4 “Uma perda inesperada”

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“Uma perda inesperada”

DAIANA ESTAVA com o sono leve, quase despertando quando ouviu a comissária falando gentilmente ao comunicador:

— Pedimos a gentileza que apertem os cintos, pois iremos aterrissar.

Daiana se ajeitou e percebeu que aquela cochilada a havia revigorado bastante, não imaginava que estivesse tão cansada, geralmente não dormia em viagens de avião, mas da Inglaterra à Austrália eram vinte e uma horas de viagem e por mais que o senhor Harrison tivesse uma conversa agradabilíssima, o que para ela qualquer conversa longe do mundo jurídico já era agradável, ainda teria que descansar um pouquinho

Ela teve um sonho maravilhoso em que estava em uma praia paradisíaca e via um homem tocando lindamente um violino, o que não fazia sentido algum, afinal...

Quem iria tocar violino em uma praia?

Mas ali era um sonho e não importava se parecia algo bobo ou não, ela estava adorando ver aquele homem lindo tocando para ela.

Será que algum dia terei uma bela serenata na porta da minha casa que nem nos filmes antigos?

Se ela tivesse a mesma sorte que teve com seu ex marido, era melhor não, ele era desafinado falando, como se a puberdade jamais o tivesse abandonado, demorou para ela se acostumar àquela voz fina e falhada que ele tinha.

Daiana se espreguiçou do jeito que dava e percebeu que o senhor Harrison estava em um sono profundo.

O bom da idade é que ele parece não ter preocupações, queria dormir assim também...

Mas então ela percebeu que seu sono já estava pesado até demais.

— SENHOR HARRISON... senhor Harrison? Ai meu Deus... ele não está respondendo... Senhor Harrison, pelo amor de Deus, responde, Senhor Harrison...

A aeromoça chegou perto deles e disse:

 — O que houve senhora? – Perguntou a aeromoça.

 — Meu Deus... O Senhor Harrison, ele... não responde...

 — Vou chamar um médico, a senhora é da família dele?

 — Não... Apenas uma amiga, conhecemo-nos durante a viagem.

 — Claro... entendo perfeitamente, senhora, vou chamar os médicos.

 — Oh! Meu Deus, por que? Por que? Esse senhor tão gentil, tão amável.

Poucos minutos depois chegam os médicos.

— Oh! Por favor, ajudai-o, ajudai-o.

— Claro, senhora, pode ficar tranquila que faremos o nosso melhor pelo seu amigo, ok?

Ela assentiu.

— Agora vou pedir a gentileza da senhora aguardar ao lado, precisamos de espaço para poder ver o que há com ele.

 Os médicos o examinam.

 — Me desculpe, senhora, não podemos fazer mais nada por ele, a senhora é da família, ou conhece-o?

 — Não... infelizmente não.

 — Tudo bem... Tomaremos as devidas medidas administrativas então, tenho certeza que ele deveria ter parentes, me desculpe, mas a senhora já fez todo o possível por ele, ele ficaria muito grato pela sua preocupação, mas infelizmente não há mais nada o que se fazer.

Ela assentiu solícita.

 — Eu sei... Agradeço a vocês em nome da família, que Deus abençoe à cada um de vocês.

 — Amém, senhora, deixa-nos por favor.

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