5º Capitulo

Fui atendida rapidamente na clinica, meu pulso precisou ser imobilizado, as enfermeiras limparam meu ferimento na perna também, Jack me olhava sério quando Dr. Artus entrou.

- Doutor, que bom revelo.

- Senhor Belmont, fazia muito tempo que eu não o via aqui na clinica, está tudo bem?

- Sim, na verdade vim trazer minha funcionaria, ela se machucou limpando a casa.

- É eu vi a radiografia do pulso dela, foi bem complicado... Você teve muita sorte, de agora em diante nada de esforço físico.

- Como assim nada? – Protestei. – Eu não posso ficar sem fazer nada, eu trabalho limpando a casa!

Jack se meteu na conversa.

- Pode deixar que vou cuidar para que ela não faça nenhum esforço.

Ele vai cuidar? Vai cuidar de que jeito? Deus, ele ia me dispensar... Só podia ser isso! Se ele soubesse que na casa da minha tia eu faria muito mais esforço.

Assim que saímos fora da clinica eu não me segurei.

- Você vai me dispensar não vai? É isso não é?

- Por que está me perguntando isso?

- É impossível eu não fazer esforço limpando a sua casa, ela é enorme e eu estou sozinha, então praticamente não serei de nenhuma serventia para você!

Ele começou a rir e abriu a porta da BMW para mim.

- Sua companhia já serve, não, não vou te dispensar você não precisa limpar toda a mansão todos os dias, basta fazer a janta e organizar a cozinha e a sala, o quarto eu me viro, além disso, as únicas peças da casa que eu uso é o banheiro e o bar.

- Tem um bar na mansão? – perguntei curiosa entrando no carro, não tinha notado um bar.

Ele entrou no carro e me olhou sorrindo.

- Sim, tem um bar e um mastro de pole dance também...

Eu esnobei a resposta dele percebendo que ele estava me ridicularizando.

- Não estou interessada no pole dance!

- Mas no bar sim?

- Se quer saber faço uma excelente caipirinha!

Ele começou a rir alto.

- Certo vou acrescentar isso nas suas qualidades funcionais, pode ter certeza de que me deixou muito curioso sobre isso.

Ele ligou o carro e um som começa a apitar.

- Coloque o sinto, esse carro é cheio de manias.

Eu tentei colocar o cinto, mas eu não conseguia movimentar minha mão por conta do pulso estar imobilizado, ele encostou a BMW com cuidado e puxou o sinto para mim.

- Aqui, tranquilo...

Eu sorri para ele.

- Você sendo assim tão gentil é estranho ter a fama que têm.

Ele provocou me olhando no fundo dos olhos e quase grudando em mim.

- E que fama eu tenho exatamente?

Eu fiquei sem graça, eu não devia ter falado aquilo para ele, maldita boca grande dos infernos!

- Ah, você sabe... Ser grosseiro, frio e insensível...

Ele me pressionou contra o banco e removeu a mecha do meu cabelo do meu rosto.

- E o que você acha disso?

Ele estava tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração e o seu perfume que penetrava em minhas narinas me deixando zonza, minhas pernas amoleceram e meu rosto começou a pegar fogo.

- Bom... Eu... Eu acho que é muito cedo para mim achar algo.

Ele se afastou parecendo satisfeito e voltou a ligar o carro, eu podia ver o sorriso no canto dos seus lábios assim como o brilho em seus olhos, o que afinal aquele homem estava fazendo comigo? Será que queria me enlouquecer ou algo do tipo?

- E então, para onde vamos?

Eu olhei para ele confusa.

- Como assim? Não vamos para casa?

- Bom, eu pensei que talvez pudéssemos jantar em algum lugar, estou faminto você não?

Minha barriga me entregou antes que eu pudesse responder algo, sim eu estava com muita fome.

- Desculpe, mas não acho que vai querer ir a lugares que eu costumo frequentar.

- Por quê?

- Bom, somos de mundos bem diferentes...

Ele riu alto.

- Bom, estou bem interessado em descobrir um pouco sobre o seu mundo... Que tal me apresentar?

Eu sorri meio sem graça, isso não era bem o comportamento de um patrão, talvez eu devesse começar a me cuidar, talvez a tal Simoni não tivesse exagerado.

- Ok, mas é simples...

- Tudo bem, onde é?

- É uma hamburgueria na praia, “Bar do Tony”.

- Ótimo, adoro praia.

Eu podia imaginar Jack na praia, com seu iate luxuoso ou seu hotel cinco estrelas, aquilo era outro patamar, eu tinha crescido na praia com a roupa cheia de areia e os cabelos secos por causa do sol, com certeza ele não tinha essa visão de praia que eu tinha.

Jack encostou o carro luxuoso e eu desci indo em direção ao bar, ele vinha caminhando calmamente trás de mim, Mary me viu de longe e veio ao meu encontro me abraçando.

- Minha querida! Há quanto tempo!

- Olá madrinha...

Eu a abracei de volta, Jack parou atrás de mim com as mãos no bolso, Tony se aproximou e me levantou no colo.

- Mas veja só essa minha garotinha, ela está tão crescida!

- Tony! Pare com isso vai deixar a menina envergonhada, não vê que ela veio acompanhada.

Tony me soltou e então olhou sem graça para Jack.

- Me desculpe, eu... – Ele olhou para mim e depois olhou para Jack dos pés a cabeça. – Esta namorando essa rapaz afilhada? Por que se está eu preciso saber quais as intenções dele com você!

Fiquei vermelha feito um pimentão, Mary deu um tapa no ombro de Tony.

- Por favor, Tony! Esse é o Senhor Belmont! É o novo patrão de Nataly...

- Ah sim, aquele emprego que você disse que tinha conseguido para ela...

- É isso mesmo.

Jack sorriu e estendeu a mão para Tony.

- É um prazer conhecê-lo.

Tony aceitou o cumprimento.

- Desculpe senhor, mas essa menina ai é como uma filha para mim, se ela estivesse namorando alguém gostaria de ser o primeiro, a saber, fui muito amigo do pai dela.

- Eu entendo e respeito muito sua preocupação com relação a ela, mas não se preocupe, ela está em boas mãos... Sou inofensivo.

Eu escondi meu rosto vermelho entre as mãos, Jack caminhou até uma mesa com vista para o mar.

- Aqui é realmente incrível, eu nunca tinha vindo em um lugar como este.

- É como eu disse é simples... Não faz muito a sua cara.

- Bom, eu adorei!

Minha madrinha se aproximou de nossa mesa com o cardápio e então notou minha mãe enfaixada.

- Oh meu Deus queria, o que houve com sua mão?

- Não foi nada madrinha, só uma contusão.

Jack segurou a mão de Mary sobre a mesa.

- Sinto por isso dona Mary, acredito que tenha sido minha culpa, Nataly se machucou em minha casa enquanto limpava as vidraças, por isso a convidei para sair, foi à forma que encontrei para um pedido de desculpas.

Então era por isso que ele tinha me convidado? Senti-me desconfortável, não que eu imaginasse alguma outra coisa, mas eu tinha caído por que eu tinha me descuidado, Jack não tinha culpa de nada.

- Nataly é muito esforçada, uma menina de ouro sem dúvidas.

- Tenho visto isso também, dona Mary.

Eu olhei para o mar ouvindo as ondas quebrando contra as rochas em completa fúria, por mais que eu soubesse que ter algo com Jack era impossível eu não podia deixar de me imaginar vivendo um conto de fadas, já que ele estava sendo tão gentil, mas não agora ele tinha deixado claro que fizera isso unicamente por que tinha se sentido culpado por eu ter me machucado, eu não sabia o que estava acontecendo comigo mas me senti triste por isso, aquele homem estava me virando do avesso.

- Nataly?

Depois de um longo tempo eu percebo que ele está me observando e me chamando, Mary já tinha se afastado e eu nem tinha visto.

- Esta tudo bem? Você ficou calada de repente...

Sorri ficando sem graça.

- Não é nada, é que esse lugar me lembra do meu pai.

Ele segurou minha mão com carinho, eu senti um choc instantâneo e puxei minha mão de volta, ele se recompôs.

- Desculpa, abusei... Eu só queria entender o que aconteceu.

- Ele era pescador, morreu em alto mar tentando salvar um amigo.

- Morreu fazendo o que achava ser o certo?

Eu me lembrei de ter dito essa frase no dia em que o conheci, sim tinha semelhança nos dois fatos e ele parecia lembrar-se exatamente daquilo.

- Sim.

Sou obrigada a abaixar a cabeça para que ele não perceba as lágrimas em meus olhos, por muito tempo aquela dor me machucou, mas agora eu já conseguia lidar com isso com mais naturalidade, porém ali perto dele eu me sentia fraca, ele voltou a segurar minha mão, dessa vez com mais força, força suficiente para que eu não conseguisse puxá-la de volta, fui obrigada a olhar naqueles olhos claros indecifráveis.

- Eu realmente sinto muito senhorita, se quiser podemos jantar em outro lugar.

- Não, eu... Eu adoro vir aqui visitar o padrinho e a madrinha, eles são o tipo de casal que me faz acreditar no amor.

Ele sorriu provocativo.

- Devo acreditar que é romântica então?

- Eu? Sim... E para ser sincera se quer saber toda mulher é um pouco romântica.

- Não sei, acho que terei que discordar, meus últimos relacionamentos me fizeram acreditar que romance não existe.

Eu sorri o provocando também.

- Bom, talvez você é que não tenha sabido conduzir o romance.

- Eu? – Ele riu. – Vou entender isso como um desafio, está me desafiando senhorita Nataly?

Eu não tive tempo de responder, fomos interrompidos por Mary que chegou com nossos hambúrgueres, eu me afundei na comida escapando da pergunta dele, não queria responder, não podia responder...

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