Capítulo 2

Isabell

Ouvi o relógio despertar, me levantei e fui até o banheiro lavar meu rosto e pentear meu cabelo. Fiz um rabo de cavalo, coloquei um top preto com uma blusa larga de ombro caído por cima e um shorts jeans também preto. Calcei minha bota coturno cano médio peguei minha mochila e saí do quarto. Quando olhei para o lado, vi Kennay saindo do quarto dele também. Ele vestia  uma camisa preta de manga curta com uma calça jeans azul e um tênis cinza escuro. Estava segurando a mochila dele em um ombro só. Estava lindo como sempre.

Bom dia, Bell, tudo bem?  - Disse ele reparando em minha presença.

Bom dia, estou ótima e você?  - Respondi dando um leve sorriso.

Estou bem.  - Afirmou ele.

Então, começamos a conversar e andar pelo corredor, até encontrarmos meu irmão Zacky e Eloisy.

Quando os vi, logo disse:

Bom dia!

Bom dia Bell!  - Respondeu meu irmão sorrindo.

Bom dia... Seu nome é Isabell, certo?  - Perguntou Eloisy.

Sim, mas pode me chamar de Bell se preferir.  - Respondi.

Vocês estão gostando da escola?  - Perguntou Zacky para Kennay e Eloisy.

Sim, a escola parece ser bem legal.  - Respondeu Ken.

Eu estou gostando também.  - Assentiu Eloisy sorrindo enquanto arrumava sua trança de lado e colocava uma jaqueta jeans sobre sua blusa regata azul claro.

Continuamos andando pelo corredor dos dormitórios, quando nos deparamos com Bernardo e Laís. Eloisy disse:

Finalmente te achei, irmã!.  - E sorriu em seguida.

Pois é, deixaram a gente em quartos bem separados.  - Lamentou Laís.

Agora já sei onde é o seu e fica mais rápido de te encontrar. .  - Afirmou Eloisy rindo.

Você sempre me acha maninha, somos gêmeas. Imagina se você não me encontrasse? . - Respondeu Laís rindo.

    Então, finalmente, chegamos na sala de aula. Nos dirigimos aos nossos lugares de sempre, e logo depois, o professor de matemática entrou na sala e iniciou a aula. Ele nos entregou os trabalhos da aula passada, eu peguei a folha e logo Kennay me perguntou :

Então, que nota tiramos?

Tiramos 9,0. - Respondi, com um sorriso nos lábios.

Que bom, minha primeira nota nessa escola foi boa, quem diria.  - Disse ele rindo.

Você é inteligente, é claro que iria tirar uma nota boa.

Obrigado, mas você é mais inteligente.  - Falou ele com um sorriso lindo.

Obrigada pelo elogio.

Quer ficar com o trabalho?  - Perguntei.

Não sei, você quer?

Não, pode ficar se você quiser.  - Respondi.

Tudo bem, então.  - Disse ele com doçura.

Ele pegou o trabalho e guardou dentro da mochila.

Bernardo se virou para trás e perguntou :

E aí, que nota vocês tiraram?

Tiramos 9, e você,como se saiu com a aluna nova? - Respondi encarando-o e rindo levemente.

Tiramos 10, ela é muito inteligente.  - Disse ele sorrindo, se achando.

Percebi!  - Falei rindo.

E você, Zacky, tirou quanto?

Tirei 8,5.  - Respondeu. 

Acho que sou o “menos” inteligente de nós três.  - Continuou.

Isso não deixa de ser uma verdade.  - Respondeu Bernardo debochando do caçula.

Tenho certeza que você só tirou 10 por causa de Laís.   - Respondi rindo. Nunca levávamos a sério essas brincadeiras. Eu bem sei que todos nós somos inteligentes e capazes, mas Bernardo sempre queria sair com a melhor. Isso me divertia. .

Há-há, bem feito!   - Zacky disse rindo apontando para Ber e entrando na brincadeira.

Passou-se um tempo e a aula acabou. .

Outro professor entra, dessa vez, era o de geografia.

Ele fez a chamada, levantou-se e disse:

Vou passar conteúdo novo no quadro, copiem e depois me tragam para ver, vale nota de participação.

Ele se virou e começou a escrever  no quadro. Apenas alguns  pegaram os cadernos e começaram a copiar. A maioria da sala estava conversando.

Laís e Eloisy foram as primeiras a acabar de copiar e entregar para o professor, já que elas eram quietas quando não estavam comigo e meus irmãos. Kennay terminou em seguida e foi até a mesa do professor mostrar o caderno, logo depois, me levantei e mostrei meu caderno também.

Após quase todos terem mostrado os cadernos, o professor arrumou as coisas dele e saiu da sala.

O sinal tocou para o recreio, fui até meu quarto guardar meus livros e Kennay, gentil como sempre, me acompanhou. Andamos pela escola, até chegar aos dormitórios. Era difícil tirar os olhos dele, tudo que eu desejava era que ele não estivesse reparando nisso.

Eu entrei no meu quarto, ele entrou no dele, minutos depois estávamos juntos novamente, ele me olhou e sorriu fraco.

Você foi rápido.  - Falei olhando para ele.

Claro, não iria te deixar esperando.  - Respondeu ele com aquele sorriso que eu tanto amo ainda em seus lábios.

Então, vamos? - Falei olhando-o nos olhos.

Sim, mas pra onde você quer ir?  - ele perguntou.

Não sei, você está com fome?

Estou, você vem comigo até o refeitório? - ele me convidou.

Sim, eu te acompanho.

Então andamos até o refeitório, chegando lá, nos dirigimos até a fila para pegar comida.

Kennay pegou um pedaço de torta de maçã e um suco de uva. Já eu peguei um pedaço de lasanha de frango e um suco de laranja. Para mim não fazia diferença se eu comesse ou não, mas para ninguém descobrir o que eu realmente sou, peguei a comida para disfarçar e fazer companhia para  Ken. Sentamos em uma mesa vazia e ficamos lá conversando e comendo até o sinal bater novamente. 

***

Bernardo

O sinal tocou para o recreio, me dirigi até a carteira dela e perguntei:

Quer almoçar comigo Laís?

Claro!  - Respondeu ela entusiasmada. 

Enquanto íamos até o refeitório, reparei em sua aparência.  Laís estava tão linda! Vestia uma blusa branca de alça, que ficava bem colada em sua cintura e uma saia longa preta. Seu cabelo estava preso com um lápis de cor.  Chegando lá , caminhamos até a fila para pegar comida. Ela pegou um pouco de salada de tomate, um pedaço de torta de frango e um suco de morango. Eu peguei um pedaço de carne de gado, torta de frango e um suco de manga, eu amo comida, mas é uma pena que não adianta nada para mim, já que só fico satisfeito com sangue, especialmente de humanos.

Caminhamos até uma mesa, sentamos e conversamos o tempo todo até o sinal tocar.

Quando o mesmo tocou, eu e Laís fomos andando até a sala de aula, eu disse:

Deveríamos fazer isso mais vezes.

Eu também acho.  - Disse ela sorrindo, com as bochechas levemente coradas.

Então, aceita ser minha companheira de almoço?  Sugeri rindo.

Claro, Bernardo. - Respondeu ela.

Entramos na sala, ela sentou no lugar dela, eu sentei no meu em frente à minha irmã.

Que sorrisinho é esse, maninho?  - Perguntou ela sorrindo com malícia.

Nada, só que eu tenho uma companheira para almoçar agora.  - Afirmei ainda com um sorriso brincando em meus lábios.

Você não perde uma, não é Bernado?  -eu assenti , enquanto revirava os olhos e ria.

Sabe que eu tenho uma queda por princesinhas, quando aparece uma assim, é claro que não vou perder a oportunidade.  - Exclamei entusiasmado.

Claro que sei que você ama as princesinhas. - Ela prendeu seu cabelo em um coque desajeitado.

E como vai você, maninho?  - Perguntou direcionando seu olhar para nosso irmão caçula Zacky.

Eu fiquei conversando com a Eloisy no jardim da escola, ela me surpreende cada vez mais.

Você gosta muito dela pelo que estou percebendo...

Sim, eu estou gostando mesmo dela, ela faz com que eu me sinta vivo. Bell sorriu e disse quase sussurrando, somente para mim e Zacky ouvir:

Também me sinto assim quando estou perto do Kennay.

Então, Zacky , você não gosta dela, você ama ela.  - Falei para meu irmão. 

Talvez eu ame mesmo.  - Disse ele com um sorriso nos lábios.

Sou o único que não se apaixonou aqui?  - Perguntei rindo.

Você já se apaixonou maninho, mas ainda não percebeu.  - Falou Bell fazendo outra careta.

Ela me conhecia melhor do que eu mesmo. Não tem como não conhecer cada detalhe de uma  pessoa, quando se convive com ela por mais de 500 anos, ainda mais quando se tratava de nós.. Eu, Bell e Zacky temos uma ligação forte, estamos juntos para o que der e vier, sempre foi assim e espero que para sempre seja.

As aulas foram se sucedendo, até que finalmente chegamos na última, onde iríamos para o ginásio de esportes, para a  aula de educação física. Essa era minha preferida.

O professor entrou na sala, fez a chamada e mandou todos para a quadra. 

Chegando lá, ele disse :

Hoje iremos jogar vôlei, quero dois times, Bernardo e Felipe escolham seus integrantes.

Abri um sorriso, eu gostava de jogar vôlei, principalmente quando o meu rival era o Felipe.

Tiramos no "par ou ímpar", eu ganhei e comecei a escolher...

Eu quero a Bell no meu time.  - Falei sorrindo para minha irmã, ela me cumprimentou e ficou do meu lado.

Felipe escolheu o Marcelo, um cara meio idiota que era amigo dele. No fim, eu fiquei exatamente com quem eu queria  no meu time: Eu, Bell, Zacky, Eloisy, Laís, Kennay, Agatha e Kennedy.

Felipe ficou com os amigos dele e a partida começou.

Marcelo sacou, a bola veio em direção a Bell, ela levantou a bola, e eu cortei em seguida. O primeiro ponto era nosso.

Agatha foi sacar, fez três pontos de saque. Ela era boa nisso. O jogo foi rolando, e no final, nós ganhamos. Nós sempre ganhamos, pois as pessoas não sabiam, mas éramos  três vampiros nesse time.

Quando a aula terminou, todos foram para os quartos tomarem uma ducha para depois andar pelo colégio até o toque de recolher.

Eu fui andando até meu quarto e Laís veio me acompanhar, já que o quarto dela era ao lado do meu.

Nossa, você joga muito bem.  - Falou ela admirada.

Obrigado.  - Respondi com doçura.

De nada, você é bom em outros esportes também?

Todos dizem que sim, e você, que esportes gosta de jogar?

Eu gosto de tudo um pouco.

Você tem cara de ser boa em handebol. - Sugeri, com um sorriso galanteador nos lábios.

Como você acertou? Handebol é meu esporte favorito depois de vôlei. - Exclamou ela surpresa.

Handebol também é um dos meus preferidos.

Temos mais uma coisa em comum então.

Sim, temos sim.

Vai fazer o que depois da aula?

Dar uma volta pela escola, e você?

Não sei ainda.  - Respondeu ela, me encarando esperançosa..

Então, que tal dar uma volta pelo jardim da escola hoje à noite?  - Perguntei sorrindo.

Pode ser, que horas?  - Perguntou ela.

Às 18h eu bato na sua porta.  - Falei animado.

Tudo bem.

Então, eu abri a porta do meu quarto, e falei :

Até depois, linda.

Até depois, Bernardo. - ela respondeu com um sorrisinho tímido.

Entrei no meu quarto e ela entrou no dela.

Fui em direção ao banheiro, tirei minha roupa e tomei uma ducha.

Vesti uma camisa vermelha, calça jeans preta e meu all star branco. Olhei no relógio, já eram quase 18h. Logo eu iria encontrar minha princesinha. Mas, enquanto a hora não chegava, eu peguei um livro e comecei a ler. Algum tempo depois, olhei no relógio e finalmente eram 18h, então me levantei, abri a porta do meu quarto, fechei, e em seguida bati na porta do quarto dela.

Ela abriu a mesma  e sorriu.

Boa noite.  - Falei com doçura.

Boa noite.  - Respondeu ela com um sorriso encantador.

Ela estava com um vestido preto de alça, demarcado na cintura, um pouco rodado, que ia até acima dos joelhos, e um sapato preto com bolinhas brancas, ela realmente parecia uma princesa.

Vamos então? - Perguntei sorrindo e olhando-a nos olhos.

Sim.  - Respondeu retribuindo o gesto. Seus olhos castanhos estavam brilhantes, eles eram tão lindos. Andamos até o jardim, já estava quase escurecendo, então, sentamos em um chafariz que ficava lá no meio.  Laís estava me encarando enquanto encostava a ponta dos dedos na água cristalina do chafariz. Ela estava maravilhosa, seus lábios estavam chamando minha atenção, eu queria tanto beijá-la naquele momento.

O sol estava se pondo, estávamos olhando para o céu, quando a ouvi dizer maravilhada:

Aqui é lindo, Bernardo.

Sim, é verdade. - Falei fitando-a. - Com você aqui, tudo fica ainda mais perfeito.

Ela sorriu sem graça.  Ficamos ali, conversando por um bom tempo.

Acho melhor a gente ir. - Disse ela finalmente.

Sim, também acho, porque logo o sinal vai tocar. - Assenti.

Nos dirigimos até nossos quartos e então eu disse :

Nos vemos amanhã?

Claro que sim. - Respondeu ela sorrindo docemente.

Até amanhã, durma bem.

Durma bem você também, meu anjo. - Falou ela ainda sorrindo. Percebi que já estava fácil para nós nos chamarmos por apelidos carinhosos e aquilo fez com que eu sentisse um frio na barriga.

Ela entrou no quarto e trancou a porta. Em seguida, entrei no meu também. Esperei até a madrugada, quando todos já estavam dormindo e fui à procura de algo para beber.

Pulei minha janela, e andei até um dos seguranças, que disse:

O que está fazendo acordado? Já passou da hora do toque de recolher.

Pois é, sou um menino rebelde.

Cheguei mais perto e o coagi para não gritar e nem se lembrar de nada do que aconteceu esta noite, então mordi seu pescoço. Bebi o suficiente para saciar minha sede e para não matá-lo, só o deixei meio tonto. Sem sede,  voltei para o meu quarto.

Beatriz Lindner Lange

Capítulo revisado

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