Capítulo 6

Bernardo voltou do banheiro vestindo um terno preto e gravata vermelha.

Caminhou até mim e ficou me admirando.

- Perfeita! Ele disse deslizando seus dedos pelos meus braços.

- Você acha mesmo? Perguntei.

- Se eu não achasse não teria escolhido você… já viu que um homem é capaz de pagar milhões por você não viu?

- Sim, vi.

- Pois é, estou perdendo uma boa grana mantendo você comigo, com você atendendo aqui eu ficaria bilionário.

- E porque me quer só pra você?

- Porque sou o chefe e a mulher do chefe não pode ser mulher de mais ninguém… e chega disso, vamos logo.

Descemos as escadas e fomos lá pra fora em direção ao seu carro. Era um Hyundai ix25 Branco, um carro maravilhoso, enorme.

Entramos no carro e ele saiu… depois de quase meia hora nós chegamos ao centro dá cidade, nossa como era bom ver novamente as pessoas andando de um lado pro outro, barulho dos carros nas ruas, eu me senti uma encarcerada saindo da prisão.

Bernardo estacionou e descemos do carro, entramos em um prédio enorme, deveria ter uns 30 andares.

Pegamos o elevador e fomos até o último andar, entramos em uma sala de reuniões imensa, haviam muitos homens lá, todos acompanhados com uma mulher, só mulheres bem vestidas e com o corpo de dar inveja.

- Bom dia Senhores, desculpe o atraso… disse Bernardo sentando-se na cadeira que ficava na ponta da mesa, parei ao seu lado e ele começou a reunião com os homens, eles falavam de muitas coisas, sinceramente eu não prestei a atenção em nada. Fiquei pensando que seria uma ótima oportunidade pra mim fugir.

- Chefe, eu preciso ir ao banheiro… Eu disse em seu ouvido.

- Só um segundo senhores… ele disse… Agora não dá.

- Mas eu preciso e muito!

- Porra Manuela, espere… disse ele pegando o telefone e chamando alguém.

Entrou um homem na sala e veio até nós.

- Sim senhor Bernardo… disse ele.

- Leve a minha acompanhante ao banheiro por favor… ele disse.

- Sim senhor, me acompanhe senhorita… disse o homem e eu fui atrás dele, saímos da sala e caminhamos pelo corredor nos afastando das pessoas que ali trabalhavam.

- Hei moço, por favor, me ajude! Eu disse baixo.

- Sim senhorita, o que posso ajudar…

- Preciso fugir, me diz como eu saio daqui sem que me vejam…

- Impossível senhorita, as escadas e os elevadores têm câmeras.

- Meu Deus, eu preciso fugir moço, me ajuda.

- Eu não posso, o senhor Bernardo me mataria.

- Ele seria capaz? Perguntei de olhos arregalados.

- Ele é capaz de tudo, não o conhece? Ele é o diabo em pessoa.

- É, tem razão… qual seu nome?

- Julio… e o seu?

- Manuela.

- Eu não posso te ajudar Manuela, me desculpe.

- Eu entendo, não foi dessa vez mas eu ainda vou conseguir.

Nem fui ao banheiro pois não estava mesmo com vontade, só queria dar um jeito de fugir, mas não deu pois com certeza as câmeras iriam gravar tudo.

Voltei para a sala de reuniões e já estavam todos se levantando para sair, Bernardo me puxou pra mais perto e segurou minha cintura com força. Ele foi se despedindo dos homens e logo todos se foram, trancando a porta da sala Bernardo veio até mim me empurrando até a mesa e me fazendo sentar ficando com seu corpo entre minhas pernas.

- Porque você demorou no banheiro? Perguntou ele.

- Não demorei tanto assim…

- Não estava pensando em fugir estava?

- Eu? Não, claro que não…

- Bom pra você… se fugir eu te acho e aí você vai se arrepender… ele disse pegando com as duas mãos em meu rosto, com certa força, me fazendo ficar com o rosto imóvel… entendeu Manuela?

- Sim, entendi… eu disse com dificuldade.

Bernardo começou a me beijar com vontade, seu beijo era rápido e forte, devorando os meus lábios… suas mãos desceram de meu rosto e começaram a subir pelas minhas coxas trazendo meu vestido para cima, pegando nas beiras da minha calcinha ele puxou a mesma pra baixo tirando-a, abriu o fecho de sua calça e tirou seu membro de dentro da cueca, encostou entre minhas pernas e logo estava penetrando em mim… ele era louco, onde desse vontade ele fazia… inclinou o meu corpo para trás me fazendo apoiar as mãos sobre a mesa, pegou na minha cintura e me puxava pra ele, fazendo movimentos pra frente e pra trás, cada vez mais rápido, inclinei a minha cabeça para trás e meus cabelos tocaram a mesa, não tinha como não sentir prazer, sentir o corpo queimar, sentir um desejo incontrolável… cada vez mais rápido ele ia e eu gemia, mas ele tapou a minha boca com uma de suas mãos, não demorou muito e ele chegou ao auge, me soltou ofegante e arrumou sua calça novamente, eu também me recompus.

- Agora vamos, hoje à noite vou receber o filho de Rogério Torre na casa, preciso que ele seja bem recepcionado, pois ele pode me dá muito lucro… disse Bernardo arrumando a gravata.

- OK chefe.

Saímos do prédio a caminho da casa novamente.

Assim que chegamos Marisol estava com algumas meninas na sala ensinando-as a dançar no pole dance.

- Marisol, suba… eu já vou até lá… disse Bernardo.

- Sim chefinho… disse ela toda contente.

O que? Era isso mesmo? Ele iria transar com ela toda vez que terminasse de transar comigo?

- Marisol, ele não irá, pode continuar… eu disse firme.

- Que? Disse ela incrédula.

Bernardo me lançou um olhar mortal.

- O que disse Manuela? Perguntou ele e eu senti um arrepio na espinha.

- Você não irá, chefe, foi isso que eu disse… respondi sem medo.

- Essa garota ficou louca? Perguntou Marisol.

Bernardo me pegou pelo braço e saiu me puxando escada acima.

- Chefinho e eu?

- Depois Marisol, depois… ele disse.

Chegou no quarto me jogando com tudo pra dentro, cai no chão e ele me levantou pelo braço com força, me fazendo bater com tudo em seu corpo, seu olhar era de puro ódio.

- Ficou maluca? Como fala assim comigo na frente daquelas garotas? Gritou ele.

- Você não pode transar comigo e logo em seguida com ela! Gritei também.

- Eu posso fazer o que eu quiser, você não manda em nada aqui, ao contrário…

- Você se acha o machão não é? Disse.

- Garota você está brincando com a sorte… disse ele andando pelo quarto com as mãos na cabeça.

- Ou você fica com ela, ou fica comigo, escolha! Gritei.

- Está mesmo maluca, acha mesmo que vou fazer isso? Que vou desistir de todas as mulheres que eu tenho só por você? Acha?

- Pois agora é, ou elas ou eu… decida.

Ele veio até mim me pegando com tudo, segurou com força meu rosto.

- Quer saber de uma coisa… fico com elas, você eu deixo pros clientes agora… vai atender todos que quiserem você, satisfeita? Todos!

Meu coração começou a palpitar rápido, o que eu tinha feito, eu não podia ter falado assim, foi impulso, e agora? Não quero atender ninguém, o que faço?

- Está certo, eu faço isso… eu disse tentando esconder o meu medo.

- Perfeito, vai está à disposição dos clientes hoje… se arrume e desça, não é mais minha exclusiva.

- Sim chefe, obrigado por me libertar da sua prisão…Eu dei um sorriso falso.

- Eu vou sair, senão eu sou capaz de matar você… disse ele saindo do quarto.

Agora sim eu acabei de me ferrar, como eu pude ser tão boba, era melhor ficar como estava do que ter que atender esses homens horríveis que vem aqui, como vou me livrar dessa, o que vou fazer? Preciso pensar num jeito. Já estava escurecendo, então tomei um banho, escolhi uma roupa, fiz maquiagem e alisei os cabelos.

Desci e já haviam chegado alguns homens, Bernardo estava em seu canto reservado com Marisol pendurada nele, af que raiva, tentei não demonstrar minha raiva, não era ciúmes que eu tinha dele, era raiva por ele ser tão cafajeste a ponto de acabar de ficar com uma e ficar com a outra em seguida.

Fui até o bar e peguei uma bebida.

Clarice veio até mim.

- Sua louca, o que você fez, já tô sabendo do babado…

- Aí menina eu fiz a pior coisa, agora estou frita… eu disse nervosa.

- Relaxa… vou te ajudar, presta atenção, você tem que fazer com que o filho de Rogério Torre queira você.

- Que? Quem é esse?

- Ele chega hoje dos Estados Unidos e vem aqui sempre com o pai, o nome dele é Pedro Torre… ele é espetacular, maravilha de homem, se o chefe te escolheu ele gosta de você e vai morrer de raiva quando ver esse cara contigo.

- Você acha?

- Claro sua louca, vai por mim…

- Aí, não sei… mas cadê esse tal cara?

- Ainda não chegou, mas quando ele chegar eu lhe mostro.

- Certo… eu disse.

Tomara que dê certo, não quero me deitar com vários homens, me dá nojo só de pensar, enjoo, náusea, chego até querer desmaiar.

Fique no bar o tempo todo, às vezes desviava o olhar para Bernardo, ele estava como sempre, com seu ar de superior, com a vaca dá Marisol lhe trazendo tudo na mão e dando uma de primeira dama.

De repente dois homens foram cumprimentar Bernardo, vi que um deles era o tal Rogério que havia falado com ele ontem que daria milhões por mim… então, certamente o outro homem era seu filho… quando ele se virou eu vi que era bem bonito, cabelos castanhos, barba desenhada, corpo definido, cara de cafajeste como todos os outros aqui, mas era lindo.

Olhei para Clarice e ela fez sinal, apontando para o homem que eu havia visto e deduzido ser o filho do tal Rogério… então era ele mesmo, agora só preciso dá um jeito de chamar a sua atenção.

Eles saíram do espaço reservado e foram caminhando até uma das mesas que ficavam na pista, me levantei, tomei coragem e fui em direção deles, chegando perto eu fingi está distraída e esbarrei no tal Pedro…

- Oi, desculpa… eu disse.

- Oi… disse ele parando seus olhos sobre mim, me encarou como se fosse me engolir.

- Estava distraída, desculpe mesmo… eu sorri.

- Qual seu nome? Perguntou ele.

- Manuela… e o seu?

- Pedro… e nova aqui?

- Sim, cheguei faz uns meses.

- Ah sim… Manuela você é linda! Ele disse.

- Obrigado… sorri… deu certo, deu certo, eu estava vibrando por dentro.

- Você também é… lindo… eu disse passando os olhos por todo o seu corpo a fim de provocar ele.

- Vem comigo, Manuela? Perguntou ele.

- Sim claro… sorri.

Ele foi saindo da pista e eu o segui, fomos até o jardim.

- Senta por favor… ele disse me apontando uma mesa com duas cadeiras, me sentei.

- Então… você tem quantos anos? Ele perguntou.

Tenho 22…

- Hum, novinha… eu tenho 35.

- Hum… maduro… sorri sexy.

- Nossa, que sorriso excitante… ele disse pegando em minha mão.

- Eu sou excitante, não acha? Perguntei.

- Com certeza, muito… já imagino o que posso fazer com você… ele disse.

- Jura? Que safado… você me quer?

- Quero muito… quanto você vale?

- Vai ter que perguntar ao meu chefe… eu disse.

- Aé? Então vamos lá, não vou aguentar até o fim, quero você agora.

- Vamos… me levantei e ele pegou minha cintura, caminhamos para dentro e fomos em direção ao espaço reservado onde estava Bernardo… ao nos ver se aproximando ele se levantou e ficou encarando até chegarmos perto.

- Bernardo meu amigo… quanto vale essa jóia aqui? Perguntou Pedro apertando minha cintura.

Eu segurei em seu ombro e sorri de lado para Bernardo, ele me olhou com aquele olhar de puro ódio.

- Essa? Custa muito, não sei se vai ter todo esse dinheiro Pedro.

- Me diga… eu pago o que for, ela é perfeita… disse ele.

- Na verdade essa já estava reservada… disse Bernardo… eu quis gritar de felicidade, ele estava tentando fazer Pedro desistir de mim, ele estava com ciúmes.

- Vamos Bernardo, diga o preço, dinheiro não é problema, eu pago até pelo outro que estava esperando por ela… disse Pedro.

Bernardo não sabia o que fazer, seu olhar mortal pra mim me deixava ainda mais contente, aí que eu provocava mesmo, fazendo cara de safada e abraçando Pedro.

- Vai com ela e eu acerto com seu pai… disse Bernardo.

- Certo… disse Pedro.

Eu gelei… ele me vendeu mesmo? Não posso acreditar.

Pedro me levou para cima e escolheu um quarto, entramos e ele fechou a porta.

- Agora sim… você vai ser toda minha… disse ele já me agarrando e beijando meu pescoço enquanto suas mãos subiam por debaixo da minha roupa.

- Calma, calma gato… eu dizia tentando fazer ele ir devagar.

Não acredito, vou ter que ficar com ele? Não, não vou conseguir.

De repente o alarme de incêndio tocou e ele se soltou de mim.

- O que é isso? Perguntou ele.

- Incêndio, vamos ter que sair.

- Que merda, logo agora!

Nossa, que sorte que tive. Saímos do quarto e descemos, todos os clientes estavam indo embora.

- Eu volto pra você gostosa… disse Pedro.

- Até Pedro… sorri satisfeita por ele ter ido embora, bendito alarme de incêndio, seja o que for que aconteceu me salvou.

Todas as meninas estavam indo pro seu quarto, Bernardo veio até mim…

- Suba pro meu quarto, agora!

- É sério isso? Perguntei debochada.

- Suba, não me faça arrastar você até lá pelos cabelos.

- Certo… poderoso chefão… eu disse e  subi correndo.

Continua...

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