Capítulo I

Em 1687, Isaac Newton publicou sua obra “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” nos possibilitando à compreensão da realidade física e suas leis, surgindo a possibilidade da exploração espacial.

Posterior a Segunda Guerra Mundial, que marcou o mundo, teve início a guerra fria. Neste contexto de guerra e ameaça nuclear, aconteceu algo bom, algo que mudou o curso da humanidade. Em 20 de julho de 1969 pisou o primeiro homem na lua, um grande passo para humanidade.

Em 1977, foi lançado as sondas Voyager, que partiram em uma missão de contato com outras espécies do universo. Nessas sondas contém todas as nossas informações, imagens, áudios em 55 línguas de saudações, nosso DNA, além de nossa localização no universo.

Em 2032, conseguimos estabelecer a primeira colônia em Marte, que permitiu a nossa tecnologia avançar muito com os novos minérios que encontramos lá. Com todos esses avanços, uma dúvida ainda nos assolava: estamos realmente sozinhos no universo? Somos um acaso que aconteceu somente no nosso sistema? Mas em 2053, tudo mudou, quando recebemos uma sonda, cuja origem foi identificada mais tarde, vinda de um sistema que ficava a 1.400 anos luz de distância da Terra. A mensagem direta e clara, “Saudações, vocês não estão sozinhos”, em todos nossos idiomas. O que mudou para sempre nossa vida. Em 2083 partiu a primeira nave de colonização espacial da Terra, a nossa obra prima Osíris 1, o cruzador autossustentável, que conduziu a humanidade ao que sempre sonhamos: conhecer outra espécie inteligente não humana.

 Agora, em 2118, vamos partir para encontrar nossos amigos que nos deixaram há muito tempo, para realizar nosso sonho enquanto espécie. Embora nossa nave seja menor, a Osíris 2, está equipada com a mais alta tecnologia de ponta, superando e muito a Osíris 1, em todos os sentidos. Através da descoberta de outra espécie no universo, nos unimos como um único governo mundial, somos humanos, somos iguais. As diferenças que nossos antepassados tinham não temos mais, somos iguais e únicos. O poder que a humanidade tem unida é inimaginável. Em breve terão mais notícias nossas. Câmbio, desligo, Houston.

— Positivo, Osíris 2, os tripulantes vão chegar dentro de doze horas para o embarque. Houston desligando.

O capitão se levantou de sua cadeira que ficava no centro da ponte e caminhou até a janela da magnífica Osíris 2, olhando a Terra com as mãos para trás, seu uniforme era um macacão azul, com um zíper que ia da gola até a cintura e revelava uma camiseta branca por dentro, seus sapatos eram parecidos com coturnos. Moreno, possuía 1,87m de altura, porte atlético, seu corte de cabelo era undercut, tinha olhos castanhos e sua barba desenhada. Sua voz era suave quando estava calmo, porém quando ficava nervoso se tornava grave e grossa. Em seu peito, estava o símbolo, redondo, com o Homem Vitruviano bem visível em dourado e o planeta terra ao fundo, adotado para representar a espécie humana, entre seu nome e os dizeres de “capitão”.

— Dante! Dante!

— Diga, Sohaire.

— Ouvi seu discurso pelo comunicador, ficou magnífico! Realmente digno de sua categoria. Garanto que o mundo gostou.

— Obrigado, Sohaire. Foi apenas admiração pela nossa história — Ansioso para começar a viagem. — Sohaire, te conheço desde a academia e juntos mostramos nosso valor a nossa espécie. Mas te peço que perto dos tripulantes me chame de capitão. Quero manter a ordem, intimidade demais pode prejudicar o decorrer da missão.

— Tudo bem, capitão, eu entendo. Tudo pela espécie.

—Tudo pela espécie.

— Sohaire, continue os preparativos para partida. E lembre-se de que no setor 4 não pode entrar ninguém além dos permitidos. Você é meu oficial de segurança, no qual tenho total confiança, certas informações da missão devem permanecer somente nas altas categorias.

— Tudo bem, capitão, estou indo.

— Um momento, Sohaire. Você verificou se os M2 já estão a bordo?

— Sim, verifiquei, estão a bordo e em seu posto.

— Excelente, são quantos?

— O conselho nos permitiu três, capitão.

— Perfeito, creio que será o suficiente. Poder ir agora.

— Certo, capitão.

A Osíris 2 era a mais nova joia da humanidade. Possuía uma nova tecnologia que permitia alcançar uma velocidade nunca antes pensada pelo homem. Em formato cilíndrico, com anéis no centro que giram em torno de um globo para gerar atmosfera, sistema de suporte de vida, Osíris 2 era autossustentável, com impressoras 3d para produzir tudo que precisavam, sintetizandor de alimento. Era equipada com dois módulos, canhões, torpedos e blindagem. Estava parada na atmosfera da terra, no porto da estação espacial, aguardava os tripulantes que vinham da Terra e de Marte. Na entrada da Osíris Sohaire esperava os tripulantes. O primeiro a chegar foi o oficial de comunicação, Tedy, que já estava na estação espacial, ele era brincalhão, com 1,80 de altura, gordinho, barba ralada e cabelo curto, trazia consigo uma mala enorme. Sohaire disse:

— Qual seu nome e sua função, tripulante?

— Oficial de comunicação Tedy se apresentando, senhor!

— Positivo, prossiga.

— Com certeza — respondeu com um sorriso animador. — Onde fica meu alojamento, quero arrumar minhas coisas.

— Alojamentos dos oficiais ficam no setor 1.

— Obrigado.

Passaram-se cerca de dez minutos e chegaram dois exploradores que vinham da Terra. Makoto, oriental com 1,67m de altura, magro, cabelo preto liso até o ombro, sem barba, olhos pretos, tímido e calado. O outro era Hanzo também de origem oriental com 1,77m de altura, seu cabelo era preto, baixo nas laterais e arrepiado em cima, sem barba, olhos também pretos, porte atlético, imponente e demonstrando confiança, chegando a ser um pouco convencido.

— Se apresentem — disse Sohaire.

— Explorador Hanzo se apresentando, senhor! —respondeu com voz imponente.

— Explorador Makoto se apresentando, senhor... — disse por sua vez meio tímido, olhando para o chão, mas sempre se voltando para Hanzo disfarçando, sua voz era muito calma.

— Positivo, prossigam. Os alojamentos dos exploradores ficam no setor 3.

Pouco tempo se passou e chegaram mais três tripulantes, vindos de Marte. Andrey, branco de ascendência russa, com 1,82m, forte, com cabelo cortado muito curto, olhos são azuis, calado, conversava somente o necessário. Ekhein, branco, magro, cabelo curto preto, olhos são castanhos, extrovertido. E, por último, Priscilla com 1,72m loira com cabelo comprido até o meio das costas, olhos são verdes e porte atlético.

— Se apresentem! — repetiu Sohaire olhando fixamente para Priscilla.

— Piloto Ekhein se apresentando, senhor!

— Explorador Andrey se apresentando, senhor! — retrucou com sua voz calma.

— Priscilla se apresentando, senhor Sohaire. Me diga, onde fica minha cama? — perguntou, dando uma risada sarcástica para Sohaire.

— Positivo, prossigam. Alojamentos dos exploradores ficam no setor 3 e dos pilotos no setor 2.

Quando estavam subindo a bordo, Sohaire chamou:

— Espere um momento, Priscilla.

Priscilla parou, se virou e foi ao encontro de Sohaire, deu um forte abraço nele e disse:

— Estava com tanta saudade, meu amor!

— Eu também estava, fico muito feliz que você passou no exame.

— Obrigada! Eu fiz de tudo para fazer parte da missão, além de poder fica ao seu lado. Agora podemos ter um tempo para nós!

— Sim, fico muito feliz. Mas não podemos demonstrar nada perto dos tripulantes. O capitão não gosta dessas coisas. Ele está muito focado na missão, para falar a verdade, desde a academia nunca o vi tão sério como está esses dias.

— O Dante?

— Sim, o próprio.

— Continua o mesmo nerd sem graça de sempre?

— Não diga isso, ele é um gênio, sem ele não teríamos a nova tecnologia.

— Você quer dizer, sem nós de Marte trabalhando sem cessar nas escavações, os modificados que sofrem sem descanso, ainda nem são considerados como pessoas. Tudo para gente como o Dante ser considerada um herói.

— Calma, que revolta é essa? Lembra? Tudo pela espécie.

— Eu sei, mas o Dante também não ajuda. Desde a academia ele nunca mais falou com ninguém além de você. Ele só fala com você porque trabalham juntos, se não fosse isso, nem falaria também, aposto.

— Caramba.... Olha, vocês terão que se dar bem. Nossa missão será longa.

— Vou fazer o possível. Me dá um beijo para eu ir para meu alojamento, estou exausta.

— Tudo bem, mais tarde nos falamos.

Passou um momento e o comunicador de Sohaire tocou.

— Sohaire, todos já subiram a bordo?

— Quase todos, capitão. Falta um piloto e um explorador. Além do comandante que o conselho vai enviar.

— Certo, assim que todos chegarem me avise.

— Positivo.

— Mais uma coisa, você sabe quem é o comandante?

— Não, capitão, o conselho não disse nada.

— Tudo bem, então. Aguardando.

— Positivo.

Depois de uma hora de espera, chegou, vindo da Terra, o piloto Zaki, negro de 1,75m, careca com porte atlético, olhos escuros. Homem de honra, de olhar penetrante, sua voz era grossa. Também se aproximou a exploradora Aiyra, negra de 1,74m, cabelo cortado curto, olhos castanhos. Uma mulher fria e calculista, sempre com um pé atrás, muito convencida.

— Se apresentem! — ordenou Sohaire.

— Exploradora Aiyra se apresentando, senhor!

— Piloto Zaki se apresentando senhor!

— Positivo, prossigam. Alojamentos dos exploradores ficam no setor 3 e dos pilotos, no setor 2.

Sohaire chamou o capitão pelo comunicador.

— Capitão, chegaram os dois que estavam faltando. Agora, o comandante é outra história...

— Positivo, Sohaire. Vamos aguardar mais um pouco, se ele não chegar, vou comunicar Houston.

— Positivo, capitão.

Depois de muito tempo, o comandante chegou vindo da Terra. Seu nome era Datches, era um homem magro, careca e de rosto liso. Era muito misterioso. Ao seu lado veio a tenente Carla, branca, de porte atlético, cabelo curto e preso, tinha a voz grossa, demonstrando confiança e era muito destemida, fazendo qualquer homem pensar duas vezes em atravessar seu caminho.

— Se apresentem! — repetiu Sohaire. E pensou: “De onde saíram esses dois? O que o conselho pretende com essas pessoas?”

— Saudações, sou o comandante enviado diretamente do conselho da Terra. Pode me chamar de Datches, oficial.

— Tenente Carla. Já podemos entrar ou tem alguma outra cerimônia?

Sohaire não gostou nada da prepotência dos dois últimos tripulantes e disse:

— Já estão entrando, pelo jeito. Alojamentos dos oficiais ficam no setor 1.

Os dois entraram e foram para seus alojamentos sem dizer mais nada. Sohaire chamou o capitão pelo comunicador.

— Capitão, o comandante e mais um tenente acabaram de embarcar. Devo dizer que não gostei nada deles.

— Já esperava por isso, Sohaire, fique de olhos nesses dois, o comandante é aquele tipo de pessoa que age por interesse, buscando tirar proveito de tudo o que faz. Venha para ponte, vamos começar os preparativos para zarpar, não aguento mais esperar. Queria que todos fossem pontuais como eu.

— Positivo, capitão, estou a caminho.

O comandante entrou no seu alojamento, colocou suas coisas e chamou a tenente para irem a ponte conversar com o capitão, além de informar sua chegada. Na ponte, o capitão aguardava Sohaire ansioso. Os pilotos e exploradores se acomodaram em seus alojamentos, alguns colocaram lembranças de seus parentes, outros não colocaram nada, simplesmente foram se acomodando, esperando alguma ordem do capitão.

O oficial de comunicação estava em seu alojamento colocando pôsteres de seus jogos preferidos. Na tela, estava instalando seus jogos, séries e filmes preferidos do século XXI, colocando alguns livros raros, ainda de papel, na prateleira, deixando de seu gosto, ele era um amante de tudo dos séculos passados.

Makoto não trouxe nada além do necessário. Hanzo trouxe sua katana, que usava em suas missões. Andrey trouxe seu equipamento de treino. Aiyra trouxe apenas o essencial, assim como Ekhein e Zaki. De repente, quando todos estavam se acomodando, uma voz vinda de todas as direções acordou Priscilla.

— Sejam bem vindos a Osíris 2, tripulantes. Venham à ponte imediatamente.

Todos largaram o que estavam fazendo e obedeceram. Pelo corredor, Zaki e Ekhein se encontraram e Zaki o cumprimentou.

— Prazer em conhecê-lo, Ekhein, também sou piloto.

— Prazer, mas como sabe minha função? — perguntou, se mostrando pensativo e surpreso.

— Está escrito em seu peito — retrucou e soltou uma risada.

Ekhein, meio sem graça, também riu e seguiram juntos. De repente passa por eles um homem forte, calado, sem olhar para nenhum lado. Passou no meio dos dois trombando, jogando o Zaki e Ekhein na parede. Ekhein ficou muito nervoso e disse:

— Que merda é essa, está louco, grandalhão?

— Calma, Ekhein, deixa isso para lá — Zaki tentou acalmar.

— Como você suporta um desaforo desse, Zaki?

— Ele é explorador, são treinados para serem durões. Brigar ou discutir não compensa, não leva a nada, apenas a divisões, não precisamos disso agora.

— Vou deixar quieto por sua causa, acabei de conhecê-lo e não quero te contrariar, meu amigo.

Zaki pensou: “Deixa quieto, sabe que iria se dar mal” e deu uma enorme risada.

— Oficial de segurança e táticas se apresentando, senhor.

— Excelente, Sohaire. Vamos esperar todos chegarem.

Todos foram chegando à ponte, alguns rostos novos e outros conhecidos.

O capitão estava parado e olhando pela janela a Terra. Sohaire disse:

— Capitão, todos já estão aqui.

— Muito bem, oficial.

O capitão se virou, foi até o centro e começou a falar:

— Tenho o prazer de tê-los a bordo, saibam que vocês são os melhores dos melhores. Essa missão não será fácil, devo dizer. Antes de mais nada, quero que se apresentem, embora eu já conheça alguns rostos, outros escolhi a dedo pelos conhecimentos, será bom para todos se conhecer, comecem pelos pilotos. Eles se apresentaram um depois do outro, houve troca de comprimentos. Tedy foi o último, fazendo brincadeiras no final da apresentação, fornecendo boas risadas a todos, o que quebrou o clima mecânico.

— Prazer em revê-los, conheço-os, porém em épocas diferentes, aquela expressão, o mundo é pequeno, faz sentido, fico feliz em tê-los a bordo. Creio que vamos nos dar bem — começou Dante. — Quero apresentar a todos o oficial médico Hathor, o oficial de engenharia Alex e o cadete Romus. Todos vocês foram escolhidos porque apresentam várias habilidades além de sua patente e função, nossa missão é encontrar Osíris 1 no destino do contato. Vamos partir dentro de poucos minutos. Devo informar que vocês serão os primeiros a presenciar a nova tecnologia de viagem em funcionamento. Nunca estive tão feliz em minha vida. Acrescento também que, não quero intimidade entre os tripulantes, nem tripulantes de baixa patente, muito menos com vocês. Não quero que nada possa prejudicar a missão. Dispensados.

Os que ficavam na ponte sentaram-se, os demais foram para suas posições. O capitão sentou-se em sua cadeira e chamou Houston.

— Houston, aqui é o capitão Dante da Osíris 2. Pedindo permissão para partir.

— Permissão concedida, Osíris 2. Façam uma boa viagem e aguardamos contato.

— Obrigado, Houston, começar a contagem.

— Positivo: 5, 4, 3, 2, 1. Osíris 2 partindo da estação espacial.

— Oficial, coloque comunicação para toda nave.

— Positivo, capitão.

— Atenção tripulantes da Osíris 2, acabamos de zarpar da estação espacial. Na velocidade normal na qual viajou a Osíris 1, demoraríamos cerca de 20 anos para chegar no destino e fazer contato. Não tem comparação a velocidade que podemos viajar agora. Vamos iniciar os preparativos para ativar a velocidade de navegação máxima. Peço que todos fiquem em suas posições, a arrancada pode deixar alguns enjoados ou com dores de cabeça, porém normalizará com o tempo. Fechando canal.

— Cadete, prepare motores para navegação máxima.

— Positivo, capitão. Ativando dilatação dos motores. Matéria adicionada no reator. A dobra está pronta, quando quiser, Capitão!

Os motores da nave dobraram de tamanho. Em sua lateral, abriram-se pequenos motores voltados para os motores maiores. Uma energia começou a se formar, partículas brancas, praticamente uma neblina espacial, foram-se formando, tornou-se negra meio azulada, como se o espaço ficasse em forma de bolha nos propulsores da nave. O capitão respirou fundo, olhou o botão para ativar a velocidade e disse:

— E o macaco aperta o botão.

Os motores da nave foram acionados e, por um instante, eles se energizaram, disparam uma explosão enorme e arremessaram a Osíris 2 para frente em grande velocidade. O capitão foi jogado com força no encosto de sua cadeira a nave toda começou a tremer e ranger. Alguns tripulantes caíram, outros foram arremessados contra as paredes. Faíscas saíam de várias partes da nave. Todos começaram a ficar com medo e assustados. O capitão pensava: “Vai normalizar, vai normalizar. A Osíris 2 vai aguentar!” O cadete gritou para o capitão.

— Capitão, desative a velocidade, a nave não vai aguentar, vamos morrer!

— Calma cadete, ela vai aguentar, sim. Já vai normalizar. Oficial, preparar para ativar sequência para normalização e calibragem.

Ninguém respondeu. O capitão se virou e viu o oficial desmaiado. A ponte da nave tremendo e rangendo. O capitão saiu de sua cadeira, caindo e levantando, andou escorando nos objetos no caminho e foi até os computadores que ficavam do outro lado da sala. Digitou os códigos de calibragem. Passaram-se alguns instantes e a nave foi diminuindo aquele caos até parar todo aquele desespero.

— Cadete, abrir canal com a nave.

— Positivo, capitão. Pronto!

— Atenção, tripulantes. Sinto muito pelo alvoroço, mas agora está tudo bem e não voltará a acontecer. É a primeira vez que essa velocidade é ativada. Agora foi tudo calibrado e normalizado, poderemos entrar e sair da velocidade sem todo esse incômodo. Enfermaria, mande alguém buscar o oficial de engenharia na ponte, ele está desmaiado. Ao resto dos tripulantes, vão a enfermaria também para fazer avaliações médicas. Desligo.

— Sohaire, veja se está tudo bem com os M2.

— Certo, capitão.

Antes de obedecer, Sohaire, muito preocupado com Priscilla, foi vê-la. Os tripulantes foram para enfermaria. Tedy foi arrumar seu quarto, que ficou devastado. De repente, o comandante entrou na ponte gritando.

— Capitão!!! Me explica o que foi isso?!

— Antes de mais nada, nunca mais entre gritando na ponte. E você sabia que essa tecnologia é nova. Os motores precisavam de calibragem. Se sabia que tinha riscos, por que veio?

— Eu só vim a mando do conselho. Saiba que jamais aprovei essa missão, assim como essa tecnologia. Estou aqui para vigiar você e, por qualquer deslize, eu tomo seu posto de capitão.

— Então, comandante, eu te aconselho a ir à enfermaria, averiguar esse sangue em sua careca. Não queremos você com um traumatismo, né?

O comandante passou a mão na cabeça e olhou, quando viu o sangue, saiu correndo para enfermaria. O capitão se retirou para seus aposentos para se recompor e deixou o comando da nave com o cadete Romus.

Na enfermaria, Hathor e sua equipe atendiam a todos, primeiro os feridos, depois medicavam os que estavam com dores de cabeça, ânsia de vômito ou pressão alterada. Mesmo com a cabeça doendo não impediu Hathor de atender a tripulação, ele era um médico dedicado a salvar vidas, albino com 1,69m, magro, com cabelo branco liso até o ombro.

Sohaire entrou no alojamento de Priscilla, a encontrou desacordada, sangrando com um corte na cabeça. Desesperado, a pegou no colo e correu para enfermaria. Entrou ainda correndo, gritando, pedindo ajuda e chamando o médico. Hathor rapidamente foi ao seu encontro e perguntou o que aconteceu ao que Sohaire explicou como a encontrou. Hathor rapidamente mandou colocar Priscilla na maca, que ainda estava desacordada. Ativou um raio x holográfico, que apareceu por cima da paciente, mostrando tudo em seu corpo. Um braço robótico começou a fazer o tratamento.

— Como ela está, doutor? — perguntou Sohaire, muito preocupado, quase chorando, olhando dentro dos olhos do Hathor.

— Calma, oficial, ela está bem. Foi somente um corte.

— Então, quando ela vai acordar?

— Em breve, mas vou deixá-la em observação hoje. Agora pode ir, qualquer alteração eu te aviso. Tenho mais pacientes para cuidar.

No mesmo instante, Hanzo entrou na enfermaria com Makoto apoiando-se em seu ombro, Makoto, mesmo sentindo dor, olhava para Hanzo desejando que aquele momento nunca acabasse, adorando estar tão perto dele. Rapidamente Hathor já mandou-lhes deitar na maca e começou o atendimento, Makoto com a perna doendo e Hanzo com muita dor de cabeça. Os auxiliares de Hathor ajudavam no atendimento, a enfermaria estava lotada. Sohaire passava a mão no rosto de Priscilla e de repente se lembrou de verificar os M2. Saiu correndo da enfermaria até o setor 4. Tedy entrou na enfermaria e disse:

— Eu estava bem, mas de repente bateu uma ânsia de vômito terrível, alguém me ajuda?

Rapidamente foi socorrido pelos enfermeiros.

Sohaire chegou em uma porta que para acessar precisava digitar uma senha. Ele digitou e entrou. Porém, alguém está observando tudo. Sohaire entrou na sala, que era um corredor comprido. Ao seu lado direito, estavam os M2 com a cabeça baixa. Sohaire ativou o comando de voz e os chamou. Eles levantaram a cabeça e disseram:

— Comando de voz ativado. Qual a missão? — responderam os três juntos, as vozes deles eram metade humana e robótica.

— Não há missão. Ativar sequência de auto averiguação, verificar se há algum dano.

— Positivo, verificando...

Passaram-se alguns minutos, eles se viraram e disseram que estava tudo bem, sem danos. Sohaire ativou comando de espera e os deixou.

No corredor, do lado esquerdo, havia armários com arsenais completos, tudo necessário para uma guerra. Sohaire chamou no comunicador o capitão.

— Capitão, está aí?

— Sim, oficial, por que demorou tanto?

— Tive alguns contratempos. Mas quero informar que está tudo bem com os M2.

— Era de se esperar, foram criados para suportar quase tudo, mas é sempre bom verificar. Agora vá para enfermaria fazer um check-up.

— Positivo, capitão.

Sohaire só pensava em ficar ao lado da Priscilla.

Quando o capitão acabou de falar com Sohaire alguém bateu na sua porta.

— Entre, seja quem for.

— Sou eu, capitão, vim ver como o senhor está, já que o senhor não apareceu na enfermaria.

— Está tudo bem, se preocupe com a tripulação, Hathor.

— Claro que sim, mas o capitão é tão importante como qualquer outro tripulante. E, tem mais, sem você quem iria saber mexer nessa nave?

— Tudo bem, mas só estou com a cabeça doendo e um pouco enjoado.

— Não se preocupe, vou te aplicar um remédio, em pouco tempo está bom.

Romus ativou o piloto automático e foi para a enfermaria mancando.

Os menos graves logo foram deixando a enfermaria e indo para seus aposentos arrumar a bagunça. Depois de um dia, tudo começou a ficar mais normal.

 Sohaire entrou na enfermaria e perguntou como Priscilla estava a Hathor.

— Ela está bem e acordada. Em alguns minutos já pode acompanhá-la ao seu aposento se quiser.

Sohaire foi até ela e começaram a conversar, ela sentou na maca por um tempo, depois desceu e, com a ajuda de Sohaire, foi para seu alojamento. Chegaram e juntos entraram no seu quarto.

— Não precisa me segurar feita uma inválida, amor. Estou bem, não ouviu o que o médico disse?

— Eu sei, mas estou preocupado com você.

— Relaxa, vou tomar um banho e depois arrumar essa bagunça. Mas o que foi isso?

— Realmente foi previsto uma turbulência, não tínhamos como prever porque seria a primeira vez que a velocidade seria ativada, porém foi muito mais que tínhamos imaginado.

— Espera! Você está me dizendo que nunca haviam testado isso antes?

Pausadamente e meio com medo da reação da Priscilla, Sohaire disse:

— Teste, teste... Quer dizer, foram feitas simulações. Mas teste real… foi a primeira vez.

— Não acredito que você não me disse isso antes! — Muito nervosa gritou — SAIII DAQUIIIIII! ME DEIXE SOZINHA!

E o jogou para fora do quarto, antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa.

Viajando em alta velocidade, Osíris 2 caminhava rumo ao desconhecido, desvendando os mistérios do espaço, passando por planetas e asteroides. Deixando a nossa galáxia para adentrar em outra, deixando para trás o planeta Terra e a colônia em Marte. Em busca de conhecer uma nova espécie e reencontrar os humanos que tinham partido há tanto tempo para colonizar e fazer o contato com seres de outros planetas.

Osíris 2 era uma nave de combate e reconhecimento para criar uma ponte entre os humanos e a nova espécie. Rápida para ir e para voltar, projetada para conhecer o novo mundo e responder às questões da humanidade.

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