Capítulo 4

Enfim a noite tinha chegado, não que eu esteja ansioso para que a festa comece mas sim que ela termine. Meu dia foi cheio, estressante, minha mente está conturbada com tanta informação.

Finalmente chegaram os alfas e suas lunas, algumas moças virgens com esperança de ser minha companheira. Mal sabem elas o futuro da minha Luna se pensam que eu a protegerei e morrerei de amor por ela estão muito enganados.

O tema da minha festa foi Black&White, enquanto as mulheres estavam com seus lindos vestidos longos da cor preta, e os homens com suas blusas sociais brancas, eu saí um pouco do tema, vesti uma blusa vinho com os primeiros botões abertos, as mangas arregaçadas até os cotovelos, um colete preto aberto, uma calça jeans escura, e um sapatenis vermelho, baguncei meus cabelos castanhos que caiam sobre olhos verdes e me encarei uma última vez no espelho antes de descer as escadas.

— Você parece mais mulher se arrumando. – Rosnei com o comentário de Rafael que me esperava encodtado no sofá da sala. Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

— Vamos Rafael, quero ver o que você preparou. –Ele revirou os olhos e saímos de casa.

O condomínio estava cheio, quando me viram todos começaram a me aplaudir e foram se organizar. Os membros do conselho ficaram em um palco, as moças virgens e sem companheiros se posicionaram a frente dele, e mais atrás seus Alfas.

— Estamos aqui para presenciar mais um aniversário do nosso Genuíno. Vida longa ao nosso Genuíno.E Que ele sempre saiba as escolhas certas a tomar. – Otávio Dominis era o representante do concelho, mesmo tendo quase duzentos anos sua boa aparência era sempre mantida, negro, olhos amarelados, alto, e um sorriso sombrio nos labios. Ele ergueu a taça para o alto e todos fizeram o mesmo, ele veio até mim em passos lentos me deu um abraço e cochichou em meu ouvido.

— Espero de todo o coração que encontres tua metade hoje. – Com leves tapas nas costas nos despedimos, e como todo o ano me posicionei a frente daquelas lindas jovens.

Se eu queria uma daquelas? Eu queria todas... via a esperança no olhar delas e o medo no olhar dos seus Alfas, eles me conheciam bem.

Andei na frente de cada uma respirando seu cheiro mas nenhuma me agradou, nenhuma delas era ela, no fundo até agradeci. Não quero que nenhuma delas tenham seu destino comigo é pior do que mata-las.

Respirei derrotado, vi algumas ficarem tristes e vi o suspiro de alívio dos Alfas, creio que ainda que fosse uma delas eu a rejeitaria só para lhe dar a oportunidade de voltar a viver.

Alguns segundos depois, soltaram músicas eletrônicas, e a festa continuou, eu estava triste, desanimado, mas não vinha de mim, vinha do meu lobo, ele tinha a esperança de encontra-la hoje.

Sossega-te amigão, talvez ela ainda nem nasceu.

Falei para ele em um tom irônico.

Se não tem nada melhor para falar, Cala-te imbecil.

Ele respondeu com grosseira, mal humorado que dói. Talvez eu esteja certo, não tenho companheira, e todos estão apenas querendo me assustar de alguma maneira.

Mas o que estou pensando? é idiotice ficar pensando nisso, tomei algumas doses de tequila, e fui dançar um pouco. Uma garota me chamou atenção, ela dançava sensualmente, me aproximei devagar e comecei a dançar com ela, cada movimento que ela fazia meu desejo aumentava. Gosto de garotas ousadas, virei-a para mim e a envolvi em um beijo calmo, até começar a escutar gritos.

Todos correndo para o palco e eu indo na direção oposta junto com Rafael, vi um Alfa se eu não me engano um dos Alfas do norte e sua Luna estava chorando em seus braços, o cheiro já dava para se ter uma ideia do que era.

Um cadáver. Uma garota na verdade, pela marca em seu ombro deduzi que eram da mesma alcatéia seus olhos haviam sido removidos, estava quase nua e na parede tinha uma frase.

É questão de tempo !!!

sabia o que estava acontecendo, até pensei que ela seria a minha Luna, mas mesmo depois da morte seu cheiro ainda é reconhecido, o Alfa não estava nada feliz principalmente por que tinha sido em minhas terras, vi seu olhar para mim e falei disfarçadamente com Rafael, por sobre o ombro.

— Cancela a festa agora. – Ele assentiu e obedeceu, enquanto ele se encarregará disso eu levei o Alfa para o meu escritório.

{...}

— Como deixa que isso aconteça em sua própria alcatéia seu irresponsável?!–Falou o idiota do Alfa em um tom estrindente.

— Primeiro olhe o tom que fala comigo. Segundo, sou o Genuíno mas, não tenho bola de cristal. Terceiro, ela veio com você então a responsabilidade cai sobre você, eu não tenho nada haver com ela, por acaso eu coloquei no convite " cuidarei de suas crianças"? Eu acho que não, então não me culpe por seus próprios erros. – Ele me encarou descrente com o que eu havia falado.

— Mesmo seu pai tendo demorado tão pouco tempo, e sem ter o espírito do Genuíno, foi bem melhor do que você jamais será!

Aquelas palavras foram adagas em meu coração, se tem algo que me machuca são palavras. Apontei a porta para que ele pudesse se retirar e assim ele fez, quando senti que ele não estava mais na casa quebrei tudo em meu escritório, tudo que podia ser quebrado eu quebrei, joguei a mesa pela janela.

Me aproximei do espelho e notei meu reflexo abatido, meu lobo estava mal, precisava de morte, ou melhor da Mary.

Mandei chama-lá, e não demorou muito para ela estar em meu quarto, com suas roupas provocativas, não demorei muito e a montei. Gemidos e gritos de dor ecoavam pela casa o sangue dela escorria em minhas mãos, em minha cama e pelo chão, minha submissa, talvez ela seja a Luna perfeita para a alcatéia, ela é forte, centrada, e me obedece. Qualidades perfeitas.

{...}

Ian!!! Me ajuda!!

Socorro... Ian...

Ian.... nos veremos em outra vida.

Aquela voz ecoou em minha cabeça, tive rápidos relances de cenas em minha mente eram várias mulheres diferentes, mortas, e pareciam estar em séculos diferentes também, mas todas diziam as mesmas coisas, a mesma frase.

Acordei gritando, Suando, estava tremendo, angustiado e chorando, mas o que estava acontecendo comigo? não demorou para Rafael entrar no quarto.

— O que você tem? Acordou todo o condomínio com seus gritos e uivos! – ele perguntou se acalmando ao ver que nada tinha ocorrido.

— Eu? – Perguntei apontando para mim mesmo, e ele cruzou os braços como se a resposta fosse óbvia. E era.

— Quem você vai encontrar, e quem você nunca vai deixar? – Ele perguntou sentando a beirada da cama.

— Como? – minha cabeça ainda girava.

— Era o que você gritava. — explicou com cautela.

— Acho que foi apenas um pesadelo-lo. – Em um aceno rápido, pedi para que ele se retirasse do meu quarto.

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