8º Capitulo

Esperei umas duas horas até que tive coragem de abrir a porta e escapar para fora, para meu alivio Jack não estava ali, respirei fundo e voltei para meus afazeres, logo percebi que eu não estava sozinha em casa, tinha pessoas na piscina com Jack, foi ai que me lembrei que ele tinha pedido para limpar a piscina por que receberia alguns amigos, arrumei o uniforme e migrei para fora, tentei parecer o mais profissional possível ao me aproximar dele, mas Jack ainda tinha aquele olhar de desafio preso no fundo do belo rosto.

- Vai precisar de alguma coisa senhor Belmont? Quer que eu traga bebidas ou prepare algum lanche?

Um dos amigos de Jack se aproximou por trás de mim e me deu um tapa no traseiro, dei um pulo para frente irritada, querendo esbofetear o rosto dele.

- Que “delicinha” de empregada que você arrumou Jack!...

Jack me puxou para o lado dele me protegendo.

- Deixa ela em paz Charles!

Ele passou a língua nos lábios e sorriu para mim, depois arrancou a camisa e pulou na piscina, Jack me puxou para o lado.

- Coloque as bebidas para gelar, mas deixe que eu mesmo sirvo, não saia de dentro da casa, ok?

- Quem são esses caras?

- Conhecidos da empresa, não vai querer conhecê-los.

Com certeza eu não queria, meu rosto ainda queimava de vergonha, arrumei minhas roupas e corri para dentro sem graça, fiz o que Jack tinha me pedido peguei as bebidas e comecei a colocar no freezer.

Só depois de alguns minutos é que percebi que não estava sozinha, olhei para trás e notei Charles encostado no batente da porta da dispensa.

- O que você quer aqui?

- A bebida acabou então vim me deliciar aqui dentro.

Ele me olhava como se fosse me devorar, tremi dos pés a cabeça, com proximidade dele, olhei pela janela e avistei Jack dentro da água... “E agora”? “O que eu faria”?

O rapaz caminhou em minha direção e eu me afastei pegando uma garrafa vazia, na mão e quebrei-a.

- Fica bem longe de mim.

- Que violenta, adoro uma mulherzinha brava...

Olhei novamente para a janela e comecei a gritar, alguém iria me ouvir.

- Jack! Jack!

O rapaz tentou arrancar a garrafa da minha mão, e eu acabei caindo no chão, ele veio para cima de mim e foi ai que Jack entrou, arrancou Charles de cima de mim e o jogou para o outro lado da dispensa.

- Eu não disse para deixá-la em paz?

- Que isso Jack, você já foi mais generoso, o que é? Não divide mais seus brinquedinhos? Está guardando essa daí só pra você?

- Cai fora daqui Charles ou eu juro que não respondo por mim!

- Qual foi cara, fica calmo... Eu só queria me divertir um pouco, a gente podia dividir ela, ou será que ela não aguenta dois?

Ele mal terminou a frase e eu vi Jack pular em cima dele acertando vários socos no rosto de Charles que também revidou, os dois começaram a rolar pelo chão da dispensa, me assustei e sai correndo para a piscina.

- Socorro! Ajuda!...

Os outros rapazes que estavam na piscina me viram gritar e vieram correndo para separar Charles e Jack, não foi fácil, Charles ficou bem machucado.

- Você me paga Jack! Não vai ficar assim, eu vou acabar com você!

A festa terminou bem mais cedo do que devia e todos acabaram indo embora depois do que aconteceu, Jack me ajudou a limpar tudo sem dizer uma palavra, seu rosto estava fechado e a boca sangrava na lateral, eu queria me oferecer para cuidar dele, mas estava com medo até de respirar perto dele, só quando ele saiu da cozinha é que eu pude respirar aliviada caminhei calmamente até a sala para ver se ele precisava de alguma coisa, desejando do fundo do meu coração que ele me dispensasse.

- Jack?

Eu disse ao me aproximar dele, Jack estava sentado no sofá perto do bar com uma garrafa de uísque e bebia um copo atrás do outro.

- Jack?

Ele suspirou me dando cinco segundos de atenção.

- O que quer Nataly?

- Queria saber se precisa mais alguma coisa e... Também me desculpar...

- Se desculpar pelo que?

- Por ter estragado sua festa.

- Não era uma festa, era um encontro entre amigos, e eu nem estava tão animado assim, quanto às desculpas, acho que é ele quem deveria se desculpar.

- Já me contento em nunca mais o ver...

- Aqui pode ter certeza de que não verá, ele chegou a machucar você?

- Não.

Jack secou o copo de uísque e se levantou vindo em minha direção, seus punhos estavam cerrados e só aí pude ver os pequenos cortes nos dedos, provavelmente causado pelos socos.

- Eu poderia ter matado ele pelo que ele te disse.

- Não acho que isso seria bom, não gostaria de ser a culpada por você se tornar um assassino.

Ele soltou um riso sem humor e voltou a encher o copo, comecei a ficar preocupada com a quantia que ele estava bebendo.

- Você ouviu o que ele falou? Aquele cara merecia muito mais que alguns socos!

Eu suspirei tentando acalmá-lo.

- Ta tudo bem Jack, já passou...

Ele deu três passos em minha direção e colou seu corpo no meu acariciando meu rosto.

- Não, não está Nataly... Por que se ele tivesse feito algum mal a você eu juro que eu o caçaria feito o animal que ele é e teria muito prazer em matá-lo.

Eu retirei o copo da mão dele com cuidado.

- Ok, acho que você já bebeu demais.

Ele bateu com a mão contra o pilar e me prendeu entre o mastro e seus braços me encarando.

- Será mesmo que não está me ouvindo? Acabei de dizer que eu teria matado alguém por você...

- E eu disse que não quero que você faça nada, precisa se afastar Jack... – Eu disse tentando empurrá-lo para longe, mas ele não recuou nem um centímetro sequer.

- Por quê? Você disse mais cedo que não gosta do jeito como eu te toco, mas seu corpo responde de um jeito bem diferente...

- Você é meu patrão, precisa se afastar... O que as pessoas vão falar?

Ele terminou de dominar o pouco espaço que ainda tinha entre nós e me pressionou contra o pilar, ergueu meus braços sobre a cabeça e os segurou falando baixo em meu ouvido.

- Que se danem as pessoas Nataly, eu quero você...

Dito isso sua boca desceu na minha feroz, ganhando cada pequeno centímetro de mim, era um beijo apaixonado e dominador, um beijo que tinha demorado demais para acontecer e por isso vinha carregado de muitos sentimentos misturados, não resisti e me entreguei completamente, suas mãos desceram até minha cintura e os meus braços caíram sobre seus ombros, ele se afastou um pouco e mergulhou seus lábios em meu pescoço e me contorci, ele voltou a alcançar meus lábios dessa vez mais gentil e cuidadoso e então fomos interrompidos pelas batidas altas na porta, me afastei dele rapidamente ainda meio zonza.

- A porta...

Ele estava tão perdido quanto eu, tentei ajeitar meu cabelo miseravelmente e abri a porta, era o advogado daquela manhã, que azar agora com certeza ele pensaria o pior de mim, o homem me olhou dos pés a cabeça dando um foco exatamente na minha boca inchada e meu cabelo desgrenhado, depois olhou para Jack que estava com uma cara ainda pior, será que ele calculava sempre para chegar às piores horas ou era pura coincidência?

Assim que ele adentrou na sala eu sai quase que correndo para o meu quarto, o olhar brincalhão de Daniels caiu sobre Jack.

- “Ela é só uma empregada”... – Disse ele repetindo o que o amigo tinha falado pela manhã.

- Não sei do que está falando Daniels!

- Não se faça de sonso, essa garota entrou na sua vida e ganhou um espaço seu ai, resta saber se é apenas uma atração ou se devo me preocupar.

- Ela... Ela é diferente das últimas...

- Como pode ter tanta certeza? Não que eu pense mal da menina, ela é realmente uma gracinha, e para ser sincero também a vejo de um jeito diferente, ao contrário das outras que circulavam apenas no andar de cima mais especificamente no seu quarto ou em volta dele, está se preocupada realmente em cuidar da casa e parece estar tentando fugir dessa atração o que me passa a ideia de que ela não está querendo te seduzir para agarrar alguns trocados.

- Ou talvez seja esse o plano, fazer parecer que é diferente para me prender de vez.

- Está comparando ela com Simoni? O que fez você pensar dessa forma?

- Não sei, estou atordoado, bebi demais.

- Antes ou depois de socar a cara de Charles?

- Como sabe disso?

- Por que é por isso que estou aqui o pai dele entrou em contato comigo, disse que você enlouqueceu e que vai processá-lo se não “resolver” a situação.

- O resolver a situação é vender mais algumas ações da empresa para ele por uma bagatela?

- Exato.

- Pois ele que processe um processo a mais um a menos, ultimamente o Juiz já se tornou um amigo íntimo!

Jack recolheu o copo de cima do encosto de bar e terminou de secá-lo.

Daniel pegou o copo antes que ele voltasse a enchê-lo.

- Chega de bebidas por hoje! Agora vamos conversar sério.

Jack fez uma cara de desagrado, pois, estava começando a sentir dores de cabeça e conversar a essa altura do campeonato não era uma boa ideia, mas suspirou e se sentou no sofá esfregando os olhos e fazendo um sinal para Daniels voltar ao assunto.

- Seu divorcio foi marcado para esta sexta feira, por favor, não se atrase.

- Me livrar de Simoni é tudo que eu mais quero, chegarei lá até mais cedo.

Daniels pôs a mão no bolso e tirou a pequena caixinha de veludo do bolso.

- Ela mandou entregar isso, disse que era bijuteria.

Jack abriu a pequena caixa de veludo e alisou o anel que fora de sua mãe.

- Desgraçada, esse anel é bom demais para ter ficado tanto tempo no dedo dela, o valor dele é absurdo.

- Eu sinto muito.

- Faça um favor para mim, leve-o com você e coloque no cofre da sua casa, e só me entregue ele quando você tiver certeza de que eu achei a mulher da minha vida.

Daniels piscou algumas vezes.

- Eu?

- Você sempre descobre bem antes de mim quando elas entram na justiça mesmo, tenho certeza que vai saber quando ela não entrar.

Jack riu alto, porém sem humor nenhum, era visto que estava cansado de meios relacionamentos e meias histórias, a verdade é que já não se divertia tanto tendo casinhos e que estava na hora de pendurar as chuteiras sentimentalmente, mas quando ele via já estava amarrado à outra mercenária fazer o que, ele não conseguia resistir.

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