College - UCLA Bruins
College - UCLA Bruins
Por: kellycristinavs_
Apresentação

PRÓLOGO

Westwood é um dos bairros mais requisitados e prestigiados de Los Angeles - Califórnia, seja pela tranquilidade e clima harmonioso ou por ser tomado pela variedade de opções de lazer e abundante sagacidade de seus visitantes e moradores, não mais condizentes para um bairro que acomoda a poderosa Universidade da Califórnia – UCLA.

A cordialidade do lugar proporciona um ambiente satisfatório aos que por ali transita. As brisas que as majestosas árvores centenárias alastram esbanjam o seu verde e naturalidade em todas e cada uma das ruas além de possuir os mais belos e cuidados jardins que dominam a maior parte do campus, mantendo um clima consideravelmente rarefeito e confortável.

É um lugar esplêndido o qual a calmaria domina a maior parte do tempo, exceto por aquele fatídico começo de ano e consequentemente início das aulas, que para felicidade ou infelicidade dos moradores é um evento anual. 

A inquietação dessa época não é a mesma inquietação usual dos estudantes já acostumados com a vida universitária, o cenário encontra-se repleto de apreensão e hesitação transmitidas pela ansiedade demasiada dos recém-chegados. Ou, na linguagem estudantil, os “bixos”.

O clima habitual de repente entra em combustão. Pessoas correndo de um lado para o outro tentando absorver o máximo de informação sobre fatos corriqueiros da universidade, os incontáveis mapas de toda a extensão da área em diversas mãos, mudanças sendo descarregadas a torto e a direita, feiras de associação em fraternidades, atléticas e atividades extracurriculares acontecendo em somente um lugar. Em frente ao prédio principal da UCLA.

Consideravelmente afastados de onde estava centralizada toda a confusão, sentados em espreguiçadeiras em frente uma das mais cobiçadas fraternidades de toda a Universidade da Califórnia estava um trio inconfundível procurando se deliciar dos tímidos raios de sol enquanto, de praxe, bebiam aquilo que seus rins ainda suportavam depois de varar a noite ingerindo quantidades absurdas de álcool. 

- Sou só eu, ou mais alguém não está sentindo as pernas? - soltou Josh enquanto ajeitava os óculos escuros diante os olhos. 

- Minha boca está dormente, mas é só. – rebateu Kyle, sem tirar os olhos da movimentação na rua. 

- Boca dormente... – Will repetiu rindo – Cerveja não deixa a boca dormente, imbecil. Agora, as “bixetes” que você pegou ontem na festa pode ter uma grande parcela de culpa nisso.

- Pegou as “bixetes” com a cabeça em certa veterana, como sempre. – disse Josh assim que o conhecido Mercedes estacionou em frente à propriedade do lado oposto da rua, em frente a almejada mansão das Tetha PI.

- Cala a boca – soprou Kyle, já hipnotizado pelo o que estava por vir: o furacão Makayla.

Makayla Pierce desceu do carro esbanjando naturalmente sua beleza exorbitante, sem fazer o mínimo esforço, chamava a atenção de todo campus. Todos queriam algo seja sua amizade, suas curvas, seu cabelo impecável ou apenas uma noite, incluindo a população feminina. Quem não queria Makayla gostaria de ser a Makayla.

Possuia curvas milimétricamente perfeitas, um bronzeado de causar inveja e rosto cândido. O longo cabelo escuro ondulado brilhava exageradamente, o castanho de seus olhos era o mais claro e chamativo, o nariz empinado lhe dava o ar de superioridade que sua posição social pedia e a boca carnuda em formato de coração fechava a somatória para a perdição perfeita. A perfeita figura latina, apesar de não ser realmente uma.

Contudo, não é só por sua beleza física que Makayla conquistava a todo o momento pessoas ao seu redor. A simpatia, bom humor constante, modéstia e confiança que transmitia atraiam as pessoas como imã. Ela lidava facilmente com o público, sabia se impor diante de qualquer situação e ganhava as pessoas com seu carisma. E, apesar de transparecer a mais bela representação feminina, a garota não era do tipo rotulada como certinha, seria deveras comum para ela.

A jovem nunca aceitava levar um desaforo para casa, participava de desafios em festas universitárias de quem beija mais bocas em uma noite e, dentre outras coisas, a principal: seu sistema é o mais resistente a álcool que seus companheiros de bar já viram. A menina era uma cachaceira nata e não se envergonhava do fato.

Os três amigos observavam-na abrir o porta mala e tentar retirar de lá a mala que era duas vezes o seu tamanho, sem sucesso. Depois de alguns minutos de esforço da parte dela, resolveram se voluntariar.

- E aí meninos? Não acredito que começaram sem mim – soltou a menina, assim que pousou os olhos nas três figuras másculas caminhado em sua direção.

 Os tais companheiros de bar mencionados anteriormente: os rapazes da republica Kativeiro.

- A gente realmente tentou Macky, juro – disse Will erguendo-a do chão enquanto a abraçava. – Mas, relaxa, estamos apenas 24 horas adiantados. 

- Já deixam vocês 85% menos sóbrios que eu. – ela respondeu cumprimentando os outros dois com abraços fortes.

Os quatro eram amigos desde o segundo ano de faculdade, e durante esses dois anos já viveram experiências o bastante para se tornarem próximos o suficiente. Entre viajens, acampamentos, festivais, passeios, festas, acabaram consolidando a amizade por compatibilidade de interesses e permaneceram mesmo com as divergências dos mesmos. Já sorriam, gritaram, choraram e penaram juntos.

E, de todos os tipos de pessoas inusitadas que já passam por sua vida, Kyle McAllister ainda permanecia completamente, unicamente e constantemente afetado pelo furacão Makayla. 

Ela fora a única que o deixara completamente apaixonado por ela. Apesar de não deixar explícito, ele simplesmente não conseguia superar o que sentia pela menina desde o primeiro dia em que havia a conhecido.

Por vezes se sentia uma garotinha virgem e apaixonada. Com direito a receios de dizer o que sentia e sofrer por ter de lidar com a dor de ver a pessoa que está apaixondo com outros. Sim, com S no final.

Ele sentia aquele calafrio toda vez que o nome da menina era mencionado, seu coração batucava freneticamente quando ela estava ao redor e cada vez que a via sorrir era como se tivesse ganhado todo um carregamento da sua cerveja preferida.

Mesmo assim sua relação com Makayla poderia ser considerada inusitada. Os dois adoravam se provocar, faziam brincadeiras intimas e joguinhos perigosos, mas nunca tiveram a intimidade o suficiente para falar abertamente sobre o que sentiam um pelo outro.

Kyle presumia que a grande culpada por esse fato era a sua falta de tato com as pessoas, não saber expressar seus pensamentos em palavras diretas e sua fama de mulherengo no campus. Ele sabia, desde quando a tinha visto pela primeira vez, que se encantaria por aquela mulher. Com sua doçura inigualável, ele se sentia completamente encantado por cada milímetro dela. E apesar de Makayla não saber, Kyle estava certo de que quando ela finalmente dissesse sim, desistiria de todas as bucetas que poderiam ser suas a hora que quisesse só por ela. Não só pela buceta dela, claro, e sim por ela inteira.

Os amigos tiravam sarro mais não o julgavam. Afinal, quem já não foi afim de Makayla Pierce?

- Qual a programação de hoje, Josh? – a morena perguntou enquanto ajudava o amigo puxar a primeira mala do carro.

- Se não me falha a memória hoje tem a festa dos “bixos”. É festa de novato, mas o DJ é um amigo meu, vai ser open bar e a gente pode zoar com eles um pouco. Então, Por que não? 

A morena sorriu em concordância.

Enquanto os outros dois amigos se empenhavam a tirar o resto da bagagem, Makayla parou um segundo para observá-los. Deus, como tinha sentido falta desses idiotas

O primeiro em que atravessou por seus olhos foi o inteligentíssimo e charmoso William Buchanan. Loiro, dono de íris espetacularmente azuis e pele levemente rosada acrescentada a um porte grande e musculoso condiziam à figura de um Deus do Olimpo. Seus braços poderiam ser facilmente associados à oitava maravilha.

Will arrancava os suspiros de todos os seres racionais e irracionais por onde passava, e quando abria a boca encantava-os ainda mais, íntimo de um vocabulário extenso com palavras difíceis. Todo dia os amigos aprendiam cada vez mais com o loiro, futuro médico. 

No entanto se engana quem pensa que os conhecimentos do estudante de medicina são focados apenas na medicina realmente. Will é apaixonado por diversos assuntos, entendedor de diversas áreas, uma simples conversa com o rapaz acaba se tornando uma discussão digna a embaixadores, matemáticos, doutores e filósofos. Situação que só não acontece quando o rapaz ingere uma quantidade considerável de álcool, fato que não é raro, e se torna o Will sangue quente. São incontáveis as brigas que Will não só participou, mas que também as iniciou.

E apesar de ser severamente afetado pelo álcool, quando sóbrio ele é a figura apaziguadora e sensata do grupo.

Logo em seguida focou em Joshua Hoover, o bem humorado estudante de tecnologia da informação.

Filho de deputado, rótulo que Josh sempre abominou, não era do tipo ricaço mimado, longe disso. O moreno de olhos profundamente negros e cabelos diariamente desgrenhados presava pelo simples e rejeitava qualquer sinal que cheirasse a interesse. Amante da música eletrônica e a badalação que só a vida universitária pode fornecer, Josh era simplesmente um inconsequente. 

O rebelde tinha o dom de ignorar as manchetes que insistentemente permaneciam nas capas dos jornais sobre as polêmicas de suas aventuras nada saudáveis. Tais manchetes que causaram as piores dores de cabeça ao pai e sua assessoria. Por tal motivo, as brigas com o pai eram intermináveis e, apesar de sua casa não ser tão longe do campus, preferiu aderir aos benefícios da república universitária só para fugir do inferno causado por ele mesmo. 

Josh era o sonhador e Makayla sua âncora. Acabaram tornando-se tão próximos uma vez que ela era a única que dava ouvidos ás ideias malucas que surgiam na cabeça do rapaz, achava-as fantásticas. Ela o admirava pelo espírito valente e otimista que guardava dentro de si.

E por fim, porém não menos importante estava Kyle. 

A pose de badboy que carregava em nada condizia com sua personalidade arrebatadora. Ele era uma mistura de garoto encrenca e um bom partido para casar. Tinha um magnetismo e lábia passados por genética, automaticamente e até sem perceber extraia suspiros por gestos simples. Sua fisionomia ajudava neste quesito dono de incriveis ombros largos, braços fortes fechados por tatuagens inusitadas, uma barriga definida e bumbum perfeitamente arredondado completavam o conjunto magistral.

Como se tudo isso já não fosse o suficiente Kyle tinha o ar angelical na face. Se os braços de Will eram a 8ª maravilha do mundo os olhos de Kyle podiam facilmente ser inclusos como a 9ª maravilha se o mundo tivesse oportunidade de conhecê-los. O tom de amêndoa  acabara se tornando uma cor hipnotizante, repleta de incógnitas, combinando com o cabelo castanho-claro.

O jovem dominava diversos esportes como se treinasse constantemente cada um deles, apesar de se recusar fazer parte dos times oficiais da universidade. Na ficha do talentoso rapaz são adicionadas inclusive suas exorbitantes notas altas, fora eleito o melhor aluno de sua turma de relações internacionais em todos os anos que o cursou.

Ela se identificava com Kyle mais do que com os outros rapazes, pois ambos têm o instinto competitivo e as apostas que faziam por diversas vezes acabavam de formas interessantes. Makayla se divertia ao lado do rapaz, que não só a fazia rir, mas também refletir sobre coisas da vida com citações simples e diretas.

 Seus conflitos familiares era apenas um ponto dos vários que tinham em comum, apesar de não terem ciência detalhadamente sobre o que realmente já enfrentaram, costumavam assumir o papel de superprotetor um com o outro.

Ela sabia também que ele tinha um imenso coração, independente da quantidade de ninfetas que passam por sua cama (assunto no a qual era um completo canalha) a bondade e gentileza que ficam escondidas por trás da máscara de "não me importo com nada”. Contudo Makayla considerava que uma relação entre os dois seria impossível, mesmo que não tivesse uma resposta para o porquê.

A morena acordou do transe e se deu conta que apenas segundos passaram desde a última vez em que estava mentalmente presente na cena, os rapazes já haviam pego todas as três monstruosas malas e Will fechava o porta-malas.

Assim os três entraram na mansão, cumprimentando os rostos conhecidos enquanto seguia o trajeto até o quarto da amiga, subindo as escadas, último quarto do corredor. 

Makayla dividia o quarto com outra integrante Theta, mas quase não se dava conta disso. O quarto é completamente grande, com espaço o suficiente para uma família viver tranquilamente. E o acordo era: cada uma cuidava da sua metade do quarto.

- Toda vez que entro nesse lugar me sinto minúsculo – Josh desabafou após soltar a mala que carregava em um canto qualquer e se jogar na cama King Size localizada a direita. – Mal cabe eu e Jonathan no nosso quarto lá na Kativeiro, quem dirá camas desse tamanho.

- Se quiser eu lhe arranjo uma ficha de associação Tetha, Josh. – a morena brincou.

- Isso seria bem interessante, na real. – ele concordou acariciando o queixo simbolicamente depois de terem ouvido alguém gritar “Meredith, devolde meu sutiã”.

Os rapazes riram cada qual se acomodando no quarto, Will sentou-se na poltrona em frente a escrivaninha e Kyle se jogou na cama juntando-se a Josh. Makayla providenciou abrir as cortinas, que por um tempo considerável ficaram fechadas e, a partir daí começou a desfazer as malas. 

- Oi Macky – cumprimentou Melissa, uma das integrantes da fraternidade, com metade do corpo para dentro do quarto. – Oi, gente. 

- E aí? – responderam os quatro juntos. 

- Como foram as férias nas Bahamas? – perguntou Makayla lembrando-se da animação da colega antes da tão esperada viagem, já retirando roupas das malas e organizando-as em seu armário.

- Foram simplesmente maravilhosas, afinal, é Bahamas ?! – uma sorridente Melissa relatou.

- Que bom que se divertiu. – respondeu simpática. – Você viu a Jenna ou a Candece por aí?

- Da última vez que as vi estavam indo para o In-N-Out aproveitar que ainda estão fora da dieta e Jenna queria conferir se tem "bixo suculento” pelo campus este ano. – respondeu Melissa representando as aspas no ar e rindo da expressão que a outra colega usou.

- Jenna e seu apetite insaciável. – debochou Will.

- Em diferentes sentidos, inclusive. – completou Josh.

- Eu já vou indo, só passei para dar um oi para vocês, tenho que terminar de me organizar, meu quarto um desastre. Heather me enlouquece com a bagunça que consegue fazer – disse Melissa revirando os olhos para o comportamento da parceira de quarto – A gente se tromba por aí.

E soltando beijinhos no ar a doce ruiva desapareceu tão rápido quanto surgiu.

Os jovens permaneceram no quarto o resto da tarde atualizando-se de como foram às férias de cada um até Makayla terminar de esvaziar a última mala e todos concluírem que já estava tarde o suficiente. Os garotos determinaram que fosse hora de voltar para a própria residência no intuito de se arrumarem para a festa que já haviam combinado de ir dali a poucas horas.

 Então saíram pela porta dizendo "até mais" e ela se voltou para o armário, se concentrando em escolher uma roupa qualquer para esta noite. E foi só então que ela percebeu que alguém havia ficado para trás, assim que as mãos másculas de Kyle agarraram sua cintura por trás. Ela pulou levemente com o susto.

- Me assustou, idiota. - ela riu.

Kyle a girou para que ficassem frente a frente. 

- Malhou nas férias, Macky? - indagou sedutor. - Tenho que admitir, sua bunda tá ainda mais sensacional se é que é possível. Washington te faz um bem do caralho, apesar de sempre preferir que fique por perto.

- Malhei sim. - ela sorriu correspondendo ao seu jogo. - Na verdade, fiz algumas aulas de luta.

- Gata selvagem, do jeito que eu gosto.

- Defesa pessoal, já ouvir falar? - o sorriso de Kyle desapareceu da face em questão de milésimos de segundo assim que ela lhe aplicara um golpe imobilizando seus braços.

- Engraçadinha.

- Te vejo na festa, amorzinho. - Ela soprou beijos no ar, soltando-o do aperto.

Eles riram juntos e Kyle deu as costas para a morena, seguindo para a saída. 

Ele sentira falta disso durante as férias, mas agora que eles haviam retornado... Que os jogos comecem. 

- Alguma novidade pelo campus?

- Tem um transferido do Canadá, faz engenharia e dá pro gasto. Mas tem um bixo de pedagogia, que vou te falar, quem me dera ser aluna dele.

- Não estava falando sobre isso Jenna, mas tudo bem. – Makayla riu.

- Abriram outra república feminina, não sei o nome. Vick disse que só tem bixete, então vai ser um desastre. – Candace revirou os olhos.

As três amigas conversavam enquanto se concentravam em não esbarrar em nenhum móvel à medida que rodavam o quarto a procura de objetos, dentre roupas, acessórios e maquiagem, que finalizariam a produção para a noite que as aguardava.

- Eu acho bacana. – Rebateu Makayla encarando-se no espelho tentando dedicar-se ao máximo para não borrar o rímel uma vez que já estava finalizando o trabalho nos cílios. E, desviando os olhos para o reflexo de Candece rapidamente, que passava a escova nas madeixas loiro-escuro usufruindo do mesmo espelho, completou – Queria eu ter essa ideia no primeiro ano quando meu pai se esqueceu de enviar o requerimento dos alojamentos.

- Tá brincando?! – indagou a loira, soltando a escova momentaneamente para encarar a amiga com a mão na cintura. – E o que foi que você fez?

- Ela deu uma chupadinha no reitor pra aceita-la depois que se encerraram as inscrições do alojamento. – Jenna caçoou.

- O que? – Candece virou-se chocada para a amiga.

- É zoeira dela! – Makayla esbravejou rindo, e arremessando uma almofada na morena, disse: – Jenna cala a boca!

A morena riu, segurando a almofada no ar.

- A gente se conheceu no saguão do aloja, lembra? – relembrou – Você estava carregando aquela coletânea de códigos penais, quase não se aguentando, desesperada por um quarto.

- E você não me ajudou, aliás. – Makayla arqueou uma sobrancelha, risonha.

- Estava engraçado demais para eu intervir na cena. – Jenna respondeu, sentando-se na cama da sister para amarrar os cadarços de suas botas de couro, que iam até o início de suas coxas bem desenhadas.

As amigas gargalharam.

Elas se divertiam juntas, por diversos motivos e situações, sempre estavam rindo de algo ou alguém. Tinham personalidades distintas e talvez fosse por esta razão que se davam tão bem, uma completava a outra que juntas completavam a santíssima trindade da Theta.

Candece Gógol é a figura da meiguice e ao mesmo tempo é a mais sensata para as mulheres de sua idade. A sorridente jovem sempre procurava se portar como tal intérprete formal que representaria quando se formasse em Ciências Sociais. Uma mulher repleta de teorias e conceitos que enalteciam o gênero feminino, facilmente confundida com modelos, por ter traços e ações delicadas e dificilmente vista como parte da roda de amigos por ser tão divergente aos mesmos.

Candece não bebia, não fumava e abominava qualquer tipo de substância ou ação ilegal. Gostava de se divertir sim, porém com moderação, e sempre era a responsável pela volta segura dos amigos até em casa.

A loira é dona de um coração tão doce e, por vezes, inocente que acabava sempre magoada em relação aos seus casos. Procurava tão desesperadamente o desejado amor verdadeiro que acabava se entregando em toda relação que surgia. E mesmo que já fora muito magoada e tenha derramado lágrimas o suficiente para transbordar a piscina do campus, não desistiria tão fácil de encontrar seu homem perfeito.

Já Jenna, apelido de Jennifer Marie Dandara, era o completo oposto de Candece. A morena de cabelos cacheados e pele da cor do pecado era completamente uma heartbreaker. Não se dava por satisfeita com migalhas e, por vezes, para não se sentir por baixo, se torna a figura mais fria e calculista que Makayla já conheceu. Com seus olhos castanhos vibrantes e corpo deslumbrante, ela faz o estrago em muitos corações pelo campus.

Jenna é justa, porém igualmente orgulhosa. Tem dificuldades de reconhecer quando está errada e para se redimir, só com quem sabia valia a pena. Era grossa quando preciso e bem-humorada quando o clima lhe permitia que fosse.

Impaciente, odiava todos os pré-acontecimentos antes de qualquer situação, e por tal motivo se entediava facilmente. Para se divertir, sentir a adrenalina que seus hormônios exaltados pediam, acompanhava Josh na maioria de suas aventuras nada saudáveis. Os dois até mesmo tinham um caso, mas Jenna sempre deixava claro que era apenas um sexo casual entre amigos. Ela parecia saber lidar com a situação de forma mais madura que Josh, que gostaria de entrar de cabeça na relação, e vez ou outra tinha crises de ciúmes quando a via com outros.

Apesar de terem conflitos frequentemente ainda se pode flagrá-los aos beijos ou em cenas ainda mais quentes constantemente (até mesmo em público).

Uma vez que já estavam prontas partiram para o local da festa desfrutando da música que tocava a altura máxima nos auto-falantes do Mercedes. Macky dirigia sabendo que na volta não o faria, pois Candece assumiria seu lugar de motorista, como já estavam acostumadas.

O local é uma casa simples, a poucas quadras da onde as garotas moravam, e assim que entraram na rua do endereço indicado identificaram rapidamente pois era a única a qual o som estrondava com as batidas da música eletrônica. Várias pessoas estavam ao redor da propriedade, espalhadas até o meio da rua, e por isso elas demoraram mais que vinte minutos para estacionar o carro.

- Podíamos ter vindo a pé. – Resmungou Jenna assim que desceram do carro.

Juntas entraram para a selva que estava a casa, cumprimentando rostos conhecidos ao caminho. Foram direto para o bar, desviando de empurrões e pessoas dançando, onde desconfiavam que encontrariam os demais amigos.

- Caralho, achei que não iam vir mais! – Soltou Kyle assim que as identificou no meio da multidão de dançantes agitados.

- Candece demorou uma década pra cachear esse cabelo dela – respondeu Jenna já agarrando um copo de um conteúdo que ela nem se preocupou em identificar das mãos de Will. – e pra ajudar tem gente pra todo lado na rua, quase a Macky atropela o Jake.

- Ele se jogou em cima do meu carro, não estava aguentando mais ficar em pé. – Defendeu-se Makayla.

- Tudo bem, agora que estão aqui, - disse Josh empurrando um copo com um drink que acabara de fazer para as mãos de Makayla – tá na hora de fazer vocês ficarem igual o pobre Jake.

Makayla e Jenna viraram as bebidas de uma vez, provocando uma careta automática de desgosto em Candece.

E aquele fora só o começo de várias viradas de copo.

4:27 AM era o que marcava no relógio.

Uma quantidade considerável de pessoas havia evaporado do lugar, como mágica. Makayla, que dançara e bebera loucamente a noite inteira, se encontrava ofegante jogada em um puff ao lado de um Kyle igualmente bêbado e talvez pouco menos consciente. Observou que os poucos sobreviventes que restavam na festa já não mantinham a mesma animação que demostravam no início da noite, alguns como os dois amigos estavam jogados aos cantos, outros continuavam firme e forte ao lado do bar, os mais valentes arriscavam passos de danças inusitados no meio da sala de estar e, os mais sensatos, como Candece, apenas jogavam consersa fora.

- Acho que a festa acabou por hoje. - Soltou Kyle se ajeitando no puff a ponto de encarar Makyla nos olhos. Ele adorava olhá-la nos olhos e se aproveitava de qualquer e toda oportunidade para fazê-lo.

- Não quero voltar pra casa agora – resmungou Makayla encarando-o de volta - Poderíamos fazer uma coisa muito mais interessante do que simplesmente ficar jogados aqui nesse puff de aparência desastrosa.

- O que a senhorita propõe?

- Podíamos fazer alguns dos nossos joguinhos divertidos... - a morena respondeu mordendo o lábio inferior com um sorriso safado no rosto e um olhar sedutor.

Kyle de repente ficou totalmente sóbrio e em choque, como se alguém tivesse o acordado com água congelante, um efeito que o deixou despertado em questão de segundos. Ele piscou algumas vezes, para verificar se não estava bêbado o suficiente para imaginar coisas.

Makayla ergueu-se do puff num pulo e ofereceu a mão na direção do parceiro. Quando estava a ponto de agarrar a mão dela e arrastá-la para o quarto mais próximo, ouviu gritar a outrem:

- Vamos, gente? Brincar de "eu nunca" lá na beira da piscina. Eu busco a tequila.

Ela voltou-se para Kyle e riu sapeca antes de correr na direção da cozinha enquanto parte dos que sobraram na festa se direcionavam para o lugar escolhido.

Ele deveria saber, essa era a consequência pelo acontecimento em seu quarto, mais cedo. Ela frequentemente fazia coisas do tipo para se vingar, e com a mesma frequência ele caía.

Com a intensidade que sua animação veio, ela se foi.

Tudo o que ele conseguiu fazer foi se jogar ainda mais naquele puff e deixar que sua frustração o preenchesse por completo.

Depois de ter xingado mentalmente os Deuses do sexo e o mundo por sua situação miserável resolveu participar do joguinho que a amiga havia inventado, infelizmente não o mesmo que ele imaginou que seria.

Estava na roda Will; Jenna; Zach, que ainda estava ali por ter vindo de carona com os irmãos de república que obviamente não tinham ido embora e não davam sinal de querer ir tão cedo; Josh; uma Candece que deixara bem explicito que não tomaria tequila pelo bem da volta das colegas para casa, porém beberia energético; Makayla e, por fim, Jason Backer.

Um jovem alto e esbelto, com músculos proporcionalmente distribuídos por seus 1.80 de atura; dono de ombros largos; braços musculosos; mãos grandes, que constantemente surgiam com roxos nos nós dos dedos, e postura amedrontadora possui a etiqueta de perigo grudada em si. A barba falha, cabelo castanho-claro desgrenhado e olhos amêndoas, que quase passam despercebidos devido à frequência que suas pupilas dilatavam, finalizavam seu aspecto aterrorizante.

- Vocês vão mesmo concordar em jogar qualquer coisa que tenha o Backer envolvido? - Kyle pronunciou chamando atenção de todos da roda.

- Qual é, McAllister?! Achei que tínhamos deixado às desavenças no passado.

Kyle prendeu os olhos em Jason, posicionado bem ao lado de Makayla, desnecessariamente perto demais. Ele era mais que um alerta de perigo, Jason emanava cheiro de problema a quilômetros de distância. E ele simplesmente não gostava do jeito que ele sorria para sua morena.

Era mais do que ciúmes, a rixa entre os dois começara antes mesmo de ambos pisarem nesse campus. Segredos do passado, coisa de anos atrás, que marcaram ambos para toda uma vida. Os dois não se bicavam, simplesmente, e haviam razões para tal. Inúmeras brigas entre os dois foram presenciadas por amigos e desconhecidos, por esta razão Kyle estranhava a normalidade da situação por seus colegas para com Jason. Brincando como se todos fossem grandes amigos.

- São só umas doses Kyle, não vai se tornar uma competição. - Jenna garantiu.

- É, cara, senta aí e relaxa. - Disse um Will aparentemente depois de ter fumado um baseado[1].

Kyle estava entre ir, deixar todos ali e evitar socar a cara de alguém e ficar, para garantir que Jason não acabasse enfeitiçando Makayla. E assim ele se juntou a roda, acomodando-se entre uma satisfeita Makayla e um carrancudo Jason. Com um grande sorriso sínico no rosto, disse:

- Então, quem vai ser o primeiro?

Depois de uma hora e muitas doses Kyle não sabia diferenciar mais quem estava à sua frente e nem quem pronunciava o "eu nunca" da vez, mas, ao ouvir a frase completa, tornou a virar a dose de tequila sem nem dar tempo de seu celebro raciocinar. O líquido desceu como água por sua garganta, como se ela já estivesse acostumada com o ardor do álcool.

- Não, espera um pouco, agora eu fiquei curiosa. - Soltou uma voz feminina, aparentemente Candece. - Kyle, qual de nós você já viu nua?

O rapaz ficou confuso com a pergunta, sequer entendia porque estava sendo direcionada justo a ele.

- Pode ser mais clara?

- Will disse "eu nunca vi nenhuma dessas meninas sentadas nessa roda nua" e você virou. - Explicou uma Jenna desfocada.

- Então é porque eu já vi. - Kyle sorriu, lembrando-se da cena que, se não fosse tão trágica, poderia até ser engraçada.

- Só na sua cabeça não vale, gênio. - Disse Josh rindo.

- Não foi na minha cabeça, vi ao vivo e em cores.

- Eu tenho o direito de saber quem e, se for eu, como. - disse uma Candece curiosa.

Kyle respirou fundo, piscou algumas vezes, buscando foco em sua visão embaçada e, assim que conseguiu identificar os rostos que estavam virados em sua direção soltou:

- Pode ficar despreocupada Candy, não foi você quem eu vi pelada. – ele engoliu em seco antes de revelar: - Foi a Macky.

GLOSSÁRIO

[1] Baseado: maconha, conhecida também como cannabis.

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