Capítulo 5

Mais de uma semana se passou e os mesmo sonhos, com as mulheres diferentes, mas a voz era sempre a mesma, aquela voz doce, aquela voz que fazia meu corpo levitar. A gs imagens das mulheres se alternavam em varias partes do sonho, tinha vezes que os rostos se misturavam tanto que formavam um novo rosto totalmente diferente, mas muito lindo. Ao todo consigo me lembrar de apenas quatro rostos, e o último às vezes ficava borrado. Seus cabelos eram cor de mel, com algumas mechas loiras, um rosto arredondado e delicado. Mas o último sonho tive a oportunidade de ver seus olhos, seus lindos olhos azuis tinham esperança, e não me deixam o esquecer.

Uma semana que esses sonhos começaram, uma semana que meu lobo se mantem em silêncio  e apenas a angustia e a solidão tomam conta de mim, um vazio em meu peito que as vezes chega a doer, mas sempre tenho algo para me distrair, como a Mary, que ainda penso constantemente em torna-la Luna, então fui a casa de Rafael conversar com ele sobre isso, mas a idéia não foi muito boa.

— Não! Você esta louco Ian? é isso que ela quer não percebeu? – Ele é muito exagerado, e faz o maior escândalo por coisa pequena.

— Rafael, uma hora terei que me casar, e porque não com ela? ela é bonita, gostosa, elegante, sabe se portar diante de todos, submissa, e muito boa de cama...

— Para ser uma Luna não depende de ser boa de cama ou não, ela não é sua companheira... o que custa espera mais um pouco? – xinguei em descontentamento.

— Eu já esperei muitos anos por ela, e agora querem mata-la, sem que eu ao menos a tenha conhecido, provavelmente se eu me casar ela ira embora, não irá se machucar, terá sua vida, e nós dois saímos ganhando.— argumentei.

— Deixa o tempo passar mais um pouco, tenho certeza que você mudara de ideia...

— Me fala o porquê diabos eu venho conversar com você? – questionei enquanto o deixava falando sozinho.

Rafael, me tirava do sério, quando eu quero alguma coisa, eu faço e pronto, mas que saco... e o que eu mais odeio é que mesmo com toda sua reclamação ele tem um pouco de razão, mais que merda! ele tem a total razão. Eu não quero amar, não quero ser amado, não sobrevivo disso, e se ela aparecer eu mesmo a mato, só por esta fazendo com que eu me sinta um idiota, ter sentimentos é uma merda!

Sai da casa dele e fui andar um pouco em meu condomínio,observei algumas crianças brigando como se fossem lobos, com o sonho de completar seus quinze anos e se transformar, enquanto eu queria ser apenas uma criança, sem preocupações. Andei mais um pouco e vi alguns casais de companheiros, um em especial me chamou a atenção, ela era cega, e ele beijava sua marca de companheiros com carinho e delicadeza, enquanto ela sorria e acariciava sua coxa. O amor ali era palpável, admirável. Qual será a sensação de ser completo? Qual será a sensação de marcar alguém como sua? as vezes eu mordia Mary mas não sentia nada, apenas ouvia e apreciava o cheiro da sua dor. 

O bom essa semana é que não apareceu nenhum enviado para me tirar a paciência, mesmo assim reforcei a guarda em minhas terras, não posso deixar por isso mesmo. Mandei alguns lobos para tentarem descobrir alguma coisa sobre essa tal de Caçada, mas ainda não tive nenhum retorno, o que ainda me deixa preocupado.

— Genuino? – Logo vi meu grande amigo chegar perto de mim e me oferecer um abraço que rejeitei, não tenho muita cabeça para essas coisas.— O que foi filho?

Ele perguntou olhando na mesma direção que eu, olhando para os casais.

— Quem são elas? –Perguntei frio, e ele me encarou com um rosto inexpressivo, mas logo demonstrou indagação e era o que eu temia. – Sonhei todas as noites desde meu aniversario com varias mulheres me pedindo ajuda, e dizendo que nos veríamos em outra vida, e todas tem a mesma voz.

Ele franziu a testa, sinal que sabia de alguma coisa.

— Sonhos não são atoa Ian, e isso não foi um sonho, foi uma visão, uma visão do passado, vidas passadas do seu lobo. – mas se Genuínos não tinham companheiras, como...? Eles escondiam a verdade sobre isso. 

— Faz muito tempo que não falo com ele, e ele também não fala comigo desde que os sonhos começaram,ele esta em estado de depressão ou algo assim. – confidenciei, tentando juntar as peças devagar. 

—  Ele senti falta dela Ian, é normal esse estado, mais um ano e ele não a encontrou, e com a caçada em alta... velhas lembranças dolorosas retornaram. – quando um lobo vêm a ter cabelos grisalhos, ele já tem algumas centenas de anos nas costas, era o caso de Jhefry.

— Dela...? – a pergunta foi quase hesitante, por que no fundo eu sabia bem do que ele estava falando, só não conseguia aceitar.

—  Sua companheira. Ele senti falta, ele a quer, e o que ele não esperava que acontecesse esta acontecendo... – mais uma vez a certeza do que eles esconderam.

— O que esta acontecendo? – talvez se eu pressionasse mais um pouco ele acabasse me revelando algo realmente importante. Mas, como se eu tivesse soltado algum tipo de elástico invisível ele estremeceu e me encarou.

— A caçada. Deveria tentar conversar com ele, tem coisas que você precisa saber. – soltei um grunhido de insatisfação. 

— Qual a parte de "ele não está falando comigo", você não entendeu? – questionei irritado.

— Insista, ou sempre vai ficar no escuro, sem saber o que está prestes a enfrentar. 

Assim que ele falou me virei para lhe fazer mais perguntas, mas logo notei sua ausência. Ele tinha essa vantagem de ser mais rápido do que muitos lobos por ser um crino legitimo. Dentro da raça dos lobisomens existem varias subespécies: crinos, humanis, lycans, lupinos. Cada um tem suas características distintas e igualmente 

 perigosas, enfim. Eu sou todos eles por ser o genuíno, não é fácil ter varias formas dentro de você, mas isso é outro assunto.

 Já estava noite, e eu tinha que dormir, pois o trabalho se acumulava na empresa. Devagar, contornei a praça e voltei para casa, por sorte não havia ninguém. 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo