e caminhamos até a porta. Ele abriu e nós entramos e por dentro era mais linda ainda, tudo em perfeito estado, nada fora do seu lugar, tudo parecia novo.

- Nossa, que luxo! Eu disse de boca aberta.

- Aqui vai ser sua nova casa… ele disse.

- Que? Vou ficar aqui?

- Vai!

- Eu não creio… disse incrédula.

Eu estava de boca aberta, era isso mesmo que tinha escutado? Vou morar aqui longe daquele lugar de perdição? Estou satisfeita, ao menos por uma coisa, ainda tenho que ser dele, do jeito que ele quer.

- Está bom pra mim…

- E outra coisa, não pode ter contato com ninguém que você conheceu antes.

- Porque?

- Melhor assim… e não diga a ninguém o que sou de verdade, todos vizinhos pensam que sou um empresário, e eles vão pensar que você é minha noiva.

- Sério? Nossa, logo você que disse que nunca teria uma namorada…

- E não tenho e nem vou ter, é só fachada Manuela, só quero te manter longe dos homens que querem você na casa, já recebi oferta de muitos e pode ser perigoso deixar você lá, eles podem querer fazer algo contra a sua e a minha vontade.

- Não pensei que fossem tantos assim…

- São, e são os piores, por isso me agradeça, estou te protegendo, não te trouxe pra cá porque você vai ser a única e sim por sua segurança e também porque você ainda vai ser minha até eu cansar.

- Entendi dominador… disse debochando.

- Me lembrou de te dar um castigo… disse ele e eu fiquei com medo… vamos subir.

Pegou em minha mão e me levou pra cima, pra um dos quartos, entramos e o quarto não era diferente de toda casa, perfeito, impecável, chegava brilhar.

- Aqui tem tudo que precisar, pode fazer o que quiser, só não pode sair daqui da região, pra longe, não quero que os vizinhos pensem que deixo minha suposta namorada trancada o dia todo… e o mais importante, não se envolva com ninguém, não deixe ninguém te tocar, ou eu te faço pagar por isso.

- Está certo, não vou fazer isso.

- Muito bem, agora vem aqui… disse ele me puxando… quero você! Sussurou.

Suas mãos ágeis tiraram minhas roupas e logo em seguida as dele, com brutalidade ele me empurrou na cama e veio por cima de mim, então começou a me possuir com vontade, segurou meus braços sobre a cama me prendendo, me beijava os seios e mordia, se movimentava rápido e com um pouco de força, assim ele ficou até chegar o seu auge.

Depois ele tomou banho e em seguida eu tomei, vesti uma calcinha e um sutiã rosa, prendi os cabelos em um coque e voltei pro quarto, me sentei em frente a uma penteadeira que havia de tudo um pouco, desde coisas de maquiagem, cremes pra pele, perfumes. Peguei um creme e comecei a passar nas pernas, Bernardo me admirava deitado na cama com os braços atrás da cabeça.

- Sabia que você pode deixar qualquer homem louco? Ele disse.

- Não acho não… eu disse.

- Se soubesse quantos homens lá na casa queriam você, não por uma noite, mas pra ser submissa.

- Você não me vendeu porque gosta de mim.

- Não se iluda, eu gosto do que você me dá.

- Você gosta sim, senão teria ganhado muito dinheiro me vendendo pra alguém.

- Não vendo porque devo ficar com a melhor mulher, a mulher que todos querem.

- E as outras?

- As outras são distrações, assim como você é também, não pense que é muito importante.

Me levantei indo pra cama e me deitei em silêncio, porque as palavras dele doíam se ele não significa nada pra mim? Se eu não gosto dele porque sinto uma dor ao ouvi-lo falar assim? Eu deveria nem ligar, deixar passar despercebido, mas dói sim, eu me sinto humilhada, usada como eu sou, como se fosse uma boneca que quando é nova nós só queremos brincar com ela e depois que enjoamos nós deixamos de lado… e isso, um dia, vai acontecer comigo.

- O que foi? Porque ficou calada? Perguntou ele.

- Nada… só estou pensando em umas coisas.

- Diga…

- Melhor não, prefiro dormir, boa noite.

- Certo… boa noite.

Se virando cada um pra um lado nós adormecemos.

3 meses haviam passado desde que vim morar aqui na casa de Bernardo, todos os dias ele só vinha pra casa à noite e me fazia satisfazer ele como sempre, cada dia inventava uma coisa diferente, num lugar diferente, nem acredito no que vou dizer, mas acho que acabei me acostumando com isso… não dava pra dizer que eu não sentia um pouco de tesão, de prazer, ninguém é de ferro, mas eu não me sentia desejada como eu queria ser, por alguém que realmente gostasse de mim, que me quisesse por amor, pra que os dois se sentissem bem e não somente um… todos os dias eu esperava que ele chegasse mudado, que dissesse ou fizesse algo diferente, me desse um beijo com carinho, um abraço, conversasse comigo, mas ele era sempre o mesmo cara frio e calculista… como eu queria que fosse diferente, como a Clarice me disse eu acho que gosto dele, acho que esse sentimento cresceu aqui dentro, só imaginando como ele poderia ser se não fosse tão mal, alimentei essa ilusão no meu coração e agora fico todos os dias esperando que ele seja assim, e a cada dia mais me apaixonando por um Bernardo que eu criei na minha cabeça.

Era começo de uma manhã, eu estava caminhando na rua como todos os dias eu fazia, pra me distrair um pouco e ver as pessoas, sentir o ar livre. Com os olhos distraídos eu acabei me chocando com um rapaz que corria na calçada, batemos um no outro e eu caí no chão.

- Nossa, me desculpe, me desculpe moça… disse ele me levantando.

- Não foi nada, estou bem… disse me limpando, ele parou seus olhos em mim e ficou me olhando como se estivesse encantado.

Era alto, cabelos negros, super forte, e era muito bonito.

- Me perdoe… disse ele… eu não vi você, estava distraído ouvindo música e correndo um pouco.

- Tudo bem, não foi nada… sorri.

- Muito prazer, sou Henry.

- Prazer Henry, sou Manuela.

- Nome lindo… ele sorriu.

- Obrigado… eu corei de vergonha.

- Você é nova aqui? Eu não te via antes.

- Sou sim, eu moro logo ali… disse apontando.

- Ah sim, na casa dos Montoya.

- Sim… isso mesmo.

- Nossa… legal… bem eu… sou noiva do Bernardo… disse com certo desânimo.

- Caramba, peço desculpa pelo que vou dizer, mas você disse noiva como se dissesse prisioneira.

- Pareceu isso? Não não, não foi isso que quis que parecesse.

- Tudo bem não precisa explicar.

- O que você sabe sobre ele? Perguntei.

- Porque a pergunta, não sabe nada dele? Perguntou curioso.

- Sim, eu sei… mas… queria saber o que as pessoas acham sabe.

- OK… eu te digo o que sei… sei que ele é um cara fechado de poucos amigos, não é muito de conversar e vive no trabalho, só isso que sei.

- Pois é, é isso que eu sei também…

- Então ele é o típico cara de negócios.

- Sim, pode se dizer, tudo pra ele é negócio… disse triste.

- Jura? Até você? Ele perguntou e eu fiquei vermelha de vergonha.

- Me desculpe não quis perguntar isso, eu nem sei porque falei isso, esquece tá bom? Ele disse sem jeito.

- Tudo bem, deixa pra lá…

- Quer correr comigo? Ele perguntou.

- Não sei se aguento, não costumo correr… eu disse.

- A gente começa devagar, caminhando e depois você vai está correndo mais do que eu… ele sorriu.

- OK, pode ser, vamos então… sorri de volta.

Começamos a caminhar, fomos conversando e ele me contando um pouco de sua vida e eu da minha, embora não pudesse dizer certas verdades.

Continua...

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