Capítulo 5

O dia amanheceu e os raios solares fizeram com que Fiona se lembrasse de novo daquela criatura que ela nunca tinha visto antes, e sobre a mensagem que ele tinha passado para ela. Pensando em contar para o seu pai quando ele chegasse em casa, ela tentou ensaiar o seu texto, mas cerca de alguns segundos depois ela mesma se certificou de que ninguém acreditaria nela, pois nem ela mesma tinha certeza do que tinha visto. Então ela decidiu que seria melhor não contar a ninguém, pelo menos por enquanto, pois talvez essa visão tenha ocorrido apenas naquela noite e não vai mais acontecer. Ou talvez, se ela contasse a alguém, dependendo do que essa pessoa acreditasse poderia confundir as suas ideias, dizendo que aquela figura poderia se o espírito de sua mãe que estava tentando se comunicar, ou algum ser das trevas fingindo ser alguém do bem, a fim de enganá-la. Enfim, tomada por esses questionamentos e hipóteses, Fiona decidiu que se isso fosse um segredo, ela viveria mais feliz. E que somente levaria o caso adiante se passasse a incomodá-la de forma demasiada.

Fiona passou o dia sem contar nada a ninguém a respeito de sua visão durante a noite. Entretanto, a fisionomia daquela criatura não saía de sua cabeça. E por isso, ela foi até o seu quarto, arrastou a sua cadeira e se sentou de frente para o seu computador. Ao apertar o botão de ligar, Fiona sentiu que a internet poderia ajudá-la a desvendar esses mistérios relacionados à criatura que lhe apareceu.

Quando o computador acendeu a tela, Fiona digitou a senha e o sistema foi inicializado. Posicionando o mouse para que ela clicasse no ícone de seu navegador favorito, ele abriu estando pronto para receber a sua pergunta. Ao digitar as características da criatura, ela encontrou diversos sites que descreviam e explicavam do que eles se tratavam. As respostas não deram muitas esperanças para Fiona de que aquela visão pudesse ser algo real, pois alguns sites diziam que a criatura poderia se tratar de um espírito que possui a finalidade de se divertir com os humanos. Diante dessa informação, Fiona ficou alguns minutos pensativa, refletindo se aquela resposta realmente faria algum sentido, pois na visão, a criatura não estava falando com ela em um tom de brincadeira, e sim de alguém que estivesse precisando de ajuda.

Naquele dia o seu pai chegou, deixando Fiona muito feliz, pois não precisaria dormir sozinha, mesmo que tivesse se sentido muito bem com o som de chuva e trovoadas, conforme a sua madrasta havia lhe dito. Mas quando chegou a noite, Kevin se aproximou de Fiona e disse que se ela quisesse, ele poderia ler mais para ela. Antônia ouviu o seu marido conversando sobre isso com Fiona e disse: – Não tem necessidade de você ficar lendo para ela antes de dormir, pois ontem ela conseguiu dormir sozinha.

Fiona se sentiu entristecida, mostrando no seu semblante a decepção por Antônia ter insinuado que Kevin deveria deixar Fiona dormir sem a leitura que ela tanto gostava.

– Mas de qualquer forma, eu gosto de ler para ela, e vou continuar fazendo isso. – Respondeu Kevin.

Mais tarde, quando já se aproximavam as vinte e duas horas, Kevin foi até o quarto de sua filha Fiona e pegou o livro da noite retrasada a fim de continuar a leitura. E quando Fiona se deitou e se aconchegou ao seu cobertor, ficou observando o seu pai se sentar na beirada da cama e ler o texto. Alguns minutos depois Fiona já havia adormecido.

Observando que a filha já estava com o semblante relaxado, Kevin se levantou, deixou o livro sobre o criado mudo e apagou a luz do abajur, a fim de que a luz amarela não acorde Fiona.

Quando Kevin saiu do quarto de Fiona e fechou a porta levemente, ao longe, os ouvidos de Fiona conseguiram captar o som das gotas de chuva que caíam sobre o telhado de sua casa. E as gotas que eram transportadas pelo vento faziam barulho quando alcançavam o vidro da janela de seu quarto. Além do som da chuva torrencial, também era possível ouvir o som das trovoadas que se tornavam cada vez mais intensas, conforme os minutos passavam, fazendo com que ela se despertasse de seu sono. Entretanto, tanto o som da forte chuva quanto o dos trovões só podiam ser ouvidos por Fiona, pois todas as vezes que chovia forte, Kevin se levantava rápido e fechava todas as janelas da casa, e dessa vez isso não aconteceu.

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