Capítulo III

Alguns tripulantes souberam do acidente e da tentativa de resgate do Makoto e foram para o hangar esperar Zaki trazê-los. Depois de alguns minutos que Zaki abasteceu e saiu para o resgate, ele retornou. O módulo abriu a porta e dele desceu Hanzo segurando Makoto desacordado no colo.:

— Socorro, socorro, onde está o médico? Preciso de ajuda agora!

Dois enfermeiros já estavam esperando sua chegada a mando de Hathor.

— Coloque-o na maca, vamos levá-lo imediatamente para a enfermaria.

Hanzo obedeceu, antes que pudesse dizer alguma coisa, o oficial Sohaire, acompanhado de dois soldados, o chamou:

— Explorador, você está detido em seus aposentos por período indeterminado por ordens do capitão e só poderá sair por ordem dele.

— O quê? Estão de brincadeira né? Isso é sério mesmo? Qual motivo?

— Você faltou com respeito e foi insubordinado com a hierarquia.

Hanzo se enfureceu e levantou o braço para acertar um soco em Sohaire, mas foi impedido por Zaki.

— Calma, calma, Hanzo. Não é assim que se resolve as coisas. Vou conversar com o capitão, vai com eles, esfria a cabeça. O mais importante é que Makoto ficará bem.

Ouvindo Zaki, o bravo Hanzo se acalmou e foi andando com Sohaire para seu alojamento, mas não se deixou ser algemado. Zaki foi imediatamente para ponte falar com o capitão. Hathor recebeu Makoto e começou a realizar exames, consultando todo seu corpo.

Na ponte.

— Capitão, Zaki se apresentando, podemos falar?

— Diga, piloto.

— Vim informar que Sohaire prendeu Hanzo em seus aposentos sob suas ordens, não acreditei e tive que vir averiguar pessoalmente, me recuso a acreditar que um capitão tão bem condecorado, inteligente e sábio seria capaz de prender um tripulante por motivos tão banais e antiquados, um tripulante que arriscou sua vida para proteger um membro da nossa equipe, da sua equipe, senhor.

— Meu caro, não é a hora de discutir minhas ordens. Eu dei a ordem mesmo. Insubordinação é um crime grave, piloto, sem mencionar a falta de respeito com a hierarquia. Agradeço pelos elogios, mas minha posição não muda por enquanto, ele vai ficar confinado por um tempo.

— Mas, senhor, ele fez isso para salvar seu amigo. O senhor nunca se alterou por alguém que se importe?

— Sim, piloto, mas em uma missão espera-se que o soldado seja capaz de separar suas emoções. Hanzo deu as costas para as ordens, ofendeu a oficial e arriscou sua vida. Fico feliz que o explorador esteja bem, mas poderíamos ter uma baixa de dois explorados caso desse alguma coisa de errado.

— Capitão, entendo perfeitamente sua posição, mas peço que repense sua ordem, ele foi um herói hoje, deveria ganhar uma medalha ao invés de confinamento.

— Não vou discutir mais sobre esse assunto, piloto, está dispensado.

Tedy vendo toda aquela cena, esperou Zaki sair e disse:

— Capitão, peço permissão para me retirar da ponte por um momento.

— Permissão concedida, Tedy.

Tedy rapidamente foi até a enfermaria. Aquele pobre gordinho correndo é uma alegria. E olha que ele não faz esforço por qualquer um.

— Hathor, como está Makoto?

— Olá, Tedy, ele está bem. Estava apenas com uma crise nervosa, um pouco emocional, também.

— Ah sim, que bom. Ficou sabendo que o capitão mandou prender Hanzo?

— Sim, fiquei, o capitão sabe o que faz, não podemos discutir com a hierarquia.

— É, mas, ele foi um herói. Arriscou sua vida, não merecia ser tratado assim...

— Eu entendo que você tem uma afeição por ele Tedy, mas somos treinados para agir sob pressão e Hanzo se mostrou muito descontrolado, sem mencionar Makoto. Eu acompanhei a missão por vídeo, uma das minhas funções é monitorar os tripulantes em seus trajes e percebi que tanto Makoto quanto Hanzo estavam alterados emocionalmente.

— Ah, tudo bem, não vou discutir por isso, vou avisar Hanzo que Makoto está bem.

— Certo, avise-o que o paciente vai fica um dia de observação.

— Pode deixar.

Na ponte, o capitão conversava com seus oficiais.

— Ema, já preparou a rota de contorno?

— Sim, capitão, tudo pronto. Já está no computador quântico.

— Excelente. Preparar para ativar velocidade de navegação, senhor Romus.

— Sim, senhor. Preparando motores, dilatação ativada, partícula adicionada. Tudo pronto, ao seu comando, capitão.

— Vamos retornar ao nosso destino, ativar, oficial.

E bum! Uma explosão seguida de um clarão arremessou Osíris 2 em alta velocidade pelo espaço.

— Capitão, estou surpreso, não aconteceu nada, estava já esperando aquela confusão de antes.

— É porque a nave foi calibrada com esta velocidade. —respondeu com alegria e satisfação.

Tedy, chegou até os aposentos de Hanzo e se deparou com dois guardas vigiando a porta.

— Fala, galera, poderiam deixar eu dar uma palavrinha com meu amigo?

— Temos ordens para não deixar ninguém fala com ele, nem mesmo um oficial.

— Entendo, nem se eu deixar vocês verem minha coleção retrô?

— Isso é um suborno, oficial?

Tedy colocou a mão na cabeça, tentando disfarçar o medo que sentiu com a pergunta que recebeu e disse:

— Imagina, é só um convite, quem disse suborno?

Neste instante uma voz vinda da porta disse:

— Tedy, é você?

— Sou eu, amigo, como está?

— Estou de boa, mas tem notícias do Makoto? Ninguém me disse nada ainda.

— Tenho sim, foi por isso que vim até aqui. Passei na enfermaria e está tudo bem, não se preocupa.

— Nossa que alívio, manda ele descansar, caso contrário ainda vai querer vir até aqui.

— Nem teria como, ele está em observação até amanhã. Mas assim que ele acordar eu converso com ele em seu nome, beleza?

— Agradeço Tedy. Não esqueci seu convite, assim que sair, quero ver sua coleção.

— Perfeito, amigo, agora descanse. Vou voltar para a ponte.

— Até mais, Tedy, e obrigado pela visita.

— Não foi nada, em breve volto com mais notícias.

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Mais um dia a bordo da Osíris 2 se passou, os tripulantes cada vez mais acostumados com a viagem com a nova velocidade de navegação. E também estavam se conhecendo cada vez melhor. Como em qualquer lugar que confina pessoas diferentes, cedo ou tarde todos vão se conhecer, afinal não tem muito lugar para se isolarem, mas, mesmo assim, alguns ainda não tinham muito papo com os demais. O paciente estava deitado no leito na enfermaria olhando para o teto por um tempo, depois de um período, passou um enfermeiro e Makoto perguntou:

— Com licença, quanto tempo vou ficar aqui ainda?

— Não tenho certeza, mas acho que já era para ter recebido alta, mas somente Hathor pode fazer isso.

— Entendo, pode chama-lo para mim por favor?

— Claro que sim, só vou arquivar esses documentos no banco de dados e irei chamá-lo.

— Muito obrigado.

— Por nada, agora descanse.

Na ponte:

— Capitão na ponte.

— À vontade, senhores. Como estamos indo, já passamos aquele campo de asteroides?

— Sim, senhor. Daqui uma hora estamos no curso original.

— Muito bem, oficial de inteligência. Você prestou um grande serviço a todos ao identificar esse perigo eminente.

— Obrigada, capitão, mas só fiz a minha função.

— Senhor Romus, assuma o controle, vou estar em meus aposentos.

Nos alojamentos:

“Toc, toc, toc, toc, toc”

— Calma, já vou abrir.

“Toc, toc, toc, toc, toc”

— Já disse que estou indo!

Abriu a porta.

— Ah é você, o que faz aqui? Pera, deixa que eu respondo, não parou de pensar em mim e veio me ver?

— Muito engraçado, Ekhein, vai deixar eu entrar ou não?

— Sim, entre.

— Obrigada.

Ekhein fechou a porta e perguntou:

— O que quer de mim, Aiyra?

— Vim te chamar para hoje a gente invadir o quarto de Sohaire quando ele estiver dormindo e roubar as senhas de comando.

Ekhein quase engasgou com a saliva.

— Está louca? Não é porque eu demonstrei que estou a fim de você que vai me usar assim, não.

— Está a fim de mim, é?

Ekhein ficou envergonhado.

— Eu falo demais em certas horas, mas é mais ou menos isso...

— Pense bem, Ekhein, tenho tesão em homens que obedecem, fica a dica. Quando for a hora, eu te chamo.

Ekhein ficou parado sem dizer nada enquanto Aiyra saia de seu quarto.

Priscilla corria com roupa de ginastica pelo corredor circular ouvindo música em fones em seu ouvido. Então, Sohaire se aproxima dela e a chama:

— Priscilla.

Ela não escutou.

— Priscilla!

Ela estava muito concentrada em seu exercício com a música alta, era impossível escutar alguém. Sohaire, então, resolve tocar no ombro. Priscilla se assusta e se vira chutando as genitais do oficial de segurança que cai no chão agonizando.

— Está doida? Por que fez isso?

— Ai, meu Deus, me desculpa! Não foi intenção, você que tem culpa, quem mandou me assustar?

— Eu? Só queria conversar, te chamei várias vezes e você nem escutava. Ai ai ai, que vontade de vomitar.

— Você sabe que tenho problema com surpresas, Sohaire, é culpa sua sim. Deixa que te ajudo a levantar. Mas afinal por que veio aqui tão cedo assim?

— Eu vim correr com você, pedi ao capitão para trocar meu horário de lazer só para passar mais tempo ao seu lado.

— Ahhh, espertalhão. Mas você vai ter que me acompanhar, porque vou escutar minhas músicas do mesmo jeito. Hora de treinar é hora de treinar, não de conversar.

— Nossa, quanto amor, hein? Ficar ao seu lado é o suficiente para mim, meu bem.

— Então corre, seu mole, fui!

Na sala de lazer, estava Andrey socando um saco de pancadas, treinando boxe, batia um golpe atrás do outro incansavelmente, jab, cruzado, uppercut, gancho, o saco de areia não parava quieto com a força de Andrey. Neste momento, entrou na sala Ekhein e começou observar o treino por um tempo.

— Belos golpes, até admiro o boxe, mas uma arte marcial que usa apenas socos é inútil. — Ele riu.

Andrey ignorou o comentário de Ekhein e continuou treinando. Ao perceber que foi ignorado, Ekhein olhou pela sala e achou uma garrafa de água com a tampa aberta, pegou ela e jogou a água nas costas do Andrey, que se virou imediatamente.

— Vejo que ignorar você não é suficiente para demonstrar meu desprezo. Vamos resolver isso aqui e agora, acha que aguenta?

— Estou esperando por isso desde aquele dia, otário.

Ekhein tirou a camisa e foi até o vestiário pegar uma bermuda. Os tripulantes que estavam na sala de treino ficaram espantados e começaram a chamar todos da nave para ver a luta, uns estavam até apostando. Priscilla e Sohaire ainda estavam correndo quando um tripulante passou por eles e os chamou:

— Oficial, vamos rápido, vai começar uma luta, todo mundo está indo ver.

— Quê? É sério?

— Sim, a tripulação inteira está indo ver.

— Nossa, isso não pode acontecer é proibido. O capitão já sabe?

— Não sei, mas estou indo ver antes que acabe, até mais, oficial.

— Priscilla, vamos lá separar essa briga.

— Bem na hora, essa nave está muito parada mesmo, uma ação vai ser bom...

— Que isso, Priscilla, vamos separar e não apreciar algo bárbaro assim!

— Ai, meu bem, não sei como sobreviveu até hoje. Vem, vamos logo.

Priscilla pegou na mão de Sohaire e foram correndo para sala de treinamento. Lá, Ekhein já estava pronto para começar. Os dois lutadores olhavam um para o outro sem piscar, prontos para se atacar. Um tripulante se passava por juiz e começou a dizer que as apostas estavam encerradas e que a luta iria começar. Ekhein se assustou com a organização e perguntou:

— Aposta? Quem tem a vantagem?

— Andrey! Desculpa, Ekhein, gosto de você, mas a lógica sugere que o Andrey vai acabar contigo.

— Valeu pelo apoio.

Então o juiz amador deu o sinal para começar. Os dois se aproximaram em guarda, um lendo o movimento do outro, Andrey testou a distância de Ekhein, que respondeu imediatamente com um chute na direção da cabeça do enorme homem, que defendeu perfeitamente. Apesar de seu tamanho, começou a mexer as pernas como uma espécie de dança de combate. O magrelinho ficou parado e olhava todo movimento do guarda roupa, se preparando para defender e atacar. O de olhos azuis, muito ágil, rapidamente gingou e desferiu um soco reto, seguido de uma sequência de golpes, de esquerda, direita, gancho, soco reto etc. O piloto tentava defender o rosto, mas a força do explorador era enorme, forçando o irritadinho a tentar se afastar, mas era inútil, a distância estava boa para aquele urso, entretanto, que acertou o estômago do outro com muita força, fazendo com que ele perdesse a guarda do rosto e em seguida recebesse um gancho direto caindo no chão. Ekhein só sentiu um zumbido, perdeu a audição, não desmaiou, mas ficou sem os sentidos. Andrey se virou e disparou um grito de vitória.

— O que estão fazendo? Sabem que isso é ilegal? — exclamou Sohaire, invadindo a sala.

Andrey se manteve calado, mas a tripulação inteira começou a vaiar Sohaire. Priscilla, então, pegou-o pelo braço e disse:

— Vai, bobão, hahaha!

— Vai nada, vou chamar o capitão agora.

— Vai lá então, estraga prazeres. Eu quero ver é luta!

Andrey comemorava a vitória, ao escutar Ekhein chamá-lo:

— Está pensando que me venceu com esses golpes fracos? A verdadeira luta começa agora.

Andrey se virou de volta para o adversário.

— Realmente admiro a sua força de vontade, Ekhein, mas a luta acabou, você nem consegue parar de pé, desista, não quero te machucar ainda mais.

— Desistir nunca é uma opção!

Ao dizer isso, Ekhein pulou na direção de Andrey disparando uma sequência de chutes, que Andrey defendia. O esquentadinho alternava socos e chutes, mas a defesa de Andrey era impecável, que também disparava socos de contra-ataque, ao que Ekhein pulou para trás, se esquivou e atacou novamente. A luta estava equilibrada, os dois trocavam golpes sem parar. Foi quando Ekhein observou que Andrey não usava as pernas para atacar, somente para dar impulso nos seus poderosos socos. Andrey percebeu que Ekhein deixava a guarda baixa no queixo quando desferia chutes. Sem pensar em mais nada, os dois, ao perceberem a fraqueza um do outro, partem para o ataque. Ekhein mira o joelho de Andrey e Andrey mira o queixo de Ekhein com um gancho. Neste instante, o capitão chegou e gritou:

— PAREM JÁ COM ISSO!

Os dois pararam um de frente para o outro, olhando dentro do olho, os golpes paralisados.

— O que pensam que estão fazendo, isso é proibido! O que têm a dizer em sua defesa, tripulantes?

Os lutadores entraram em sentido e se mantiveram calados. O capitão continuou seu discurso:

— Qualquer ato de violência entre tripulantes é proibido e punitivo. E todos os tripulantes que compactuam com tal ato são culpados igualmente. Ninguém de vocês fez nada para separar essa briga. Olha isso, fizeram até apostas! Que vergonha, que vergonha! Vocês acham que passar em um exame era o suficiente para estar nessa missão? Eu escolhi vocês pessoalmente, por suas habilidades, tudo isso é decepcionante. Eu já tenho um tripulante preso por insubordinação, devo prender todos?

— Permissão para falar, capitão?

— Fale, Ekhein.

— Se for punir alguém, que seja eu. Eu que comecei a briga, impliquei com Andrey por motivos bobos, se não fosse por mim, nada disso teria acontecido.

— De maneira alguma, eu aceitei a provocação, sou culpado também, capitão, assumo minha culpa tanto quanto Ekhein.

— Muito bem, pelo menos vocês dois são honrosos em assumir seus erros. Que seja, todos voltem imediatamente para suas funções. Vamos rápido! E, vocês dois, vou lidar com isso depois, irei pensar em algo para punir vocês que não seja prendê-los no alojamento. Meu Deus, Ekhein, vai para enfermaria logo, olha esse sangue na sua boca.

— Vamos, Ekhein, eu vou com você.

— Obrigado, Andrey.

Os dois seguiram juntos para enfermaria e o capitão se dirigiu para ponte.

 A regularização em turnos alternados entre os tripulantes estimulava o trabalho regular e a hora de descansar, as atividades físicas para manter o corpo em perfeito funcionamento e os entretenimento para manter o cérebro saudável. Aquele era dia de cinema na Osíris 2.

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— Bom dia, Hathor.

— Bom dia, Tedy.

— Como está Makoto?

— Está ótimo e ansioso para ter alta. Ontem mesmo queria sair, mas precisava fazer uns exames, então o segurei até agora de manhã. Logo mais ele sairá. Mas por agora tenho que falar com ele a sós.

— Beleza, vou lanchar e depois volto aqui.

Na enfermaria, Makoto já estava acordado.

— Bom dia, Makoto, teve uma boa noite?

— Bom dia, doutor. Mais ou menos, quase nem dormi direito, meu corpo está estranho.

— O que exatamente está sentindo?

— Ah, tipo, parece que estou com febre, outra hora frio, vontade de urinar quase toda hora, calafrios, minhas genitais estão doendo e meu peito também, minha cabeça tem horas que dói muito, tem hora que me dá um sono terrível, mas não consigo dormir muito tempo.

— Entendo perfeitamente. É por isso que te segurei até agora.

— Nossa, é algo grave?

— Não, relaxa está tudo bem. O que ocorre é que quando fiz os exames gerais em você, notei que seu corpo estava alterado, no início pensei que poderia ser pela falta de oxigênio ou algum trauma. Então pedi novos exames.

— Novos exames? Como assim? O que eu tenho? Fale logo, doutor, estou nervoso.

— Calma, já disse que está tudo bem. Você não possui sexo binário, lembra?

— Sim, mas o que isso tem haver? Não existe somente duas formas de gênero, você sabe, doutor...

— Eu sei perfeitamente. Porém o que passa é que você pertence ao aperfeiçoamento dos gêneros. Então você sabe que quando seu corpo decidir qual é seu parceiro, mudará para o sexo oposto, correto?

— Correto, doutor, mas o que tem haver?

— Nossa pensei que você já tinha entendido. Quero dizer que você agora pertence ao sexo feminino. Além dos sintomas que está sentindo também, sentirá nos próximos dias estranheza do seu corpo, seus seios ficaram maiores, pelos no corpo, mais curvas, mais suor, pele e cabelos oleosos, secreção, mudanças nos seus órgãos genitais e finalmente a famosa menstruação.

— NÃOOO!.

— Não é para tanto, Makoto. Agora você já tem alta, se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

Na ponte o líder se prepara para m****r uma mensagem a todos:

— Abrir canal oficial a nave.

— Pronto, capitão.

— Bom dia, tripulação. Hoje é dia de cinema, escolham o filme com sabedoria. E sobre o que fizeram ontem, eu não esqueci. Mas como Andrey e Ekhein assumiram sua culpa evitando assim eu punir todos, vocês irão assistir ao filme, o que não vai ser o caso dos dois. Como essa nave não é grande e jamais pensei em colocar algum tipo de punição, porque pensei que eram um pouco mais civilizados, não imaginei que iriam brigar como crianças. Colocá-los presos em suas cabines achei um pouco de desperdício de potencial, afinal, vocês gostam de servir a tripulação com bons shows, então escutem todos, eles vão prestar serviços, vão servir vocês durante o filme. É uma ordem que os faça trabalhar muito. Bons tempos eram aqueles que tinham batatas para descascar. Desligo.

Alguns tripulantes começaram a rir e outros nem ligaram. Ekhein escutava envergonhado e foi para seu alojamento. Já Andrey, que está levantando peso, nem ligou e continuou normalmente.

“Toc, toc, toc, toc, toc”

— Pode entrar, seja quem for.

Então a porta foi aberta.

— Sou eu, Aiyra, vim te agradecer, Ekhein.

— Deixe de brincadeira, aquilo foi uma vergonha.

Aiyra sorriu e piscou, mordeu o lábio e tirou a camisa. Subiu na cama onde estava Ekhein de joelhos e disse:

— Então vai ficar só olhando?

Ekhein não pensou duas vezes e a beijou com muito desejo. Beijou seu pescoço dando mordidinhas e foi descendo. Aiyra então disse, sussurrando:

— Eu te disse que quando um homem me obedece, eu fico cheia de tesão por ele.

No refeitório Makoto estava tomando chá.

— Fala, Makoto, tudo bem?

— Ah, oi Tedy, estou bem.

— Não está mesmo. A tristeza nublou as suas feições, o que está acontecendo?

— Não é nada.

— É por causa do Hanzo?

Makoto ficou vermelho e disse em tom bravo:

— O que tem o Hanzo? Me diz!

— Nossa, calma, que nervosismo é esse? Estou falando porque ele está preso e sei que vocês dois são amigos. O que pensou que fosse?

— Nossa, não acredito que ele está preso e ninguém me disse isso antes! Me fala: onde ele está?

— No seu alojamento, mas….

Antes que Tedy pudesse terminar a frase, Makoto saiu correndo para encontrar Hanzo.

— Posso me sentar aqui?

— Fique à-vontade.

— Prazer, sou Zaki.

— Tedy, e o prazer é meu.

— Bom, Tedy, de quem é esse chá aqui? Posso empurrar para lá um pouco para colocar minha bandeja?

— Desculpe, é de um amigo que estava aqui, mas teve que sair, vou tirar para você.

— Sem problemas, aconteceu alguma coisa?

— O amigo dele foi preso e ele ainda não sabia, quando contei, saiu feito doido.

— Está falando do Hanzo? E o amigo seria o Makoto?

— Sim, eles mesmo, como sabe?

— Eu era o piloto que estava com eles.

— Nossa, você que ajudou no resgate! Nem acreditei quando soube a loucura que foi. Me senti naqueles filmes de herói.

— Sim, eu mesmo. Mas foi Hanzo que fez todo trabalho arriscando sua vida para salvar o Makoto, ele não deveria estar preso...

— Sim, tentei falar com alguns superiores, mas sem sucesso.

— Normal, falei com o capitão e ele me veio com aquele papo de disciplina, como se estivéssemos na academia ainda...

— Pois é, ele não percebe que em uma missão devemos proteger uns aos outros?

— Sim, Tedy, mas ele é daqueles fanáticos por protocolos e regras, acreditam que sem elas voltamos à barbárie.

Makoto chegou correndo no alojamento de Hanzo e deu de cara com os dois guardas que o vigiavam.

— Por que estão aqui? Ele não fez nada!

— Estamos aqui por ordem do capitão. Ninguém tem permissão para entrar ou sair exceto o capitão — respondeu um dos guardas.

— Isso é um absurdo! — Então Makoto se virou para a porta e gritou — HANZO, HANZO, HANZO!

Passaram-se alguns segundos e Hanzo respondeu:

— Oi, Makoto, você está bem?

— Sim, estou. Por que te prenderam?

— Bobagens, não ligue com isso. Fico muito feliz que esteja bem.

— Como assim, Hanzo? Bobagens nada, você não é criminoso para fica privado de ir e vir! Isso é um absurdo, vou falar agora com o capitão.

— Não precisa se preocupar, Makoto. Zaki já foi falar ontem e como nada mudou acho que ele não conseguiu. Então promete pra mim que vai deixar isso para lá, logo, logo eu saio. O capitão não pode me manter aqui a viagem toda, cedo ou tarde tenho que sair.

— Desculpe, mas não posso prometer isso, Hanzo, me recuso a ficar andando por aí sabendo que está preso igual a um bandido.

— Olha, prefiro ficar preso aqui e saber que você está bem, do que livre aí fora e ter perdido você. Então faça suas atividades normalmente, se alimente... Hoje é noite de cinema, então vai, aproveita! E não insista mais nesse assunto, é minha vontade, tudo bem?

Os olhos de Makoto se encheram de lágrimas.

—Tá, vou fazer como você quer.

— Perfeito, Makoto, até mais então, vou meditar.

— Até, Hanzo, mais tarde eu volto.

Makoto ao sair fez uma careta para os guardas e correu.

No quarto, Aiyra estava acabando de vestir roupa, Ekhein estava deitado olhando-a se vestir hipnotizado.

— Já não viu tudo?

— Sim, mas ainda não estou acreditando, você é uma deusa.

Aiyra sorriu.

— Já me chamaram de muita coisa, mas nunca de deusa. Vou indo e não se atreva a conta para ninguém, escutou?

— Claro, jamais contarei, mas antes tem que prometer algo também...

— O quê?

— Que vamos repetir mais vezes.

— Hahaha muito engraçado. Esteja pronto para agir hoje durante o filme.

— Agir? Como assim?

— O plano, já esqueceu? Ainda não tem sangue no seu cérebro?

— Olha quem é a engraçada agora. Seja o que planejou não vai ter como ser hoje, estou de serviço durante o filme.

— Eu sei que está, mas também sei que você vai dar um jeito para escapar e me agradar de novo. Fui, estou morrendo de fome.

No corredor, Makoto estava caminhado e trombou com Aiyra saindo do quarto de Ekhein.

— Ops, desculpa não foi minha intenção. Ainda não te conheço, meu nome é Makoto e o seu?

— Imagina, não é nada. Aiyra, mas me diz o que faz aqui no alojamento dos homens?

— Vim visitar meu amigo Hanzo.

— Hum, o explorador que salvou o outro?

Makoto olhou para baixo apertou sua mão se sentindo envergonhado e disse:

— Ele mesmo e o salvo fui eu.

— Nossa, desculpa não sabia. Mas ainda bem que deu tudo certo. Mas mudando de assunto, tem como você me apresenta ele?

Makoto se surpreendeu com a pergunta e falou com um tom de espanto:

— Quê?

— Apresentar sabe, quero conhecer ele pessoalmente.

— Não sei, nem sei quando ele sai de lá. E, a propósito o que você está fazendo no alojamento dos homens?

— Estou tratando de negócios, nada pessoal. Vou para o refeitório, me acompanha?

— Estou indo também, fazer o quê? Vamos.

— Não entendi.

— Nada, não, vamos então.

Os tripulantes usavam o refeitório para além de se alimentarem também se reunirem para conversar, trocar informações a respeito da nave, jogar cartas ou jogos de multiplayer portáteis e também era o local onde votavam sobre tudo.

— Zaki, você vai escolher qual filme?

— Não sei ainda, Tedy, não assisti nenhuma das opções, então para mim tanto faz, mas qual você recomenda?

— Estava esperando a hora que alguém iria me perguntar isso, então vamos lá.

Makoto e Aiyra entraram no refeitório.

— Aiyra, olha ali, aqueles são meus amigos, Tedy e Zaki, vamos sentar com eles.

— Pode ir, já, já chego lá, antes vou pegar algo para comer, estou faminta.

— Está certo.

— Olha ali o Makoto está voltando. Ei, Makoto, venha aqui.

— Oi de novo para vocês. O que eu perdi?

— Nada ainda, chegou a tempo da minha explicação sobre os filmes e qual você deve escolher.

— Ai, nossa, eu não assisti nenhum, para mim não tem importância, Tedy.

— Ah não, você também, Makoto?

:— Viu, Tedy? Só você para assistir filmes antigos — zombou Zaki.

— São clássicos!

— Espera conheci uma tripulante no corredor e ela vai sentar com a gente. Acho que ela vai gosta de ouvir sobre os filmes.

— Quem é, Makoto?

— Aquela ali que está vindo.

— A morena?

— Sim. Já a conheciam?

— Não — respondeu Tedy.

— Sim, viemos juntos da terra— retrucou Zaki.

— Nossa, Zaki, e você nem fala nada!

— Cuidado com ela, Tedy.

— Como assim?

— Olá, meninos, tudo bem, Zaki?

— Oi, tudo bem? — respondeu Tedy todo animado

— Tudo sim, Aiyra, vamos sente-se — falou Zaki.

— É mesmo, sente-se, que vou explicar sobre os filmes.

— Vamos então, Tedy, pode falar agora.

— Os três filmes são bons, eu já assisti todos — disse Aiyra, tomou um gole de suco e mordeu o sanduíche.

— Viu, Tedy? E você achando que era o único que sabia dessas coisas — comentou Makoto surpreso.

— Realmente estou impressionado.

— Tedy, esse é seu nome né?

— Sim.

— Mas conte o que você acha sobre os filmes. Posso aprender alguma coisa também,

— Certo, mas quero conversar com você depois. Tenho uma coleção enorme, se quiser conhecer.

Zaki então disse:

— Vai contar ou não, Tedy?

— Sim, vou.

— O primeiro é um clássico. Um dia de Fúria, um homem de meia-idade estressado, em divórcio e desempregado, frustrado com o trânsito, fica enfurecido e começa a causar uma agitação violenta em toda a cidade de Los Angeles e vai atrás da ex-mulher. Durante o caminho, ele vai ter encontro triviais e provocantes que o levam a reagir com violência. É muito bom, mostra uma observação sarcástica sobre a vida, a pobreza, a economia e o capitalismo que era o sistema pelo qual as pessoas regiam sua vida.

— Esse é muito bom mesmo, Tedy, pessoal vai gostar muito. Não sei como aquelas pessoas viviam dia após dia com carros parados na rua, tem razão de ele surtar mesmo.

— Eles chamavam na época de engarrafamento, Aiyra.

— De nada. E você, Makoto, o que achou?

— Quero ouvir as outras opções.

— Certo e você, Zaki?

— Não gostei. Ver uma história de uma pessoa surtada arrebentando a cidade? Não mesmo.

— Do próximo então você vai gostar. Bem, De volta para o Futuro, nossa chego a arrepiar em falar esse nome. Esse filme tem como personagem central um adolescente típico americano dos anos 80, Marty McFly, que viaja de volta no tempo para 1955 em uma máquina inventada pelo cientista maluco Dr. Brown. E tem a missão, veja bem, de fazer seus pais ainda adolescentes se conhecerem e se apaixonarem, só assim ele conseguirá ter uma chance de voltar ao futuro. O que acharam?

— Como as pessoas desse século acreditaram que podiam viajar no tempo? Inacreditável. Esse até parece interessante de assistir, podemos observar através do filme como as pessoas daquele tempo se projetavam para o futuro.

— Aí que você se engana porque esse filme possui três títulos no qual em um deles ele vai para o futuro. Esse você vai gostar, Zaki.

— Legal, você tem ele para me emprestar?

— Sim, mas vamos esperar para ver qual vai ser escolhido.

— Perfeito.

— E vocês?

— Gostei também — respondeu Makoto.

— Claro, já assisti todos — disse Aiyra.

— Então agora se preparem, o último é também um nome de peso. Esqueceram de Mim, com esse filme é diversão garantida. Ele se passa quando as pessoas comemoravam aquela festa do final do ano, como é mesmo o nome…?

— Natal?

— Isso mesmo, Zaki, obrigado.

— Continuando, a família planejava passar o natal em Paris, mas em meio às confusões da viagem, um dos filhos, o Kevin, acaba esquecido em casa. Ele tem apenas oito anos e é obrigado a se virar sozinho e defender a casa de dois insistentes ladrões. É pra dar muita risada, vale a pena.

— Ah desse eu gostei, vou escolher esse. —respondeu Makoto. Agradeceu com um sorriso.

— Sim, Makoto, muito bom. Então qual vão escolher?

— Como eu já havia dito: De volta para o Futuro me agradou mais — respondeu Zaki.

— Tanto faz, já assisti todos— retrucou Aiyra.

— Hum, entendo. Eu iria indicar o De volta para o Futuro, mas quero que assistam o que mais agradar. Porém caso não seja escolhido o que gostaram, eu tenho todos e muito mais, posso enviar nos seus portáteis quando quiser.

— Calma, Tedy uma coisa de cada vez! — pediu Zaki

— Só queria que o Hanzo pudesse assistir...

— Calma Makoto, quando ele sair, vamos marcar de assistir um filme todos nós juntos, o que acha?

— Sério mesmo?

— Claro que sim.

— Nossa, obrigado, Tedy.

— Bom então vou volta para a ponte. Lembrem-se de votar quando saírem para os filmes. Até a noite.

— Foi um prazer, Tedy— se despediu Aiyra.

— O prazer foi meu.

— Até logo, amigo.

— Até, Makoto, e não se preocupa com Hanzo, ele está bem.

— Obrigado pelas indicações, mas pode m****r os filmes para mim, acho que vou ficar na minha cabine assistindo é melhor que fica no meio de tantas pessoas — pediu Zaki.

— Você que sabe, vou enviar. Falou, pessoal.

Em algum lugar da nave conversavam Datches e Carla:

— Certificou que ninguém seguiu você?

— Sim, comandante.

— Fez o que mandei?

— Tudo ocorreu como planejado.

— Excelente.

Na ponte, local de trabalho incessante:

— Alex, reporte o relatório diário.

— Como queira, Romus. A sala das máquinas está operando perfeitamente. Os motores permanecem estáveis, a matéria no reator continua em perfeito equilíbrio. E foi como o capitão disse, após a primeira partida, tudo se normalizou.

— Obrigado, Alex. Me mantenha sempre informado.

— Como queira.

— Capitão, aqui é o Romus, por favor senhor, venha a ponte imediatamente.

O capitão estava fazendo exercícios físicos quando escuta a mensagem de Romus. Então foi se trocar para ir para ponte. No caminho ele se encontra com Datches, Dante diz:

— Como tem passado, comandante?

— Excepcionalmente bem, obrigado por perguntar. Mas esqueçamos esse formalismo, me chame pelo meu nome.

— Como queira.

— E sobre aquele assunto, quando vai contar à sua tripulação?

— Isso não lhe diz respeito, Datches.

— Claro que não, mas veja bem, cada vez mais nos aproximamos do real objetivo. Como vai lidar com isso? Lembre-se, Dante, se você pisar na bola com as pessoas certas, a errada vai te mostrar como dói.

— Sabe, Datches, admiro pessoas que assumem seu erro, falam quando estão com saudades ou mesmo dizem que odeiam, deixam o orgulho de lado ou a falsidade e falam o que realmente querem. Gosto de pessoas que sabem dar valor ao que tem, que fazem por merecer e o principal, meu caro, que não fingem ser outra coisa do que são de verdade. Fique sabendo que você jamais vai ser alguém, você é só um comandante fracassado que jamais desenvolveu algo de valor. Se tem inveja de mim porque construí tudo isso, tudo bem, mas não se atreva a sabotar a missão com suas intriguinhas. A missão é pela humanidade, está muito além de mim ou de você.

O líder, então, virou as costas e saiu, deixando Datches sem direito de resposta, em direção à ponte. Aquele homem audacioso esperou o capitão sair de perto e socou a parede com toda sua força com raiva e ódio.

— Você vai ver o que te aguarda capitão. —jurou.

Na ponte.

— Capitão na ponte.

— Informe.

— Sim, senhor capitão. Te chamei porque estamos entrando na galáxia CLF 153 Andrômeda C, só queria te informar a situação. Em breve estaremos no nosso destino.

— Perfeito, oficial. Podem ir assistir ao filme, eu fico no comando.

— Sério, capitão? Tem certeza?

— Sim, tenho que repassar algumas coisas sobre a missão. Podem ir, divirtam-se.

Os oficiais da ponte comemoram a dispensa dos serviços e foram assistir ao filme. Todos começaram a se reunir na sala de conferência que será usada para transmitir o filme. Um tripulante ao entrar na sala disse:

— Olha ali gente, Ekhein e Andrey esperando para nos servir. Hahahaha! Ekhein me traz uma pipoca.

Outro tripulante disse:

— Ekhein me traz um sanduíche! Hahahaha

— Continuem tirando sarro com minha cara para ver o que acontece — ameaçou Ekhein.

— Vai acontecer que sua pena vai aumentar. Anda logo ou vou chamar o capitão e dizer que você está sendo insubordinado— retrucou o tripulante.

— Ah, seu desgraçado, eu te pego!

Ekhein partiu para cima do tripulante. Andrey ao perceber o descontrole, segurou ele com um mata leão e disse:

— Relaxa, companheiro. Isso é passageiro, vamos levar o que eles pediram e deixa isso para outra hora. Não está vendo que eles querem é te ferrar ainda mais?

Ekhein apenas acenou com a cabeça, entendendo o que Andrey queria dizer. Então Andrey o soltou e juntos foram buscar o que os tripulantes pediram.

— Isso mesmo cachorrinho escuta seu dono. HAHAHAHAHAHA! — exclamou outro tripulante.

Ekhein se controlou e não disse nada, mesmo querendo partir a cara de todos. Depois de um tempo a sala toda já estava lotada, todos apenas esperando o filme começar. Tedy entrou na sala e procurou Makoto, olhando fileira por fileira, até que o avista na segunda cadeira da terceira fileira, então ele foi até ele.:

— Ei, Makoto.

— Oi, Tedy, viu o filme que você queria acabou sendo escolhido.

— Sim, você vai amar. Vim te chamar para sentar comigo ali atrás, tem dois lugares.

— Mas aqui também tem dois, sente-se comigo aqui mesmo.

— Ah, então tudo bem.

Tedy então se sentou junto a Makoto.

— De quem era esse lugar?

— Estava segurando para a Aiyra, mas você chegou primeiro e também não fui com a cara dela, melhor assim.

— Entendo, então vamos curtir. Vou pedir algo para gente, quer o que?

— Quero um sanduíche e suco.

— Certo. Ei, Ekhein, vem aqui.

— Pode deixar que eu vou Ekhein — disse Andrey — O que querem?

— Opa, Andrey, né?

— Sim, o que querem?

— Quero uma pipoca e uma bebida gaseificada e meu amigo quer sanduíche e suco.

— Como queiram, espere um momento.

As luzes da sala se apagaram e o filme iniciou. Os tripulantes ficaram em silêncio. Andrey está no fundo do lado direito da sala e Ekhein do lado esquerdo. Aiyra entrou na sala pega no braço do Ekhein e o puxou para fora.

— Que isso, princesa, isso é tudo saudade?

— Tira esse sorriso da cara, vamos executar o plano, está lembrado?

— Não tem como, estou de serviço, vão notar minha ausência, Aiyra.

— Dá um jeito, fala pro Andrey te cobrir.

— Mas o que digo para ele?

— Isso é com você, Ekhein, vamos logo, o tempo está passando.

Ekhein foi até Andrey e disse:

— Andrey posso te pedir um favor?

— Dependendo do que for, pode.

— Então, comi algo que não me caiu muito bem, preciso ir ao banheiro, tem como me cobrir enquanto eu vou?

— Sendo isso, tudo bem.

— Obrigado, se alguém perguntar, você fala que fui buscar comida para alguém, se não ainda me ferram com o capitão.

— Pode ir, deixa comigo.

Ekhein saiu da sala e junto com Aiyra foram para o setor 4.

Sohaire sempre amoroso.

— Está gostando do filme, Priscilla?

— Sim, Sohaire. Estou amando nosso tempo juntos!

Chegando no setor 4, Ekhein disse:

— Por que estamos aqui?

— Pensei que já sabia, vamos entra na sala secreta.

— Sala secreta?

— Sim, não se finja de tonto.

Aiyra foi até o painel e digitou a senha e a porta se abriu.

— Como você sabe a senha da porta, Aiyra?

— Como eu sei? Está ficando louco? Você que me deu.

— Eu? está doida? Nem sabia disso.

— Ah, fala sério, vai começar com esses joguinhos agora, mesmo? Eu já te dei o que você queria, então cala a boca e vamos prosseguir.

Ekhein, sem entender nada, foi andando junto com Aiyra. Ao entrar na sala, encontraram um poderoso arsenal de batalha, trajes especiais, armas de alto calibre, algumas que nem os exploradores mais experientes tinham permissão para usar. Olhando tudo com cautela, passaram para a próxima e última sala daquela sessão. Quando entraram, Aiyra coloca a mão na boca de Ekhein e disse baixinho:

— São Ms2, não fale alto, tudo de acordo?

Ekhein fez um gesto com a cabeça confirmando. Então Aiyra tirou a mão e Ekhein sussurrou:

— Porque temos Ms2 a bordo? Qual sentido?

— Não sei, mas é isso que escondem da gente.

— Vamos sair daqui, está ficando muito perigoso.

— Calma, deixa eu pegar aquela pasta perto deles.

— Não, deixa isso, eles podem despertar.

— Relaxa, eu consigo.

Aiyra foi andando bem devagar, um passo de cada vez, pegou a pasta e voltou para entrada onde estava Ekhein esperando.

— Consegui, vamos sair daqui.

— Sim, vamos

Saíram da sala dos Ms2 passaram pelo arsenal e Ekhein esbarrou em uma munição que estava em cima de uma arma, a munição caiu e fez um barulho agudo, então um M2 disse:

— M2 ativado, aguardando missão...

— Rápido, Ekhein, corre.

Os dois saíram correndo da sala, depois do setor 4 mais rápido que podiam até que chegaram no refeitório:

— Podemos parar um pouco de correr, Aiyra.

— Nossa que susto. Você quase botou tudo a perder.

— Você que inventou de nos arriscar assim. Não me chame mais para essas loucuras, cansei. Se o capitão descobre eu vou ficar trabalhando a viagem toda ou coisa pior.

— Larga de ser bebê chorão, Ekhein.

— Que bebê o quê! E, eu não te dei senha nenhuma, não tenta jogar essa culpa para mim, porque se me perguntarem eu não vou assumir nada.

— Veja lá o que fala, Ekhein. Eu sou tranquila, mas nunca, jamais me ameace ou tente me botar algum medo, você não vai gostar do que vem depois. Vai lá, volta para seu serviço, seu medroso.

— Vou volta mesmo, sou eu que estou ferrado, até mais.

— Vai então, seu medroso. Eu tenho culhões aqui, vou investigar até o fim.

Ekhein nem deu moral e foi servir os tripulantes deixando Aiyra para trás falando sozinha.

— Seu babaca, vai se ferrar!

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