Capítulo 2

Hoje em dia, Bóris é um senhor de cabelos grisalhos. E a pele de seu rosto mostra que ele tem por volta de uns cinquenta anos ou mais, de idade. Mas antigamente, há quarenta anos atrás, Bóris tinha apenas dez anos. Ele sempre viveu em Merlim, a qual tinha apenas uma escola que ficava localizada próximo à floresta, na região dos Montes Cárpatos. Ou seja, a escola era muito próxima ao castelo. E geralmente as crianças se sentiam um pouco amedrontadas devido à fama de empalador que insistia em acompanhar uma pessoa que morava naquele castelo, desde os tempos antigos. Mas a pessoa que morava naquele castelo podia esconder muito mais segredos do que os moradores imaginavam.

Um dia, quando Bóris era uma criança de apenas dez anos, acordou de manhã, por volta das sete horas. Em seguida, tomou um banho e se sentou à mesa com os seus pais, pois estava na hora de ir ao colégio. Quando ele se sentou na cadeira, ouviu a sua mãe dizer:

– Bóris, você tem que tomar o seu café da manhã mais rápido! Pois vai se atrasar para a escola! – Disse a mãe tentando apressar o filho.

Bóris então respondeu: – Mãe, não quero ir à escola hoje. Estou me sentindo desanimado.

– Filho, você não está doente. Pare de inventar desculpas. – Disse a mãe de Bóris levando sua xícara de leite à boca.

Então, Bóris desanimado, se levantou da cadeira, pegou uma xícara vazia no armário, se sentou novamente, colocou um pouco de sucrilhos e os misturou com um pouco de leite, e levou a xícara até a boca, imaginando como seria mais um dia de aula em uma escola próxima a um castelo que escondia tantos mistérios e do qual ele tinha tanto medo.

Alguns minutos depois, sua mãe quebrou o silêncio e perguntou: – Terminou de tomar o seu café da manhã? Se sim, vamos lá escovar os dentes, pois hoje eu não vou com você até a escola.

– Não vai me levar para a escola hoje? Eu vou sozinho? – Perguntou ele assustado.

– Claro que você não vai sozinho! Você é apenas uma criança! Seu pai vai te levar hoje e vai te buscar também.

– Tá bom. – Respondeu Bóris se sentindo aliviado.

– Então, trate de se apressar, pois seu pai não gosta de se atrasar para o serviço. – Disse a mãe de Bóris.

Bóris se levantou da cadeira, foi andando e choramingando em direção ao banheiro.

– Meu filho, eu não consigo entender o porquê de você ficar sempre tão desanimado na hora de ir para a escola. Todos os dias é a mesma coisa. Você vai se encontrar com os seus coleguinhas e a aula vai ser legal. Encha a sua cabeça de pensamentos positivos. Foque nisso, pois vai ajudar fazendo com que os seus dias sejam sempre melhores. – Disse a mãe recolhendo as louças da mesa e levando para a pia a fim de lavá-las.

Quando Bóris já havia escovado os dentes, voltou dizendo:

– Mãe! Estou com medo. – Disse Bóris e nesse momento começou a chorar.

– O que foi, meu filho? Não fique assim! Do que você tem medo? – Perguntou a mãe de Bóris se sentindo triste por ver o seu filho de apenas dez anos chorar.

– Do castelo! Tenho medo do castelo e do monstro que tem dentro dele. – Respondeu Bóris.

– O que tem o castelo? Qual o problema? Não tem nada naquele castelo! Monstros não existem! E acho que não vive ninguém lá dentro dele também. – Disse a mãe tentando tranquilizar o filho.

– E o cavaleiro misterioso que todos falam? Ele não vive lá no castelo? – Disse ele se sentando novamente na cadeira e abaixando a cabeça sobre os seus braços na mesa.

– Não fique falando desse assunto por aí, Bóris. É uma lenda. Apenas isso. As pessoas vão rir de você se ficar falando essas coisas. As pessoas não acreditam em monstros. – Disse a mãe fazendo com que o filho desista dessa ideia de monstro.

– Um dia vou dar uma volta com você perto do castelo para que você mesmo perceba que não tem ninguém lá, muito menos um monstro para te fazer mal. – Disse o pai de Bóris tentando fazer o filho entender que não há mal nenhum no castelo.

Bóris assentiu com a cabeça para o pai.

– Então vamos andando para a escola? – Perguntou o pai alisando a cabeça do filho.

E quando os pais de Bóris se despediram com um beijinho rápido, a mãe abriu a porta e eles saíram.

Enquanto Bóris caminhava de mochila nas costas ao lado de seu pai, ele se lembrava do que a mãe sempre dizia a ele, para não pensar em coisas negativas. Para sempre encher a mente de bons pensamentos, pois desse modo as coisas ficam com maior tendência de dar certo.

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