Capítulo 2 - Encontro com o passado

"A música alta e o cheiro de bebida inundava toda a mansão Cassano, onde acontecia a festa, já que os pais de Stevie estavam viajando e o irmão fazia faculdade. O moreno corria pelos corredores apressado, lembrava de quando Clarice apareceu no grupinho dos garotos e contou o ocorrido — Vocês têm que me ajudar, a Narin viu o Lian com a Victoria e os dois acabaram brigando feio. Agora a Narin bebeu demais e está lá dançando de uma maneira muito inapropriada na sala. — O Cassano nem terminou de escutar e já saiu correndo até onde estava a morena. O copo de cerveja que bebia não sabia nem onde foi parar.

Finalmente chegou a sala, onde os amigos haviam afastado os sofás e a mesinha para o canto, improvisando uma pista de dança. Olhou ao redor e finalmente encontrou o que procurava e arregalou os olhos com o que viu. Narin dançava de uma forma sensual e provocante com um dos atacantes do time de basquete. Os cabelos longos já estavam úmidos pelo suor e o estado de embriaguez era notado à distância. Mas o que mais o deixou pasmo e irritado eram as mãos bobas do jogador que subiam pelas laterais do corpo da Nocfel sem qualquer pudor ou vergonha. Aproximou-se assim que viu que o garoto iria roubar um beijo de Narin e puxou-a pelo braço, fazendo com que ela se chocasse com seu corpo.

— Nem pense em tocar nela de novo. — falou áspero para o jogador e logo saiu puxando a Nocfel para fora dali atraindo a atenção de todos que dançavam ali. Chegaram em seu quarto e a fez entrar fechando a porta logo em seguida. Levou-a até o banheiro e abriu a torneira da pia lavando o rosto dela com a mão livre, a outra ainda estava presa na cintura.

— Por que você me tirou de lá? — perguntou chorando — O Lian me traiu Stevie. — falou dizendo coisa com coisa e praticamente jogando—se no pescoço do Cassano.

— Você não tem que ficar assim Narin, olha para você. Aquele cara estava se aproveitando do seu estado. — a repreendeu percebendo que ela chorava ainda mais e o apertava ainda mais no abraço.

Realmente estava se sentindo extremamente bem com sua amada ali em seus braços, mesmo que estivesse chorando pelo seu melhor amigo. Passaram-se alguns minutos daquele jeito, até que sentiu uma respiração varrer seu pescoço, lhe provocando arrepios. Arregalou os olhos quando sentiu a língua molhada e aveludada deslizar pelo lóbulo de sua orelha e logo a voz sussurrou sensualmente:

— Faz amor comigo Stevie, preciso de amor e carinho. — Ficou pasmo com aquelas palavras, mas certamente que nunca iria se aproveitar do estado de embriaguez de Narin. Sabia que ela dizia isso apenas por estar bêbada e carente, nunca que ela diria uma coisa dessas sóbria. Juntando todas as suas forças a pegou pelos braços e a afastou de si de forma rude.

— Não diga besteiras, agora tome um banho que eu vou te levar embora. — disse seco caminhando até a porta. Mas antes que chegasse lá, a Nocfel se pôs na sua frente, barrando o caminho.

— Toma comigo. — pediu já retirando a blusa que usava ficando apenas com o sutiã de rendas branco e a saia de pregas curta azul, as sandálias já haviam se perdido na festa. Abraçou-o forte novamente de modo que não o deixasse se soltar, os seios pressionados no peito do moreno que estava de camisa, mas que mesmo assim sentia a sua maciez. A pouca racionalidade que ainda tinha estava indo por água abaixo com Narin o abraçando daquela maneira possessa e se oferecendo daquela maneira ousada. Não fazia ideia de onde ela tirou tanta força — Já percebi seus olhares para cima de mim na escola Stevie, sei que você me quer. — falou a Nocfel distribuindo beijos pelo rosto do Cassano. Empurrou-o para trás, fazendo-o cair sentado em cima da tampa do vazo sanitário. Antes que ele pudesse levantar sentou em seu colo de frente para o rapaz estarrecido — Me beije! — pediu segurando o rosto do Cassano.

— Por favor, Narin, sou homem, não me faça fazer algo que eu sei que vamos nos arrepender depois. — não deu ouvidos às palavras do moreno e logo tomou-lhe os lábios num beijo exigente e sôfrego. Sentiu a racionalidade desaparecer e não pode fazer nada além de retribuir o beijo da mesma maneira. As línguas se movimentavam com desespero e volúpia. Stevie já a abraçava forte pela cintura, enquanto ela puxava os fios de cabelos negros da nuca. Ficaram um tempo se beijando de uma forma demorada, até que o rapaz notou a boca dela parar de se movimentar e o corpo feminClarice tombar sobre o dele. Separou os lábios e notou que Narin havia dormido ali.

De certa forma sentiu-se aliviado, assim não continuariam aquela loucura que estavam prestes a fazer. Certamente ela não iria se lembrar de nada quando acordasse pela manhã."

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 Dias de hoje.

Arregalou os olhos ao escutar a voz melodiosa e doce, mesmo que naquele momento o timbre usado fosse seco e sério, reconheceria aquela voz mesmo depois de 20 anos. Levantou-se com as pernas bambas e o coração descompassado, batia tão rápido que parecia querer saltar pela boca. Já de pé finalmente fitou a garota, que agora era uma linda mulher e que há tantos anos não via.

— Narin. — sussurrou com os olhos fixos na mulher a alguns metros de si. Percebeu que ela continuava tão linda e formosa quanto antes. Os cabelos negros azulados continuavam longos, a franja farta e cortada rente as sobrancelhas, o rosto alvo e os lábios que mesmo aquela distância conseguia ver que continuavam carnudos e tentadores. Usava uma calça jeans escura rente ao corpo e uma blusa de tricô vermelha e preta gola rolê que valorizava os seios fartos e a cintura fina, nos pés uma bota de salto mediano. O tempo realmente parecia apenas ter feito bem a Narin.

— Você conhece a mamãe? — perguntou a garotinha ainda ao lado de Stevie fitando ora a mãe e ora o Cassano.

Olhou para a menina novamente com os olhos arregalados, já estava mais do que na cara que aquela menina era sua filha. Os cabelos negros e lisos e o rosto alvo eram características de qualquer Cassano. Por isso que se sentiu tão familiar com ela. Ouviu Narin chamá-la novamente e logo Naira correu até a mãe com um sorriso no rosto.

— Vá lá na entrada do supermercado e compre aquele sorvete que você queria e me espere sentadinha lá. — falou a morena agachada de frente para a filha e entregando o dinheiro. Pegou o pacote de biscoitos da mão da garota e colocou dentro da cesta de compras que carregava enquanto se levantava novamente. Ainda não tinha coragem de fitar o Cassano parado há alguns metros de si.

— Tchau, Stevie. — falou a menina acenando a mão com um sorriso para o Cassano e logo sumiu pelo corredor deixando os dois sozinhos.

Narin estava nervosa, lembrava a imensa surpresa que sentiu ao procurar a filha e encontrá-la com a última pessoa da face da Terra que esperava encontrar. Agora que estavam ali sozinhos não sabia o que falar, realmente não queria nem se encontrar com Stevie. Vê-lo fez todas aquelas más lembranças que ela guardava no fundo de sua mente voltarem à tona. Ouviu passos se aproximando de si e finalmente levantou o olhar relutante, nunca esqueceria daquela imensidão negra que um dia se apaixonou perdidamente, mas que também lhe fez sofrer para uma vida inteira. Percebeu que ele continuava tão lindo e charmoso quanto antes. Usava uma calça preta e uma jaqueta da mesma cor por cima da camisa pólo bege. Os cabelos tão negros quanto os da filha continuavam do mesmo jeito quando novo, arrepiados na parte de trás, deixando-o com um ar jovial. Desviou rapidamente o olhar dele e começou:

— Desculpe-me pela minha filha ter incomodado o senhor, isso nunca mais vai acontecer. — falou rápida e de cabeça baixa novamente. Virou-se para ir embora dali o mais rápido possível.

Arregalou os olhos com o modo que foi tratado, como se fosse um completo desconhecido. Segurou-a firme pelo pulso antes que ela fosse embora e a virou para si.

— Por que você está me tratando como se não me conhecesse? — perguntou irritado.

— Por que eu não te conheço. — respondeu áspera e estreitando o olhar para o aperto em seu pulso — Agora, tire essas mãos de mim. — falou séria e puxando o braço.

— Droga Narin! — esbravejou num timbre baixo puxando a morena para um canto onde ninguém pudesse escutá-los, já que começavam a chamar a atenção das pessoas que passavam discutindo ali no meio do corredor.

Fitou Narin novamente que tentava se soltar sem sucesso, percebia a mágoa e a desprezo nos olhos pérolas que tinham repulsa de fitá-lo. Os olhos desviaram para a mão esquerda da mulher que estava segura em sua mão, mais precisamente para a aliança dourada no dedo. Ficou pasmo e surpreso com aquilo, deixando que a morena soltasse o pulso e abaixasse a mão percebendo para onde ele estava olhando.

— O que você quer? — perguntou áspera, lutava contra a sua vontade de chorar, não iria fazer isso, não na frente dele. Jurou para si mesma há anos que nunca mais iria derramar uma lágrima sequer por Stevie Cassano.

— Não sabia que você tinha se casado. — comentou ainda aéreo fitando a mão que Narin tentava esconder.

— Acho que o que fiz da minha vida não é da sua conta. Nada da minha vida te interessa. — falava com um timbre seco fitando dentro daquela imensidão negra. Os olhos perolados já estavam mais brilhantes, devido às lágrimas que se acumulavam ali e que fazia o máximo de esforço para não deixá-las caírem — Vai me falar o que você quer? Estou atrasada e preciso ir. — inventou uma desculpa qualquer para sair dali.

Percebia que Narin estava segurando o choro que queria sair, sua vontade era de abraçá-la ali e pedir perdão por tudo que fez, mas sabia que palavras não consertariam seus erros e nem diminuiria a dor e o sofrimento que a morena passou todos aqueles anos. Por muitas vezes na Europa lembrou-se dela e do bebê que carregava, diversas vezes quis perguntar para Lian como Narin estava, já que o loiro era o único que ele manteve contato depois de ir embora. Mas nunca teve coragem para tal.

— Queria saber se você está bem? — perguntou fitando os olhos pérolas.

— Como estou? — começou sorrindo irônica e fitando-o dentro dos olhos ônix — Não seja cínico, não precisa fingir uma preocupação que não existe. Não sou mais aquela menina boba e ingênua que foi para a cama com você Stevie. Que acreditou que com você ela teria um futuro. — exasperou num timbre baixo para somente o Cassano escutar.

Sentia o coração doer a cada palavra proferida por Narin com tanta mágoa e repulsa. Realmente se preocupava com ela, pois além de tudo o que aconteceu, ela foi importante para ele. Talvez a mulher mais importante que já passou pela sua vida.

— Eu tinha acabado de fazer 18 anos Narin, ainda não tinha maturidade para...

— Eu também tinha 18 anos, Stevie, mas nem por isso fiz o que você fez. Mas o que eu podia esperar de você, se logo que terminamos você já estava na cama com a Victoria. — houve uma pausa — Mas não me importa mais, nada que venha de você me importa. Por mim você deveria sumir de novo e nunca mais aparecer na minha frente.

Ônix e pérola se encontraram fortemente, nenhuma palavra mais foi dita. Stevie ainda tentava digerir as palavras da Nocfel, nunca pensou que Narin soubesse do seu caso com Victoria logo depois do rompimento de ambos.

— Não imaginava que você soubesse de Victoria. – falou num fio de voz e pálido como papel.

— Como não iria saber, ela fez questão de contar até para quem não conhecia. – houve uma pausa – Mas já disse que não me importa, nada que venha de você me interessa.

Estava pasmo, nunca imaginou que Narin fosse falar daquela forma seca e fria com ele. Mas sabia que merecia aquelas palavras e aquele desprezo, pois foi ele quem a tornou assim. Imaginava a humilhação que Narin deveria ter passado quando soube dele e de Victoria. Novamente sendo trocada pela Strider, primeiro com Lian e depois com ele. Realmente não tinha nada para falar, a culpa e a vergonha estava lhe corroendo por dentro de uma maneira que nunca pensou que poderia acontecer.

Uma lágrima solitária deslizou pelos olhos perolados, mas que foi secada rapidamente pelas próprias mãos. Antes de poder finalmente ir embora escutou a voz do moreno:

— Ela é...

— MINHA filha. E nem se atreva a se aproximar dela. Ela já tem um pai que a ama muito, não precisa de você. — e logo deu meia volta, deixando o Cassano estarrecido para trás.

oOoOoOoOo

Pagou rapidamente as compras no caixa e andou a passos rápidos até a filha sentada num banquinho tomando o sorvete.

— Vamos. — falou já pegando a mão da menina e puxando-a pelo corredor que dava para o estacionamento na parte inferior do supermercado. Chegou ao carro CrossFox de uma tonalidade cinza e abriu a porta de trás para a filha entrar.

— Mãe, quem era aquele moço? Ele conhecia você. — perguntou curiosa ainda dando atenção para o sorvete na mão assim que a mãe entrou no carro e passou a chave na ignição.

— Um conhecido da escola, ninguém importante. — e logo deu a partida saindo dali rápido. Realmente não esperava encontrar Stevie ali no supermercado. Nem sabia que ele havia voltado.

oOoOoOoOo

Saiu do elevador a passos rápidos e entrou em sua sala sem nem olhar para Clarice sentada de frente para o computador. Não sabia nem quanto tempo que ficou lá no supermercado em pé olhando para o nada e quando finalmente voltou a si não fazia nem ideia do que fazia lá. Foi até sua cadeira e se sentou repousando a cabeça entre as mãos e o cotovelo na mesa. Lembrava do desprezo misturado com a mágoa nos olhos perolados de Narin. Tinha certeza que ela o odiava agora, assim como um dia amou. Pelo menos uma coisa boa aconteceu naquilo tudo, conheceu sua filha Naira, agora pelo menos já sabia o nome dela e o quão linda ela era.

— Trouxe meu chocolate chef... Aconteceu alguma coisa? — iria perguntar sobre o chocolate, mas parou ao ver a expressão aturdida do Cassano.

— Encontrei Narin e minha filha no supermercado. — falou simplesmente, o olhar ainda perdido. Clarice arregalou os olhos.

— Pela sua cara vejo que o encontro não foi nada bom. — comentou a Lucile aproximando-se da mesa e sentando na cadeira de frente para o moreno.

— Foi pior do que você pode imaginar. Ela não quer me ver nem pintado de ouro. — disse sério, as palavras ainda pareciam ecoar em sua mente.

— A entendo, ela está muito magoada Stevie, você a abandonou no momento que ela mais precisou. Você não faz ideia do que ela passou para criar essa menina. — falou tristemente se lembrando do tanto que a amiga sofreu.

— ... — não disse nada, imaginava sim o que a Narin passou e tudo por sua culpa.

— Logo depois que você foi embora, Narin teve que contar para o pai dela sobre a gravidez. E você conhecia o chefão Nocfel, já dá até para imaginar o que aconteceu, o próprio pai a colocou para fora de casa dizendo que não iria sustentar uma mãe solteira e o filho bastardo. — começou Clarice vendo que Stevie prestava atenção em cada palavra que dizia — Lembro que Narin chegou desesperada lá em casa, coitada ela não tinha nem onde passar a noite. Mas é claro que dividimos o apartamento o tempo que ela precisou. — explicou.

O Cassano escutava tudo perplexo, sabia que o pai de Narin era severo e que nunca aprovaria o namoro de ambos, mas nunca imaginou que ele colocaria a própria filha para fora de casa. Realmente a culpa começava a corroer-lo por dentro. Mas uma coisa ainda o atormentava e não sabia por que estava tão incomodado, mas resolveu perguntar:

— Quando foi que ela casou? — perguntou não querendo mostrar muito interesse no assunto.

— Ah, isso foi bem depois. Faz dois anos que ela está casada com Kiba Inuzuka. Lembra dele no colégio? — perguntou sorrindo.

— Lembro sim. — respondeu num sussurro. É claro que iria se lembrar do Inuzuka, sempre soube do amor do idiota para Narin. Ele praticamente jogava isso sempre na sua cara, falando que Narin não merecia alguém como ele. Estava pasmo e de certa forma irritado, o Inuzuka no fim das contas conseguiu o que queria e até mais, Narin se tornou sua esposa e ainda pai da sua filha — Acredito que ele assumiu a menina.

— Não, Narin não aceitou isso de ninguém. Lembro que no início o Lian queria de qualquer forma assumir a criança como sua filha e Narin, mas ela não aceitou. Falava que não queria passar uma responsabilidade que não era deles. Naira é registrada sem um pai. — falava séria fitando cada expressão do Cassano com todo o cuidado. Percebeu uma certa irritação ao falar de Kiba.

— Pelo menos ela está feliz com ele. — falou, mesmo que por dentro estivesse com uma vontade enorme de quebrar todos os ossos de Kiba por ter se atrevido a tocar em Narin.

— Posso dizer que Narin é uma grande mulher que criou a filha sozinha e tudo que conseguiu foi com seu próprio esforço e suor. Ela sofreu muito sim, mas hoje ela já tem uma vida até controlada e bem sucedida na sua carreira profissional, ela se tornou uma renomada fotógrafa. — falou Clarice admirada com a amiga, sempre teria orgulho da melhor amiga que mesmo com tudo o que passou conseguiu em frente sem depender de ninguém – E sim, o casamento entre ela e Kiba está muito bem pelo que sei. Sei que Kiba está louco para ter um filho, mas não consegui de jeito nenhum convencer Narin. Ela diz que quando chegar o momento oportuno aí sim terão.

O moreno realmente estava feliz em saber aquilo tudo, Narin podia o odiar agora, mas ele ainda sentia um grande carinho especial por ela. A única coisa que não o agradava muito era o seu casamento com Kiba. Observou Clarice se levantar e seguir até a porta a abrindo, mas antes dela sair ouviu a voz da loira novamente.

— Olha, não sei qual é a sua intenção em relação a Narin e Naira, mas por favor Stevie, Lian e eu fomos quem mais vimos o sofrimento de Narin. Então, se for para fazê-la sofrer novamente, é melhor você não se aproximar dela e muito menos da filha. — e fechou a porta logo em seguida.

Ficou lá pensando naquelas últimas palavras, realmente Narin e sua filha estavam bem melhor sem ele. A ex—namorada agora tinha um marido que a amava como merecia e a filha um pai de verdade e presente em sua vida. Talvez o melhor fosse esquecer esse encontro e enterrar de vez o passado, a sua aproximação só iria fazer mal a ela e a sua filha. A própria Narin havia praticamente mandado ficar longe da menina. E também ainda não estava preparado para ser pai e já que a garota nem sabia da sua existência era melhor continuar assim.

Olhou a agenda telefônica em seu celular e procurou o telefone de uma antiga conhecida, ou amante, que não sabia ainda denominar sua relação com ela. Ainda não sabia se esse continuava sendo o número dela, mas disse que precisava esquecer seus problemas e tormentas, ela sim poderia fazê—lo apagar pelo menos momentaneamente suas culpas e remorsos.

— Nossa! Não pensava que você fosse ligar para mim. — falou a voz feminina e mais madura do outro lado da linha.

— Quero você no meu apartamento hoje à noite. Deve se lembrar onde eu moro né, Victoria? — falou rápido e direto, também não queria muito papo com a Strider, para ele ouvir a voz de Victoria por muito tempo o irritava. Preferia—a calada ou gemendo em seus ouvidos.

— Claro, nunca iria me esquecer e estarei lá para matarmos as saudades. Até! — respondeu maliciosa e logo desligou o telefone.

Desligou o celular e o jogou em cima da mesa, claro que não sentiu nem um pouco de saudades de Victoria, mas não podia negar que a rosada sabia satisfazer um homem. E neste momento precisava urgentemente de liberar toda aquela tensão que acumulou em seu corpo ao se encontrar com Narin. Não podia negar que encontrá-la depois de tantos anos e tão linda quanto antes, mexeu de um jeito com ele que não acontecia há anos. Mas imaginava que fosse apenas o carinho e a amizade que sempre teve com ela na época da escola, essa era a única explicação.

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