Capítulo 6

Chease Willians

Assim que entramos no restaurante, logo me senti melhor. 

Estava morrendo de fome e ficar os 20 minutos ao lado da Nina em silêncio, me deixou até com tesão.

Fechando meus olhos, neguei com a cabeça em um gesto brusco, pois não estou me reconhecendo. Eu estou parecendo um tarado,que não consegue controlar a libido, mas deixe-me explicar a verdadeira situação.

Ela é uma mulher lindíssima, tem curvas invejáveis para seus 20 anos de idade, e é extremamente educada e tímida, como resistir? Como segurar o lado possessivo e protetor que existe em mim? 

Eu não era o tipo de homem possessivo, que ficava cuidando das minhas mulheres com exagero, mas a Nina, não é qualquer mulher. Ela é especial e despertou algo diferente em mim desde o momento que pus meus olhos nela e por isso, ter ela do meu lado em silêncio e com sua cabeça girando entre as dúvidas que plantei, pois tenho absoluta certeza que as engrenagens do seu cérebro estão trabalhando a todo vapor para tentar entender o que quero conversar e por isso estou com tesão, simplesmente por deixa-la pensando no que eu quero tanto conversar com ela, e sinceramente, isso está me deixando um pouco receoso.

Com meus 30 anos de idade, eu já tenho um controle muito forte no meu corpo, mas agora com a Nina, parece que voltei aos meus 18 anos, onde os hormônios afloram com todas as forças.

Engoli em seco ao pensar no quanto eu estou desejando essa mulher que me acompanha timidamente para o interior do restaurante e tenho peso na consciência em pensar que ela inocentemente veio comigo enquanto estou pensando nela sem roupas somente para mim e quando eu quiser.

Assim que nos acomodamos, eu dei uma rápida olhada em volta do restaurante para deixar Nina a vontade, e quando a vejo tranquila, resolvi puxar um assunto para interagirmos e assim fazê-la se acalmar, pois daqui vejo ela tremer e acredito que seja expectativa e até mesmo um pouco de medo.

—   Eu me chamo Chease.

Nesse instante, ela levanta seu rosto e me olha com brilho nos olhos e algo no meu peito pareceu vacilar por um instante e engolindo em seco, tentei memorizar aquele brilho singelo nos olhos dela e recuperando a minha postura, a ouço murmurar.

 — É um belo nome… Chease.  

Ela repete meu nome lentamente e isso me deixa mais eriçado e meu bom Deus... 

—   Eu sou Nina. Estava indo trabalhar quando atropelei você.  

Ela se apresentou e sorriu timidamente e assentindo eu disse como quem não quer nada.

— Acredito que alguém esteja preocupado com seu sumiço, afinal foram 3 dias em observação no hospital.  

Estendi a mão e peguei minha taça de água e bebi um pouco do liquido fresco enquanto observava a bela garota a minha frente. Ela negou com a cabeça respondendo ao meu comentário, de repente uma tristeza dominou o seu olhar e sua expressão se tornou fria e ela murmurou.

— No máximo, só a dona do prédio onde moro, e com certeza, está preocupada pelo fato de querer alugar o apartamento para outra pessoa.

Nesse momento senti que ela pegou a isca e continuei jogando com ela e perguntei.

— Por que ela faria isso? você parece ser um doce de pessoa. 

Ela sorri sem graça e responde brincando com seus dedos sob seu colo.

—  Por conta da pandemia eu...   

Ela deixa a frase morrer e parece escolher as palavras, mas finalmente continua. 

—  Fiquei sem trabalhar. Sou funcionária de um pub chamado Night Over, e fiquei sem recurso nenhum e…    

Ela ergueu seu olhar para mim e esboçou um sorriso vazio e concluiu. 

—  É melhor deixar para lá. Não quero importuná-lo com meus problemas. 

Eu neguei com a cabeça e em um gesto firme, murmurei. 

 — Prossiga por favor.  

Mal sabe ela, que esse é meu estabelecimento e que por ele, vim para Santa Catarina, agora tenho duas coisas relacionadas a ela que eu quero. 

Ela me lançou um olhar como se sentisse dor e continuou.

— Fiquei 3 meses sem conseguir pagar o aluguel. Meu salário é baixo demais, as vezes não consigo nem pagar o aluguel e abastecer minha geladeira, mas eu não reclamo por que ao menos tinha o que comer e onde dormir e sou muito grata por isso.

Ela respirou e parou de falar por alguns segundos e então continuou.

 —  Mas após a pandemia, por decreto, fecharam os pubs e eu fiquei sem trabalhar, o que consequentemente me fez ficar sem dinheiro. O meu último salário, estava nas compras da alimentação, poupei o máximo os alimentos por 2 meses e por isso, acho que adoeci.    

Engoli em seco e confirmei em um gesto aquela revelação. Ouvir tudo aquilo me deixou atordoado, saber que ela estava passando fome, passando necessidades, e não resistindo a tanta fragilidade ali sendo exposta para mim senti a necessidade de confortá-la de alguma forma então peguei sua mão com delicadeza e murmurei.

— Eu sinto muito pelo que você passou até agora.  

E apertando minha mão delicadamente retribuindo ao meu gesto ela sorri e diz.

— Eu agradeço por todo cuidado que você teve e ainda tem comigo. Não sei o que seria de mim…     

E seus olhos lacrimejaram com suas palavras inacabadas e isso faz com que eu puxe o ar e feche os olhos sentindo aquele instinto protetor novamente me dominar, e alguns segundos depois eu soltei sua  mão e nesse instante nosso jantar aparece, um excepcional prato de macarrão com frutos do mar, havia também lasanha com legumes e sobremesa que era pudim com frutas vermelhas.

 —   Eu posso ficar com o macarrão? está tão perfeito.

Ela pergunta com brilho nos olhos, onde não indica mais a sua vulnerabilidade e confirmando,  posicionei o prato a sua frente e peguei a minha lasanha que tem ingredientes próprios para minha alimentação, e que realmente era o que eu queria. Pois cuido muito do meu corpo, pratico exercícios físicos regulares, pratico muay thay e por isso não como muita massa, apesar de gostar e muito.

 —  Fique à vontade, Nina. 

Ela sorriu em agradecimento, e logo disse com uma certa empolgação.

 — Não sei se você costuma fazer essas coisas mas…  

Ela parou de falar um pouco receosa e eu a olhei curioso e sorri incentivando-a a continuar.

—   Mas...?    

Ela me olhou e um sorriso doce surgiu em seus lábios e então continuou.

—  Eu posso dividir meu macarrão com você, está divino.  

Eu assenti e comecei a comer mesmo não querendo seu prato, fiz questão de comer as duas vezes que ela me ofereceu, pois assim começamos a criar um vínculo. Se eu estiver mais próximo dela, ela se sentirá melhor aos meus cuidados e com isso meu coração salta dentro do peito com a expectativa e resolvo começar o assunto quando ela já estava devorando seu jantar entusiasmadamente.

 —   Essa é a hora que começamos a falar sério, Nina.

Eu falei já não sorrindo mais, o que automaticamente fez seu sorriso morrer em seus lábios carnudos e então ela murmura me olhando atentamente.

— Então estava esperando que eu estivesse imensa de gorda e satisfeita para que eu não saísse correndo por conta do que tem a dizer? 

Ela brincou e sorriu, enquanto confirmei com a cabeça e desfiz a máscara de homem de negócio e respondi com humor.

— Acho que comida é sempre a peça chave de uma boa conversa.

Ela sorri e permanece em silêncio entretida entre uma garfada ou outra, quando eu falei sem pausa, me sentindo nervoso, estranhando a sensação pois nunca fiquei desse jeito quando estava prestes a propor algo para outras pessoas, mas tive todo o cuidado para não deixar transparecer esse meu nervosismo.

 — Tenho uma proposta para você, e acredito que será irrecusável.

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