Capítulo 2

Catarina

Hudson me ligou 1 hora depois, me falando que mulheres não participavam da corrida, então eu teria que dar um jeito se eu quisesse participar. Sorte a minha que sempre guardava uma roupa que ganhei de presente em uma das corridas que participei. Desci as escadas e encontrei Fred e papai conversando no sofá sobre alguma coisa relacionado a trabalho, revirei os olhos, esses dois só sabiam falar de trabalho. Olhei a hora em meu celular e vi que faltava poucos minutos para as 22:00. A corrida seria as 23:30, então teria tempo o suficiente para "despachar" meu namorado. Me sentei junto a eles e tentei prestar a atenção na conversa.

- Na semana que vem você terá que ir a Washington! - Disse papai, olhando para Fred enquanto bebia algum líquido no copo.

- Fazer o que em Washington, amor? - Perguntei entrando na conversa.

- Irei abrir uma filial lá minha filha, e gostaria que seu namorado fosse ver como anda as coisas para inauguração.

- Você não me falou sobre isso papai.

- Claro que não falei, você só se preocupa com a sua querida faculdade e com mais nada, nem pro seu namorado ultimamente você está tendo tempo - Disse papai com sorriso irônico.

Bufo e me levanto do Sofá o encarando.

- Acho melhor mudarmos de assunto, não precisamos exaltar os ânimos. - Fred diz coçando a nuca sem graça.

- Eu tenho que sair, tenho um trabalho da faculdade pra fazer na casa da Amanda.

- A essa hora? - Papai diz me olhando desconfiado.

- Sim pai, por acaso agora tem que ter hora pra fazer trabalho? Vou pegar algumas coisas que vou precisar e já volto pra me despedir de você Fred.

- Não quer que eu te leve princesa?! Já é caminho pra mim e já estava de saída também.

- NÃO, Quer dizer, não precisa meu bem, irei dormir por lá mesmo e prefiro ir de carro, pois o da Amanda está com os pais dela. E já dou uma carona pra ela - digo dando um pulo.

Mamãe chega na sala e me olha desconfiada, pelo jeito que falei. Minha mãe é a única que não consigo esconder nada. Ela cumprimenta Fred que diz:

- Sendo assim, acho que já vou então. Obrigada pelo jantar Helena, estava maravilhoso como sempre. Lurdes é a melhor cozinheira que existe. Depois da minha mãe é claro.

- Venha quando quiser querido.

Fred agradece e vem em minha direção me dando um beijo rápido.

- Poderíamos sair pra jantar amanhã que tal? Acho que seu pai tem razão, você não está tendo tempo pra mim- Diz com cara de cachorro sem dono.

- Para de ser bobo, e vamos sim jantar amanhã, me mande mensagem quando chegar em casa.

- Maravilha. Tchau meu amor e até amanhã - diz me dando outro beijo e já saindo.

Entro em casa e meu pai me olha com semblante sério, e sobe a escada sem falar nada. Mamãe deve ter subido quando eu fui me despedir de Frederico. Subo para meu quarto e vou a procura da roupa de corrida, a pego, e pego também um capacete que é para ninguém me reconhecer. Saio de casa, pego meu carro na garagem e saio rumo ao endereço que Hudson me mandou que fica no final da cidade em um tipo de ferro velho inativo. Antes ligo para Amanda pedindo para ela confirmar minha história para acaso meus pais ligarem perguntando por mim e avisando que irei dormir lá no ap dela. Ela como sempre me dá um sermão daqueles e diz que está me esperando para conversarmos depois. Depois de meia hora chego ao local combinado já avistando Hudson e os outros participantes. Vou até ele disfarçando para ninguém perceber que sou mulher.

- Oi amigo! - Chego por trás o assustando

- Meu Deus Catarina, você quase me matou de susto. - diz com uma mão no peito.

Eu caio na gargalhada e ele me puxa falando baixo só para mim escutar.

- Seu nome aqui é Catarino ok? Por via das dúvidas você é meu primo.

- Catarino? Sério? Não tinha outro nome melhorzinho não?

- Foi o único que pensei na hora. Agora vai que o racha já vai começar.

- BOA NOITE MEUS AMIGOS, ESTÃO PRONTOS PARA A MELHOR CORRIDA DO MUNDO?! O PRÊMIO SERÁ 1.000 REIZINHOS. RUFEM OS TAMBORES E DEEM UNS BEIJOS EM SUAS GATAS, POIS A ADRENALINA IRÁ COMEÇAR- Diz um locutor em uma espécie de microfone.

Me preparo para acelerar e uma garota vem na frente para dar a largada. Dou uma analisada nos outros participantes e vejo um monte de gente em volta do que parece ser um dodge chalenge 1998 com um cara moreno dentro.

-É parece que temos um favorito aqui hoje. Mas ele vai comer poeira- digo determinada.

A garota vai para a frente da largada, faz uns movimentos sensuais e tira a calcinha dando início a corrida. Acelero o carro e já vejo "o favorito" na frente de todo mundo. Quando comprei o carro, fui em uma oficina de um amigo meu e pedi para ele colocar turbo em meu carrinho. Acionei o turbo e passei por uma curva perigosa dando de cara com o moreno favorito. Ele estava com a janela aberta e vi que estava com uma jaqueta de couro preta e um sorriso de desdém no rosto. Ele acelerou e passou na minha frente em questão de segundos. Ah mais isso não vai ficar assim! Quando estava chegando na última curva, acelerei e coloquei no turbo de novo e pareei com ele. Olhei para trás e não vi nem sinal dos outros corredores, percebi que só tinha eu e ele chegando no páreo, ele resolveu pegar pesado e emparelhou meu carro junto a um meio fio quase me fazendo bater a porta e saiuq cantando pneu. Ah seu filho da puta, isso não vai ficar assim mesmo! Cheguei perto dele mais uma vez e empurrei meu carro em cima do dele, ele deu uma freada brusca e eu acelerei e venci a corrida. Ele chegou perto e vi quando ele bateu a mão no volante praguejando alto. Hudson veio ao meu encontro e eu saí do carro o abraçando, fazendo uma ponta do meu cabelo sair de dentro do capacete. O locutor anunciou meu nome e o moreno favorito veio para meu lado meio desconfiado.

- Então, você não vai tirar o capacete e mostrar quem é você? Porque nunca te vi por aqui. - falou com a voz grave e rouca. Olhei nos olhos dele e percebi o quanto aquele cara era bonito. moreno, do cabelo castanho escuro e olhos cor de mel, com um corpo forte e um sorriso "molhador de calcinhas" que Amanda fala. Fiquei sem ar, não por causa do moreno bonito, e sim porque teria que tirar o capacete. Eu liguei o Foda-se e me virei tirando o capacete, enquanto todo mundo me olhava com uma expressão de "Ó" ela é mulher. Vi quando o moreno me olhou indignado e disse:

-Eu não acredito que perdi pra uma mulher, sério isso? Ela não pode participar, é a regra, mulheres não participam.

Quem esse babaca machista pensa que é?

- Realmente Theo , é a regra, mulheres não participam. Mas vou abrir essa exceção hoje porque nossa morena aqui foi espetacular no racha- o organizador do evento diz e vejo o moreno que agora descobri que chama Theo, sair bufando.

- Eu não quero esse dinheiro, eu só participei por diversão, se quiser pode ficar com o dinheiro pra você, seu machista de me.rda - digo o encarando brava.

-Não, obrigada, mas não quero migalhas de uma patricinha mimada que parece que você é - Theo diz com o sorriso irônico.

- Problema seu, dá pra alguma instituição de caridade se você quiser. E até mais ver, babaca! - falo, entrando no carro e dando partida já seguindo caminho.

Depois de meia hora e 50 chingamentos depois, entro no ap de Mand's. Noto que a TV está ligada, mas escuto um ronco bem baixinho vindo do sofá e vejo Amanda dormindo. A Chamo para deitar no quarto e ela acorda ,dizendo palavras sem sentido e vai para o quarto. A sigo e vejo o colchão que costumo dormir no chão. Tiro minha roupa, ficando só de lingerie e deito bufando no colchão.

- Quem aquele idiota PENSA que é?!. Nem o conheço pra ele vir me chamar de patricinha.

- An. O que?! - Uma Amanda sonolenta diz.

- Nada Mand's, Tô falando sozinha.

Ela voltou a dormir e eu fui dormir também.

[...]

Acordei no outro dia, sentindo cheiro de café. Levantei, fui ao banheiro fazer minhas higienes e fui pra cozinha. Dei de cara com Amanda tomando o café da manhã.

- Bom dia flor do dia. - Ela diz se virando para me encarar.

- Bom dia.

- Xii o que houve para você chegar tão brava ontem?

- É uma longa história. Vamos já estamos atrasadas para aula.

Vou pro quarto, visto um top preto, com um short também preto e um blazer por cima. Passo uma maquiagem leve e um batom clarinho, me olho no espelho e já estou pronta pra mais um dia.

Pego minha bolsa, alguns materiais que trouxe de casa e descemos rumo a garagem do prédio de Amanda. Chego até meu carro e o que eu vejo me faz dar um baque. Meu carro está arranhado bem na porta do motorista, e já praguejo mil vezes por aquele idiota ter arranhado o meu bebê.

- E agora Mands o que vou fazer? Temos que ir pra aula, mas não posso deixar meu carro nesse estado - Digo emburrada.

- Não podemos perder essa matéria de hoje, vamos e na volta você leva ele no Monteiro pra arrumar. - Diz.

- Então vamos, antes que eu vá atrás daquele babaca e faça ele pagar o conserto do meu carro. - Bufo.

Entramos no carro e dou partida, indo para a faculdade. Chegando, estaciono o carro e subo para a minha sala de aula. Entro e o professor já está explicando a matéria de frente para o quadro e não me vê entrar. Sento em uma mesa atrás de Amanda e presto atenção no restante da aula que passou voando. O sino toca, avisando que vai começar outra aula. e assim chega a última aula.

- Então jovens, semana que vem já encerramos mais um semestre e entramos nas maravilhosas férias. Então não deixem matéria acumulada para o próximo período heim?! É isso e bom final de semana para todos. - A professora Letícia diz no seu habitual bom humor de sempre.

Amanda resolveu ficar pesquisando alguma coisa na biblioteca.

Decidi que não ia nem em casa almoçar e já ia direto no Monteiro, que é onde eu arrumo o carro.

Dei partida já saindo pelas ruas da cidade e pouco mais de duas quadras, cheguei na oficina. Desço, entrando na oficina e não vejo ninguém, chamo pelo Monteiro e qual a minha surpresa, quando um moreno sai de baixo de um dos carros, sem camisa e com o rosto sujo de graxa.

SIM O BABACA!

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo