Capítulo 4 - Distante

Farei o possível para mantê-la perto de mim,

Pois você parece o certo em tudo que está errado.

Farei o possível para honrar o nosso compromisso,

Pois você querida é a luz em toda escuridão.

Marcos

A reunião é um tremendo sucesso, volto para minha mesa e foco no trabalho, buscando pesquisar o suficiente para convencer o cliente de que somos sua melhor opção.

Assusto-me com o meu telefone tocando, atendo no terceiro toque.

— Boa noite. - Digo ainda olhando minhas pesquisas no computador.

— Boa noite amor. Vai chegar que horas? - Indaga Bárbara.

— Querida que horas são? - Questiono impressionado.

— Deixe-me adivinhar... Ainda não saiu do trabalho? - Pergunta.

— Ainda não. - Respondo. — Mas irei sair agora. - Falo enquanto desligo o computador.

— Certo Marcos, mas você sabe o que os meus pais falam sobre você ficar até tarde na empresa não é? - Indaga, paro de mexer nas coisas por um tempo.

— Falam que eu serei um bom marido, pois me preocupo com a carreira por conta do nosso bem estar? - Pergunto irônico já sabendo a resposta.

— Não, claro que não é isso. - Afirma não gostando do meu tom de voz.

— Bárbara, eu realmente estou no trabalho e irei ir direto para sua casa. Pode contar chego há quarenta minutos. - Informo.

— Tudo bem, vou aguardá-lo para jantar. - Diz simplesmente.

— Obrigada, amor. - Digo nos despedimos e após arrumar a minha bolsa vou para o elevador.

Espero ansioso desejando que tudo ocorra de melhor forma e penso que tenho que morar longe dos pais da Bárbara quando casarmos, não posso deixar que falem coisas erradas de mim para ela.

Tentei conquistá-los de várias maneiras, mas todas foram inúteis. O fato é que sou três anos mais novo do que ela e não confiam em mim, pois acham que sou um moleque, mas eu não sou e um dia irão saber.

Paro no farol e vejo algumas crianças vendendo rosas, compro algumas para levar para minha noiva e fico contente quando vejo que finalmente estou chegando a sua casa.

Chego mais tarde do que de costume, cumprimento o porteiro e subo para o seu apartamento, devo confessar que estou tentando, mas não me sinto muito animado.

Ainda me recordo do sonho e da mulher que parece me dominar, sua imagem não sai de minha mente. Tento esquecer isso e toco a campainha vendo uma Bárbara animada abrindo a porta, estranho como parece chateada quando vê as rosas, entro e fecho a porta encarando minha noiva.

— Tudo bem querida? Eu as trouxe para você. - Digo e sorrio tentando fazer com que entenda como ela é especial.

Seu semblante não muda, ela continua séria e parece um pouco decepcionada.

— Não acredito nisso. - Sussurra, deixando-me confuso.

— O que houve Bárbara? - Questiono.

— Eles estão certos não é? - Pergunta parecendo desesperada. — Você trouxe essas flores por que estava me traindo? - Indaga e percebo que se controla para não chorar. Não compreendo o seu questionamento, fico encarando-a por um tempo até que percebo que devo falar algo.

— Claro que não, comprei por que queria lhe agradecer pelo jantar. - Explico e ela parece sair do transe.

— Querido me perdoe. - Pede vindo até mim. — Obrigada, estou tão feliz que está aqui. - Informa e me abraça, beijo seus lábios levemente e a encaro.

— Tudo bem querida, eu também estou feliz por estar aqui. - Confesso, sentindo-me um traidor. Não é uma mentira completa, mas uma meia verdade.

Ela me solta e leva-me para a cozinha, só agora sinto o cheiro delicioso da comida. Minha fome desapareceu, mas sei que preciso comer, aliás, não parei nem para almoçar hoje.

Desde o dia que fiquei com o olhar daquela menina em minha mente, a fome desapareceu, não consigo pensar ou sentir mais nada.

— Marcos, fiz sua comida preferida. Eu estava ansiosa esperando por você. - Confidencia minha noiva e eu a beijo novamente. Amo os seus lábios, mas estranho quando não sinto nada de diferente neles.

— Bárbara, eu já disse que você é a mulher mais incrível do mundo? - Indago e ela sorri, faço qualquer coisa para vê-la feliz.

— Já sim, mas pode repetir. - Brinca e sorrimos juntos.

— Você é a mulher mais incrível do mundo. - Falo no seu ouvido e a ouço suspirar.

— Vamos comer, está tudo pronto. - Convida-me e a sigo pela cozinha.

— Precisa de ajuda para arrumar a mesa? - Questiono querendo auxiliá-la e distrair-me.

— Não obrigada. Faço isso em alguns minutos. - Diz. — Ficou sabendo sobre os nossos...

Não escuto mais o que diz, sinto o meu corpo paralisar ao ouvir uma música tocando, não conheço a letra, mas a imagem em minha mente controla todo o meu corpo.

Vejo novamente a moça do sonho, seus cabelos longos chegam até o meio das costas, o loiro de seus cabelos destaca a linda cor de seus olhos, possui cílios tão grandes que tornam o seu olhar ainda mais perfeito, mas a sua boca é algo que dificilmente irei esquecer.

Surpreendo-me como o desejo de beijá-la cresce cada vez ais dentro de mim.

Eu preciso tocá-la desesperadamente, eu quero senti-la mesmo parecendo ser algo tão ridículo. Ela parece dançar para mim, vejo-a em um parque e a forma como o seu corpo gira enquanto toca em um dos postes de luz me encanta.

Seu sorriso parece me enfeitiçar e me puxar para ela, mostrando que pode fazer o que quiser. A precisão que tenho dela cresce dentro de mim e da mesma maneira que a imagem surge ela desaparece, deixando um vazio inexplicável crescer dentro de mim.

— Marcos? Marcos... Você está me ouvindo? - Indaga Bárbara. Olho-a e percebo como parece nervosa, mas o sorriso permanece em seus lábios. — Você parecia distante. - Diz e eu sorrio para tranquilizá-la.

Eu queria contar a verdade a ela, mas sinto-a tão insegura que não acreditaria que nunca vi a mulher dos meus sonhos pessoalmente.

— O dia foi cansativo, não a nada com o que se preocupar. - Afirmo e me aproximo, acaricio o seu rosto e beijo a ponta de seu nariz.

Não posso permitir que nada atrapalhe a nossa relação, ela é a minha mulher certa, não posso e não quero magoá-la.

Não entendo por que isso possui controle sobre mim, não compreendo o que está acontecendo. Jantamos em silêncio, não deixo de elogiar o seu arroz, pois está sempre impecável.

Após organizarmos a cozinha, resolvemos assistir a um filme, ficamos o resto da noite abraçados, curtindo o nosso amor, curtindo um ao outro.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo