Capítulo 1

Capítulo: Caças

Peguem-na!

Gritou o homem, vendo uma estranha em seu território.

A garota de cabelos pretos corria loucamente com um arco e flecha nas mãos, sorria satisfeita por finalizar mais uma pessoa.

Sim! Isso mesmo ela se sentia feliz por dar fim em uma pessoa.

Mas calma. Antes de julgá-la como todos fazem, leia e vamos ver se seus pensamentos sobre Angel Trindad mudam.

Angel é o nome dela. Quase padeceu com uma estaca cravada nas costas enquanto sua alcateia era massacrada pelos Kassios, a alcateia rival e meio encapetada.

Os Kassios tinham em mente dominar todas as alcateias do mundo, então começaram a atacar as mais fracas. A família de Angel não foi diferente e acabou sendo destruída por eles. 

Seus irmãos se acabaram no campo de batalha, com a força e honra de proteger a Alcateia da Lua.

E depois de tantos anos, Angel busca vingança e os Kassios estavam na sua mira.

Ela se virou bruscamente para trás, pondo o arco em suas costas nuas. A cicatriz causada pela estaca era enorme e se destacava entre as outras. Era a especial, cada pontada que sentia ali, servia como um alarme diário, sempre a lembrando de sua promessa, de sua dor, da sua quase morte.

A Vida após a Morte

Um novo recomeço.

Mas um recomeço indiferente e morto.

— Maldição!

Praguejou-se ao ver cerca seis lobos correndo rapidamente em sua direção.

Correu o mais rápido possível, dando impulso, subiu na árvore mais alta. Ali, esperou cautelosamente, observando atentamente o bando de lobos passarem por debaixo de si.

Um sorriso macabro tomou forma em seus lábios antes de dar um mortal e cair em pé no chão lamacento.

Agora ela estava livre.

Livre para seguir seus planos de vingança.

 (...)

Em seus olhos avermelhados, era possível notar o prazer que lhe rendia ao sentir o cheiro do ferroso que vinha do inimigo. O riso maléfico ecoou pelo local, o silêncio sendo quebrado pelos passos da mulher pelo espaço, a bela jovem sorria ao limpar sua adaga de prata.

Seu sorriso era enorme.

Parecia uma criança que acabou de ganhar um brinquedo novo.

No entanto, não era o caso, ela tinha acabado de ganhar um novo nome em sua pequena – lê-se longa – lista.

Gregory Ferpps

Raphaell Gary

Túlio BonTemir...

— Gregory Ferpps — disse em voz alta enquanto riscava o nome do homem, suspirou encarando o corpo dilacerado caído no chão um pouco distante de si. Soltou uma curta risada lembrando-se dos gritos pedintes do lobo, suspirando sôfrego entre gemidos dolorosos e ganidos. Ah, como queria ter aproveitado mais... 

— Falta só mais... — saindo dos seus pensamentos vagos, olhou a lista que estava manchada de sangue — 34 pessoas... Uau, muito para uma pessoa como eu.

Resmungou irônica estralando o pescoço enquanto bebia seu champanhe e relaxou seus músculos na hidromassagem. Pouco se importando com o cenário catastrófico ao seu redor.

Nada, nunca importou para Angel. Desde, bem, desde aquele dia.

Seus olhos vermelhos pararam na janela aberta que dava a vista para a Lua, que rasgava o céu com força, determinação e elegância.

— Queria ser forte como você — murmurou inerte nos poderes da Lua, símbolo maior da deusa Luna.

Fechou os olhos se entregando ao cansaço tendo um sono profundo na escuridão.

(...)

— Meu santo deus! — suspirou esticando os braços, sentindo-os doer. Há algumas horas ela acordou toda dolorida na banheira. Secou-se, vestiu suas roupas novamente e olhando uma última vez para o cadáver, sorriu satisfeita com o bom trabalho, saiu pela porta como se nada tivesse acontecido.

Agora, em sua residência, a expressão da mulher era de tédio enquanto passava pelo canal na TV.

— Ora só — murmurou se arrumando direito no sofá, em um jornal que passava.

"-E mais inocentes... Hoje às 23h00min, um homem foi assassinado... Gregory Ferpps de 48 anos foi encontrado com uma flecha no pescoço e sinais de retaliação em seu corpo. Pelas câmeras de segurança, a polícia identificou uma mulher de mais ou menos 20 anos correndo em direção à floresta após sair da casa da vítima... A perícia investiga agora em busca da assassin-...."

A TV foi desligada seguida de xingamentos e praguejamentos.

— A gente faz de tudo pra acabar com essas pestes e essa porra vem me chamar de assassina?! — levantou-se tentando se acalmar.

Assassina?

Pensou com a cabeça doendo. Parou de andar pela sala sentando-se novamente, com as mãos cobrindo o rosto, mas logo sorrindo sombria.

— Malditos! Todos irão me pagar caro!

Agarrou a jaqueta e saiu de casa correndo para pegar seu carro, uma lamborghini preta. Em alta velocidade pela estrada principal da floresta que dava para a cidade, pouco importando com as multas.

Tudo estava dando errado em sua vida, a polícia procurando por ela e logo iria achar alguma pista, teria que sumir por enquanto. Não era o momento para ter a justiça atrás de si, principalmente a mando do conselho.

— Pensa! Para onde devo ir? — murmurou focada na estrada, quando de repente um nome brilhou em sua mente —  Ah, Canadá! Aposto que algum idiota da minha lista more lá! — um sorriso maldoso apareceu em seus lábios carnudos enquanto na sua mente passava a cena futura.

(...)

— Nome, por favor? — A recepcionista do hotel perguntou sem tirar os olhos do computador, de baixa estatura e cabelos loiros. Angel respirou fundo tentando ter paciência, a viagem não foi muito agradável, sem contar que suas lentes lhe deixavam desconfortável. Queria apenas estar na sua casa, mas infelizmente ela ficava longe demais, a única saída era passar a noite em um hotel antes de partir para sua mansão no meio da Floresta Negra, e muito diferente da que existia na Alemanha. A Floresta do Abismo Negro ou Floresta Negra percorre a maior parte do Canadá e as costas dos EUA e, de ponta a ponta.

— Angel Trindad — respondeu num murmúrio preguiçoso enquanto coçava os olhos.

— Quarto 333, Srta. Trindad. — estendeu a chave em direção a Angel, pela primeira vez teve contato visual. A moça se assustou com a tonalidade dos olhos de Angel. As lentes acabaram se deslocando mostrando assim a íris vermelha.

— Obrigado — agarrou a chave indo em direção ao elevador, ignorando totalmente o olhar chocado da mulher.

 Duas e meia

Conferiu o relógio. O quarto tinha uma cama dossel no centro, closet pequeno, mas charmoso, banheiro com banheira simples de porcelana branca e uma vista para toda a cidade. Aprovando o lugar, suspirou jogando as malas de qualquer jeito em algum canto do quarto.

Caminhou preguiçosamente pelo espaço, retirando os coturnos pesados e as meias, suspirando de alívio ao sentir o carpete morno sob seus pés. Debruçou-se na sacada, suspirando novamente.

Sua mente traidora sempre a levando, mesmo sem querer, para o passado.

Os gritos novamente lhe assombravam, no silêncio da noite, podia até ouvir os ganidos dos lobos. A expressão endureceu, as lágrimas caíam tão facilmente que chegava a assustar.

A guerreira chorando.

O medo lhe assombrava, se sentia frágil e isso era odioso.

— Onde quer que estejam eu vou vingá-los.

Murmurou fechando os olhos deixando as lágrimas soltas.

(...)

Willian bebericava sua tequila enquanto via a movimentação fora do bar.

Michelangelo, o lobo de cabelos loiros que jogava conversa fora nem percebeu seu amigo, que nem prestava atenção.

— Willian! — disse mais alto, o moreno acordou dos seus pensamentos, fitando perdido o loiro que lhe chamava.

— Sim?

O loiro revirou os olhos sem ligar em estar de frente do Alfa da alcateia Toledo.

— Estava dizendo que temos que resolver esses assuntos — agora foi a vez de Willian revirar os olhos — Estão nos rodeando cara. Nossa alcateia pode ser a próxima a ser atacada.

— Michelangelo... Os Kassio não são loucos de atacar uma alcateia maior — revirou os olhos, achando graça da inocência e burrice do amigo.

— Não estou falando dos Kassio — murmurou irritado por Willian não prestar atenção e ainda fazer pouco de si — Estou falando da assassina, aquela que matou....O ... Como se chama… — tentava lembrar o nome do homem que viu na reportagem. Mas estava mais focado nos seios da apresentadora que nem ligou muito para o que acontecia — Ah... Gregory Ferpps da Alcateia dos Russos.

Willian deu de ombros. Afinal não tinha com que se preocupar, nenhum louco seria imbecil ao ponto de atacar um Toledo e sair ileso, não entendia o medo do seu beta, o segundo no comando. 

— Essa maluca não é nem louca de pisar nas minhas terras! — quase soltou um rosnado quando Michelangelo mencionou a guerreira.

O loiro assentiu, concordando com o alfa.

— No mundo sobrenatural a chamam de Guerreira Negra — sorriu lembrando da conversa de um grupo de lobos que estavam de guarda — Ela luta como um verdadeiro guerreiro.

— Mas isso está errado — resmungo, agora balançando o seu copo de whisky, focado no tilintar do gelo se chocando no vidro do copo — As mulheres não são guerreiras. Elas têm outros papéis mais importantes do que armas, cuidar da casa, das crianças. Mulheres não servem para guerrear, são frágeis demais. 

Michelangelo revirou os olhos se sentido enojado com as palavras de Willian.

— Cara, estamos em tempos modernos, sem mulheres cuidando de crianças — falou vendo o moreno bufar descontente — E nem me olhe assim! Você sabe que estou certo. Não é um homem, principalmente um idiota, que decide onde uma mulher tem que estar ou o que fazer. 

Foi interrompido pela chegada de um integrante da alcateia no bar.

O ômega Gary como é chamado.

— Gary...— cumprimentou sorridente, erguendo o copo de cerveja que tomava. Gary sorriu acenando também. Seu sorriso era falso, mas muito bem disfarçado.

— Willian, Michelangelo — deu uma breve reverência. Claro, no mundo dos humanos não poderiam chamar de supremo, alfa, beta, fazer reverências exageradas.

Eles eram "normais" nesse mundo.

— Sente-se conosco Gary — pensou em negar, mas se viu aceitando. Recusar um pedido do alfa seria um voto negativo e naquele momento, o que menos precisava era de um mau olhar do alfa.

Então sentou, uma conversa animada começou entre eles.

Ficaram tão a vontade que não notaram uma nova integrante loba no estabelecimento.

 (...)

Angel se arrumava como se fosse a um lugar normal, para fazer uma atividade normal...

Pensamentos errados.

Na jaqueta de couro preta, um acessório para guardar a adaga envenenada.

Mais um...

Mais sangue...

Mais martírios...

Mais um  fim...

Mais um nome riscado...

_____

Significado de Alfa, Beta e Omega são diferentes no livro.

Alfa: aquele que lídera a alcateia (como se fosse o prefeito, presidente, etc...)

Beta: segundo no controle, é o braço direito de alfa (vice-líder)

Omega: são lobos solitários, desgarrados, renegados ou que acabam não tendo uma alcateia. 

Mapa: Locais, mapas, relevos e afins terão modificações nesta estória.

Para os leitores que vieram do watt, essa versão vai ter mudanças, ok?

É isso, bjos :3

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo