CAPÍTULO QUATRO

POV NINA

Cheguei na casa do meu tio, eu estava tremendo feito vara verde de tanto medo. Por causa do ocorrido. 

Aquela coisa era enorme, obscura e cheia de má intenções. Eu estou muito preocupada com meu tio e com o motorista que a coisa levou. Fernando disse que meu tio estava bem, mas eu não estou acreditando, sinto que algo está acontecendo,e é algo grave.

Fernando me guiou para dentro da casa eu não conseguia prestar atenção em nada, ele estava praticamente me arrastando,meu corpo e cérebro estava fora de sintonia.

Fernando- senhorita Nina. Nina.

Ele me chamou mais eu estava longe. Então ele tocou no meu rosto com as duas mãos. Isso me fez sair do meu transe.

Fernando - você está me ouvindo?

Nina - sim.

Fernando - você me deixou preocupado. Vem vou te levar até seu quarto e Marta vai te ajudar a tomar banho, depois que você se alimentar vai poder descansar um pouco.

Eu concordei com a cabeça e ele me pegou no colo me levando para um quarto. Nós entramos e ele me colocou sentado na cama, Marta entrou no quarto e veio na minha direção.

Marta - vou te ajudar tomar um banho.

Fernando - vou deixar vocês a vontade. Estou lá embaixo se precisar de mim.

Ele saiu e eu fiquei com Marta.

Nina - você não precisa me dar banho, eu consigo sozinha é só me guiar até o banheiro e me ajudar entrar na banheira ou debaixo do chuveiro, o resto eu faço.

Marta - tudo bem, vou ficar aqui no quarto te esperando, caso você precise de ajuda.

Nina - obrigada.

Ela me ajudou chegar no banheiro. Resolvi tomar um banho de chuveiro mesmo. Eu tirei minha roupa e Marta me encaminhou para o box e me explicou onde estava as coisas que eu ia precisar para meu banho.

E logo saiu me deixando sozinha.

Liguei o chuveiro e deixei a água cair na minha costa, levando toda a minha tensão. Comecei a chorar enquanto eu me ensaboava, eu sempre chorava durante o banho, assim se meus olhos ficasse vermelhos eu poderia falar que era por causa do sabonete. Eu fazia isso para meu pai não sofre pelo meu sofrimento. Mais agora eu estou chorando pelo meu pai que está em coma e eu não posso fazer nada. Choro também pelo medo que senti na estrada. Minha vida não é fácil, mas não posso deixar minha tristeza ficar visível, não quero que as pessoas que eu amo sofram mais por minha causa. Já é difícil saber que dou tanto trabalho para as pessoas. Mesmo eu podendo enxergar de um jeito diferente,ainda assim preciso da ajuda das pessoas. Pois não enxergo objetos ou qualquer obstáculo que não esteja vivo. Ou seja a minha visão não está me ajudando muito.

Terminei de tomar banho,me sequei e me enrolei na toalha. E chamei a Marta. Ela logo estava na minha frente e me ajudou a sair do banheiro e me vestir. Eu coloquei uma camisola. E ela me ajudou sentar na cama. 

Marta - enquanto estava no banho, trouxeram sua comida. Vamos comer.

Nina - obrigada Marta você é muito gentil. Pode colocar na minha frente que eu consigo comer sozinha.

Ela colocou a bandeja no meu colo, eu comecei a comer, eu estava bem deprimida desde a notícia do acidente do meu pai. Eu estava comendo no automático, não conseguia sentir o gosto de nada.

Terminei de comer e Marta pegou a bandeja.

Nina - vou descansar um pouco estou me sentindo exausta.

Marta - sem problema. Qualquer coisa tem um botão do lado da cama é só apertar.

Nina - onde está minha bengala? Pode pegar para mim?

Marta - sim. Aqui está.

Ela me entregou na minha mão a bengala, eu peguei e me arrastei para mais perto da cabeceira da cama. Coloquei minha bengala debaixo do travesseiro com a ponta para fora, assim eu poderia pegar se precisasse dela. Me deitei no travesseiro, Marta ajudou me cobrir.

Marta - bom descanso Nina.

Nina - obrigada Marta.

Então logo acabei dormindo.

POV SEBASTIAN

Dirigi rápido para casa, eu precisava saber como a Nina estava, eu deixei ela sozinha por um tempão. Eu sou um péssimo tio e padrinho. Deixei uma garota cega, apavorada ,que acabou de sofrer um ataque, sozinha dentro de um carro no meio da floresta, por 1 hora. Se o Antony souber vai querer me matar, espero que ela esteja bem.

Cheguei em casa e já fui querendo saber de Nina.

Sebastian - onde minha sobrinha está?

Mordomo - ela está no quarto dormindo. Conde.

Sebastian - chame Fernando e Marta, peça para ir até meu escritório.

Mordomo - sim senhor. Com licença.

Fui para meu escritório, peguei um copo e enchi com whisky ,e tomei de uma vez.

Enchi o copo de novo e me sentei na minha cadeira atrás da mesa.

Ouvi alguém bater na porta e mandei entrar. Fernando e Marta entraram.

Fernando, Marta - com licença.

Fernando - mandou nos chamar Conde?

Sebastian - sim. Eu quero saber como está minha sobrinha Nina. Conte tudo que aconteceu?

Fernando - eu a encontrei com muito medo e ela veio o caminho todo tremendo de medo. Ela estava em choque, custou para fazer ela falar. Quando cheguei aqui levei ela para o quarto e Marta ficou com ela.

Marta -eu ajudei ela com o banho. Bem tentei ajudar.

Sebastian - como assim?

Marta - a senhorita Nina, gosta de fazer as coisas sozinha ela quer ter sua liberdade quer mostrar que pode se virar sozinha. Eu ajudei com as roupas,mas ela quis tomar banho sozinha, eu só ajudei depois ela sair do banheiro e se vestir. Ela também quis se alimentar sozinha. Depois ela se deitou e dormiu.

Sebastian - apartir de agora vocês dois vão está do lado da Nina o tempo todo.

Marta e Fernando - sim Conde.

Sebastian - estão dispensados.

Vou tomar um banho,comer alguma coisa e depois vou até o quarto de Nina esperar ela acordar para conversarmos.

QUEBRA DE TEMPO

POV NINA

Acordei e abri os olhos, quando acordo sozinha, sem ninguém para me despertar, é sempre a mesma agonia, pois eu não enxergo os objetos e isso me faz pensar que voltei para a escuridão total. Eu só me acalmo quando eu vejo alguma fonte de calor ou energia. Ai me bate um alívio, em sabe que ainda posso enxergar. É horrível não ter certeza se amanhã eu ainda poderei enxergar. Viver com incerteza é horrível.

De repente senti que não estava sozinha no quarto, podia ouvir a respiração mesmo que tranquila, e aquela energia eu já tinha sentido antes. Me concentrei e percebi que era meu tio Sebastian que estava ali. Pude sentir que ele exalava desconfiança na minha direção. Com certeza ele deve está querendo saber como eu posso enxergar. Bem vou me fazer de boba.

Nina - tem alguém ai? Eu posso ouvir sua respiração.

Sebastian - sou eu minha princesa. Não quis te assustar.

Nina - tudo bem titio.

Sebastian - como se sente?

Nina - mais ou menos, estou preocupada com meu papai. Eu quero ir até ele. Pode me levar?

Sebastian - claro. Mas primeiro precisamos conversar. Você me deve algumas explicações.

Nina - eu imaginei que o senhor estivesse aqui por essa razão.

Sebastian - não estou aqui por essa razão. Eu me preocupo com você. Sei que fiquei muito tempo ausente, mais eu te amo minha princesinha. 

Nina - ok tio, vou lhe contar porque eu quero e não porque te devo alguma coisa.

Sebastian - você está certa, não me deve nada. Mas eu gostaria de saber para poder te ajudar.

Nina - vou te contar, só peço que não me julgue.

Sebastian - eu prometo.

Nina - bem eu nasci cega e era irreversível, vivi na escuridão até meus vintes anos. Numa certa manhã eu acordei podendo enxergar de um modo diferente.

Eu podia ver a áurea  das pessoas e a energia em volta do corpo dos seres vivos. Eu também podia enxergar objetos que transmitisse calor ou vibração. Mas não posso enxergar cores ou detalhes, eu não enxergo o rostos das pessoas tudo que vejo são silhuetas. E também consigo sentir e ver as intenções das pessoas. Como eu nasci sem um dos meus sentidos. Meu corpo fez os meus outros sentidos mais apurados, eu posso ouvir barulho a metros de distância, meu ofato,paladar e tato estão mil vez apurados. Posso sentir um cheiro a metros de distância, meu paladar consegue diferenciar todos os ingredientes do que estou comendo, tenho uma memória degustativa  inconfundível. Com meu tato eu posso sentir e reconhecer os materiais que estou tocando.

Mas eu ainda preciso usar uma bengala para me ajudar me locomover, pois não enxergo objetos que não transmitem nada. E é isso tio.

Sebastian - uau. Estou impressionado. Você é incrível minha sobrinha. Porque seu pai nunca me disse que você podia fazer isso.

Nina - porque ele não sabe.

Sebastian - você não contou ? Porque?

Nina - tive medo de encher ele de esperança. Eu todos os dias acordo com medo de ter voltado para a escuridão. Eu tive medo que as pessoas me achasse uma  aberração e isso o fizesse sofrer por minha causa. Então não contei.

Sebastian - entendo. Mas sei que ele ficaria muito feliz.

Nina - eu vou contar para ele quando acordar. Agora sua vez titio.

Sebastian - como assim?

Nina - quero saber o que nos atacou e porque todos aqui tem as energias iguais como se fosse um bando de morcegos?

Nina - e não me venha com enrolação que eu posso saber se estiver mentindo. Comece a falar querido titio.

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