Capitulo seis

Na calada da noite

Na calada da noite, um lobo com a pele negra e algumas mechas acinzentadas, caminhava dentre a floresta. Solitário. Seus olhos vermelhos e brilhantes vibrava ao se conectar com a lua. Com um uivo estrondoso ele saldava sua velha companheira tão esplendida aos céus.

Um outro lobo, dessa vez branco, aparecia dentre as árvores e observa o lobo preto sentado a beira de uma montanha, uivando para a lua. Ele ao notar a presença do lobo branco, o olhava com doçura e fazia reverência para que ele soubesse que estava tudo bem.

O lobo branco se aproximou se sentando, também, a beira da montanha. E em um piscar de olhos, o lobo preto o atacou. Ele devorava sua carne sem dó nem piedade.

Seu olhos, agora eram verdes e sua boca rosnava cheia de sangue dentre suas presas. O lobo branco estava morto.

E Liz abriu seus olhos em uma rápidez, ofegando e se afogando com o seu suor :- De novo esse sonho! - Ela disse, se ajeitando em sua cama. Liz estava incharcada e seus olhos pulsavam como se faltasse ar em seus pulmões.

Por conta disso, Liz saltou de sua cama e abriu a janela de seu quarto que ficava no segundo andar de sua mansão. De lá ela pode ver uma movimentação na rua de trás e então confirmou o que tinha pensado, ali era onde Milie morava. E aquilo era a tal festa.

Embaixo de sua sacada, ela ouviu um murmuro e algumas risadas. Então, Liz se abaixou e tentou prestar atenção nas duas pessoas que passavam em frente de sua casa. Para sua surpresa, era Milie abraçada com uma outra garota, logo ao perceber quem era, seu coração quase saltou para fora. Pois Ana beijava Milie loucamente.

Liz não entendeu o por que aquilo a atingira tanto, e soltou um "Não acredito" alto e em bom som. Ana e Milie olharam em direção a janela de Liz e viram uma pessoa correndo para o quarto. Milie, puxou Ana dali e as duas foram para um outro local.

Enquanto Liz se recuperava do que acabará de ver, dentro de seu banheiro, enquanto olhava em seu espelho. Seu coração estava doendo, e lágrimas rolavam por seu rosto pálido: - O que está havendo comigo? - Ela perguntava a sí mesma. Mas a resposta não era obtida, pois sua cabeça estava muito confusa para isso.

E após inúmeros copos d'água e um banho quente e relaxante, Liz conseguiu voltar a dormir. Mas aquela imagem não saia de sua cabeça.

No dia seguinte, seus olhos estavam inchados e vermelhos. Seu corpo parecia que tinha sido atropelado por um trator. E sua vontade de voltar aquela faculdade estava em zero porcento.

Ao sair do banheiro, já quase pronta para ir à aula, uma de suas mães, Olivia, à estava esperando no pé da escada com um sorriso estranhamente gentil:

- Bom dia, meu amor! - Disse Olivia.

- Bom dia, mãe. - Respondeu Liz, seca.

- Meu amor, quero que você venha comigo até o quintal.

- Mãe.. Eu.. Eu queria tomar meu café e depois ir pra faculdade.

- Vem comigo, por favor.

- Está bem! -Disse Liz, concordando.

Olivia conduziu sua filha até o quintal onde havia uma BMW branca com um laço enorme, estacionada em frente.

- O que é isso? - Perguntou Liz, boquiaberta.

- É o seu carro... Você não queria um?

- Ta.. Mas.. Uma BMW? É sério isso? - Perguntou Liz, incomodada.

- E qual é o problema? Você merece o melhor.

- Eu tenho dezessete anos, mãe. Eu queria um carro pra ir para a faculdade e não um carro pra... comandar uma empresa de bilhões de dólares.

- Ei.. Qual ta sendo o problema?

- Você! Você é o meu problema! - Respondeu Liz. - É só eu dizer meu sobrenome que alguém automaticamente já me compara com você. Com a "Eleita".

- Eu sei que carregar o nome Bucker pode ser estressante. Quase todos os dias alguém me comparava com o seu avô. Mas...

- Se você sabe como é, por que quer fazer igual? - Perguntou Liz, bufando de raiva - Você vive me dizendo que ele ficava te dando muito dinheiro, carros, apartamentos e você se sentia um nada, por achar que ele queria te comprar com dinheiro. Por que você faz igual?

- Filha.. Eu...

- Só.. Para de agir como se você me entendesse. Acha que eu não sei que você é frustrada por eu não ser popular como você?

- Como..

- Hope ouviu vocês conversando e me contou tudo! - Respondeu Liz, com os olhos marejados. - Eu sei que você queria que eu fosse popular como você. Cheia de amigos e pessoas te amando loucamente... Mas advinha? Eu não sou assim.

- Liz.. Olha.. Eu quero só que você aproveite a vida!

- Você acha que isso é aproveitar a vida? Sabe o que eu quero?

- O que?

- Quero me formar logo e ir embora daqui, pra bem longe. Pra eu nunca mais ser comparada com você. - Respondeu Liz, ao dar as costas para Olivia. Que ficou parada vendo sua filha entrar para dentro.

Ouvir aquilo foi um soco no estômago, pois jamais pensaria que ser quem ela é, incomodaria sua filha. E por um momento, uma sensação de futilidade tomou conta dela.

Imediatamente ela entrou dentro da BMW e saiu em direção a loja para devolver o carro.

Liz a observou da janela e esperou alguns segundos para sair e ir até o ponto de ônibus:

- Você não deveria ter falado àquelas coisas para a sua mãe! - disse Rebeca.

- Aí que susto! - Exclamou Liz

- Sabe.. Liz.. Tem muitas coisas que aconteceram na vida de sua mãe que você não entende. Não foi fácil para ela.. Para todas nós. Sua mãe salvou nossas vidas, mais de uma vez.

- Eu já sei de tudo isso... Mas eu não tenho culpa disso, tenho? - Perguntou Liz, encarando Rebeca.

- Não.. Não tem! Mas antes de sair acusando sua mãe de algo, lembre-se de tudo o que ela já fez por você.

- Eu tenho que ir! Vou me atrasar pra faculdade. - disse Liz, saindo pela porta.

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