CAPITULO 4

Vicente Cooper.

A Doutora Angelica é realmente uma profissional sem precedentes, sem sombra de duvidas ela foi uma excelentes contratação, tirando a parte que ela mexe muito com os meus sentidos trabalhar ao seu lado está sendo muito bom.

Ela fazia perguntas bastante inteligentes, tinha respostas rápidas para as questões que eu lançava na sala de reuniões, era sempre pontual e carismática com todos a sua volta. Principalmente comigo, ela era muito gentil e isso levantava cochichos entre os nossos colegas, soube que eles andam apostando sobre quando eu serei ignorante com ela fazendo essa gentileza toda acabar.

Eu sei que me transformei em um homem frio e fechado, não gosto de ficar conversando pelos cantos com ninguém, principalmente com as médicas que enfermeiras daqui. Elas esquecem que sou o chefe e as vezes são inoportunas, nunca me envolvi com nenhuma colega para não dá margem para fofoca ou mal estar no ambiente de trabalho.

Mas a conversa, o riso, a aproximação com a Angélica é tão natural, parece tão certo que temo estar me envolvendo por ela além do profissional, isso não pode acontecer de forma alguma.

- Angel, um lindo nome - Enzo, um enfermeiro da ala cirúrgica chama a minha atenção - Tão lindo quanto a portadora do nome - ele galanteia e ela gargalha alto.

Estamos na sala de descanso após uma cirurgia complicada que fizemos em um garotinho de nove anos de idade, me sentei um pouco afastado de todos e divaguei em meus pensamentos, provavelmente perdi o momento que eles se tornaram tão íntimos a ponto dele apelidá-la.

- Você é um galanteador, Enzo - ela fala - Mas não caio no seu papo, e por favor me chame de Angélica - pede sorrindo.

- Nossa - ele toca o coração - Machucou Doutora - dramatiza e ela revira os olhos, aquela aproximação estava despertando sentimentos obscuros em mim - Eu não sou esse galanteador barato que pensa.

- As fofocas rodam esse corredor - ela fala calma - Posso estar aqui a apenas um mês, mas já conheço a sua fama e tudo que preciso saber sobre algumas pessoas, por tanto - ela se levanta - Eu não sou para o seu bico - ele a olha chocado - A Doutora Ross, não vai ser mais um nome na sua extensa lista.

- Toma, Enzo - uma mulher que esta sentada ao lado dele fala rindo.

- Doutora Ross - ela repete - Sempre me sinto poderosa quando ouço essas palavras mágicas - ela caminha em minha direção e senta ao meu lado - Oi, Doutor.

- Oi, Doutora Ross - pisco um olho e ela cora.

- Você é sempre tão fechado - comenta.

- Se as fofocas que rodam esse corredor forem verdadeiras, deve saber que nunca sento em uma rodinha como aquela - falo despreocupado.

- Eu soube - responde tranquila - Soube também que é o médico mais disputado do hospital - sorrio incrédulo - Rola até uma aposta ai, para ver quem vai provar os beijos do Doutor Cooper Gato - ela gargalha chamando a atenção de todos.

- Elas sabem que isso é em vão - digo a encarando.

- Tem problema com médicas? - pergunta interessada - Ou o problema é ser colegas de trabalho?

- Sabe - cruzo meus braços - Aqui é o meu local de trabalho, é o patrimonio da minha família, não quero manchar esse lugar dando uns amasso em algumas enfermeiras e médicas pelas salas as escondidas como se eu fosse um adolescente na puberdade.

- Fora desse hospital tem muitos lugares para se dá um amasso - comenta risonha.

- Não quero que ninguém crie expectativa, por tanto, nenhuma delas vai ganhar essa aposta - falo convicto.

- Pobres mortais - ela fala por fim.

- Você parece saber muito sobre lugares para da uns amasso - chamo sua atenção.

- Ah, Cooper Gato - ela dá risada do meu leve constrangimento - Se eu te contasse metade da minha vida amorosa, ficaria chocado.

- Não sei se quero saber - falo enciumado e ela sorri.

- Tudo bem - empurra meus ombros de leve - Somos amigos, Cooper Gato - repete.

- Somos - concordo sem pensar - Angel - saboreio o apelido e ela abre um lindo sorriso em apreciação.

- Você pode me chamar assim - revela e meu coração dá uma cambalhota - A cirurgia foi um sucesso, parabéns.

- Foi um trabalho em conjunto - fala calmo - Sou um médico e não herói esse é o meu trabalho, o nosso trabalho.

- Uau, já me falaram que é frio - comenta para a minha total surpresa, mas gostei da sua sinceridade, gosto de jogar limpo com todos ao meu redor.

- Eu não sou frio - me defendo - Eu apenas tenho consciência que não devo me emocionar demais, o que você chama de frio eu chamo de sincero.

- De qualquer forma você foi indispensável na cirurgia - ela afirma - O garotinho chegou do atropelamento em um estado inacreditável, a sua precisão e decisões foram incríveis e ajudaram ele a quem sabe voltar a ter uma vida normal após a recuperação.

- Não me superestime - peço - Você pode fazer o que eu faço um dia - ela encara o chão incrédula e consigo sentir sua alto critica - As criticas que está pensando é uma forma de se sabotar e se não começar a trabalhar nisso nunca vai superar as suas expectativas e se tornar uma cirurgiã indispensável.

- Nunca imaginei que seria indispensável, Doutor - fala baixo - Meus sonhos nunca foram tão longes e está sendo um pouco rude.

- Eu tenho trinta anos Angélica e por tudo que já passei é uma idade considerável para não precisar ser sempre gentil o tempo inteiro - aviso - Aposto que já ficou noites preocupada com a imagem que as pessoas fazem de você ou que já mediu suas ações com medo de ser criticada, estou errado?

- Meu sonho sempre foi ser cirurgiã - confessa - Mas nunca quis ser a que comando toda a cirurgia, as vezes penso na dor do paciente.

- Se não quer ver as pessoas morrerem é melhor seguir para outra área - ela me olha ofendia.

- Eu não quero ter a vida das pessoas totalmente nas minhas mãos, saber que por uma decisão errada minha ela pode morrer - fala com pesar.

- Então se a pessoa que você operar morrer e a culpa for do chefe da cirurgia para você tudo bem? - decido confirmar.

- Existem pessoas que nascem para ser líder e tem outras que nascem apenas para seguir ordens, e nessa vida eu sou a que segue ordens - dá de ombros - Confio nos meus colegas e em quem está acima de mim e por enquanto não ser a chefe me basta.

- Errar não muda a sua carreira, mas pode acabar com a vida de alguém - falo um dos meus temores - A experiencia do fracasso é uma merda e dá uma sensação de impotência, por isso devemos sempre dá o nosso melhor.

- Você é tão sábio - comenta admirada - Como aprendeu tanto?

- Tive que aprender - confesso - Me formei muito novo e depois que meu pai se machucou e precisou deixar a direção do hospital eu precisei assumir tudo e quando você adquire responsabilidades tão grandes, sendo tão novo é obrigado a amadurecer.

- Mas como consegue conciliar? - questiona.

- Já deve ter notado que só assumo cirurgias complexas e dou pouco plantão - falo e ela afirma - Eu amo a medicina, mas por amo ao patrimônio da família tive que abrir mão por um tempo então não vivo cem por cento isso aqui, mas o tempo que fico enfurnado no escritório, assinando papeis, em intermináveis reuniões não tiram o meu foco. Então mesmo que eu fique lá em cima preso em muitos papeis, a minha profissão corre nas minhas veias, então eu preciso conciliar tudo.

Ela me olhava enquanto escutava atentamente as minhas palavras, isso me cativava e desconsertava toda vez que seus olhos castanhos focavam em mim. Não sei o que acontece mas essa mulher está desenvolvendo um poder sobre mim que preciso cessar antes que tome proporções inimagináveis.

- Admirável - comenta e sorrir. Aquele sorriso de dentes brancos perfeitamente alinhados prendem minha atenção na boca de coração.

Nesse momento chamam meu nome no auto falante solicitando a minha presença na emergência, levanto rapidamente e seguido por Angelica caminho apressado para o meu destino.

O caso era uma mulher que chegou com o braço fraturado, atendo a mulher calmamente mas por dentro uma fúria toma conta do meu ser.

Após terminar o atendimento saio rapidamente de perto da mulher e sigo pelo corredor apressado com vontade de quebrar alguma coisa. Angélica percebe a minha tensão mas apenas caminha ao meu lado calada.

- Ela chorava muito de dor - comenta - Mas vai ficar bem.

- Foi apenas uma fratura, nada que um gesso não resolva - falo com a voz grave - É a segunda vez no mês que essa mulher vem aqui e provavelmente o marido bateu nela novamente.

- Que horror - fala abismada.

- Eu odeio covardes que batem e mulher - falo com raiva na voz - Ela não quer dar queixa e eu não posso me meter na vida dos meus paciente.

- Isso é inacreditável.

- Você não tem ideia do quanto de mulheres chegam aqui com machucados em várias partes do corpo e muitas das vezes sendo amparadas pelo cara que a machucou - comento - Eu sei reconhecer quando isso acontece, eles chegam aqui cheio de amor e fingindo remorso.

- Eu jamais viveria algo assim - ela afirma e fico feliz, só em pensar em alguém machucando esse pequeno anjo me doi o coração.

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