Capítulo 7

Os dias passaram rapidamente e já era sábado. Eloise se arrumou para o baile com a ajuda de Firmina. O vestido havia ficado impecável e o cabelo foi trançado e preso no alto da cabeça com mechas que caiam em formato de cascata.

— A senhorita está muito bonita.

— Obrigada Firmina.

Seus pais já estavam prontos e logo os três saíram na carruagem da família rumo ao baile. Eloise estava ansiosa, pois sabia que ia encontrar Arthur e tinha prometido uma dança a ele.

Assim que chegaram a casa dos Barbosa, o cocheiro parou em frente a entrada da casa. Álvaro desceu e ajudou a esposa e a filha a descerem. Então se dirigiram ao hall de entrada, enquanto o cocheiro estacionava a carruagem junto às demais.

O local já estava cheio, com diversas famílias aristocráticas da região. Os músicos tocavam uma melodia suave e todo o ambiente estava bem decorado com flores da estação e belos tapetes e tapeçarias.

Os Queiroz entraram e foram cumprimentar os anfitriões, logo após o pai de Eloise foi encontrar alguns amigos fazendeiros e mãe e filha se aproximaram de outras mães e suas filhas próximo a pista de dança.

As mães estavam falando animadas sobre algo e pararam para cumprimentar Eloise e Carmélia, depois voltaram a falar sobre o novo solteiro da sociedade que estava no baile desta noite, o filho do senhor Fonseca.

O coração da jovem acelerou ao ouvir a menção a Arthur e logo ela descobriu que ele era um bom partido e que quase todas as mães ali estavam interessadas em apresentar suas filhas a ele, o que causou em Eloise um sentimento novo, algo que ela nunca havia sentido antes, raiva. Será que isso era o que chamavam de ciúmes?

Toda aquela conversa sobre Arthur a estava deixando muito incomodada, então ela pediu licença à mãe para ir até a mesa onde estavam as comidas para comer alguma coisa.

A mesa estava cheia de coisas deliciosas, algumas Eloise nem sabia o que eram. Se arriscou em um salgado recheado, enquanto mordia e tentava identificar o sabor, alguém se aproximou dela:

— Esses ai são de legumes, tem uns de carne deliciosos naquela outra travessa ali.

Ela virou e viu Arthur sorrindo para ela. Seu coração deu um salto.

— Senhor Fonseca, como está?

— Certamente melhor agora.

Eloise corou e tentou disfarçar pegando um salgado da bandeja indicada. O bico que ela fez ao dar uma mordida no salgado deixou Arthur completamente transtornado.

— O senhor tem razão, os de carne são bem melhores.

Então ele olha para a direita e viu que algumas mães com as filhas a tira colo se aproximavam e ficou muito tenso. Já havia sido apresentado a diversas moças solteiras nos vinte minutos em que estava no baile. Ele olhou para Eloise com olhos suplicantes:

— Por favor, a senhorita me daria a honra de uma dança?

Ela olhou em direção a onde ele olhava e deu um sorriso, seguido de uma risadinha. Pegou a mão que ele havia estendido e o acompanhou até a pista. No exato momento começava uma valsa.

— O senhor está fazendo muito sucesso entre as moças solteiras.

Como era uma valsa mais lenta, eles conseguiam conversar um pouco enquanto dançavam.

— Eu queria fazer sucesso com apenas uma.

Eloise corou novamente e Arthur adorou deixá-la desconfortável. Exatamente porque ele estava se sentindo assim, ainda mais a tendo em seus braços, abraçando a sua cintura, seus corpos unidos o faziam imaginar como seria ter ela embaixo dele completamente nua.

Como Eloise não sabia como responder ao comentário, permaneceu em silêncio. Sentir a mão dele em sua cintura, produzia um calor naquela região, que a deixava ainda mais corada, então precisava disfarçar.

— O senhor dança muito bem.

— É que a senhorita é fácil de conduzir.

Assim que a música terminou eles ficaram ainda abraçados, sem querer sair dos braços um do outro. Arthur a encarava, pronto para beijá-la ali mesmo, na frente de todos. Ela precisava fazer alguma coisa:

— O senhor quer dar uma volta?

Logo após fazer a pergunta ela se arrependeu. Não era algo que uma jovem solteira deveria propor. O homem poderia interpretar mal. Mas Arthur pareceu não levar para esse lado:

— Tudo para sair da vista dessas mães e suas filhas.

Eloise sorriu e eles caminharam em direção a um corredor enorme, onde haviam fotos de família penduradas nas paredes. Haviam apenas algumas pessoas que estavam por ali, o que deu a eles privacidade, então Arthur tomou coragem e fez a pergunta que tanto queria:

— Eu me pergunto porque a sua mãe não está correndo atrás de mim para lhe apresentar? Ou eu não sou interessante ou você já tem um pretendente.

Eloise engoliu em seco. Sentiu um frio na barriga. Como responder aquilo?

— Bem eu…

Arthur então abriu uma porta e puxou Eloise para dentro. O aposento era uma grande biblioteca e estava escura, a não ser por uns filetes de luz que entravam pela janela, deixando o cômodo numa penumbra.

A jovem levou um susto com a atitude, mas não teve medo. Ela se sentia segura com Arthur. Ele fechou a porta atrás deles e encostou Eloise na porta a prendendo com as mãos uma de cada lado, então a olhou nos olhos:

— Por favor me diga que não tem um pretendente?

O olhar dele era de súplica. Mesmo na penumbra era possível perceber que ele estava chateado e aquilo a feriu.

Ela se desvencilhou dos braços dele e caminhou em direção a janela, ficou olhando para fora, de costas para ele. Então ela contou do acordo que o pai fizera com o senhor Barros, contra a sua vontade.

Arthur se aproximou por trás e a abraçou. O corpo dela tremeu todo. Jamais havia tido tal intimidade com um homem. Ele sussurrou em seus ouvidos:

— Você me quer?

Eloise virou para ele e o olhou nos olhos, que pareciam ainda mais negros. Ficou pensando no que ele pretendia e em como queria beijá-lo.

— Não entendi...

Ele olhou para a boca da jovem e após passou o polegar, fazendo o contorno de seus lábios. A respiração dela acelerou.

— Eu a quero Eloise, como jamais quis mulher alguma na minha vida. Eu quero que seja minha e de mais ninguém.

Ela estremeceu e sentiu suas pernas fraquejarem. Arthur e ela estavam bem atrás da cortina, de modo que ninguém poderia vê-los do lado de fora.

— Arthur eu… não sei o que fazer!!!

Ela baixou a cabeça e ele a ergueu, fazendo com que olhasse para ele. Então passou a mão em volta da sua cintura:

— Me beija…

Então ele se aproximou e roçou os lábios no dela suavemente, sentindo seu sabor. Eloise nunca havia sido beijada e não sabia o que fazer, ficou parada, sentindo mil sensações.

Arthur começou a passar a língua por toda extensão dos seus lábios e após forçou para que abrisse a boca. Eloise se deixou ser conduzida e abriu a boca recebendo ele. Logo o beijo se tornou urgente e o calor entre eles aumentou, fazendo com que ela se arriscasse a deixar sua língua também explorar a boca dele.

— Ah Eloise…

Arthur a apertou nos braços e desceu seus beijos pelo pescoço dela, a deixando completamente arrepiada e ofegante. Ela envolveu os braços em sua nuca e acariciou os seus cabelos, enquanto ele chegava a seu busto e beijava seu decote.

— Arthur?

Ela estava gemendo e ofegante. Ele parou e a encarou, então voltou a beijar seus lábios. Agora ela estava mais receptiva e ousava deixar sua língua brincar com a dele, o deixando louco de desejo.

Então a porta se abriu. Eloise levou um susto e pensou que agora estaria tudo acabado, estaria perdida, mas Arthur a empurrou mais entre as cortinas e ficou na frente dela, então olhou para trás, dois homens entraram, um deles o anfitrião e o outro o senhor Barros.

— Me perdoem, senhores, eu já vou sair, se puderem me dar cinco minutos.

Os homens se olharam e deram um sorriso e uma piscadinha e o senhor Barros acrescentou.

— Esses jovens de hoje em dia. Daremos dez minutos.

E fecharam a porta atrás de si. Eloise saiu dos braços de Arthur se recompondo.

— Será que me viram? O senhor Barros… meu pai tem acordo com ele…

Arthur caminhou até ela:

— Calma meu amor, se ele a tivesse conhecido, teria falado algo. Eu fiquei na sua frente.

Eloise arrumou os cabelos e ajeitou o vestido.

— Não deveríamos ter feito isso.

— Você está arrependida?

— Não é isso.

— Não se preocupe, eu vou falar com seu pai e vamos resolver isso…

Eloise olhou para ele:

— Você não precisa fazer isso…

Ele pegou seu rosto nas mãos e a beijou na testa:

— Eu tenho que fazer isso para que você seja minha.

Ele a beijou novamente. Ela não resistiu.

Após terminar o beijo, abriu a porta e olhou em volta, quando viu que a barra estava limpa a deixou sair na frente e logo em seguida saiu também.

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