Capítulo 1

Hoje era sábado, então não teria faculdade. 

Me levantei da cama e fui ao banheiro. 

Podia não ter faculdade, mas teria que ir trabalhar. 

Vesti uma roupa simples e fui para a cozinha. 

Peguei minha cobra e dei um beijo na mesma. 

Ela começou a escalar meu corpo até estar em volta do meu pescoço. 

Se fosse qualquer outra cobra eu teria medo, mas Zola é muito carinhosa comigo. 

Com os outros ela é perigosa, mas comigo é um amor. 

Tomei um suco de laranja juntamente com um pão na chapa e estava pronta para sair. 

Deixei Zola na sua casinha e fui até a oficina. 

Quando cheguei vi que só faltava eu de funcionária. 

Procurei Afonso e o achei conversando com um cliente. 

Eu: Bom dia paisinho - falei lhe dando um beijo na bochecha. 

Afonso: Bom dia, minha filha - falou com um enorme sorriso.  

Ele falou que iria terminar de conversar com o moço e que já já falaria comigo. 

Coloquei meu macacão e comecei a olhar um carro que estava com o motor todo enferrujado. 

Poucos minutos depois conversei com senhor Afonso. 

Perguntei se ele estava bem e se queria que eu ficasse até mais tarde no lugar dele. 

A alguns dias atrás seu Afonso tinha dado um começo de infarto. 

Fui com ele para o hospital e o médico tinha lhe dado repolho total, mas como ele é insistente continuou a trabalhar. 

Afonso: A minha menina, o que seria de mim sem você? - perguntou me dando um beijo na bochecha. 

Dei risada e falei que podia ir tranquilo que eu fechava a oficina.  

Trabalhamos o dia inteiro e quando deu umas 6 horas todos foram em bora. 

Fiquei e aproveitei para arrumar um pouco a oficina. 

Claro que com meus poderes. 

Estiquei as mãos e os objetos que estavam no chão voltaram para seus lugares. 

Peguei a vassoura e a coloquei para varrer o chão. 

Quando tudo estava limpo, voltei a arrumar o carro que eu estava arrumando e finalmente terminei. 

Liguei para o dono vir buscá-lo e peguei minhas coisas para ir em bora. 

Tirei o macacão e arrumei meu cabelo em um rabo alto. 

Fechei a oficina e liguei o alarme. 

Essa oficina era dividida em 4 partes. 

Uma aqui, uma em Tóquio, uma em Los Angeles, e outra em Miami. 

Afonso era dono de todas elas, mas ele falou que essa era a mais importante por ser a que ficava na cidade em que ele nasceu. 

Respirei o ar quente que estava incomodando  um pouco meu nariz e sai caminhando em meio às ruas. 

Meu trageto demorava em torno de 39 minutos.

Estava quase chegando em casa quando escutei um pedido de socorro. 

Andei um pouco e vi que era em um beco escuro. 

A sério? 

Sempre que alguém entra em um beco nunca da certo!! Palavra de quem já leu muitos livros assim. 

Entro no beco, segura de que vou salvar a pessoa. 

Fui o mais silenciosamente o possível. 

Quando finalmente cheguei perto vi uma pessoa toda de preto espancado um cara no chão. 

Pessoa: Agora aprende a nunca mais se meter com o que não deve - falou com uma voz grossa e aterrorizante. 

Ele tirou o que eu acho ser uma armada da calça e apontou para a pessoa dando uma risada maligna.  

O homem atirou na cabeça do outro e guardou novamente a arma. 

Prendo a respiração e tentei dar meia volta e ir embora sem que ele percebece. 

O que pareceu dar muito errado. 

Quando me virei senti algo me puxar e me prender na parede. 

Pessoa: Olha o que temos aqui - falou me olhando como um psicopata - uma observadora anônima - completou gargalhando. 

Apenas respirei fundo tentando me acalmar e o olhei vendo que seu pescoço era coberto de tatuagens. 

Para um assassino, ele era muito bonito. 

O rosto marcado por uma expressão  fria e o maxilar travado. 

Pessoa: Já parou de me admirar? - perguntou sarcástico - você garotinha não devia estar aqui agora - falou sombrio - eu vou te deixar ir por hoje, mas a partir de amanhã seus dias estão contados - sussurrou no meu ouvido. 

Senti meu coração começar a bater mais forte a medida em que o homem foi se afastando e sumindo por entre a escuridão do beco. 

Eu sei que eu tenho poderes e tal, mas eu sou muito cagona pra usar eles agora. 

Sai praticamente correndo do beco e vi um carro com o farol ligado na minha direção. 

Ignorando comecei a caminhar em direção a minha casa. 

Olhei para traz e vi que o carro me seguia. Não dava para ver qual carro, porque estava muito escuro. 

Comecei a andar mais rápido ainda e finalmente cheguei em casa. 

Abri a porta e passei a fechando em seguida. 

Olhei pela janela e vi o carro parado em frente à minha casa. 

Tranquei todas as portas e janelas e fui tomar um banho para acalmar. 

Quando terminei pequei Zola e me sentei no sofá, ligando a televisão. 

Aquele cara falou que iria deixar por hoje mais que amanhã eu não escaparia. Será que ele vai voltar para me matar?. 

Se for isso, eu não vou deixar. 

Eu mato ele, mas eu fico viva.

Enrolei Zola no pulso e comecei a brincar com ela. 

Ela subiu por meu braço e começou a se esfregar na minha bochecha. 

Dei risada e a peguei, colocando dentro de sua casinha. 

Subi para meu quarto e me deitei. 

Por mais que estivesse com medo, o meu cansaço era maior, então durmi facilmente. 

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