Capítulo 5

     Quando eu acordei estava tudo absolutamente quieto, Hades deu sua palavra que ninguém me perturbaria e isso havia se cumprido. Eu olhei em volta, o quarto não possuía janelas, era espaçoso e iluminado por tochas que mantinham o ambiente com uma aura misteriosa, talvez eu sentisse medo se estivesse só, mas a presença e as palavras de Hades me mantinham tranquila, pensando nisso eu me levantei, meus pés descalços sentiram a diferença de temperatura assim que pisaram no chão, o lugar todo era de um frio diferente, não era algo realmente físico, se sentia no corpo mas também na alma, rapidamente eu fui me ver no espelho para arrumar algumas mechas fora de lugar, lavei meu rosto em uma bacia com água fresca e assim que me senti pronta saí do quarto.

    Caminhei por corredores compridos a meia luz, olhava para cada detalhe tentando lembrar sem sucesso do caminho que percorri ontem, começando a temer estar completamente perdida eu vi uma sombra passar e parar na minha frente, dei alguns passos na direção dela e em resposta ela se moveu devagar para trás, repeti o movimento e ela também, julgando que ela não me faria mal eu arrisquei.

-Acho que estou perdida, poderia me levar até o salão onde está Hades ?

    Não houve resposta, só um movimento lento e então ela começou a seguir um caminho e eu a segui, passamos por alguns corredores e então eu vejo o salão, assim que entro vejo a sombra ficar para trás, agradeço em tom ameno e adentro mais.

    Só ouço o crepitar do fogo ecoar, um silêncio sombrio domina o lugar e nem mesmo meus passos perturbam isso, ando devagar e percebo sombras passando pelo teto e pelos cantos, circulando colunas, se arrastando pelo chão e não somente elas, espí...

    Só ouço o crepitar do fogo ecoar, um silêncio sombrio domina o lugar e nem mesmo meus passos perturbam isso, ando devagar e percebo sombras passando pelo teto e pelos cantos, circulando colunas, se arrastando pelo chão e não somente elas, espíritos com formas humanas também perambulam pelo salão em menor quantidade, todos em silêncio, sem gemidos, sem lamentações, nada, ando até o centro e fico vendo os detalhes e os seres vagando, distraída eu não reparo que tem mais alguém no ambiente até que sinto uma mão tocar suavemente a minha, dou um pequeno salto e me viro, quando vejo é Hades, ele segura um elmo em um dos braços e põe a mão livre sobre o peito.

-Perdoe-me, não pretendia assustá-la.

-Não foi nada, é só que eu não ouvi você chegando, tudo aqui é tão silencioso.

-Sim, vai se acostumar com o tempo eu posso garantir, isso e o frio em alguns lugares, resultado do propósito desse lugar, é assim que a morte é e ela reside em cada parte deste lugar.

    Olhei em volta analisando as almas e sombras e me senti um pouco triste sobre tudo aquilo, todo o silêncio não era a falta de barulho, era a falta de vida.

-Não fique triste sobre isso, esse é o destino de todos os mortais, assim o equilíbrio é mantido e a vida pode ser seguida em paz aos que ainda a tem.

    Balanço a cabeça afirmativamente e ele me dá um pequeno sorriso estendendo a mão.

-Venha, vou te levar para conhecer alguns lugares.

    Pego sua mão e então saímos, entramos em uma carruagem e então seguimos pelo submundo. Paramos em frente a uma imensa construção com muitas almas enfileiradas na entrada.

-Onde estamos ?

-Aqui é o Tribunal do julgamento, onde as almas são julgadas.

    Entramos e no fundo de um grande salão três homens estavam em frente as almas e de costas para a mesma quantidade de tronos, mais a trás havia um trono ainda maior

    Entramos e no fundo de um grande salão três homens estavam em frente as almas e de costas para a mesma quantidade de tronos, mais a trás havia um trono ainda maior. Fomos em frente e assim que chegamos no início da fila de almas os três saudaram a Hades com muito respeito.

-Meu senhor.- disseram juntos.

    Passamos por eles e Hades se sentou no trono maior.

-Quem são ?

-Os três juízes do submundo, Éaco, Minos e Radamanto, eles julgam as almas e dizem seu destino.

 -Por que estamos aqui ?

-Eles podem julgar as almas e decidirem para onde vão, mas sou eu que tenho a palavra final.

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