- CAPÍTULO 3 -

~ LUARA ~

   Hoje acordei cedo, especificamente às 5:00 da matina. Levantei-me e fui em direção ao banheiro fazer minhas higienes diárias. Em seguida, fui até a cozinha e, enquanto ia andando pelo corredor, lembrava-me de quando era criança: minha mãe me chamava e, quando eu chegava perto, podia sentir o cheiro do café nas xícaras dos meus pais e, na mesa, o meu suco.

   A lembrança é vívida em minha mente:

   Estou correndo pelos corredores, indo até a cozinha. Quando cheguei, olhei para o relógio e vi que são 6:20 da manhã. Soltei um sorriso, pois sei que já já ela vai chegar. Ouvi a porta abrir e fiquei animada para vê-la. Corri até ela, pulando em seus braços e abraçando-a, matando a saudade que estava de minha mãe, que havia viajado.

_BOM DIAAA!!- Gabriela gritou enquanto entrava na cozinha, trazendo-me de volta à realidade.

_Quer me deixar surda, sua maluca?!- perguntei assustada.

_Sua chata!- ela reclamou e fez careta.

_Igualmente!- falei brincalhona- Vem. Vamos comer.

   Nos sentamos e começamos a nos servir.

_Lua, hoje é o dia da vinda do Supremo.- pronunciou minha amiga.

_Eu sei, Gabi... Tenho que admitir que estou um pouco nervosa, só de lembrar que teremos visitas importantes.- falei suspirando.

_NÃO ACREDITO! A Alfa Campbell nervosa?! Você é mesmo a Luara?- falou, fingindo estar chocada.

_Engraçadinha.- disse rindo- Mas agora é sério. Gabriela, quero que você vá buscar o Supremo e o Beta dele. Eles estarão esperando você na estrada principal. Pode fazer isso?- perguntei.

_Claro! Sou sua amiga, mas também sou sua bBeta. És minha Alfa. Você manda, eu faço.- disse, expressando seus pensamentos.

_Você sabe melhor do que ninguém que não gosto de dar ordens injustas, tento ser justa com tudo e todos. Por isso estou perguntando.- disse com seriedade.

_Sei disso. Conheço você bem até demais. Mas respondendo a pergunta, pode deixar. Eu irei.- ela sorriu e falou calmamente.

_Obrigada, Gabi. Não posso me ausentar por enquanto, pois podemos sofrer um ataque, e preciso estar preparada para o que vier pela frente. Tanto pelo bem da alcateia, como também pelo da minha família, que são todos vocês.- disse, me desculpando por minha ausência.

   Gabriela sorriu. Depois dessa conversa, terminamos de comer falando sobre coisas aleatórias.

_Certo. Agora vou indo, pois tenho umas malas para buscar.- falou, piscou um dos olhos e saiu caminhando em direção ao seu destino.

   Depois que ela foi embora, fui fazer o que tinha para ser feito na alcatéia. Comecei a andar por ela, atenta a todos os detalhes.

_Bom dia, Lua!- falou minha loba.

_Bom dia, Cassandra! Achei que não falaria comigo hoje.- comentei.

_Que nada! Estava observando nossa alcatéia. Mesmo em guerra, nosso povo parece em paz. Você é uma boa líder, Lua.

_Obrigada, Cassandra. Você também é!respondi.

   Depois de encerrarmos nossa conversa mental, observei as coisas ao meu redor, prestando atenção nas pessoas que ali estavam. As pessoas estão felizes. Crianças brincam, adultos conversam...Se não fosse pela guerra, estaríamos em paz plena.

   Durante a caminhada, senti algo esbarrar em mim. Olhei para baixo e vi que é uma linda garotinha, que aparenta ter 6 anos. Ela olhou para mim e, ao ver meu rosto, percebi que surgiu um certo brilho em seu olhar.

_Moça...moça!- começou a falar animada

   Abaixei-me para ficar da sua altura e falar com ela.

_Oi, lindinha. O que houve?- perguntei, lhe oferecendo um sorriso.

_Quando clescer quelo ser como você.- falou com sua voz doce e entusiasmada.

   O fato de ele falar trocando o R pelo S só a deixou ainda mais fofa.

_Por quê, meu anjinho?- perguntei curiosa.

_Pulquê você é bunita, colajosa, inteligente e folte.- respondeu.

   Ai meu deus...que fofa! A forma como ela fala, ainda aprendendo a falar corretamente, é linda!

_Obrigada, lindinha! Mas não queira ser como eu. Seja você. Não tente ser igual a ninguém, apenas seja você mesma, meu anjinho.- lhe falei com carinho e sinceridade.

_Tudo bem, vou ser eu.- falou, com um sorriso no rosto.

   Quando olhei para cima notei uma mulher aproximar-se desesperada, e se colocar atrás da menininha.

_Perdoe-me, Alfa. Perdi-a de vista. Sinto muito.- falou a mãe da menininha.

_Não tem motivo para se desculpar. Sua filha é uma graça.- disse enquanto me levantava.

_Obrigada, minha senhora.- falou, fazendo reverência.

_Não curve-se. Posso ser vossa Alfa, mas não a vejo como inferior, e sim igual.- falei séria e negando com a cabeça.

_És uma boa líder.- falou a mãe da garotinha, levantando-se - Protege-nos com bravura e sabedoria. É atenciosa, carinhosa e compreensiva conosco, como uma verdadeira mãe para nós. Nos orgulhamos de tê-la como Alfa.

_Obrigada. Fico feliz por...- parei de falar bruscamente ao ouvir barulho de galhos quebrando e passos extremamente velozes.

   Olhei ao redor.

_Senhora, esconda-se e leve sua filha com você. Estamos sendo atacados. Avise às mães que vir ao longo do caminho.- falei para a mãe em minha frente.

_Sim senhora!- falou, pegou sua filha e foi-se.

   Malditos vampiros!

_FÊMEAS E SEUS FILHOTES, ESCONDAM-SE! MACHOS E FÊMEAS SEM FILHOTES, EM POSIÇÃO! ESTAMOS SOB ATAQUE!- exclamei para todos.

   A alcatéia tornou-se um caos em questão de segundos. As fêmeas e seus filhotes a esconderem-se, enquanto os machos e algumas outras fêmeas estão preparando-se para combate.

_Pois é....parece que o Supremo, o Beta dele e a Gabi chegarão durante a festa.- falou minha loba.

_Possa ser que não. Estou com tanta raiva guardada desses sangue-sugas, que é capaz da festa já ter terminado.

_Gostei da ideia!- respondeu com um sorriso sinistro.

   Logo após encerrar minha conversa com Cassandra, vi que os vampiros estão se aproximando, mas não muito, pois logo o pessoal da minha alcateia interviu em seu avanço. Juntos, começamos a executar alguns vampiros.

   Senti uma presença atrás de mim, a qual eliminei rapidamente com um mortal para trás, desviando do ataque que vinha logo após. Observei a situação da minha alcateia, que virou um campo de batalha, e vi muitos de meus lobos lutando em forma lupina. Porém, mesmo os lobos da minha alcateia sendo fortes, nós temos limites, e isso é o que me faz temer por sua segurança. Mesmo querendo ajudá-los, preciso focar em me livrar dos vampiros com quem estou lutando.

_Olha se não é a Alfa! Peguei um peixe grande.- exclamou.

_Cala a boca, miserável! Estão atacando meu povo, e isso não perdôo.- falei, demonstrando minha raiva em cada palavra.

_Está bravinha, Campbell?- perguntou rindo.

_Você não faz ideia....- falei entre rosnados.

   Depois de nossa pequena conversa, senti Cassandra tomar o controle do meu corpo, fazendo com que os estalos de meus ossos se tornassem audíveis, por conta da transformação. Senti os pelos crescerem, meus olhos ficando da cor vermelha e minhas garras tornando-se maiores, juntamente com meus dentes.

   Avancei para o vampiro em uma velocidade alucinante. Quando ele foi tentar reagir, já era tarde demais, pois eu já estava com meus dentes fincados em volta de seu pescoço, e com eles o torci e separei cabeça de corpo.

_Avisei que estava brava.- falei.

   Corri e matei mais nove vampiros. Alguns mais facilmente, outros com um pouco mais de esforço, e continuei fazendo isso, mas a batalha chegou à um impasse, começou a ficar mais desafiadora.

_LUARA!- ouvi Gabriela gritar.

   "É...acabaram conseguindo chegar bem no meio da festa", pensei.

_GABIAJUDE OS QUE NECESSITAREM.- gritei- AGORA!- ordenei.

   Preciso protegê-los.

   Continuei atacando com ferocidade, sem dar trégua. Aos poucos, comecei a perceber que os vampiros estavam recuando, até irem por completo. Quando percebi que não havia mais nenhum por perto, uivei alto reconhecendo a vitória, sendo seguida pelos outros.

   Olhando ao meu redor, observei que não obtivemos nenhum óbito, mas houveram feridos.

_Lua...escutei Cassandra chamar-me.

_Eu sei Cassandra.- soltei um longo suspiro e continuei, agora com determinação- Ainda vou acabar com isso!- falei rosnando baixo.

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